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quarta-feira, 21 de março de 2012

Aqui - Da Menina - Tulipa Ruiz


“Dancers among us”

“Dancers among us” ou a celebração da vida, por Jordan Matter

publicado em fotografia por
 
Quantos de nós já sentiram uma vontade urgente e irreprimível de dançar em locais e momentos inapropriados? E quantos de nós efetivamente o fazem? Por que razão, à medida que vamos envelhecendo, reprimimos tantas vezes a nossa euforia e entusiasmo, quando estamos em público? Em que momento perdemos a magia do mundo de fantasia que criámos em criança? Estas questões foram o mote para que o fotógrafo americano Jordan Matters criasse o projeto “Dancers Among Us”, uma representação da vida como ela realmente deveria ser vivida.
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© Jordan Matter, "Dancer Among Us" - in San Francisco (Sharon Gallagher).

Inspirado nas brincadeiras do seu filho de três anos, Jordan Matter quis criar fotografias que mostrassem o mundo como se ele fosse visto pelos olhos fantásticos de uma criança. Ao assistir a uma performance da Companhia de Dança Paul Taylor, soube imediatamente que tinha encontrado os parceiros perfeitos para esta “brincadeira”. Na sua cabeça, tudo fez sentido: os dançarinos são contadores de histórias; são treinados para encarnar momentos apaixonantes e os seus corpos são uma impressionante combinação atlética e artística.
O projeto começou na Primavera de 2009, sem trampolins ou qualquer outro apoio: apenas vontade e muitas horas de treino e, com ele, Jordan e os dançarinos criaram um mundo de fantasia, oferecendo-nos um olhar mais demorado sobre cenários e situações quotidianas que nos são familiares.
De forma contagiante, deram vida ao que sentimos mas que, tantas vezes, não temos capacidade ou coragem para expressar fisicamente. Sorrindo, voando bem alto ou deitando-se no chão, celebraram o que a maior parte das pessoas parece ignorar, trazendo luz e dando vida a momentos do quotidiano.

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© Jordan Matter, "Dancer Among Us" - in Columbus Circle (Michelle Fleet).

Neste mundo de fantasia, nada é demasiado pequeno ou insignificante: comer, fazer compras, dormir, trabalhar, brincar, limpar, namorar – seja qual for a atividade, é recheada de paixão, intensidade e humor. O resultado: imagens impregnadas de alegria, energia e humor que contagiam quem vê com uma indelével sensação de bem-estar. O antídoto inesperado para a crescente ansiedade que caracteriza a vida atual.
Jordan confessa que criou estas imagens para os seus filhos. Porque são o seu bem mais precioso. Estas fotografias representam, segundo ele, os sonhos que tem para eles, com maior realismo e verdade do que alguma palavra alguma vez o poderia fazer: “apreciem os momentos – importantes ou insignificantes -, apreciem a beleza que vos rodeia e vivam!”.
Ao vermos o trabalho de Jordan, vêm-nos à memória, inevitavelmente, as palavras de Ana Maria Schall: “A vida é curta, quebre regras, perdoe rapidamente, beije demoradamente, ame verdadeiramente, ria incontrolavelmente, e nunca deixe de sorrir, por mais estranho que seja o motivo. A vida pode não ser a festa que esperávamos mas, enquanto estamos aqui, devemos dançar.
E podemos dizer, como José Saramago: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

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© Jordan Matter, "Dancer Among Us" - in Central Station (Jake Szczypek).
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© Jordan Matter, "Dancer Among Us" - in Sarasota (Danielle Brown).
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© Jordan Matter, "Dancer Among Us" - in Times Square (Jeffrey Smith).
Site Jordan Matter


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012

My Girl - The Temptations



Estímulos precoces ajudam criança Down

 


Pais precisam atentar para problemas de audição, visão e músculos, que atrapalham tanto quanto os mentais

Combinação complexa e pouco compreendida de fatores genéticos e ambientais leva à variação entre pacientes


O judoca Breno Viola, com a mãe, Suely
O judoca Breno Viola, com a mãe, Suely

MARIANA VERSOLATO
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


O diagnóstico de síndrome de Down deixou, há tempos, de ser uma sentença que determina o potencial de alguém. Com expectativa de vida cada vez maior e mais qualidade de vida, portadores e suas famílias têm muito a comemorar hoje, Dia Mundial da Síndrome de Down.

Mas o que faz com que as crianças com a síndrome consigam se desenvolver ao máximo ainda é tema de discussão enquanto elas vão à universidade e estão cada vez mais incluídas socialmente.
"O tratamento e acompanhamento das patologias associadas faz uma grande diferença", diz Fabíola Pelissoni Vicente, médica geneticista da Apae de São Paulo.

Isso porque pessoas com Down têm mais chance de ter doenças como problemas cardíacos, hipotireoidismo, doença celíaca e leucemia.

Os males cardíacos podem atingir cerca de 50% das crianças com Down. Se não receberem tratamento, podem afetar o desenvolvimento da criança como um todo e ter repercussão em outros sistemas, como o nervoso.

