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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

"Voce Vai Ver" - Rosa Passos

Neguinho - Gal Costa

Saudade, negócio complicado



Eu vivo dizendo (e escrevendo) ai, que saudade! tô com saudade! Sinto saudade de você! e todas as outras variações sobre o tema possíveis. Mas, hoje, resolvi me inquietar com isso. Não, não estou incomodada por sentir nem expressar a falta que sinto de você. É sobre a própria saudade este texto.


Uma coisa que achei interessante, pesquisando a saudade por aí, é que esa palavra foi escolhida por mil tradutores profissionais como a sétima mais difícil de traduzir em todo o mundo. Sabe quais são as campeãs? A primeira é ilunga, uma palavra do idioma africano tishiluba que significa: uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez. A segunda é shilimazi, idiche, que significa uma pessoa cronicamente azarada. Enfim, estas palavras peculiares recebem a classificação de idiotismo linguístico. Pra você ver como o amor deixa a gente mais besta, eu sinto por você um idiotismo...

No Houaiss, saudade é o sentimento mais ou menos melancólico de incompletude, ligado pela memória a situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável. Sim, sinto-me incompleta sem você, às vezes em uma festa ou mesmo em casa trabalhando vejo-me a lhe procurar por perto pra comentar uma bobice qualquer. É certo que preciso de você. E sinto isso, claro, conforme o dicionário, não sou eu que estou dizendo, porque você já me fez e faz feliz. A separação me priva dessa felicidade que só posso recordar quando estamos distantes. Ah, prazeres desejáveis! Como a frase de Coelho Neto; a casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração. O problema é que tanto tempo longe, por tanto tempo, está fazendo a cabaninha virar mansão. A saudade tá fazendo latifúndio no meu coração.

Descobri, também, que saudade só é conhecida em galego-portugues e descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar". Sim, sinto-me só. E é porque sou querida e cuidada. Mas falta sempre. Falta você. Sim, Florbela tinha razão, longe de ti são ermos os caminhos, longe de ti não há luar nem rosas, longe de ti há noites silenciosas, dias sem calor, beirais sem ninhos.

Sim, sinto saudade. Tenho vontade de cantar um fado. Vontade de abandonar tudo e sair correndo pros teus braços (mas ia ser meio cansativo pois são mais de 200km). Eu não me importo de sentir saudade já que eu me importo com você. Mas não gosto de sentir tanta saudade por tanto tempo. Gosto de ficar juntinho com você, falando coisas de amor mais do que escrevendo.
 
 

Dorzinha Fina

 


Eu queria contar pra vocês da dorzinha fina em forma de pergunta que passeia em mim esses dias. Mas aqui em casa tem torrada, manjericão e cream cheese. Coca-cola muito gelada. E um livro que se lê como em uma expedição. São meus balões coloridos. Então, vou tratar de dizer pra d. angústia ficar mais uns dias no sótão. Hoje eu não quero chorar, quem quiser que sofra em meu lugar.
 
 
 

