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terça-feira, 22 de novembro de 2011
Thanksgiving - Dia de Ação de Graças
In 1621, the Plymouth colonists and Wampanoag Indians shared an autumn harvest feast that is acknowledged today as one of the first Thanksgiving celebrations in the colonies. For more than two centuries, days of thanksgiving were celebrated by individual colonies and states. It wasn't until 1863, in the midst of the Civil War, that President Abraham Lincoln proclaimed a national Thanksgiving Day to be held each November.
Thanksgiving | |
---|---|
The First Thanksgiving at Plymouth by Jennie A. Brownscombe. (1914) | |
Observed by | United States |
Type | National |
Date | Fourth Thursday in November |
2010 date | November 25 |
2011 date | November 24 |
2012 date | November 22 |
Celebrations | Giving thanks, spending time with family, feasting, football games, parades |
The event that Americans commonly call the "First Thanksgiving" was celebrated to give thanks to God for guiding them safely to the New World.[2] The first Thanksgiving feast lasted three days, providing enough food for 13 Pilgrims and 90 Native Americans.[3] The feast consisted of fish (cod, eels, and bass) and shellfish (clams, lobster, and mussels), wild fowl (ducks, geese, swans, and turkey), venison, berries and fruit, vegetables (peas, pumpkin, beetroot and possibly, wild or cultivated onion), harvest grains (barley and wheat), and the Three Sisters: beans, dried Indian maize or corn, and squash.[2][4][5][6] The New England colonists were accustomed to regularly celebrating "thanksgivings"—days of prayer thanking God for blessings such as military victory or the end of a drought.[7]
NOTE:
Thanks for being here with me this far... I'll be preparing my turkey and trimmings for the big celebration... be back next week.
regina
Filmes - sugestões do André Setaro
Na foto acima, Marlon Brando e Elizabeth Taylor (a última estrela da constelação de Hollywood) em Os pecados de todos nós (Reflection in a golden eye, 1967), de John Huston, que se baseou em livro de Carlson MacCullers. E uma obra de grande densidade psicológica e dotada de uma mise-en-scène irrepreensível, além de contar com um dos melhores desempenhos de Brando no cinema, que é acompanhado por um cast de primeira ordem: Elizabeth Taylor, carnal, possessa, mulher de têmpera, Brian Keith, Julie Harris (a namorada de James Dean em Vidas amargas, de Elia Kazan), Zorro David etc. Weldon Penderton (Marlon Brando) é um major em decadência. Seus problemas no trabalho influenciam sua vida matrimonial, encontrando-se em crise de identidade. Para piorar sua situação, um recruta está apaixonado por sua esposa Leonora (Elizabeth Taylor) e Brando, por sua vez, está apaixonado por ele. Homossexualismo platônico e tensão bem próxima das torrentes verbais de Tennessee Wiliams, Huston queria que uma matriz dourada tomasse conta de toda a imagem, mas os produtores recusaram e o filme acabou por tomar um banho de technicolor.
...
Um dos melhores filmes (se não o melhor) de Joseph Losey, o fleumático diretor de tantas obras importantes (O criado, Eva, O mensageiro...), Estranho acidente (Accident, 1967) é um filme admiravelmente construído sobre um argumento que, reduzido às suas significações mais simples, pretende contar a fantasia sexual vivida por dois professores balzaqueanos de Oxford. Sérgio Augusto, quando era um dos melhores críticos de cinema do país, e escrevia no Jornal do Brasil (o melhor jornal de sua época) disse numa exegese que saiu em 20 de junho de 1969: "Tendo como catalizador da fantasia uma jovem austríaca (Jacqueline Sassard), princesa, aluna e fille fatale, Losey, em Accident, procura exibir o vácuo existencial da aristocracia ou até mesmo fazer uma crítica de costumes com uma ligeira impostação de thriller psicológico. Para se gostar de Accident é preciso responder emocionalmente a toda essa pluralidade de intenção, ao enigmatismo (telúrico) de Rosanlind/Vivien Merchant, (abstrato de Francesca/Delphine Seyrig, (medíocre) de Anna/Jacqueline Sassard, , e desvendar nos seus intermitentes pontos de referência (o jardim e a escada do cottage de Stephen/Dirk Bogard, os carrilhões de Oxford, o sapato de Anna pisando o rosto de William/Michael York, uma das vias de acesso à compreensão de uma obra elaborada como um círculo, que se abre e fecha com um acidente invisível, começo e fim de uma nova experiência (ou pesadelo?) na vida do professor Stephen."
