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sábado, 12 de novembro de 2011

SÁBADO PEDE SAMBA, ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA...

cinema

A sétima arte(cinema) auxilia o aprendizado psiquiátrico- Prof Luiz Carlos Calil







A sétima arte ( cinema ) auxilia o aprendizado psiquiátrico

O Professor Luís Carlos Calil, da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM) - Uberaba /MG, na disciplina de Psiquiatria, nos mostra como os filmes nos ajudam a entender a Psiquiatria.

Introdução - Para alunos de Graduação do curso médico, a introdução da Psiquiatria com o estudo da Psicopatologia e Psicodinâmica é muitas vezes desestimulante e vista como linguagem hermética, dada a terminologia que lança mão e necessária abstração de idéias. Resulta que muitos estudantes se desinteressam pelo aprendizado de Psiquiatria que, muitas vezes, é concebida de forma estereotipada, como se não fosse uma especialidade médica.
Objetivo - A linguagem cinematográfica tem uma riqueza de recursos, desde o roteiro, atuação dos personagens e efeitos visuais muito atraentes e de fácil assimilação. Propõe-se utilizar filmes como instrumento facilitador do aprendizado de Psicopatologia e Psicodinâmica explorando a linguagem metafórica das obras.
Método - Partindo-se do Plano de Curso de Psiquiatria da Graduação médica da FMTM, elaborou-se uma lista correlacionando os temas do curso com conteúdos de filmes. A lista é oferecida aos alunos, sugerindo que assistam aos filmes antes das aulas sobre os temas.
Listaremos alguns títulos de filmes relacionados a Transtornos Psiquiátricos e/ou dinâmicas do funcionamento mental. Nosso propósito é fornecer subsídios à compreensão da Psicopatologia e Psicodinâmica de forma agradável. Obviamente deverão ser complementados por leitura de textos específicos. Lembramos que a linguagem cinematográfica é fantasiosa e romanceada. Retrata uma realidade, mas nunca será como a realidade dos pacientes aos quais nos depararemos. As referências para classificação serão a CID -10 e Teorias Psicanalíticas.
As interpretações dos filmes constituem-se numa leitura particular e não única das obras, portanto, podem ser contestadas e abertas à discussão.

Resultados - Em dois anos de experiência, os filmes têm se mostrado um bom recurso motivador de discussões em aulas e os próprios alunos têm sugerido inserção de filmes na listagem. Pretende-se em breve apresentar os filmes em anfiteatro da faculdade, seguido de discussão em grupo, idéia proposta pelos próprios alunos.

Esquizofrenias e psicoses no sentido amplo
Título: Um estranho no ninho
Resenha Psicopatológica: O efeito da lobotomia é um quadro demencial orgânico.


Título: O gênio indomável Resenha Psicopatológica: Um gênio matemático com afetividade primitiva.
Nos anos 50 John Nash Jr. aos 21 anos elaborou a “Game Theory”. Aos
29 anos apresentou surto psicótico diagnosticado como Esquizofrenia,
submeteu-se a internações e ECT sem resultado, perambulava como
homeless no campus de Princeton. Aos 30 anos remitiu quadro. Em
1994, recebeu Nobel de Economia. “A beaultiful mind: A biography of
John Forbes Nash Jr.” Autora: Sílvia Nasar que é jornalista. Provável
erro diagnóstico. Nesta época a escola americana superdiagnosticava
Esquizofrenia.

Título: Shine
Resenha Psicopatológica: História de um músico e evolução da doença com
evidente prejuízo no funcionamento social e criativo. Chama a atenção como
fator estressor , que pode ter contribuído para a manifestação da doença, a
educação rígida imposta pelo pai.

Título: Gêmeos, mórbida semelhança Resenha Psicopatológica: Relação fusionada –
ambos perdem a identidade, os limites do Ego (self).
Analiticamente é um quadro de Esquizofrenia.

Título: Asas da liberdade Resenha Psicopatológica: Autismo, cisão com a realidade.

Título: Atração fatal Resenha Psicopatológica: Relação de paixão sem qualquer consideração
pelo outro ou pela realidade. O modelo de relação é psicótico.