ROBERTA SÁ & COMPANHIA




A MESA DO BAR... DA VIDA



Amanheci com uma ressaca meio existencialista... Pensando muito nas questões levantadas ontem na mesa do bar, mas principalmente nas pessoas ali, e no modo próprio e, certamente construído à duras penas, como cada uma gerencia sua própria vida, seus dramas pessoais, os momentos de crise e os de calmaria... A mesa misturava gente que amo e conheço de tempos, pessoas que entraram agora na minha vida e gente que conheci ali, na hora. Daí talvez, a diversidade e riqueza dos temas em pauta. Pra melhorar, falávamos várias línguas já que havia um espanhol e um português à mesa, o que deu um tempero especial a tudo.
E o bar, ainda trouxe aparições especialíssimas e que também rechearam a experiência. Primeiro um ex namorado, com quem falei pela primeira vez após nosso término nada agradável. Ocasião sempre reveladora e libertadora porque permite o novo! (Se não ficarmos bem agarrados ao que já passou, claro.) A página virou assim como a desavença. Puta presente sentir que o desapego aos pequenos conflitos desnecessários é possível. E segundo, um contemporâneo do Instituto de Artes na UnB, artista plástico de primeira, mas que vive um terrível momento de auto-destruição. Difícil julgar e também imaginar os percalços pelos quais ele passou pra ter chegado até o ponto de perder completamente o domínio sobre a própria vida. Domínio? Temos mesmo algum? E mesmo se tivermos, sabemos, existe algo que nos foge ao controle, muitas vezes (sempre?). O que é Isso? É algo inesperado que chega mudando rumos e muitas vezes, nos tirando o remo das mãos. E o barquinho corre por si e nosso livre arbítrio vai pras cucuias... De onde vem esse inesperado? Quem nos manda Isso? Deus cê tá aí? Natureza, foi você? Inconsciente, sempre tu?
Penso na política e no quanto desacredito em tudo o que vejo acontecendo. Mais do que nunca só a micropolítica faz sentido, o indivíduo esforçando-se pra ser feliz, em primeiro lugar e mais do que tudo. Focado no que lhe deixa feliz, no que vale a pena... Imagine um mundo cheio de gente feliz? Essa é a grande revolução! Mas pra isso a educação tem que ser outra, priorizar o amor, a diversidade, o respeito, a escuta... A escuta... Que coisa difícil, ouvir verdadeiramente o outro, perceber suas demandas, considerá-las... Como nos livrar dos ruídos pra escutar a canção da vida? A canção do amor que toca sempre que cruzamos com outro ser humano?
Mas micropolítica não tem nada a ver com egocentrismo e alienação, pelo contrário, acho que pressupõe um estar em si conectado com o outro, com o mundo. O egocêntrico só vê a si mesmo, só escuta a si mesmo, é quase doença... Acho que todos nós temos certo nível de egocentrismo, que vamos trabalhando ao longo da vida, ou não. Penso no discurso praguejado contra os homens, que aponta suas falhas e dificuldades, culpabilizando-os pelo fracasso das relações e do mundo... E outros tantos discursos generalizadores e impeditivos que funcionam como sentença de morte pra qualquer mudança real. Mas nosso eggs (que de tão metido acha que vale por dois e tem que ser escrito em inglês que é mais chique!), esse bichinho carente que nos move, precisa dos discursos alheios pra se dar valor. O pobrezinho não sabe que o verdadeiro discurso é individual e ditado pela voz da alma, que já dizia Nilton Bonder, é imoral!
Me vejo repetindo discursos, crenças, pensamentos e de repente, percebo que nenhum deles me representa. O discurso individual é dinâmico, maleável, em constante mudança, discurso vivo! Aquela mesa de bar – também divã, templo, ritual, festa, encontro, regozijo - me fez atualizar-me de mim mesma, refletir sobre meu discurso ... Ali me vi diferente, outra, embora a mesma. Senti na nuca o bafo quente da minha amplidão interior, da liberdade possível, e que me habita lá nos confins...
Penso no Tempo, no amadurecer e também no envelhecer... Difícil envelhecer e não devia ser. Faz parte da vida, sempre soubemos que acontece, sempre aconteceu, e ainda assim dói ver o corpo perdendo o viço... Não devíamos ser tão sensíveis a isso, nos tira muita energia. Questão de educação também? Penso em gente que morre, assim, de repente, na flor da idade... O que traz imediatamente a pergunta: O que é realmente essencial? O que é supérfluo? Só a presença da morte traz essa percepção tão aguda... E que logo passa com a primeira ilusão que nos cruza o caminho. E de novo, esquecemos, e de novo, perdemos tempo com coisas inúteis, jogando vida fora... A presença da morte nos é vital, talvez seja nossa maior professora... Tudo morre: as relações, o corpo, os pensamentos, a infância, ontem, agora... Tudo morre, mas se transforma em outras coisas... Ali naquela mesa de bar...
Meu imenso agradecimento ao Luís, Sal, Jok, Ana, Noêmia e Ribamar, presentes na mesa e cúmplices de um regozijo ímpar!
Namastê
Anasha
 
