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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Que nem Jiló

"E porque um dia eu pensei que seria possível, que chegaria aos seus olhos, que você percorreria as linhas como se palmeasse meu corpo e me descobriria nas curvas e saberia meus intervalos, as pausas, veredas, silêncios, porque eu planejei abraços, porque eu suspeitei felicidades, é que aprendi a soletrar saudade com as letras do seu nome."


"A saudade. Escrevo e não sei continuar. Saudade e pronto. Ponto. Saudade é o que não dá pra dizer. É um furo sem borda, corte sem cicatriz nem sangue, morte sem esquecimento. É o soluço do pranto, o espanto, o hiato entre a dor e o grito. A saudade é não agüentar, cometer sandices, saber e de nada adiantar. A saudade é o que incrimina, o que insiste em maltratar, o que não termina. Saudade é a sombra do que não existe. A saudade é em mim e eu nada sou. Sim, eu me lembro de você. Você é o meu coração batendo rápido, a boca seca, o sal escorrendo dos olhos. Você é o latejar no ventre, o grito interrompido, o sorriso permanente. Você é em mim o tempo todo, como eu poderia esquecê-lo?"

Dadá, França Teixeira, o Cangaço

Nos anos 70 ouvi, pelo rádio, uma entrevista de Dadá, viúva do lendário cangaceiro Corisco. Quem a entrevistava era França Teixeira, célebre radialista. Fiquei inebriado pela rica e peculiar oratória da sertaneja, revelando passagens que ela vivera ao lado do bando liderado pelo Capitão Virgulino, o Lampião. A certa altura da entrevista Dadá relata que a arma que Maria Bonita, a célebre companheira de Lampião, usava na cintura era praticamente um adereço não a usando a bela Maria para atirar nas volantes que incansavelmente perseguiam o grupo atirando para matar. Para em seguida afirmar que ela própria, Dadá, empunhava quando necessário se fazia, sua arma contra os macacos, que é como os cangaceiros chamavam os da volante. E França lhe pergunta: "Então você, Dadá, chegava a atirar nos soldados?" Ela, sem pestanejar; "Sim, quando preciso atirei." França insiste: " Desses nos quais você atirou algum morreu?" Então Dadá, com um sorriso mais enigmático que o de Monalisa, redargue: "Que eu visse, não!"
 
 
 

Escrever é Triste, mas ler este novo blog é uma alegria

É menina, dizem. E deve mesmo ser, já que os rapazes rodopiam ao redor, alertas. É blog, mas no feminino. Nova. E velha, como são as mulheres que se sabem em olhos e não em espelhos. É triste, porque já dizia o Vinícius, uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade, um molejo de amor machucado. Há de ser sempre dita e muito falar, porque o feminino é o impossível de dizer e que há de mais agradável ao humano do que o que não se pode? Até que se cale, porque o feminino é também o mistério. É das obedientes, afirma, a não ser quando não é – antecipo.

Diz-se de alguém que é espe­cial, que tem sig­ni­fi­cado ímpar, de quem real­mente se gosta, que é a “menina dos olhos”. Pois. Bons olhos a viram che­gar. Sendo-me com­ple­ta­mente des­co­nhe­cida, sinto um ter­nura de reen­con­tro. Fez os dese­jos acer­ta­dos, ainda à porta: choro e riso. Já faço parte do bando de leitores que espreitam-lhe as saias, que observam os caprichos e adivinham os caminhos. Dos que torcem, esperam, aplaudem. Dos que gostam. Eu leio. Não com menor prazer por encontrar ecos de jazigos que visitava.

Escrever é triste, sabe a menina. Escreve-se porque não se pode evitar, para ser lido, para tentar dizer, para não morrer. Escreve-se para passar o tempo, para parar o tempo, para mudar a história. Escreve-se para tecer em palavras um véu que esconda o horror deste vazio que nos ocupa. Escreve-se porque se é humano e o mais humano é dizer-se. Só a morte íntima é que sabe se tornar letra. Escrever é reconhecer toda falta: de tempo, de corpo, de ser. E é negar, em cada traço, o vazio. Escrever é triste, mas ler nem tanto. Ler é uma entrega e uma conquista. É colocar meu exército no território do outro e fazer, dele, o meu. E isso será sempre posse e estranhamento. Leio porque em uma inflexão, em um intervalo, em uma curva da frase, espero a injunção ao meu desejo e a um saber. Leio porque espero, no encanto das palavras, uma possibilidade de encontro que no real se esquiva. Leio pela sombra, pelo escuro, pelo silêncio que um dito porta. Ler é uma solidão escolhida que nos aparta da solidão imperiosa de existir. Escolho a menina. E você?

