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domingo, 12 de maio de 2013

Coplexo de Édipo com a mãe alheia


POR XICOSA

“Antigamente quando eu me excedia/ Ou fazia alguma coisa errada/Naturalmente minha mãe dizia:/ Ele é uma criança, não entende nada.” (Erasmo Carlos)

Porque as mulheres com filhos são especiais, especialíssimas, como sempre sublinho nestes papiros mudernus.
Porque tem homem que morre de medo do que se costuma chamar por ai de “pacote completo”, quando a deusa vem com os seus meninos à tiracolo, canguruzinha marlinda.
Se bem que conheço amigas que temem mais do que nós hombres. Diante do menor barulho dos diabinhos fazem cara de Herodes.
Eu faço é cara de marido.
E tenho inveja porque não são meus. E tenho inveja porque não pude influenciá-los, ainda, nem na escolha do time.
Tudo bem, já saquei muito da cachola aquela lengalenga tipo Brás Cubas: não quero deixar na terra o legado da minha miséria etc etc.
Balela.
Bora fazer menino, minha musa, e confundir de vez criador e criatura.
As mulheres com filhos são o que há de mais tentador nesse lero-lero vida noves fora zero.
Incríveis, magníficas, únicas. No papo e na cama.
Agora rio aqui sozinho lembrando da noite em que fui pela primeira vez para a casa de uma ex-ex-ex.
Saía desesperado do quarto em busca de um copo d´água. O amigo que bebe sabe o que é um homem cego, que não achou os óculos na cabeceira, saindo por uma arquitetura desconhecida, na madruga, em busca de um refrigério para a ressaca.
Depois de alguns tropicões, seguindo uma fresta de luz, ainda sem fazer ideia onde estava a geladeira… eis que um endiabrado menino, senhoras e senhores, portando uma daquelas armas iluminadas que me levou direto para um conto de ficção científica.
Aquela tocha de fogo aumentou ainda mais a minha sede e desespero. Não se nega um copo d´água a um ressacado, apelei ao rapazinho.
Sorriso sádico, o menino, armado com uma daquelas miseráveis espadas de He-Man, não cedeu ao meu apelo. Quem manda mexer com a sua linda Jocasta. O ciúme e a sede de aventura o faziam me espetar e dar pulinhos ridículos e cegos.
Quando fui tomar o mísero copo d´água, o dia já havia dado as caras. Depois do duelo, e muitos passeios a três, de mãos dadas, nos tornamos grandes amigos.
Por isso é que aqui repito um haikai que fiz ainda nos anos 80:
Que coisa feia/ Complexo de Édipo/ com a mãe alheia!

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2013/05/12/coplexo-de-edipo-com-a-mae-alheia/