 
 

A crise do amor romântico em tempos de "fast love"

“O amor romântico é o maior sistema energético dentro da psique ocidental”. Com esta frase impactante Robert Johnson começa seu livro WE, onde discute o relacionamento amoroso a partir do mito de Tristão e Isolda. O autor aponta o amor romântico como um fenômeno de massa peculiar ao Ocidente. Até aí tudo bem, o problema é que acostumados a conviver com as crenças e suposições do amor romântico, acabamos por considerá-lo como a única forma possível de amor.

Para Jung quando um fenômeno psicológico marcante acontece na vida de uma pessoa, traz junto um tremendo potencial energético que amplia a consciência. Assim também ocorre coletivamente quando uma nova possibilidade, idéia, crença surge trazendo uma nova maneira de encarar o universo. O amor romântico está em crise e sendo colocado em cheque dia a dia, o que abre brechas históricas pra algo novo, ou talvez extremamente antigo e orgânico e do qual nos perdemos.

Concordo com o autor ao afirmar que se homens e mulheres compreenderem os mecanismos psicológicos que atuam por traz do amor romântico, poderá emergir uma nova consciência e relacionamentos muito mais saudáveis. Mas pra saltar pro futuro é preciso escarafunchar bem o presente. Afinal, quais são os mecanismos ocultos do amor romântico? Regina Navarro, psicóloga aponta especialmente 6 máximas que povoam esse universo:

• Só é possível amar uma pessoa de cada vez;
• Quem ama não sente tesão por mais ninguém;
• O amado é a única fonte de interesse do outro;
• Quem ama sente desejo sexual pela mesma pessoa a vida inteira;
• Qualquer atividade só tem graça se a pessoa amada estiver presente;
• Todos devem encontrar um dia a pessoa certa.

Para a autora, o amor romântico faz parte do pacote do patriarcado, pressupõe a projeção de nossas fraquezas no outro, além de simbiose e dependência. Inicialmente lemos a lista acima e achamos que não temos nada a ver com isso. E ainda, claro, lembramos imediatamente de vários casais tipicamente românticos e de suas neuroses e feridas expostas. Mas ao investigar mais profundamente vai dando um mal estar... Por mais modernos que sejamos, por mais sinceros e liberais, em maior ou menor grau, ainda agimos em consonância ou em rebeldia ao amor romântico.

Vivemos um momento de desintegração das estruturas rígidas do relacionamento tradicional, embora, saibamos, há pessoas ainda pautadas em relações machistas, onde cabe à mulher submeter-se às vontades masculinas, anulando sua existência como sujeitos autônomos, independentes e com desejos próprios. A grande maioria das mulheres que atendemos no Programa Roda de Mulheres vive sob esses preceitos. Mesmo quando a mulher é a provedora, ainda assim a estrutura permanece intacta, já que a mulher, sem autonomia psíquica, segue projetando no homem seu poder. Urge ajudá-las a ampliarem suas visões e especialmente, suas afetividades (incluindo outras gentes) e sexualidades (incluindo outras fontes de prazer).

Mas quero falar de uma parcela da sociedade que realmente está vivenciando e questionando conscientemente a mudança, grupo no qual me incluo. Vivemos um momento de extrema fragilidade. A quebra do padrão clássico e tudo que vinha no kit abriu novos caminhos de liberdade, o que é maravilhoso mas causa ansiedade já que não há mais certezas nem amarras. Em verdade, tínhamos uma ilusão de segurança. Hoje estamos todos tendo que aprender a lidar com nossos amores de forma mais leve e livre...