A fotografia é de um artista: Gerry Fischer.
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Filme-síntese de Alfred Hitchcock, obra-prima (se é possível que um autor tenha mais de uma), Intriga internacional (North by Northwest), lançado nos Estados Unidos em 17 de julho de 1959, acaba de completar 52 anos de existência.
Realizado entre Um corpo que cai (Vertigo, 1958) e Psicose (Psycho, 1960), North by Northwest é, a rigor, a narrativa de uma iniciação onde o herói é uma criatura de ficção - Roger Thornhill/Cary Grant - que se revolta contra um destino imposto pelas circunstâncias e luta contra uma encenação que lhe é determinada e da qual procura escapar.
Desde a abertura dos créditos, com as linhas que se cruzam, para a emergência de edifícios, um magnífico e inovador projeto de Saul Bass, com a partitura dissonante de Bernard Herrmann, a mise-en-scène se insinua, a abastecer o espectador com um trato raro das possibilidades expressivas da arte do filme.
Fonte de inspiração para a maioria dos thrillers dos anos 60 (inclusive os primeiros filmes de James Bond, o agente secreto 007, que, segundo François Truffaut, não existiriam sem o advento de North by Northwest), Intriga internacional é uma obra de gênio e sintetiza toda a primeira fase americana de Hitchcock, assim como Os 39 degraus (The thirty-nine steps,1935) pode ser visto como uma súmula de seus primeiros filmes ingleses.
Roger Thornhil é um americano típico de meia-idade que faz parte da maioria que caracteriza a sociedade de consumo estadunidense. Na opinião de Noel Simsolo, exegeta da obra hitchcockiana com tese de doutorado na Sorbonne sobre o autor, Roger não é totalmente adulto, desenvolveu-se por preguiça, não tem uma personalidade marcante, não tem alma. As forças dos espiões e, indiretamente, da polícia, fazem com que se transforme em um outro: Kaplan, bode expiatório, criação fictícia das forças do serviço secreto. Por causa dessa identificação, como observa Simsolo, Thornhill terá o seu calvário, o que o levará à união com Eve - a possibilidade de uma vida real para ele.
Na primeira parte do filme, Thornill é vítima dos outros e encontra Eve/Eva Marie Saint, agente duplo, mas não consegue perceber a realidade na qual se encontra envolvido. Intriga internacional é brilhante como idéia e como execução, porque puro cinema, pura "mise-en-scène" e, como narrativa de um itinerário, de um percurso, é, também, uma luta contra a encenação à qual o personagem é forçado a combatê-la. Hitchcock, com seu gênio, com a sua astúcia, com a sua inteligência, não estaria a fazer, neste filme admirável, uma reflexão sobre o próprio espetáculo cinematográfico?
A partir do meio, Roger abandona o combate impossível contra a representação (caça e a morte em questão) para se refugiar junto à polícia e aceita uma encenação tendente a salvá-lo e a fazer com que mereça Eve. No último terço do filme, Roger, ainda segundo Simsolo, recusa as consequências da representação que aceitou, e segue seu impulso, age sozinho e merece não apenas viver como ganhar Eve.
(A minha admiração por Intriga Internacional é enorme. O impacto inicial se deu quando o vi pela primeira vez nos anos 60, algum tempo depois de seu lançamento. A partir daí, anos sem o ver, com o filme apenas na memória, quando, em 1977, houve o seu relançamento em cópia nova. A constatação de sua grandeza não apenas se ratificou como aumentou muito, porque já um pouco mais afinado com a expressão cinematográfica. O tempo passou. Nos anos 80, North by Northwest é lançado em VHS, mas antes o tinha revisto em cópia espúria dublada na televisão. O seu lançamento em DVD restituiu a sua majestade. Comprei-o imediatamente e sempre o revejo. Pelo menos três vezes por ano. É quase uma terapia.)
