Pois é, ainda longe… muito longe do tato, contato, cheiro dessa Bahia que, de certa maneira, nunca me deixou e eu teimo em conservar em mim, um amor louco e apaixonado, às vezes cego, que me diz que não há distâncias em verdade, pura ilusão...
Hoje, Domingo, aqui no meu isolamento voluntário, sorvo o aroma da manhã úmida e verde que se espalha pelo vale de Napa. Penso que poderia estar em qualquer outro lugar, porque aqui? E me deixo levar pela memória na retrospectiva que percorro de vez enquando, quando perguntada ou só mesmo pra não perder o rumo, pois la atrás, naquele Março de ’73, está a razão ou motivo pra me largar assim pelo mundo sem eira nem beira e somente com os instrumentos que sempre me guiaram, coração e liberdade, estes, minha régua e meu compasso, me levarão à tumba um dia, se eu não puder dar um jeito...
Quem me conhece sabe, e quem não, adivinha, que eu não sigo livros nem mandamentos, vou fazendo a minha vida como der e vier, à meu modo, do meu jeito, com minha sabedoria e experiência, com erros e acertos, muita luta e perseverança, pois sem o sabor do suor a vida fica sem gosto...
Não tinha eu motivos políticos, familiares, sociais, econômicos, nada assim forte demais que me empurrasse para fora de casa, da Bahia e do Brasil, apesar da época ter sido de opressão e dureza, mas, quando nunca foi??? Fui por que me mandava, ou pedia, o coração e a ânsia de levantar vôo, conhecer mundo novo e naqueles anos, na minha juventude, nada melhor do que San Francisco, CA como bússola...
O que eu gosto mesmo é de sentir o coração batendo forte e os olhos brilhando; poder dizer “te amo”, em qualquer língua; olhar pra traz e pra frente com um sorriso nos lábios, porque me acostumei com o poetinha Vinicius sussurrando nos meus ouvidos: “É melhor ser alegre que ser triste...”
Sinto-me grata. Um sentir morno, de colo ou de praia de manhã cedo, deixa disposição na alma.
Obrigada, Obrigada, Obrigada....
RS 08/03/14