Ao mesmo tempo, em contraponto à rigidez anterior, hoje os relacionamentos são como comida instantânea, fast food, muita variedade, não gostou trocou. Tudo muito rápido e pautado na busca pelo prazer imediato. Nesses tempos de fast love vejo uma rebeldia ao estado anterior, compulsiva mas necessária. Para alcançar o caminho do meio, mais saudável e maduro, talvez tenhamos que sentir na pele os dois lados da moeda, pra adquirir distanciamento crítico e um maior discernimento.

Nesse percurso será impossível não rever nosso conceito de liberdade. O que é ser livre pra mim? Como exerço minha liberdade? E ainda encarar a freqüente confusão entre liberdade e libertinagem. Libertinagem como o uso da liberdade sem bom senso, acabando por transformá-la em um veículo nocivo a si próprio ou aos outros. A dificuldade aí está no fato de que ambos os conceitos são construções pessoais. Para alguns, decidir passar cada noite com uma pessoa diferente é uma característica da liberdade, para outras é libertinagem. Neste sentido, diferente do modelo anterior onde esse e tantos outros assuntos vitais numa relação eram tabus, necessitamos tratar disso com os(as) parceiros(as) deixando claros os nossos limites e conhecendo os limites do outro.

Outro conceito em cheque é o da fidelidade. Fidelidade a quem? Se é impossível ser fiel ao outro sendo infiel a si mesmo, devemos fidelidade aos nossos sentimentos, basicamente. Em seu livro “A Alma Imoral”, o pastor Nilton Bonder trata desse tema com maestria, recomendo.

Enfim, historicamente, nunca fomos tão livres para escolher. Mas sempre vale pesquisar o grau de liberdade dessa escolha já que, muitas vezes, estamos cega, inconsciente e compulsivamente repetindo padrões familiares que conscientemente abominamos.

Como geração da transição, sobrou pra nós e pros nossos filhos a oportunidade de reelaborar uma forma particular de relacionamento, uma nova ética do amor. Venho construindo a minha sobre a qual tenho uma única certeza: sua base é o slow love no agora. Tudo bem devagarinho, vivido no aqui e agora e sem expectativas. Bom, criar a cartilha é fácil, difícil é pôr em prática. Sigo tentando.

“Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho,
mais preparado estará para uma boa relação afetiva”.

 Flávio Gikovate

Somewhere

DVD of the Week: Somewhere


Sofia Coppola’s fourth feature, “Somewhere,” which I discuss in this clip, is both a great inside-Hollywood story and a great father-daughter story, and it brings the two stories together to show how art and life are meant to fuse, to the benefit of both. It’s the story of an alienated actor and a detached father whose double roles reflect off each other and show him not his presence but his absence. Coppola’s film is itself the kind of personal film that is made personal both by its distinctive, original, and impassioned artistry and by its distillation of the director’s own experience. She is, of course, a daughter of Hollywood—the daughter of Francis Ford Coppola—but she’s not showing what it was like to have him for a father. She’s showing what it’s like to grow up with money and celebrity as a given—and suggesting that the vulgar indulgences of the movie milieu are an essential part of the allure and the affect of Hollywood movies. This is one of the great paradoxes of “Somewhere”—and of Coppola’s career. Hollywood, like Versailles, can both inspire the unprejudiced and unblinkered imagination or stifle it; in “Somewhere,” the vain actor’s Ferrari, which for him is an unreflective pleasure and a status symbol, is, for Coppola, the ultimate camera dolly: her views of the city from its low-riding, smooth-gliding, road-hugging perspective are contemplative, introspective wonders. Few recent movies make such sharp use of point-of-view shots; few conjure so vivid a sense of thinking by way of vision itself—or connect life experience so closely to the actual act of looking.


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The Season

Digital Pick: ’Tis the Season

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When “A Charlie Brown Christmas” debuted in 1965, CBS executives were nervous. The special used children, not adults playing children, for the voices; the soundtrack featured jazz; and Linus’s speech on the true meaning of Christmas was overtly religious. But these supposed liabilities were the things viewers loved most. The show immediately met with critical and popular success, and it’s been on the air every holiday season since. This year, children—and sentimental adults—can play with the recently released “A Charlie Brown Christmas” app for iPhone and iPad, which includes an interactive-storybook retelling of the show—narrated by Peter Robbins, the original voice of Charlie Brown—as well as a play-along piano and a game version of the Lights and Display Contest.