Transtornos de humor

Título: Mr. Jones Resenha Psicopat ológica: Transtorno de Humor Bipolar II – o personagem
apresenta episódios de Depressão e de Hipomania
Transtornos de ansiedade

Transtornos de ansiedade

Título: Melhor Impossível Resenha Psicopatológica: Quadro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo
(TOC), com rituais de limpeza, temor de contaminação, compulsão de
repetir ações com rituais para andar nas ruas. Defende-se do contato
afetivo com hostilidade, manifesta que esconde temor de estabelecer
vínculos e sofrer com eles.

Reação a estresse grave e transtornos de ajustamento

Título: Querem me enlouquecer Resenha Psicopatológica: Transtorno de ajustamento com perturbação
predominante de conduta. O estressor é o abuso sexual.
Transtornos mentais orgânicos

Transtornos mentais orgânicos

Título: Meu pé esquerdo Resenha Psicopatológica: Paralisia cerebral sem retardamento mental.
O comprometimento é motor. Habitualmente a causa é lesão cerebral
durante o parto ou nos 1os anos de vida.
Esquizofrenias e psicoses no sentido amplo

Transtornos alimentares

Título: Quando a amizade mata
Resenha Psicopatológica: História de duas adolescentes com distorção da
imagem corporal – uma com bulimia e outra com anorexia nervosa.


Transtornos de personalidade

Título: O silêncio dos inocentes Resenha Psicopatológica: Hanniball parece ser uma Personalidade antisocial,
como escreveu Kurt Schneider – sofre, faz sofrer e não aprende
com a experiência, portanto, intratável. Buffalo Bill retrata um Transtorno
Borderline de Personalidade. Há uma perturbação: a identidade sexual.
Tenta reconstruir à partir das peles que retira das mulheres, uma
identidade para si. Os crimes são uma tentativa psicótica da construção
de um self.

Título: Caça ao terrorista Resenha Psicopatológica: Retrata um terrorista – Carlos o Chacal.
Transtorno de Personalidade Anti-social. Chama a atenção a falta de
vínculo afetivo e crueldade fria.

Transtornos de desenvolvimento

Título: Rain Man
Resenha Psicopat ológica: Transtorno invasivo do desenvolvimento
– autismo infantil, com ilha de estilhaço (habilidade restrita a um tipo de
cálculo) Irrompe ansiedade quando muda rotina. Expressão pobre de
afeto.

Título: Código para o inferno Resen ha Psicopat ológica: Garoto autista com ilha de estilhaço – decifra
códigos. Pânico quando tocado por estranhos e frente a estímulos sonoros


MisceIânia

Título: Tempos modernos Resenha Psicopatológica: Diferenciar trabalho (que é
elaborado), de atividade (repetição mecânica, sem reflexão).
Pode-se exercer a Medicina como Atividade, portanto pouco
racional.

Título: O nome da Rosa Resenha Psicopatológica: Ensino do pensamento
Aristotélico.

Título: Sem saída Resenha Psicopatológica: Somente a prova de realidade discrimina
o delírio (pensamento que pode ser lógico, mas não é real) do fato
real.

Título: O campo dos sonhos
Resenha Psicopatológica: Filme de ritmo lento. Oniricamente é a Equipe
que gostaríamos de ter para trabalhar.

Título: Don Juan De Marco
Resenha Psicopatológica: O psiquiatra fica identificado com as
fantasias de sedução do paciente e muda seu comportamento
na relação conjugal. Essa identificação pode ser muitas vezes
catastrófica.

Título: Mentes que brilham Resenha Psicopatológica: Integração emocional de garoto superdotado
intelectualmente
.
Título: Dormindo com o inimigo
Resenha Psicopatológica: O homem tem traços paranóides de
personalidade e TOC.

Título: O príncipe das marés
Resenha Psicopatológica: Psiquiatra incompetente para lidar com
relações transferenciais e angustia de morte. Envolve-se com irmão do
paciente que trata.

