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sábado, 22 de outubro de 2011

"My Man"

Billie Holiday


Barbra Streisand 


Diana Ross 


 

Such unlikely lovers - Elvis Costello



Caipirinha Recipe - A Taste of Brazil


The Caipirinha, designated the National Cocktail of Brazil, has simple ingredients: limes, Cachaca, superfine sugar and crushed ice. I've seen other fruits substituted, such as strawberries and cherries, but to me the real thing is a lime Caipirinha.
Cachaca, also known as "aguardiente", is the most popular distilled spirit in Brazil, and most of the Cachaca on the market is produced there. Many people think of Cachaca as being similar to rum. Rum, however, is mostly produced using molasses where Cachaca is produced using straight cane juice.
If you cannot find Cachaca or Aguardiente, you can try substituting rum but the the final product will not be the same. You can also substitute vodka. A Caipirinha made with vodka is called a "Caipiroska". It's still nowhere in the same league. Find yourself some Cachaca for your caipirinha. You'll be glad that you did.

The Caipirinha Recipe

You will need:
  • Cachaca
  • Limes
  • Superfine sugar
  • Crushed ice
  • A "lowball", "rocks" or "Old-Fashioned" glass
  • A pestle (from a mortar and pestle -- or something similar) for the muddling
Preparation:
  1. Cut the ends off of the lime and discard.
  2. Cut the lime in half lengthwise and cut out the white pith in the middle.
  3. Cut the lime in half, and cut one half of the lime into four wedges and place in the glass. If your lime is small, you will need to add more lime to the glass.
  4. Add one to three tablespoons of sugar. The amount of sugar depends on your personal taste as well as the size of the lime you are using.
  5. Use the pestle to "muddle" the limes and sugar together. Basically, you want to crush the limes so that they mix in well with the sugar. Be careful not to break the skin of the lime. When you've gotten all of the juice out of the lime, you're done.
  6. Pack crushed ice in the glass all the way to the top.
  7. Add cachaca all the way to the top of the glass. (It's really only about 2 oz.)
  8. Use a larger glass or bottom of a cocktail shaker and put it over the top of your drink. Pick up with two hands and shake very well for at least 15 seconds.
  9. Garnish with a wedge or slice of lime.
  10. Drink...and enjoy the best caipirinha!

A NOSSA MISÉRIA

 


ταλαιπωρία

Misery! we have known each other,
Like a sister and a brother
Living in the same lone home,
Many years--we must live some
Hours or ages yet to come.

.
Percy Bysshe Shelley
.

Uma Sopa para me calar a Dignidade
Um Pão para me matar Deus
Um copo de Vinho para me adiar o Futuro
Um Cigarro para me Queimar a Raiva
.

Não me falem de Pátria ou Nação
Quando rastejam pelo Chão da Europa
Cumprindo Ordens Alheias.
Homens de Palha,
Coisas Obedientes
.


photo in Sharperb's Blog
.

Estranha forma de vida (1965) - Amália Rodrigues

Floresta faz a diferença



Mais de 150 organizações da sociedade civil estão unidas contra contra as mudanças no Código Florestal Brasileiro em tramitação no Senado. Sua maior arma é a campanha Floresta Faz a Diferença, que acaba de ganhar reforços de peso em sua luta. Sob a batuta da produtora cinematográfica O2, 21 astros do cinema e da TV do país se juntaram ao coro e pedem justiça em depoimentos não roterizados que foram editados e transformados em uma grande campanha pelos diretores publicitários Percival Caropreso e Raul Cruz Lima.
Participam da campanha o jornalista Washington Novais, Ângelo Antônio, Gero Camilo, a doutora em direito ambiental Solange Teles da Silva, Felipe Camargo, Maria Flor, os professores da FEA-USP José Eli daVeiga e Ricardo Abramovay, os engenheiro Klauss Barreto e Mônica Cabello, Fernando Meirelles, Alice Braga, Carlos Alberto Riccelli, Victor Fasano, Wagner Moura, Luiz Villaça, Marcos Palmeira, Denise Fraga, Gisele Bündchen, Bruna Lombardi e Rodrigo Santoro.
Os vídeos vão ao ar a partir desta quarta, dia 19, através do site oficial da campanha. De acordo com a assessoria de imprensa da iniciativa, alguns dos vídeos deverão ser veiculados nas grandes emissoras de TV, mas a princípio os depoimentos serão difundidos através do site do #florestafazadiferenca.
“A ideia era conseguirmos reunir um pequeno grupo de pessoas falando diretamente aos senadores e quando nos demos conta, o pedido havia se transformado numa corrente e já tínhamos mais de 20 depoimentos e que não pararam de chegar”, afirma Marussia Whately, uma das diretoras do #florestafazadiferenca, em comunicado oficial.
Logo abaixo você vê o teaser da campanha.