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Extensão do Tropicalismo

01/12/2011 08h00 - Atualizado em 01/12/2011 08h00

'É uma extensão do Tropicalismo', diz Gal Costa sobre álbum de eletrônica

Com 11 faixas, 'Recanto' foi produzido e escrito na íntegra por Caetano.
'Queria que as canções não evitassem sons desagradáveis', diz compositor.

Flávio Seixlack Do G1, em São Paulo

Como manter a relevância musical num mercado onde o novo fica velho em pouco tempo? Como fazer um disco moderno, ousado e com toques vanguardistas para os padrões atuais, mesmo que o artista responsável por ele tenha uma carreira com mais de 40 anos? Gal Costa pode não ter todas essas respostas, mas "Recanto", seu décimo segundo álbum de estúdio que será lançado no dia 6 de dezembro, fala por si só.

Gal Costa e Caetano Veloso durante coletiva de imprensa do álbum 'Recanto' (Foto: Flávio Seixlack/G1)Gal Costa e Caetano Veloso durante coletiva de imprensa do álbum 'Recanto' (Foto: Flávio Seixlack/G1)

Idealizado, produzido e concretizado por Caetano Veloso, que compôs todas as canções, e com a ajuda de seu filho Moreno Veloso e do produtor Kassin – além da colaboração das bandas Rabotnik e Duplexx, "Recanto" é basicamente um trabalho de música eletrônica com a voz de Gal. Mas sua sonoridade não apresenta uma eletrônica fácil e certamente é algo nunca visto antes na carreira da cantora.

"É bastante ousado. Já fiz coisas tão ousadas quanto, especialmente no início da minha carreira. O disco é uma extensão do Tropicalismo”, afirmou Gal Costa em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (30) em São Paulo. “A ousadia da produção está no nosso DNA. O trabalho tem uma carga de agressividade estética e temática, que é de ponta”, complementou Caetano Veloso sobre "Recanto".

A ideia de criar um álbum de música eletrônica não surgiu da noite para o dia nos pensamentos de Caetano. “De vez em quando isso vinha na minha cabeça. Quanto mais eu pensava, mais eu via tudo na voz da Gal. Depois de assistir a um show dela em Lisboa, tive certeza que seria um disco da Gal com bases eletrônicas”. Já acostumada a interpretar canções de Caetano ao longo de sua carreira, Gal Costa não poupou elogios ao compositor. "Cantar só músicas dele é um prazer indescritível. Caetano tem a capacidade de fazer as coisas muito redondas para mim e pro meu canto. É um compositor que sabe escrever para a minha voz", afirmou.

Ela nega que “Recanto” tenha se inspirado em novas cantoras da MPB como Céu e Tulipa Ruiz. "Acho que é o contrário. Faço isso já há 40 anos", disse, rindo. Por outro lado, Caetano não quis esconder que a nova MPB "estimulou" suas composições e sua roupagem mais moderna. "[As novas cantoras] são exemplos auspiciosos".

Mas, se Caetano é responsável pela produção e composição das canções - além da ideia que envolve todo o projeto -, por que não assinar o trabalho ao lado de Gal? "Basta que esteja escrito 'todas as canções por Caetano Veloso'. É um disco da cantora, da pessoa que está ali botando a cara e a voz", explicou, citando como exemplo o álbum "IRM", de Charlotte Gainsbourg, cujas músicas foram feitas por Beck, que também produziu o trabalho.