Intriga internacional assombra o cinéfilo, e é uma lição fecunda de cinema, de mise-en-scène. Atestado do que disseram Claude Chabrol e Erich Rohmer no livro que escreveram sobre o mestre, Le cinema selon Hitchcock (que nunca saiu em tradução no Brasil): "Em Hitchcock, o conteúdo é a forma". Hitchcock, porém, se, atualmente, pode ser considerado uma unanimidade da crítica especializada, nas décadas de 40 e 50, no entanto, não era visto como um autor, mas como um habilidoso mestre do suspense. Foi preciso esperar a sua consagração pela revista francesa Cahiers du Cinema, que lhe descobriu as potencialidades expressivas como um dos maiores autores do cinema de todos os tempos. Por todo o respeito que tenho, por exemplo, em relação ao ensaísta baiano Walter da Silveira, em seu livro - uma belíssima reflexão sobre a arte cinematográfica, Fronteiras do cinema, não soube, porém, no ensaio As vertigens de Alfred Hitchcock, compreender a sua importância e a sua essência.
Mas como escreveu Truufaut: "Porque domina os elementos de um filme e impõe idéias pessoais em todas as etapas da direção, Alfred Hitchcock possui de fato um estilo, e todos reconhecerão que é um dos três ou quatro diretores em atividade que conseguimos identificar só de assistir a poucos minutos de qualquer filme seu".
O mestre, ao perceber que o vilão não poderia estar concentrado somente na figura de James Mason, um ator de finesse insuperável, decidiu reparti-lo em três. Assim, há uma trindade na personificação da vilania: o próprio Mason (Vandamme), Martin Landau (Leonard) e um outro com cara sempre zangada e com um físico de origem germânica. No DVD que se encontra disponível, o roteirista genial Ernest Lehman comenta o filme cena por cena.
Mas, e a pedir a ajuda da exegese de Noel Simsolo (que está no livro Alfred Hitchcock, de Noel Simsolo, editado da Distribuidora Record na coleção Grandes Cineastas, tradução de Wilson Cunha do original publicado em Paris, 1969, pela Seghers), que se veja aqui a beleza dos significados que podem ser extraídos desta obra-prima: "O tema do filme, meditação sobre a vertigem de criar e amar uma obra de arte, explode no início da segunda parte, quando Thornill dialoga com o chefe dos espiões (James Mason). Conversa sobre o papel do objeto de arte ou sobre as possibilidades da alma. Diálogo em que aceitamos Eve como uma obra de arte, meio de transição entre o sonho e a realidade, entre o corpo e o espírito, entre a passividade e o movimento, entre as trevas e a luz, a ignorância e o conhecimento. No fim do filme, o plano de um trem entrando em um túnel marca a posse sexual de Eve por Thornill e a posse da vida e do filme por esta personagem de ficção. North by Northwest, portanto, é o negativo de Vertigo.
Duas seqüências, pelo menos, são antológicas: a do teco-teco que persegue, em amplo espaço aberto, num campo de trigo, Roger Thornill, e a da fuga do casal pelos Montes Rushmore. Nesta última, há notória influência de Eisenstein, principalmente no que se refere à disposição, dentro do plano, dos volumes e da arte de significar pelo espaço cinematográfico. Hitchcock disse certa vez em uma entrevista a Le Monde logo após o lançamento de North by Nortwest em Paris: "Faço o máximo para ligar o 'décor' à ação. Em North by Nortwest, situei a perseguição nos Montes Rushmore onde estão esculpidos os rostos dos presidentes dos Estados Unidos. Parece-me interessante mostrar a silhueta e a figura dos atores tão pequenos contra os grandes narizes e orelhas dos presidentes. Eu gostaria de ter filmado todas as cenas lá, mas não me permitiram. Pensei mesmo em fazer com que Cary Grant entrasse pelas narinas de Abraham Lincoln, mas é claro que isto era impossível".