"o banquete" no teatro oficina do Zé Celso

"Todo homofóbico é uma bicha enrustida, não tenho a menor dúvida" - Zé Celso Martinez

Paraíba - Crônicas Escolhidas



Azevedo e Peçanha vestiram o paletó e desceram para a rua, na disposição de fazer uma farrinha.

Ainda no elevador, Azevedo fez ver a Peçanha que o laço de sua gravata estava um pouco frouxo. Peçanha agradeceu e ajeitou o laço. Afinal, iam em demanda de uma possível aventura amorosa e a elegância era detalhe importante.

Caminharam pela Avenida N. S. de Copacabana e foram subindo em direção ao Lido, conversando animadamente e só interrompendo a conversa quando passava uma moça.

Sozinha ou acompanhada, todas as moças que passavam por Azevedo e Peçanha ganhavam olhares pidões, tão comuns aos conquistadores baratos, de beira de calçada.

Era sábado, dia em que se definem os que andam pela aí, caçando o amor. Azevedo parou na esquina do Lido e perguntou para Peçanha:

— Que tal se fôssemos até o "Alfredão"?

Peçanha achou que lá havia sempre muita concorrência. As mulheres supostamente fáceis,- quando há muita gente em volta, dando em cima, tornam-se superiores e esquivas, fazendo-se mais preciosas pela disputa de seus carinhos. Mas como Azevedo ponderasse que muitos dos homens que vão ao "Alfredão" não chegam a ser propriamente homens, Peçanha concordou.

Entraram no bar, Azevedo acendeu um charuto, ofereceu outro a Peçanha, que recusou com um gesto másculo. Preferia cachimbo, que tirou do bolso e começou a encher de fumo, enquanto pediam algo para beber.

O garçom acabou partindo para ir buscar uísque puro, só com gelo e olhe lá.

Uma garota de olheiras profundas passou pela mesa e Peçanha mexeu com ela. A garota sorriu. Então Azevedo convidou-a para tomar alguma coisa. E como as demais pequenas que estavam no bar pareciam todas acompanhadas, ficou só aquela para ser dividida entre Azevedo e Peçanha.

No fim de algum tempo, tanto Peçanha como Azevedo estavam caindo de tanta bebida. Pagaram a conta. Azevedo apagou o resto do charuto no cinzeiro e quis partir só, rebocando a pequena.

Peçanha estranhou a atitude de Azevedo, acabaram discutindo e começou o clássico festival de bolacha. Entrou a turma do deixa-disso, veio o guarda e o resultado da farra ali estava: além da garota disputada a tapa, também foram parar no xadrez as duas brigonas.

Sim, porque o nome todo de Azevedo é Maria Tereza Azevedo. Quanto a Peçanha: Walquíria. Walquíria Peçanha.

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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora.

A escandalosa - Crônicas Escolhidas



Foi realmente lamentável o pequeno acidente ocorrido numa daquelas salas superatapetadas do Itamarati. Não posso precisar em qual delas, mas posso resumir o caso para os caros leitores, se tiverem a paciência de me lerem até o final destas mal traçadas linhas.

Vão todos comigo? Então toquemos em frente, mas desde já aviso às senhoras e senhoritas que o caso é dos mais cabreiros.

Deu-se que, numa dessas salas do Itamarati, estavam quatro funcionários dos mais ociosos, talvez não por culpa deles, mas porque deve ser duríssimo o cara ficar plantado naqueles salões sombrios o dia inteiro — full time — como eles gostam de dizer, pois diplomata adora falar na língua dos outros.