A ousadia do novo trabalho não está só nas batidas eletrônicas, mas também nas letras, como é o caso da ótima “Autotune autoerótico”, em que a voz de Gal é artificialmente regulada para acompanhar o texto dos versos, além de faixas como “Neguinho”, “Recanto escuro” e “Miami maculelê” - esta uma homenagem ao funk carioca e entre as mais surpreendentes de “Recanto”. “Queria que as canções não fossem recatadas. Não evitassem ideias difíceis, nem palavras pesadas ou sons desagradáveis. Eu sabia que o ‘cool’ da voz da Gal poderia conviver com segurança e autoridade em meio a tudo isso”.

Entre os 11 temas, tanto Gal quanto Caetano concordam que “Tudo dói” é a canção mais representativa de “Recanto”. "Acho que ela sintetiza de uma forma totalmente diferente o disco e a bossa nova. Ela tem a estranheza, a irreverência, a beleza e a sonoridade ideias. Algo que, pra mim, é uma coisa maravilhosa", finaliza a cantora.

Traduzindo a sonoridade ao vivo
Com direção de Caetano Veloso, o show de "Recanto" terá uma Gal Costa acompanhada de forma econômica nos palcos. "A ideia é fazer [as apresentações] com um trio e com elementos eletrônicos, com alguém que saiba operar os sons pra complementar. Vai ser um prolongamento do disco com outras canções", explica Gal, que diz que sucessos como "Meu nome é Gal" e "Vapor barato" não ficarão de fora.

Os ensaios têm servido para dar segurança à cantora, que tem observado como tudo irá se desenvolver ao vivo. "A gente viu que tudo funciona bem e quase não tem banda mesmo no palco, mas é ao vivo. Em algumas [das músicas antigas] a gente deu esse tratamento [com batidas eletrônicas]. Mas também vamos usar voz e violão", conta Caetano.

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/12/e-uma-extensao-do-tropicalismo-diz-gal-costa-sobre-album-de-eletronica.html

World Aids Day: the disease that changed the world

Today, seventy million people are infected with a virus that 30 years ago no one had heard of. To mark World Aids Day on December 1, Michael Hanlon considers the impact of HIV/Aids on science and society.

The London Eye turnd red to mark World AIDS Day 2010. More than 80 landmarks across 13 countries joined in to promote awareness of the ongoing fight against the AIDS epidemic.
The London Eye turned red to mark World AIDS Day 2010. More than 80 landmarks across 13 countries joined in to promote awareness of the ongoing fight against the AIDS epidemic. Photo: GETTY
In June 1981, the Centers for Disease Control in Atlanta, Georgia issued a landmark report about five young gay men in Los Angeles who had died from a mysterious condition that had destroyed their immune systems.
Within two years, Aids (Acquired Immune Deficiency Syndrome) was changing the world. Any disease with the capacity to infect and kill millions will have a profound effect, but this modern ‘plague’ was different. It was an odd, horrible disease; a collection of separate illnesses. Chest infections, typically Pneumocystis pneumonia (PCP) were a common indicator, as was Kaposi’s Sarcoma, a rare form of skin cancer. But most sufferers were swamped by a tide of common, usually trivial bacterial, viral and fungal infections that overwhelmed their weakened bodies.
The advent of Aids would forever alter the way we think and talk about sex and sexuality; it would bring previously taboo subjects out into the open. It involved issues of race and celebrity, wealth and poverty, highlighting as never before the inequalities between the rich West and the developing world.
This was a disease that was co-opted by gay-rights activists, liberals and bigots alike. Who can forget the infamous comment by James Anderton, then Chief Constable of Manchester Police that gay men were ‘swirling in a cesspool of their own making’? Or celebrities such as Elizabeth Taylor, Elton John and Madonna who championed the cause and the victims?
Aids arrived just as Western Society was on the verge of a decadent sexual free-for-all. The sexual revolution of the Sixties and Seventies had gone mainstream. Drug use was at an all-time high, sex tourism (an important factor in the spread of the causative agent HIV) was a major growth industry. And across Europe and North America an exuberant gay scene had emerged to replace the furtive life homosexuals had endured only a decade previously.

http://www.telegraph.co.uk/health/8920482/World-Aids-Day-the-disease-that-changed-the-world.html