E mais: "Minha lógica é uma lógica de mórmon. Vocês conhecem os mórmons? Quando as crianças fazem uma pergunta difícil, eles respondem: 'Vá brincar, menino'. Existe algo de mais importante do que a lógica, é a imaginação. Se pensamos primeiramente na lógica, não podemos imaginar mais nada. Frequentemente, trabalhando com meu roteirista, eu lhe dou uma idéia: 'Mas isto é possível!'. A idéia é boa, apesar de ela ir contra a lógica. A lógica deve ser jogada pela janela".
Realizado entre Um corpo que cai (Vertigo, 1958) e Psicose (Psycho, 1960), North by Northwest é, a rigor, a narrativa de uma iniciação onde o herói é uma criatura de ficção - Roger Thornhill/Cary Grant - que se revolta contra um destino imposto pelas circunstâncias e luta contra uma encenação que lhe é determinada e da qual procura escapar.
Desde a abertura dos créditos, com as linhas que se cruzam, para a emergência de edifícios, um magnífico e inovador projeto de Saul Bass, com a partitura dissonante de Bernard Herrmann, a mise-en-scène se insinua, a abastecer o espectador com um trato raro das possibilidades expressivas da arte do filme.
Fonte de inspiração para a maioria dos thrillers dos anos 60 (inclusive os primeiros filmes de James Bond, o agente secreto 007, que, segundo François Truffaut, não existiriam sem o advento de North by Northwest), Intriga internacional é uma obra de gênio e sintetiza toda a primeira fase americana de Hitchcock, assim como Os 39 degraus (The thirty-nine steps,1935) pode ser visto como uma súmula de seus primeiros filmes ingleses.
Roger Thornhil é um americano típico de meia-idade que faz parte da maioria que caracteriza a sociedade de consumo estadunidense. Na opinião de Noel Simsolo, exegeta da obra hitchcockiana com tese de doutorado na Sorbonne sobre o autor, Roger não é totalmente adulto, desenvolveu-se por preguiça, não tem uma personalidade marcante, não tem alma. As forças dos espiões e, indiretamente, da polícia, fazem com que se transforme em um outro: Kaplan, bode expiatório, criação fictícia das forças do serviço secreto. Por causa dessa identificação, como observa Simsolo, Thornhill terá o seu calvário, o que o levará à união com Eve - a possibilidade de uma vida real para ele.
Na primeira parte do filme, Thornill é vítima dos outros e encontra Eve/Eva Marie Saint, agente duplo, mas não consegue perceber a realidade na qual se encontra envolvido. Intriga internacional é brilhante como idéia e como execução, porque puro cinema, pura "mise-en-scène" e, como narrativa de um itinerário, de um percurso, é, também, uma luta contra a encenação à qual o personagem é forçado a combatê-la. Hitchcock, com seu gênio, com a sua astúcia, com a sua inteligência, não estaria a fazer, neste filme admirável, uma reflexão sobre o próprio espetáculo cinematográfico?
A partir do meio, Roger abandona o combate impossível contra a representação (caça e a morte em questão) para se refugiar junto à polícia e aceita uma encenação tendente a salvá-lo e a fazer com que mereça Eve. No último terço do filme, Roger, ainda segundo Simsolo, recusa as consequências da representação que aceitou, e segue seu impulso, age sozinho e merece não apenas viver como ganhar Eve.
(A minha admiração por Intriga Internacional é enorme. O impacto inicial se deu quando o vi pela primeira vez nos anos 60, algum tempo depois de seu lançamento. A partir daí, anos sem o ver, com o filme apenas na memória, quando, em 1977, houve o seu relançamento em cópia nova. A constatação de sua grandeza não apenas se ratificou como aumentou muito, porque já um pouco mais afinado com a expressão cinematográfica. O tempo passou. Nos anos 80, North by Northwest é lançado em VHS, mas antes o tinha revisto em cópia espúria dublada na televisão. O seu lançamento em DVD restituiu a sua majestade. Comprei-o imediatamente e sempre o revejo. Pelo menos três vezes por ano. É quase uma terapia.)