Título: A vida de Brian
Resenha Psicopatológica: Comédia onde na busca fanática por um
Messias, fazem interpretações alegóricas às falas concretas do
personagem.

Título: Filadélfia Resenha Psicopatológica: Preconceito ao homossexualismo e AIDS.

Título: Equus
Resenha Psicopatológica: Objeto de desejo é um
cavalo. Perturbação do desenvolvimento da identidade
psicossexual.

Título: Cabo do medo Resenha Psicopatológica: Preso injustamente, o personagem
cultiva ódio e vingança contra seu advogado. Seu rancor,
fundamentado na realidade, denuncia um núcleo fortemente
paranóide.

Título: Óleo de Lorenzo
Resenha Psicopatológica: Baseado em fato real de pais que
procuram descobrir a cura para filho portador de doença
neurológica.

Título: Tempo de despertar Resenha Psicopatológica: Baseado em fato real de médico buscando a
cura da Encefalite Letárgica.

Título: Sociedade dos poetas mortos Resenha Psicopatológica: Neste filme e no próximo, ambos
protagonizados por Robin Williams, observa-se relações permeadas por
transferência, contra-transferência, identificação projetiva e resultados
imprevisíveis como um suicídio e um homicídio.
Um professor carismático que conduz alunos para uma visão
idealizada e irreal; culminando em um suicídio. Remete a
uma reflexão sobre como manipular adolescentes e seus
riscos.

Título: Patch Adams - O amor é contagioso
Resenha Psicopatológica: História de um médico nos anos
60, que utiliza o humor como recurso terapêutico. Visão
romanciada para lidar com a dor e a morte, o que não invalida
o idealismo. Ocorre um homicídio de uma discípula-amante do
protagonista.

Título: Betrayed trust
Resenha Psicopatológica: História baseada em fato real ocorrido nos
anos 70, nos EUA. O psiquiatra Jules Massermann, ex-presidente da
Associação Americana de Psiquiatria, usava Amital sódico para proceder
narcoanálise. Mantinha relações sexuais com as pacientes sob narcose.

Um exemplo a não ser seguido na manipulação e mau uso da confiança
estabelecida na relação médico-paciente.

O cabeleireiro do Elvis


Como o amigo Roberto Bolaño (1953-2003), Alan Pauls costuma misturar em seus livros referências pop/históricas e figuras fictícias, sempre de forma original, num hábil equilíbrio entre o realismo, puro e simples, e um tom levemente onírico, às vezes próximo do devaneio alucinatório. Em São Paulo para o lançamento de História do Cabelo, Pauls deve contar mais sobre o livro nessa quarta (ver serviço abaixo). Como exemplo de seu estilo hipnótico e também aperitivo para o bate-papo, separamos um dos melhores trechos do romance, no qual os “protagonistas” são nada mais, nada menos do que Elvis e seu cabeleireiro e guru Larry Geller.


