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segunda-feira, 4 de junho de 2012

o que faz de um homem um artista

Mário responde a Clarice sobre o que faz de um homem um artista

04/06/12 - 
POR Joselia Aguiar



Clarice fazia entrevistas com escritores, compositores, artistas plásticos quando trabalhava como jornalista __uma delas, com Erico Verissimo, já citada neste post aqui.
As perguntas são tão complicadas que desconcertariam quaisquer outros, não os seus entrevistados que, especialíssimos, respondem muito diretamente.
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Mário Cravo tinha 46 e era uma “bela cabeça de homem”, como Clarice anota em 1970.
“O que faz de um homem um artista, Mário?” “Ser essencialmente homem, primeiro de tudo. Uma dose acima da média de sensibilidade. A capacidade de controlar e orientar em termos construtivos essa força interior. Querer, como todo homem, transformar o mundo, interferir nele.”
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Mário Cravo, 89, me deixou fazer (“me deixou fazer” é expressão bem apropriada) a foto acima, com iphone e técnica patafísica, durante uma entrevista bastante longa em janeiro, no seu ateliê em Salvador. O tema era os anos 50 e 60 na Bahia para um livro que estou preparando, mas ele falou de vida, morte e arte (bastava uma coisa só e já seria imenso).
Para quem não se lembra, um livraço sobre sua vida e obra, “Exu Iluminado”, saiu meses atrás, vá por aqui para ler a reportagem de Silas Martí, na Folha, já aberta a não assinantes.


http://livrosetc.blogfolha.uol.com.br/2012/06/04/mario-responde-a-clarice-sobre-o-que-faz-de-um-homem-um-artista/

esquerda ou direita?


Nelson responde a Clarice se é da esquerda ou da direita

04/06/12 - 17:28
POR Joselia Aguiar





Diz Clarice na abertura da entrevista que fez com Nelson Rodrigues, idos de 1970:
“Avisei que desejava uma entrevista diferente. É um homem tão cheio de facetas que lhe pedi apenas uma, a verdade”
E lá vai a primeira pergunta, à queima-roupa: “Você é da esquerda ou direita?”.
Nelson responde: “Eu me recuso absolutamente a ser de esquerda ou de direita. Eu sou um sujeito que defende ferozmente a sua solidão. Cheguei a essa atitude diante de duas coisas, lendo dois volumes sobre a guerra civil na História. Verifiquei então o óbvio ululante: de parte a parte todos eram canalhas. Rigorosamente todos. Eu não quero ser nem canalha da esquerda nem canalha da direita”.


http://livrosetc.blogfolha.uol.com.br/2012/06/04/nelson-responde-a-clarice-se-e-da-esquerda-ou-da-direita/