Intriga internacional assombra o cinéfilo, e é uma lição fecunda de cinema, de mise-en-scène. Atestado do que disseram Claude Chabrol e Erich Rohmer no livro que escreveram sobre o mestre, Le cinema selon Hitchcock (que nunca saiu em tradução no Brasil): "Em Hitchcock, o conteúdo é a forma". Hitchcock, porém, se, atualmente, pode ser considerado uma unanimidade da crítica especializada, nas décadas de 40 e 50, no entanto, não era visto como um autor, mas como um habilidoso mestre do suspense. Foi preciso esperar a sua consagração pela revista francesa Cahiers du Cinema, que lhe descobriu as potencialidades expressivas como um dos maiores autores do cinema de todos os tempos. Por todo o respeito que tenho, por exemplo, em relação ao ensaísta baiano Walter da Silveira, em seu livro - uma belíssima reflexão sobre a arte cinematográfica, Fronteiras do cinema, não soube, porém, no ensaio As vertigens de Alfred Hitchcock, compreender a sua importância e a sua essência.
Mas como escreveu Truufaut: "Porque domina os elementos de um filme e impõe idéias pessoais em todas as etapas da direção, Alfred Hitchcock possui de fato um estilo, e todos reconhecerão que é um dos três ou quatro diretores em atividade que conseguimos identificar só de assistir a poucos minutos de qualquer filme seu".
O mestre, ao perceber que o vilão não poderia estar concentrado somente na figura de James Mason, um ator de finesse insuperável, decidiu reparti-lo em três. Assim, há uma trindade na personificação da vilania: o próprio Mason (Vandamme), Martin Landau (Leonard) e um outro com cara sempre zangada e com um físico de origem germânica. No DVD que se encontra disponível, o roteirista genial Ernest Lehman comenta o filme cena por cena.
Mas, e a pedir a ajuda da exegese de Noel Simsolo (que está no livro Alfred Hitchcock, de Noel Simsolo, editado da Distribuidora Record na coleção Grandes Cineastas, tradução de Wilson Cunha do original publicado em Paris, 1969, pela Seghers), que se veja aqui a beleza dos significados que podem ser extraídos desta obra-prima: "O tema do filme, meditação sobre a vertigem de criar e amar uma obra de arte, explode no início da segunda parte, quando Thornill dialoga com o chefe dos espiões (James Mason). Conversa sobre o papel do objeto de arte ou sobre as possibilidades da alma. Diálogo em que aceitamos Eve como uma obra de arte, meio de transição entre o sonho e a realidade, entre o corpo e o espírito, entre a passividade e o movimento, entre as trevas e a luz, a ignorância e o conhecimento. No fim do filme, o plano de um trem entrando em um túnel marca a posse sexual de Eve por Thornill e a posse da vida e do filme por esta personagem de ficção. North by Northwest, portanto, é o negativo de Vertigo.
Duas seqüências, pelo menos, são antológicas: a do teco-teco que persegue, em amplo espaço aberto, num campo de trigo, Roger Thornill, e a da fuga do casal pelos Montes Rushmore. Nesta última, há notória influência de Eisenstein, principalmente no que se refere à disposição, dentro do plano, dos volumes e da arte de significar pelo espaço cinematográfico. Hitchcock disse certa vez em uma entrevista a Le Monde logo após o lançamento de North by Nortwest em Paris: "Faço o máximo para ligar o 'décor' à ação. Em North by Nortwest, situei a perseguição nos Montes Rushmore onde estão esculpidos os rostos dos presidentes dos Estados Unidos. Parece-me interessante mostrar a silhueta e a figura dos atores tão pequenos contra os grandes narizes e orelhas dos presidentes. Eu gostaria de ter filmado todas as cenas lá, mas não me permitiram. Pensei mesmo em fazer com que Cary Grant entrasse pelas narinas de Abraham Lincoln, mas é claro que isto era impossível".
