Pesquisar este blog

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

momentos






Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa dos nossos sonhos e abraçá-la.




Clarice Lispector

"Quando a Palavra Era um Verbo"


Autor: Sara Rodrigues da Costa

Colecção: Prazeres Poéticos

Páginas: 71

Data de publicação: Junho de 2011

Género: Poesia



"Sou eu,

Ou serei,

Para lá caminho.

Para os dias em que os nossos actos

Nos elevam a quem somos

E não ao projecto do que podemos ser.

Sou eu

Ou serei,

Para lá caminho.

Para os momentos em que somos filtros,

Deixamos o banal

E não interessam as palavras que digo

Mas sim a força com que as grito."



No poema perdi-te,

Vi-te morrer.

No poema

Continuei a fingir que não morremos nunca,

No poema desenhei-te,

Traço por traço,
Sombra por sombra.
No poema desenhaste-te,
Fizeste-te vivo em palavras.

No poema despedi-me
Sem dizer adeus.
No poema falei de morte
E deixei de dar nomes às coisas,
Na vida, na morte e no poema,
Esquecemos a forma
E lembramos apenas o sentido.

sara rodrigues costa
in quando a palavra era um verbo (Chiado Ed., 2011)

Fábrica de Escrita

A BAHIA NA TELA

Introducing an artist and his art from my home town Bahia/Brazil, Henrique Passos.
http://www.henriquepassos.com/?p=home

His work speaks for itself...


Enjoy!!!!



Querida Salvador



Que bom te ver! Que bom te conhecer! Eternamente Linda de Todos os Encantos, de Todos os Santos e Axés!

Musa que me inspira de tão linda que és!

Hoje, acordei com vontade de te retratar e mostrar a beleza de tuas curvas, de tuas cores, de tua luz que reluz e me faz sonhar.

Sonhar como poeta que morre de amor por ti! Que saudade de tuas antigas ruas, das torres e sobrados que a cada detalhe me faz lembrar o nosso primeiro encontro.

O que tiraram de ti vou reconstruindo e te devolvendo em traços e cores, apagando as dores que um dia te fizeram sentir.

Tua história, tua beleza serão eternas e como pintor te imortalizarei em minhas telas, sempre te retratando.

Como disse o “Poetinha” somos responsáveis por quem amamos, sendo assim, sempre cuidarei de ti meu Grande Amor! Será Eternamente Linda! Juntos teremos muitas histórias para contar.


Henrique Passos (463 anos de Salvador – 29 de março/2012).



Salvador Vista do Mar - 2013



+ Ver detalhes
tamanho real: 78x136cm
Barra - Forte de Santa Maria - 2013



+ Ver detalhes
tamanho real: 54x73cm
Barra - Forte de Santa Maria - 2013



+ Ver detalhes
tamanho real: 75x140cm


tamanho real: 100x150cm
Festa de Iemanjá.