“Ele só se lembra do cartão de noite, bem tarde, na cama, enquanto vê pela televisão um documentário sobre a vida de Elvis Presley que, como de hábito, herda de Eva. Antes de cair no sono, ele, com um último arroubo de entusiasmo, apoderou-se do controle remoto e empreendeu uma dessas turnês geralmente estéreis, desesperadas desde o início, em busca da gague, do cristal de nostalgia, do redutor de cintura, da fugaz epifania pornográfica que lhes permita despedir-se do dia verdadeiramente satisfeitos. De repente, enquanto se deixam adormecer pela vertigem desse carrossel de imagens sem som, ela aponta um dedo sonâmbulo para o televisor e diz: “aí”. “Aí” é a camisa bolero azul, as calças xadrez claras, as pernas espasmódicas de Elvis, que agiganta sua boca aberta como se fosse devorar o microfone. Eva diz “aí” e encosta um lado da cabeça no peito dele, de frente para a tv, e dorme no ato. (…) Curte Elvis, claro, mas não é ele, na verdade, que o cativa. É o cabeleireiro de vinte e quatro anos que numa tarde de 1964, conforme fica sabendo naquele instante, mantém o Rei duas horas fechado no banheiro de Graceland, a mansão de Perugia Way, em Bel Air, e lava, literalmente, o cérebro dele. Larry Geller. Muda sua vida para sempre. Aumenta o volume. “Geller lhe abre as portas da teologia. Hinduísmo, budismo, cristianismo, vegetarianismo, autoajuda…” Em pouco tempo, ao que parece, Elvis o contrata como assessor em tempo integral. Não o chama de meu cabeleireiro, mas de meu guru. Salvo o Coronel, seu lendário manager, não há ninguém na corte de Presley com a mesma categoria. Por Elvis, Geller renuncia a Peter Sellers, Steve McQueen, Paul Newman, a toda sua carteira de clientes. Cortará o cabelo dele para sempre; a última vez, na manhã de 16 de agosto de 1977, no dia de sua morte. “Em um ano, Elvis devora uma bibliografia de mais de cem títulos dedicados a todas as correntes religiosas em busca de uma resposta às perguntas que afligem todo ser humano: quem somos?, de onde viemos? Mas acima de tudo… por que eu fui o eleito?” Um dia, viajando juntos pelo Novo México, Elvis confronta Larry: passou um ano inteiro estudando e Deus não lhe deu uma só resposta concreta. “Você precisa deixar seu ego de lado para deixá-lo entrar”, diz Geller. “Esqueça os livros e o conhecimento e se esvazie para que Deus possa entrar em você.” Elvis reflete sobre a crítica com humildade e dirige em silêncio através do deserto. Logo depois tem a impressão de ver Stálin desenhado numa nuvem. Para o carro, pula sobre o capô e grita fora de si: “Por que Stálin? O que Stálin está fazendo lá em cima?”. Em seguida, o rosto de Stálin se transforma no de Cristo. É o primeiro encontro de Elvis com Deus. “O que meus fãs pensariam se me vissem agora?”, pergunta a seu cabeleireiro guru com lágrimas nos olhos. “Iriam gostar ainda mais de você”, diz Geller. “Assim espero”, diz o Rei, e apanha seu lenço.”