E mais: "Minha lógica é uma lógica de mórmon. Vocês conhecem os mórmons? Quando as crianças fazem uma pergunta difícil, eles respondem: 'Vá brincar, menino'. Existe algo de mais importante do que a lógica, é a imaginação. Se pensamos primeiramente na lógica, não podemos imaginar mais nada. Frequentemente, trabalhando com meu roteirista, eu lhe dou uma idéia: 'Mas isto é possível!'. A idéia é boa, apesar de ela ir contra a lógica. A lógica deve ser jogada pela janela".
mitos e verdades
A sabedoria popular indica diversos alimentos para o tratamento de doenças, mas nem sempre o que é passado de boca a boca está correto. "Esses mitos, de que certos alimentos curam alguma enfermidade surge porque alguém comeu enquanto estava doente e depois saiu comentando que melhorou por causa daquele alimento", comenta Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE). O UOL Ciência e Saúde ouviu especialistas para descobrir quais são os mitos e verdades relacionados aos poderes de alguns alimentos
Ameixa preta para acabar com a prisão de ventre - VERDADE Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP), explica que por ter maior concentração de fibras e ácidos orgânicos, a fruta estimula o intestino e melhora eventuais constipações. "As enzimas facilitam a expulsão das fezes porque aceleram os movimentos intestinais", completa Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE)
Abacate para tratar bronquite - MITO O abacate tem muitas funcionalidades que podem ajudar no tratamento de doenças, mas não há evidências científicas de que ele participe no tratamento da bronquite. Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE) recomenda, para quem sofre da doença, fazer um xarope de mel. "É só ferver mel, gengibre, abacaxi e agrião, pois esses alimentos são mucolíticos, desinflamam e quebram o muco", explica ela
Acerola para prevenir gripes - VERDADE A acerola é a segunda maior fonte de vitamina C e aumenta a imunidade de quem a consome. "A presença da vitamina é importante, pois ela é parte fundamental do mecanismo de proteção do nosso corpo e previne muitas gripes e resfriados", exemplifica Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE)
Suco de batata inglesa para curar úlcera - MITO O suco de batata contém um fator antinutricional e não é recomendado por Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE). "Esse composto é prejudicial à saúde porque inibe a absorção de vitaminas e minerais, além de irritar a mucosa do intestino", conta ela. Quem sofre de úlcera também deve evitar verduras e frutas cruas com casca, frituras, refrigerantes, bebidas alcoólicas e leite de vaca. "O ideal é que a pessoa também não consuma nada muito quente nem muito gelado, pois a temperatura queima a mucosa do estômago", completa Vanderlí
Ameixa japonesa para melhorar a artrite - VERDADE A fruta concentra substâncias anti-inflamatórias, como o ômega 3, que podem acarretar na melhora da artrite. "Não é um alimento que previne a doença, pois existem questões genéticas que determinam se a pessoa irá desenvolver essa patologia, mas por ter essas substâncias ela pode sim contribuir para uma melhora do paciente", explica Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP), que ainda destaca que, por mais que a fruta tenha boas propriedades, ela sozinha não é capaz de tratar ninguém Thinkstock
Suco de beterraba para curar anemia - MITO Por ser vermelho, muitas pessoas acreditam que o vegetal tem ferro e que por isso teria a capacidade de acabar com a anemia. Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP), explica que o ferro contido no vegetal é pouco e que para que ele possa ser absorvido pelo organismo precisa estar aliado a outro alimento que contenha vitamina C. "O ideal para quem está com anemia é comer lentilha e feijão que tem maior quantidade de ferro", destaca Thinkstock
Banana acaba com câimbras - VERDADE Rica em potássio e carboidrato, o consumo de banana ajuda a manter as contrações musculares equilibradas. "O alimento também tem magnésio, que relaxa a musculatura e precisa estar em equilíbrio com o cálcio, que contrai o músculo. Por isso, para não ter câimbra, também é preciso ter equilíbrio entre as concentrações de cálcio e magnésio", explica Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP)
Caju para curar frieiras - MITO Não há comprovação científica de que a fruta ajuda a combater a doença e nenhuma dos especialistas ouvidos pelo UOL Ciência e Saúde relacionaria a cura da frieira com algum alimento específico
Berinjela para diminuir o colesterol - VERDADE Por ter alta concentração de fibras e presença de substâncias bioativas, como a antocianidinas, o consumo da berinjela é importante para quem quer diminuir os níveis de LDL, colesterol ruim, no sangue. "Por ter muitas fibras solúveis, ela carrega a gordura para o intestino, que a elimina com as fezes, dessa maneira ajuda a diminuir a absorção de colesterol e gordura", explica Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas
Cereja para combater o reumatismo - MITO A associação entre a fruta e a doença não é comprovada cientificamente. Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), dá a dica de outros alimentos que podem ajudar quem sofre da doença. "Por ser uma inflamação, o ideal é consumir elementos com ômega 3 elevado, como os grão de chia, a linhaça e peixes, principalmente a sardinha", conta ela que também indica o uso do gengibre como tempero nos alimentos para quem está com a doença
Cebola para prevenir o câncer de mama - VERDADE Em pesquisa realizada na Faculdade de Medicina de Besançon, na França, 345 pacientes que foram diagnosticadas com câncer de mama realizaram um questionário sobre a frequência com que consumiam alguns alimentos, além de escrever um diário com tudo o que comeram por seis dias. A pesquisa revelou que os riscos de desenvolver a doença eram menores para quem consumia cebola. "O alimento tem substâncias bioflavanóides que atuam junto com a vitamina C e tem ação anti-oxidante, isto é, combate os radicais livres que envelhecem as células e previnem uma série de doenças", explica Madalena Vallinoti, diretora do Sindicato de Nutricionistas
Óleo de abacate para combater a caspa - MITO De acordo com a nutricionista Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), a caspa é característica pela falta de zinco e o óleo de abacate não é uma fonte desse mineral. "Nesse caso, outros alimentos são indicados, como grãos integrais e frutos do mar", completa ela
Cenoura para bronzeamento - VERDADE Por conter betacaroteno, uma substância que a ajuda a sintetizar a melanina que dá a cor a nossa pele, comer cenoura ajuda no bronzeamento. "Se uma pessoa consome regularmente o vegetal e depois de um tempo passa a tomar mais sol, a síntese aumenta e isso faz com que a pessoa consiga absorver os raios solares na pele. A cenoura também ajuda a fixar o bronzeado", destaca Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP)
Folhas de manga para curar a gengivite - MITO Não há comprovação científica de que o uso das folhas da fruta ajuda na cura da inflamação. Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), destaca o chá verde como um possível alimento auxiliar para a doença. "Como a bebida é bactericida ela mata bactérias e reduz inflamações em geral. Dessa maneira a incidência da doença é menor em quem o consome", afirma ela
Chá de cabelo de milho para tratar o rim - VERDADE Por possuir um conjunto de fitoquímicos que estimulam a função renal, ele é diurético e bom para o rim. "Tomar duas xícaras desse chá por dia já faz a diferença para quem está com algum problema no órgão", explica Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva
Leite para eliminar veneno - MITO O consumo de leite após ingestão de alguns tipos de veneno poderia, inclusive, formar compostos tóxicos no organismo. De acordo com Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), o fígado seria o órgão mais afetado, pois é nele que ocorre o metabolismo de pesticidas e venenos. A nutricionista indica apenas o consumo de chá cardo mariano para ajudar na recuperação. "Não existe um alimento que sequestre o veneno do corpo depois de ingerido, mas esse chá ajuda a regenerar as células do fígado e melhora a desintoxicação do corpo", comenta ela
Chá de pata de vaca para abaixar a glicemia - VERDADE De acordo com a Revista Eletrônica de Farmácias, a folha da planta Bauhinia forficata se mostrou eficiente como terapia complementar aos diabéticos em diversos estudos, pois abaixa a glicemia. Seu uso é indicado especialmente para os diabéticos tipo 2, que não tomam insulina. Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), adverte que o consumo do chá não deve ser consumido sem orientação especializada, pois em combinação com os remédios antidiabéticos e a insulina pode causar hipoglicemia