É um nascimento que festejo. Fez-me bem. Como quero bem aos que chegam ao Borboletas, espalhei links pelo texto todo, aí em cima. Enjoy. De minha parte, já coloquei na lista de favoritos aí na coluna ao lado.

 
 
 
 
 
 

Cássia Eller mistura sua timidez latente à rebeldia quase adolescente.

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Cássia Eller
Cássia EllerCássia EllerCássia EllerImage Detail
Cássia Eller nasceu no Rio de Janeiro RJ em 10 de Dezembro de 1962. Residiu em Santarém PA, Belo Horizonte MG e Brasília DF. Tocando violão desde os 18 anos, chegou também a cantar opera e frevo e a tocar surdo em grupo de samba. Voltando ao Rio de Janeiro em 1990, foi contratada no mesmo ano pela Polygram. Seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990, incluiu regravações de Rubens (Premeditando o Breque), Já deu pra sentir (Itamar Assumpção), Qualquer dia (Legião Urbana) e um arranjo reggae para Eleanor Rigby (Beatles). O segundo, Marginal, trouxe ECT (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Nando Reis). No terceiro disco, Cássia Eller, gravou uma versão de Malandragem (Frejat e Cazuza), muito tocada nas rádios. Em 1996 lançou Ao vivo, gravado nas apresentações carioca e paulista do show Violões. Em Veneno antimonotonia (1997), traz somente composições de Cazuza. Impôs-se por seu estilo enérgico de interpretação, principalmente em razão de seu timbre vocal de contralto – uma das mais marcantes vozes da nova MPB . Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos de idade.
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira Art Editora e PubliFolha



"Queria ser cantora de ópera", dizia Cássia Eller
da Folha Online

Leia algumas frases da cantora Cássia Eller, que morreu aos 39 anos, no Rio de Janeiro.

"Quando criança, queria fugir com o circo, mas acabei sendo garçonete e cozinheira, aos 18 anos, em Brasília."

"Eu tenho influência de rock, como também tenho de música brasileira. Mas isso não me preocupa, não. Por mais que eu seja doidona, escrachada, debochada, numa atitude mais rock'n'roll, eu tenho aquela coisa de MPB, sim. São dois lados bem fortes em mim. Não fico pensando nisso, não."

"Não quero ter de me preocupar com nada a não ser o palco, o show, a música. Preciso confiar e ter um bom relacionamento com quem me vende. Não quero gastar meu tempo fazendo isso. Vai me tirar o humor. Vou me tornar uma pessoa mais amarga. Então preciso muito do meu empresário. É igual casamento, porque pode mudar tudo na sua vida."

"Não tenho nem formação musical acadêmica nem nada acadêmico. Nem porra nenhuma. Estudei até o segundo grau, mas não terminei. Eu era normalista lá em Brasília. Repeti o segundo ano umas quatro vezes, mas já tava cantando. Passava a noite inteira acordada aí não tinha jeito de estudar de manhã e de tarde. Porque no curso normal tinha de estudar de manhã e à tarde. Não há cristão que aguente isso. Aí não deu certo não, tive que largar. Também já não gostava mesmo."

"Nunca pensei assim em atingir uma meta ou um objetivo musical. Eu queria era fazer show, só isso. Eu arrumava a banda e tal, mas o máximo que eu pensava assim, no futuro, era fazer aquele show. Eu queria gravar disco, mas não pensava em carreira, seria uma consequência daquilo que eu tava fazendo."

"Eu estudava canto numa escola de música, queria ser cantora de ópera. Mas a idéia só durou uns seis meses. Não dava certo meu estilo de vida com o jeito dos cantores clássicos. Tem que ter muita disciplina. E eu até tenho, mas é do meu jeito."

"Eu tava meio com medo de conhecer Waly Salomão. Mas aí vi que era um cara ótimo, um grande amigo meu, cara sensacional e que me ajudou a fazer o disco "Veneno Antimonotonia". Foi o disco que eu tive mais liberdade pra fazer até agora."