+ Ver detalhes
tamanho real: 100x160cm




tamanho real: 62x100cm
                                              



" Zumbi " - Jorge Ben Jor


O jornal dos sonhos




Todo homem tem o jornal pessoal dos seus sonhos.
Sou um incurável gutenberguiano e curto jornal de papel. Passei a maior parte da minha existência gastando sola de sapato e cadernos de anotações, duas coisas fundamentais para um homem de imprensa.
Os jornais de papel que existem na praça possuem certezas demais e não me satisfazem no momento –e aqui incluo minhas humaníssimas gotas lacrimejantes de nostalgia na parada, óbvio, o que seria de uma criatura se não se pusesse nostálgica até pelo ocorrido da última hora?.
O jornal dos sonhos carece de um certo lirismo bêbado e irresponsável, aquela onda “vai ser gauche na vida”, o lirismo anárquico, jamais um se dobre à direita, donde já se viu sinal tão troncho, meu jovem.
O jornal dos sonhos larga tinta e suja a tapioca branquinha da rotina.
O jornal dos sonhos tem que ter mulher na manchete diariamente. Mulher fez isso, mulher fez aquilo, mulher acordou, mulher dormiu, mulher e um verbo. Um jornal de verdade só precisa de mulher e um verbo.Talvez sangrentas exclamações uma vez por mês!!!
Jornalismo é sangue e amor!!!
Jane Fonda subindo aos ares como  Barbarella, por exemplo, é manchete em seis colunas.
Uma boa rótula de uma galega que acabo de ver aqui na Miguel Lemos é manchete.
Meu novo amor que precisa de um hotel com varanda é manchete!!!
Mas eis que me sinto vingado!
Eis que meu amado Paulo Mendes Campos me sai com o seu “Diário da Tarde”. Alvíssaras, meus camaradas, desbocarro-me em risadas tantas e celebro a notícia. Da janela de Copacabana, ai de mim, estouro duas caixas de fogos Caramuru, comemoração sem barulho constrange minha alminha vira-lata nada zen.
O “DT” até havia saído em forma de livro. Era dos 80. Mas agora saiu como PMC, o cronista do “o amor acaba”, queria, gostaria mesmo, imagino. Um tablóide dos sonhos, meu caro Flavio Pinheiro, meus renovados parabéns e longa vida, amigo.
O “Diário da Tarde’ é o meu jornal e pode ser folheado, como recomendava seu diretor de redação, “num lindo dia de chuva, à falta de uma boa pilha de revistas”.
Em tempos de mais de 30 0×0 no campeonato nacional -vai, Corinthians!-, o meu jornal berra em crônica esportiva: “O gol é necessário”. O gol é o pão do povo. Morte a quem inventou o ferrolho, a retranca, como os suíços na Copa de 50.
“Você gosta de angu à baiana?”, perguntou Garrincha ao nosso amado PMC. Assim eles se encontraram, botafogamente ao crepúsculo de General Severiano.
Notícias quentinhas que você só lê no “Diário da Tarde”. Garrincha prometeu o angu, mas driblou o cronista, tinha mais o que fazer: foi matar passarinho no arvoredo de Pau Grande.
O “Diário da Tarde” é assim, como vou contando aqui.
O “DT” é de fácil de entendimento e assim estão distribuídas as editorias do mesmo: Artigo indefinido, Coriscos, O Gol é necessário, Poeta do dia, Bar do Ponto, Piripau, Grafite e Suplemento Infantil. Ilustrações: Veridiana Scarpelli.
Vamos todos ler o “Diário da Tarde”, minha gente, conclamo. Lá tem até o Jayme Ovalle dizendo coisas: o importante não é gostar ou não do uísque, “o importante é saber se o uísque gosta da pessoa”.
No capítulo bebedeira, o jornal se esmera, folgado, folgazão.
PMC revela, por exemplo, que o pior bêbado é o que tem razão para beber. O bêbado de tese, o bêbado em dor-de-cotovelo, o bêbado que sabe de cor os embargos infringentes.
Leia também no seu “Diário da Tarde”: o milagre da vida está em Walt Whitman. Quem há de discordar? Eu mesmo não sou doido. Eu vejo W.W. em tudo, até na bunda da mulata que sobe agora faceira a escadaria de Cantagalo. Há vida, há Whitman.
O “Diário da Tarde” só tem um defeito: tem futebol, tem drama, tem a dor da gente, tem poesia, tem jazz, tem o coração das trevas… só não tem horóscopo. (Sim, senhor diretor de redação, também sou supersticioso, viver dá azar etc.)
E para terminar a nossa preleção, caros colegas, reparem que pérola atualíssima do nosso homem de imprensa Paulinho Mendes Campos, gênio-mor das Geraes e região:
“Hai-kai: Pobre/apanha/até da mãe”.
O “Diário da Tarde”(ed.IMS) está à venda nas boas casas do ramo, tem 96 páginas e custa 44,90 mangos.  Gastar é gosto.
Como você faria o jornal do sonho?

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2013/11/20/o-jornal-dos-sonhos/