A hora da estrela

Posfácio do Tradutor

Clarice Lispector

  • Benjamin Moser conta da sua busca pela tradução perfeita da obra de Clarice Lispector. O ponto de partida é A hora da estrela.
    Em 1954, quando vivia em Washington como mulher de um diplomata brasileiro, Clarice Lispector recebeu a tradução francesa de seu primeiro livro, Perto do coração selvagem. Publicado uma década antes no Rio de Janeiro, este livro foi seu primeiro a ser traduzido no estrangeiro, e o resultado foi calamitoso.
    Numa série de cartas que supostamente “prejudicaram a saúde” de seu editor, ela deu conselhos valiosos para seus futuros tradutores.
    “Admito, se o senhor quiser, que as frases não refletem a maneira usual de falar, mas lhe garanto que ocorre o mesmo em português”, ela escreve. “A pontuação que eu emprego no livro não é acidental e não resulta de uma ignorância das regras gramaticais. O senhor concordará que os princípios elementares de pontuação são ensinados em qualquer escola. Estou plenamente consciente das razões que me levaram a escolher essa pontuação e insisto que ela seja respeitada.”
    Este é um ponto que seus tradutores fariam bem em reter: não importa quão estranha a prosa de Clarice soe em tradução, ela soa igualmente insólita no original. “A estrangeiridade de sua prosa é uma das evidências mais contundentes de nossa história literária e, ainda, da história de nossa língua”escreveu o poeta Lêdo Ivo.
    A escritora canadense Claire Varin lamenta a tendência de seus tradutores a “arrancar os espinhos do cactus”.
    Essa tendência é compreensível. Pode mesmo ser inevitável. As palavras esquisitas de Clarice Lispector, sua sintaxe estranha, a falta de interesse na gramática convencional produzem frases – ou fragmentos de frases – que vão na direção da abstração sem nunca chegarem lá. O seu objetivo, místico além de artístico, era reorganizar a linguagem convencional para encontrar sentido, sem nunca descartá-lo por completo.
    Paradoxalmente, quanto melhor o português do leitor, mais difícil é ler Clarice Lispector. O estrangeiro com uma noção básica das línguas latinas consegue ler A hora da estrela com facilidade. O brasileiro, contudo, frequentemente acha Lispector difícil. Isso porque suas sutis reorganizações da linguagem cotidiana são tão surpreendentes que desconcertam o leitor, principalmente o leitor com pouca experiência de seu estilo.
    Quando minha biografia de Clarice Lispector, Clarice,, foi publicada no Brasil, ocorreu um problema surpreendente. Não menos do que cinco revisores examinaram o longo manuscrito. E todos tentaram corrigir, além da minha, a prosa da própria Clarice.
    Difícil, mas não intraduzível
    Ainda assim, seus livros não são intraduzíveis. Eles não são cheios de regionalismos, gírias, trocadilhos ou piadas internas. A intenção de Clarice é quase sempre perfeitamente clara. O tradutor então tem de resistir à tentação de explicar ou reorganizar sua prosa, o que só pode enfraquecê-la e removê-la da aura “estrangeira” que é a sua marca, e sua glória.
    Neste que foi o último livro que Clarice publicou em vida, a linguagem deslocada que se tornou sua marca desde Perto do coração selvagem quase racha. Ela tem uma beleza crepuscular que, mesmo quando não inteiramente inteligível intelectualmente, cria no leitor uma reação emocional e até mesmo tátil.
    Em Clarice,, escrevi que muito da fama subsequente de Clarice Lispector, sua duradoura popularidade junto a um público amplo, repousa nesse livrinho, no qual ela conseguiu juntar todos os fios de sua escrita e de sua vida. Explicitamente judaico e explicitamente brasileiro, ligando o Nordeste da infância com o Rio de Janeiro da vida adulta, “social” e abstrato, trágico e cômico, unindo suas questões religiosas e de linguagem com a força narrativa de seus melhores contos, A hora da estrela é um monumento digno da “genialidade insuportável” de sua autora.
    É uma grande satisfação pessoal inaugurar a retradução de Clarice Lispector feita pela New Directions com The hour of the Star (A hora da Estrela). Foi o primeiro livro dela que eu li, quando era um estudante do segundo ano de faculdade. Desde então me tornei íntimo do seu trabalho. Mas foi apenas durante a tradução deste livro que realmente compreendi quanta coragem foi necessária para escrever assim.
    Espero que essa nova versão, assim como o trabalho dos tradutores responsáveis pelos outros volumes na série, restaure os espinhos ao cactus.

    *Benjamin Moser é autor de Clarice, , biografia de Clarice Lispector
    publicada pela Cosac Naify. Atualmente é o responsável pela tradução
    das obras da escritora para o inglês.
    Este texto, originalmente intitulado Translator’s afterword, integra aedição americana de A hora da estrela. Tradução: Luiza Franco

Scorsese e o Dragão da Maldade


às 14:36

Apesar de não mencionar Glauber Rocha em Conversas com Scorsese, o diretor americano tem verdadeira adoração pelos trabalhos do brasileiro, em especial por O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, ao qual viu pela primeira vez no cinema do MoMA, no início da década de 1970.
Está disponível na internet um depoimento de Scorsese sobre a influência de Glauber Rocha em suas produções: “Não há dúvida de que O Dragão da Maldade tenha tido uma enorme influência sobre Caminhos perigosos e Touro indomável. Usamos música brasileira em Touro indomável em homenagem a Glauber…”. Nos vídeos, ele analisa a obra de Glauber com riqueza de detalhes e chega a compara-la a músicas de Bob Dylan como Like a rolling stone.




"Sempre que dirijo um filme, a primeira coisa que faço, se falta algo, vejo filmes russo dos anos 1920: Einsestein, Dovjenko, Vertov, Dziga Vertov, coisas de Pudovkin, algo de Kuleshov… e sempre que posso, O Dragão da Maldade ou Terra em Transe. Isso é para fazer a cabeça pegar no tranco, para refrescar a memória e ser inspirado por eles, para ficar perto do grande cinema, para ver e fazer parte disso."