"O Waly fez com que eu me sentisse segura. Fez com que eu visse que dou conta de fazer um disco, que era a coisa que eu tinha mais medo na vida. Ele assinou a produção do disco pra que eu e a banda pudéssemos fazer a produção, de fato. Ele botou o nome dele, mas quem fazia tudo mesmo era a gente. A gente conversava, perguntava para os técnico. Porque a gente não entendia porra nenhuma daquilo. E o Waly falava: "vocês têm o direito de fazer isso, o disco é de vocês e tal... E foi bom que a gravadora não interferiu em nada"

"Para o disco que gravei só com violões (Ao Vivo, 1996) chamei o Serginho Serra, que me apresentou o Waltinho, o Walter Villaça, que é um dos melhores músicos com quem já toquei na minha vida. Fiquei muito feliz em conhecer esse cara."









Cássia Eller vive e ainda é uma garotinha

 
 

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CRÔNICA/RELÍQUIA
Cassia Eller, 49
Maria Aparecida Torneros

Ela só pedia a Deus um pouco de malandragem. Sua geração, sucesso dos anos 90, mocidade vivida entre Brasília , Minas e Rio de Janeiro, nos legou um tipo de música cuja interpretação tão forte é um símbolo dos pós anos 70, os filhos daquela gente que ia ser hippie e ia mudar o mundo. Cássia Eller faria 49 anos esta semana, parece que ela ainda está por aí, nos nossos recantos onde observamos as garotinhas que quase 49, as mesmas que tiveram a coragem das mães solteiras, das mulheres destemidas, de pares reais ou efêmeros, de gente cuidadosamente descuidada com a própria vida.
Seus contemporâneos, Cazuza e Renato Russo, eram tão bons e tão fascinantes, na sua arte, que seguem nos encantando tal o nível de criatividade e expressão musical. Cassia tinha uma voz tão forte e tão destemida, ela era um furacão e ao mesmo tempo era doce. Um documentário especial homenageando seus 49 anos, na Globo News, mostrou facetas da cantora e depoimentos sobre trajetória de vida e sua estrada de sucesso. Zelia Duncan falou da docilidade que ela podia imprimir na própria voz , quando queria, como se uma gama de possibilidades vocais a separassem do lugar comum.
Cássia Eller e Nando Reis, uma dupla de extasiar, cantando Relicário, imperdível e inesquecível. Lembro de um carnaval na Bahia, em 200, transmitido na televisão, quando a Cássia apareceu de seios de fora, solta como um pássaro, ela cantou “Polly”, do Nirvana, em pleno carnaval da Bahia, e deixou o Vanutty sem falas quando mostrou os peitos, no gesto irreverente e natural.
Em 2002, Armandinho e seu trio elétrico que desfilou no circuito Barra-Ondina no carnaval de Salvador fez uma homenagem a ela, durante a apresentação do blogo “Trio Fobicão, na avenida. Depois de mencionar a criação da guitarra elétrica e do trio elétrico, obra de Dodô e Osmar, Armandinho emendou uma homenagem à cantora Cássia Eller, que morreu em dezembro de 2001, vítima de infarto, com a música “Malandragem”.
Num trecho de artigo de autoria de Hagamenon Brito, vale ressaltar o que ele diz :”filha de um sargento paraquedista do Exército e mãe dona de casa, Cássia Eller completaria 49 anos. Quis o senhor da razão e da emoção, porém, que a cantora carioca partisse cedo demais, aos 39 anos, em 29 de dezembro de 2001, de infarto.
Entretanto, caros admiradores da irmãzinha tímida e rebelde de uma geração, uma década depois de sua morte não existe motivo para tristeza e, sim, celebração por tudo aquilo que Cássia Eller viveu – de modo intenso -, cantou e deixou. Dois lançamentos da gravadora Universal homenageiam a única cantora que rivalizou com Marisa Monte nos nos 90 em impacto e relevância na música brasileira – mas que, diferentemente da comportada MM, foi rock’n’roll em atitude e irreverência no palco e na vida pessoal”.
Ela nos deixou um relicário imenso, se contabilizarmos suas interpretações tanto nos lançamentos em vida como nos álbuns lançados pós-mortem e agora, nas edições que homenageiam sua memória com um trabalho coordnado e remasterizado por Carlos Savalla, intitulado O Mundo Completo de Cassia Eller, que reúne, em nove CDS, todos os álbuns da artissat e mais o DVD do show Violões, de 1996.
Faz bem lembrar que ela gravou Clarice Lispector, Que o Deus venha, poema musicado por Cazuza e Frejat. Importante voltar no tempo e ouvi-la interpretar No me quites pas, e nunca esqueçamos que ela ainda é mesmo uma garotinha rebelde, mãe do Chicão, ousada, nos contando que mudaram as estações… Tudo era pra sempre, sem saber que pra sempre, sempre acaba…
“Mas nada vai conseguir mudar… nem desistir nem tentar, agora, tanto faz”, garotinha Cássia, você estará sempre de volta para a casa… que é o coração de gerações que aprenderam a respeitar sua passagem por aqui e a amar sua arte inquietante. “Palavras ao vento”, talvez você esteja mesmo coberta de razão, anda por aí tentando encontrar o tal amor que jamais será palavras apenas, palavras pequenas… Você conquistou o seu lugar na paixão da vida agitada e sôfrega, agitou, agita ainda, pois ainda não se superou e tem fôlego para seguir encantando novas gerações, afinal, “quando o segundo sol chegar para realinhar as órbitas dos planetas”, você estará na frente, pois este outro tem um nome: Cássia Eller…
Maria Aparecida Torneros, jornalista e escritora, mora no Rio de Janeiro onde edita O Blog da Mulher Nessária, que abrigou o texto originalmente.

