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sábado, 27 de julho de 2013

Eu não disse que ela sabe das coisas?


LIÇÕES DE SEDUÇÃO
DE MARIA DO CÉU



Maria do Céu Santo – parece nome inventado, não é não? Ou nome de freira. Trata-se, porém, de uma ginecologista e obstetra, nova estrela da televisão portuguesa. Loura bonitona, bem-humorada e bem casada há 30 anos,
virou uma espécie de guru das assinantes do Sic Mulher, onde comanda o programa Amor sem Limites com a desenvoltura e a polêmica sinceridade de uma Oprah Winfrey.

Diz coisas assim: “Uma mulher apaixonada não conquista ninguém. Você só consegue conquistar um homem se não estiver apaixonada por ele”. Para a doutora, paixão não passa de um coquetel de neurotransmissores e processos obsessivos que tem prazo de validade. Se durar muito, nunca é mais do que três anos. Depois, vira amor ou pesadelo.

Não existe paixão até que a morte nos separe. A menos que seja platônica ou alimentada por muita insegurança. Quer dizer, para manter um parceiro fissurado, só não dando o que ele quer ou fazendo o infeliz se sentir eternamentena marca do pênalti.



As feministas não são muito chegadas a certas afirmações bombásticas da nova consultora do mulherio. Arrepiam-se todas quando garante que os problemas e as brigas de um casal podem ser resolvidos com sexo, sim senhora. Pela simples razão de que transar relaxa, faz a gente ver os aborrecimentos com outros olhos e perceber que são menores do que pareciam.

Outro conselho que ela garante ser o melhor que pode dar a esposas estressadas ou de alguma forma entediadas: faça amor mesmo que não esteja muito a fim. Porque depois que você começa, a vontade aparece e costuma ser mais gostoso do que ir dormir chateada.

Adorei a opinião dela sobre essa mania dos sexólogos de garantir que é possível ter orgasmo em qualquer posição – “no chuveiro, por exemplo, dificilmente dá certo”; na melhor das hipóteses, a água quente relaxante é boa para aquecer as preliminares.

Maria do Céu também contesta a verdade pétrea de que mulher é dada a disfunções sexuais. Coisa nenhuma! As realmente problemáticas são a minoria da minoria. O que atrapalha nossa vida sexual é que, ao contrário dos homens, recebemos verdadeiros compêndios sobre como seduzir, mas ninguém nos ensina a transar, e acontece que “fazer amor exige uma técnica que você só aprende na base da tentativa e erro”.



Ela também não concorda que sexo é coisa que se faz na calada da noite. Idéia mais antiquada e fora da realidade! Para quem quiser “treinar”, a melhor hora é de manhã, antes da maratona de trabalho e das mais variadas encheções de saco. Principalmente depois de três anos de vida em comum, que é quando a atividade sexual costuma cair por volta de 30% e muita gente começa a considerar a possibilidade de partir para outra.

Mas não se trata apenas de não deixar a peteca cair; o que realmente importa é prestar atenção no “jogo”. Mulher tem a tendência de só olhar para o próprio umbigo, diz ela. Prova disso são as insatisfeitas que vão procurá-la no consultório, queixando-se de que o marido não faz isso ou não faz aquilo. Quando pergunta “e ele, do que gosta?”, a maioria não sabe responder.

Como boa conselheira, claro que a dra. Maria do Céu também tem o que dizer aos homens. E vai direto ao ponto: se quiser mais sexo, faça de conta que não está nem aí para a parceira. É receita infalível para atiçar o desejo feminino.

Eu não disse que ela sabe das coisas?


(Publicado originalmente na revista Bianchini.)

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