VISÃO E AUDIÇÃO

Problemas de visão, audição e tônus muscular também são obstáculos ao desenvolvimento e à aprendizagem, independentemente do atraso intelectual.

É por isso que o acompanhamento médico deve ser feito desde o começo e ser constante, explica Vicente.
A estimulação deve ser iniciada o quanto antes, diz Patricia Tempski, médica e coordenadora do ambulatório de cuidado à saúde da pessoa com síndrome de Down do Instituto de Medicina Física e Reabilitação, ligado à USP.

A equipe deve ter fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional para aprimorar a dicção, a força muscular e outras habilidades.

"O maior ganho para crianças com ou sem síndrome de Down acontece nos primeiros anos de vida, quando se desenvolve a capacidade de os neurônios formarem novas conexões", diz Vicente.

Quantificar ou prever esse ganho, porém, não é uma tarefa possível, diz Tempski.

"Todo investimento é colhido, mas o quanto cada criança vai se desenvolver depende de um conjunto de fatores, como o acompanhamento médico, a estimulação pela família e doenças associadas, como o autismo."

Há diferentes apresentações do padrão genético da síndrome. No tipo mosaico, uma porcentagem pequena de células afetadas pela alteração genética pode levar a um desenvolvimento maior, quase idêntico ao de uma pessoa sem a síndrome.

Tempski diz ainda que o enfoque dos pais e da equipe deve ser na autonomia da pessoa com Down.
A dificuldade de encontrar informações sobre a síndrome que afeta a filha Beatriz, de um ano e 9 meses, fez com que a advogada Maria Antônia Goulart fizesse um site por conta própria.

O portal "Movimento Down" (movimentodown.org.br), patrocinado pela Amil, que será lançado hoje em Brasília, vai aglutinar informações dispersas sobre Down de maneira acessível.

A ideia é escrever para os portadores e não portadores da doença. O site terá colaboradores com Down.
Para Goulart, a falta de informações "dá uma angústia porque você não entende a situação que está vivendo".
 
http://sergyovitro.blogspot.com.br/2012/03/estimulos-precoces-ajudam-crianca-down.html

Burrocracia

 

MARTHA MEDEIROS - 



Recebi convite para participar de um evento literário em João Pessoa. Já quase não viajo a trabalho, preciso ficar mais tempo no meu escritório, mas respondi que, dependendo da data, talvez conseguisse ir. Foi então que me chegou uma lista de documentos que eu deveria providenciar para viabilizar minha participação.

Não acreditei. Nem para um ex-presidiário acusado de desfalque do Banco Central exigiriam tamanha quantidade de certificados de idoneidade moral e financeira. Eu teria que passar uma semana percorrendo cartórios e contratar um ou dois advogados. Muito grata, mas fica pra próxima.

Nunca vi um país se entravar tanto. Nada avança em ritmo razoável. As incensadas obras prometidas para a Copa do Mundo são apenas um exemplo. Afora maledicências, pilantragens e disputas de poder, ainda temos a questão da papelada: é 1 milhão de pareceres, assinaturas, carimbos e rubricas que impedem o andar da carruagem. Pois é, ainda estamos nos tempos da carruagem, trotando.

Durante a enxurrada que desabou sobre Porto Alegre, semana passada, tivemos mais do mesmo: ruas alagadas nos pontos de sempre. Ok, o asfalto não absorve a água, o lixo é jogado em locais impróprios e choveu o esperado para o mês inteiro. Mas não há pessoas dentro das secretarias de governo sendo pagas para resolver os problemas da cidade?

Vai chover de novo, e forte. E os carros ficarão boiando, poucos conseguirão chegar ao trabalho, o comércio terá que fechar, moradores perderão seus móveis, grávidas terão que ser retiradas de barco de dentro de suas casas. É um déjà vu recorrente.

Como não imagino que haja almas satânicas por trás da nossa administração, só posso pensar que a burocracia tem algo a ver com isso. Quantos estudos, laudos, aprovações, orçamentos, prazos remarcados, projetos refeitos serão necessários para resolver nossas pendências? É o país da novela, de fato.

Fizemos progresso na emissão de documentos pessoais – hoje se pode tirar uma certidão de nascimento ou uma carteira de identidade sem trâmites e demoras, mas ainda falta, como falta, para a gente ser uma nação que flui. A expressão “é pra ontem”, que configura a pressa, passou a ser literal. Não conseguimos sair do ontem e entrar no amanhã.

Os reféns da burocracia se defendem dizendo que não é culpa deles, exige-se o cumprimento da lei, e estão certos, senão vira bagunça. Mas alguém lá em cima, com a caneta na mão, tem o dever de promover mais agilidade nesse Brasil que só é rápido na informalidade. Há que se encontrar um meio de trabalhar de forma legal e ao mesmo tempo atender as demandas em prazo de país desenvolvido, que é o que almejamos ser.

O que é preciso para promover a desburocratização? Claro, uns 3.479 estudos de viabilidade. Pocotó, pocotó.
 
 
http://sergyovitro.blogspot.com.br/2012/03/martha-medeiros-burrocracia.html
 

Tá combinado - Maria Bethania