Comentários

regina on 15 dezembro, 2011 at 14:28 #
Perfeito!!! Obrigada, Cida! Eu cheguei um pouco tarde no trem da Cassia Eller, mas, quando a descobri me encantei, comprei tudo que ela tinha feito e fui curtir, ainda curto todo santo dia!!!! Como ela, poucas!!!!
Já roubei e postei no “Sussurro”. VALEU!!!!!!

Bom Dia!!!!!!




Desejo a todos um dia de plenitude
com a doce sensação da Paz
e a beleza de viver em nossa Essência
até logo

regina


Simplesmente viva

 


Quanto menos as pessoas sabem, mais elas teimam que sabem.
A pessoa inteligente hesita, pondera, vacila. A pouco inteligente nunca vacila, nunca hesita. Quando o sábio sussurra, o tolo simplesmente anuncia aos quatro ventos.
“A verdade” é só um jeito de falar. Não existe nada que tenha o rótulo de “verdade” e que um dia você descobrirá, abrirá a caixa e verá o conteúdo, dizendo: “Maravilha! Descobri a verdade!” Essa caixa não existe. Sua existência é a verdade e, quando você está silencioso, está na verdade. E se o silêncio for absoluto, então você é a verdade suprema.
Mas não pense na verdade como um objeto. Ela não está lá, está aqui. Nunca existiu uma pessoa como você antes, não existe ninguém neste mundo como você agora e nem nunca existirá. Veja só o respeito que a vida tem por você. Você é uma obra de arte — impossível de repetir, incomparável, absolutamente única.
Cada dia traz seus próprios problemas e desafios. Cada momento traz suas próprias perguntas. E se você tem respostas prontas na cabeça, sequer será capaz de ouvir as perguntas. Estará tão cheio de respostas que será incapaz de ouvir. Você não estará acessível.
Muitos dos nossos problemas — talvez a maioria deles — existem porque nunca olhamos para eles de frente, nunca os enfrentamos. Ficar com medo deles, não olhar para eles e viver tentando evitá-los só serve para lhes dar mais força. Assim, você está aceitando que eles são reais. A sua aceitação é a existência deles. Sem a sua aceitação, eles não existiriam.
Pare de se julgar. Em vez disso, comece a se aceitar com todas as suas imperfeições, suas fragilidades, seus erros e seus fracassos. Não queira ser perfeito. Isso seria, simplesmente, querer o impossível e, assim, você ficaria frustrado. Afinal, você é um ser humano.
Não se preocupe com a perfeição. Substitua a palavra “perfeição” por “totalidade”. Não pense que você tem que ser perfeito, pense que tem que ser total. A totalidade dá a você uma dimensão diferente. Existe uma enorme diferença entre perfeição e totalidade. A perfeição é uma meta a atingir no futuro, a totalidade é uma experiência no aqui e agora. A totalidade não é uma meta, é um estilo de vida.
A maior calamidade que pode acontecer a uma pessoa é ela ficar séria e prática demais. Um pouquinho de loucura e de excentricidade só faz bem.
A existência não é um problema que precisa ser solucionado, é um mistério a ser vivido. E você precisa estar perfeitamente consciente da diferença que existe entre um mistério e um problema. O problema é algo criado pela mente. O mistério é algo que simplesmente existe, não foi criado pela mente. O problema tem algo de feio, como uma doença. O mistério é belíssimo. Com o problema, imediatamente surge a luta. Você tem que resolvê-lo. E algo errado, você tem que consertá-lo. Algo está faltando, você tem que providenciar o elo que falta. Com o mistério, nada disso é necessário.
A Lua aparece à noite… Isso não é um problema, é um mistério. Você tem que conviver com ele. Você tem que dançar com ele, tem que cantar com ele ou pode, simplesmente, ficar em silêncio com ele. Algo de misterioso envolve você.
Você continua sonhando, imaginando coisas bonitas para os dias que virão, para o futuro. E nos momentos em que o perigo é iminente, então percebe de repente que pode ser que não haja futuro algum, amanhã algum e que este é o único momento que tem. Os tempos de desastre são extremamente reveladores. Eles não trazem nada de novo para o mundo — simplesmente fazem com que você fique consciente do mundo como ele é. Eles o despertam. Se você não entender isso, pode enlouquecer. Se entender, pode ser que você desperte.
Arrisque tudo, pois o momento seguinte não é uma certeza. Então, por que se importar com ele? Por que se preocupar? Viva com prazer. Viva sem medo, viva sem culpa. Viva sem nenhum medo do inferno ou sem ansiar o céu.

Simplesmente viva.

http://networkedblogs.com/mgqzr



Vida

 



Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial
(e acabei perdendo).
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!
Viva!!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é MUITO para ser insignificante.

Augusto Branco – ‘VIDA: Já perdoei erros quase imperdoáveis’ - Augusto Branco/BOOKSMILE

Desejo

 


O desejo é nossa qualidade essencial. O desejo é aquilo de que somos feitos. É a nossa essência. O desejo é o que nos move. É o que mexe conosco. Somos todos desejos ambulantes, constantemente buscando preencher nossos próprios anseios. Seu coração bate, seu sangue circula, seu corpo se move somente porque existe um desejo que busca ser preenchido. O ser humano não moveria um único dedo se não fosse por algum desejo interno.

No fundo, nossos desejos humanos individuais nos fornecem nossas diferentes identidades: Algumas pessoas desejam satisfação sexual. Algumas desejam satisfação intelectual. Algumas querem satisfação religiosa. Outras buscam o tipo material. Alguns desejam a fama. Outros buscam a iluminação. Alguns buscam viagens e aventuras. Outros buscam a solidão.

O desejo humano opera em três níveis:

1 – Estes desejos têm raiz no desejo animal. As necessidades, os quereres e os comportamentos aprendidos pela pessoa existem unicamente para gratificar esses impulsos primais. Pessoas no Nível Um podem fazer uso do pensamento racional, como o fazem todos os seres humanos, mas com o propósito de servir ao seu desejo animal. “Um servo nunca é mais do que o seu mestre”.

2 – Estes desejos são dirigidos a preencher impulsos que não são encontrados no reino animal, como honra, poder, prestígio e domínio sobre outras pessoas. As necessidades, e consequentemente, os pensamentos e ações dessas pessoas são dirigidos unicamente para a gratificação máxima desses desejos.

3 – Há ainda outros desejos que são dirigidos principalmente para assuntos racionais. São orientados para gratificar ao máximo um desejo impulsionado intelectualmente.

Estes três tipos de desejo são encontrados em todos os membros da espécie humana; no entanto, estão combinados em cada indivíduo em proporções diferentes, e é isto que determina a diferença que existe entre um homem e outro.

Se considerarmos o desejo como sendo um Recipiente, esse Recipiente é como um copo vazio que procura se encher. Diferentemente de um copo físico, entretanto, o Recipiente de nossos desejos não é formado por nada material. Por exemplo, você se lembra da vez em que comeu churrasco até praticamente explodir os botões de sua camisa? Você não aguentaria comer nem mais um pedaço. Mas então o carrinho das sobremesas passou pela sua mesa e você viu uma bandeja de doces deliciosos. Apesar de seu estômago estar cheio, seu novo desejo por algo doce conseguiu criar um pequeno lugar. Um espaço foi criado miraculosamente, e você deu um jeito de devorar uma torta Floresta Negra. Não há limite para o nosso desejo. E não existe nenhuma atividade neste mundo que não esteja baseada em algum anseio interno, grande ou pequeno, que deseje ser preenchido. É como se não tivéssemos livre arbítrio quanto a isto. Vivemos a vida no piloto automático, movidos pela constante necessidade de nutrir todos os desejos que ardem em nossos corações.