Ficar ali sem dormir, é dose pra mamute, que conforme vocês não ignoram, era um elefante muito pré-histórico e quatro ou cinco vezes maior do que os elefantes hodiernos.

Vai daí, o funcionário do Itamarati vive batendo papo, para deixar o tempo passar sem esbarrar em ninguém. Os quatro que se encontravam na sala estavam quase a cochilar por falta de assunto, quando entrou um quinto funcionário, atualmente secretário de embaixada e com todas as deficiências técnicas da atual diplomacia nacional. Jeitinho elegante, paletó lascado atrás, muito equipadinho, lenço combinando com as meias, gravata de Carven, enfim, essas bossas.

Deu um olá geral e, mesmo sem ninguém perguntar, começou a contar por que tinha chegado atrasado:

— Rapazes, não lhes conto nada!

Mas isto era força de expressão, pois notava-se que ele estava doido para contar. Aliás, em o caso sendo verdadeiro, devo informar aos caríssimos que jamais darei o nome dos outros quatro que estavam na sala (entre os quais estava o que me contou o caso), e muito menos o do quinto personagem, já nesta altura personagem principal.

Ele acendeu um cigarro americano daqueles enormes, recentemente contrabandeado, guardou no bolso o isqueiro Dupont, da mesma origem, e sentou na beira de uma das mesas de jacarandá. Terminando o suspense, puxou uma baforada azul e suspirou:

— Rapazes — repetiu, porque diplomata adora tratar os coleguinhas de rapazes — acabo de ter uma aventura amorosa genial, mas simplesmente genial. Que mulher bárbara, rapazes!

— Casada? — perguntou um dos coleguinhas, já de olhar rútilo, no mais perfeito estilo Nelson Rodrigues.

O aventureiro já ia responder que sim, mas preferiu a bacanidade:

— Infelizmente, isto eu não posso informar.

E prosseguiu explicando que a tal mulher devia ser tarada por ele, que nunca tinha reparado no detalhe mas, noutro dia, durante um coquetel dos Almeida, tiveram um contato maior e marcaram o encontro.

— Estou vindo de lá. Rapazes! Que mulher!

No fundo, todo diplomata sonha com aventuras amorosas mais ao estilo belle époque. Vestindo robe-de-chambre grená e cachecol de seda branca; uma garrafa de champanha dentro de um balde de gelo, sobre uma mesa de canto e — se possível com uma vitrola em surdina tocando trechos de opereta O Conde de Luxemburgo. Este derradeiro, detalhe é da maior finesse, mas raro é o diplomata que chega a ela antes de chegar a embaixador.

— Mas conta aí, vá! — pediu outro dos quatro coleguinhas.

O diplomata garanhão esqueceu-se da carreira e enveredou para farta bandalheira. Contou detalhes escabrosos, descreveu cenas de ruborização do próprio Marquês de Sade, para terminar com esta informação.

— Nem as cortinas do apartamento escaparam. Ela era tão espetacular que, no auge da coisa, rasgou as cortinas todas.

— Mon Dieu! — falou o que estava mais próximo e que é diplomata há mais tempo que os outros e prefere exclamações em francês do que ditos em inglês.

Aí ficou em silêncio imaginativo, sabem como é? Ficaram os quatro imaginando as cenas relatadas e o outro com cara de quem recorda. Não demorou nem um minuto, o distinto resolveu se ausentar da sala, para que os outros curtissem a inveja necessária. Com andar elegante, caminhou até a porta e recomendou:

— Vou ao gabinete do ministro Fulano. Se ligarem para mim, por favor, peçam para deixar recado ou telefonar mais tarde — suspirou mais uma vez e retirou-se.

Aí é que foi chato! Mal ele saiu, o telefone tocou e uma voz feminina perguntou por ele. O colega que atendeu explicou que não estava e emendou em seguida:

— Quer deixar recado?

— Quero sim! Por favor, avisa a ele que é a senhora dele que está falando e diz para ele não esquecer de mandar alguém para consertar as cortinas.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora.