É possível amar. Mostras o caminho.
Depois te desesperas numa solidão de espinhos.
Escreves compulsivamente para anjos caídos.
Te quero de volta, viajante noturna.
Ultrapasse o umbral onde te confinaste.
E busque a palavra, sussurro em gotas.
Sou eu feito ninho no alto das copas.
Te digo o que sonhas, amor sem remédio.
Perdeste o rumo, estavas lotada.
Caiste em abismos jamais esquecidos.
Saltaste com tudo, sem nenhum equilíbrio.
Passei como o vento que te enlaça.
É para ti, confidente, estranho compasso.
Tens sorte ao dizer o que as nuvens te sopram.
Sou parte de ti, como arbusto em deserto.
Estou junto a ti, conflito de véspera.
Nei Duclós