O objetivo primário de nosso desejo é a felicidade ininterrupta. De fato, desejar felicidade contínua é a ligação que unifica toda a humanidade. Você não precisa convencer um criminoso, um advogado, um operário de construção, um chefe executivo de uma companhia, uma pessoa má, uma pessoa bondosa, um ateu, uma pessoa religiosa, uma pessoa influente ou uma pessoa pobre a querer felicidade. Esta é a nossa própria essência. Um cientista pode desejar verdade e compreensão. Possivelmente um político deseja ter influência e uma posição na comunidade. Uma criança geralmente quer brincadeiras e prazer. Um comediante pode desejar gargalhadas, amor e aceitação. O chefe executivo de uma companhia geralmente almeja realização financeira e poder. Um trabalhador de fábrica provavelmente quer férias e paz de espírito. Talvez um acadêmico deseje conhecimento e aclamação. Na verdade, todos esses objetos de nossos desejos são de fato apenas diferentes pacotes de plenitude. Esses diferentes recipientes de contentamento são o que nos põe em movimento e o que molda nossas vidas.


Seja gentil

 



A gentileza é uma qualidade divina.
A gentileza é uma das qualidades mais divinas, porque o primeiro requisito para ser gentil é abandonar o ego — que nunca é gentil.
O ego é sempre agressivo, não pode ser gentil.
Ele nunca é humilde — é impossível para o ego ser humilde. Todo o seu projeto desmorona se ele for humilde. E gentileza é o caminho para se chegar à existência.
É preciso ser mais como a água do que como a rocha. E lembre-se sempre: no fim, a água é vitoriosa sobre a rocha.


A chave dos relacionamentos

 


Ninguém é sempre deslumbrante, ninguém é sempre sexy. Amar é uma decisão que se toma. Esperar para ver se uma pessoa é boa o suficiente é infantilidade e pode fazer com que ela se sinta como se estivesse passando por um teste para obter o papel. Neste sentido, nós nos sentimos nervosos e quando estamos nervosos, não ficamos na nossa melhor forma. O ego procura alguém atraente o bastante para aguentar isto. Aqueles que são maduros e buscam milagres dão apoio às pessoas para que se tornem atraentes. Para nos prepararmos para um relacionamento profundo, parte do trabalho que fazemos dentro de nós é aprender a apoiar outra pessoa a ser o melhor que pode. Os companheiros estão destinados a ter um papel sacerdotal na vida um do outro, estão destinados a ajudar um ao outro a atingir as partes mais elevadas dentro de si mesmos.
Nenhum de nós é objetivamente falando atraente ou não-atraente porque não existe tal coisa. Há pessoas que manifestam o potencial que todos têm de brilhar, e outras não. As que brilham são aquelas que à certa altura da vida ouviram de pais e/ou amantes “você é maravilhosa e linda”. O amor faz com as pessoas o que a água faz com as plantas.
Analisar o passado pode ajudar a esclarecer muitos de nossos problemas, mas a cura não se dá no passado e sim no presente, que é onde a salvação pode ser encontrada. A todo o momento, temos a oportunidade de mudar nosso passado e nosso futuro ao reprogramar o presente. Embora possamos ter aprendido o caminho do desamor com os nossos pais, perpetuar os mesmos padrões e negar-lhes agora o amor em retribuição dificilmente pode ser a solução para o problema. Não alcançamos a luz ao investigar eternamente a escuridão. Depois de um certo ponto, a discussão sempre se torna circular. O único caminho para a luz é entrar na luz. A opção de darmos o que não recebemos está sempre disponível.
O crescimento acontece quando nos concentramos em nossas próprias lições e não nas de outras pessoas. Em qualquer situação, a única coisa que falta é a que você não deu.
Nós achamos que vamos entender as pessoas a fim de descobrir se merecem ou não o nosso amor, mas que nunca as entenderemos antes que as amemos. O que não é amado não é compreendido. Nós nos mantemos afastados das pessoas esperando que elas conquistem o nosso amor, mas elas merecem o nosso amor pelo que Deus as criou para ser. Enquanto estivermos esperando que elas se tornem melhores, ficaremos sempre decepcionados. Quando escolhemos nos unir a elas, através da aprovação e do amor incondicional, o milagre surge para ambas as partes. Esta é a principal chave, o milagre máximo, dos relacionamentos.