Mamão para a tratar gastrite - MITO O mamão é rico em papaína, uma enzima digestiva que auxilia no processo, mas não cura a inflamação sozinha. "A polpa do mamão conta com essa enzima que digere melhor proteínas e gorduras e é indicado para quem tem sintomas de má digestão. O indicado é consumir uma fatia grande de mamão formosa ou meia unidade de papaia", explica Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE). A nutricionista indica para gastrite o consumo de banana cozida, pois é um alimento que ajuda na recuperação da doença e é de fácil digestão
Chá de boldo para tratar o fígado - VERDADE Segundo pesquisa publicada na Revista Brasileira de Farmacognosia, o chá de boldo érapidamente absorvido, instala-se no fígado e ajuda a evitar o acúmulo de gordura. "Quem bebe frequentemente e em grandes quantidades acumula gordura no fígado e isso faz mal para o organismo", explica Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP). A nutricionista, entretanto afirma que não adianta tomar muitas xícaras da bebida para curar a ressaca. "O ideal é tomar no máximo duas xícaras", ensina ela
Laranja e limão cortam a gripe - MITO Ainda que ambas as frutas sejam ricas em vitamina C, não é possível dizer que acabem com a gripe. "A gripe é virótica, não tem como usar a laranja ou o limão para matar esse vírus. O consumo periódico dessas frutas aumenta a imunidade pelo conjunto de vitaminas que elas têm, portanto só ajudam a prevenir futuras doenças", explica Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE) Karime Xavier/Folhapress
Leite fermentado para combater a diarreia - VERDADE O leite fermentado tem lactobacilos responsáveis por repovoar o intestino de microorganismos que fazem bem para o funcionamento da flora intestinal. "Quando se toma um antibiótico, por exemplo, ele não destrói só o microorganismo que causa a doença, ele também acaba com alguns que são bons, portanto o leite fermentado ajuda a manter esse equilíbrio", explica Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP). Ela indica o uso contínuo da bebida, pois mantém a parede intestinal mais sau
Linhaça para combater o reumatismo - VERDADE O alimento é fonte de ômega 3 e outras substâncias anti-inflamatórias muito importantes para combater a doença. Mas Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP), acrescenta, "Não adianta o alimento ter todas as propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar no tratamento da doença se a pessoa não tiver alimentação e hábito
Maçã e goiaba prendem o intestino - VERDADE As frutas reduzem o trânsito intestinal e retardam o esvaziamento do órgão. "Como elas tem fitoquímicos que retardam o esvaziamento intestinal são muito recomendadas em caso de diarreia. Mas elas não reduzem a formação de fezes, apenas tornam o movimento intestinal mais demorado", explica Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação
Maracujá como calmante - VERDADE Os efeitos calmantes do consumo da polpa de maracujá ou chá, na forma de infusão de folhas, já são conhecidos pela ciência. Entretanto, o consumo deve ser moderado, sem doses exageradas, e não é indicado para quem tem pressão sanguínea baixa. Além de ser calmante, a fruta é diurética, rica em vitamina C e sua casca também pode ajudar no tratamento de outras doenças. "A casca pode ser seca e torrada para depois ser acrescentada na alimentação, pois as fibras ajudam a diminuir níveis de glicose e colesterol no sangue", explica Madalena Vallinoti, nutricionista do Personal Diet e diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP)
Tomate para prevenir câncer próstata - VERDADE Alimentos ricos em caroteno, como o tomate (que possui licopeno), são associados a um risco menor de desenvolver câncer de próstata. Madalena Vallinoti, diretora do Sindicato de Nutricionistas (SINESP), destaca que como o caroteno é uma pró-vitamina A lipossolúvel (solúvel em gordura) deve ser consumido com uma fonte de gordura, como o azeite de oliva extra virgem, para melhorar a absorção do composto pelo corpo. Vanderlí Marchiori, nutricionista e secretária geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), recomenda triturar o tomate orgânico, fervê-lo por dez minutos e beber 50 ml todos os dias
M. Angela Pestana
Psicóloga Organizacional
Consultoria em RH e Qualidade
Consultoria em RH e Qualidade
Bahia com menos dendê
Postado em 22-11-2011 no blog http://bahiaempauta.com.br/
Aninha Franco: “nenos lambuzada”
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CRÔNICA/ MAPA
Bahia com menos dendê
Aninha Franco
A Geração Mapa (anos 1930), sucessora da Geração Baianidade (anos 1910), que mapeou a Bahia popular nos livros de Amado, na música de Caymmi e nos desenhos de Carybé; nasceu menos lambuzada de dendê e menos pop que a Geração Tropicalista (anos 1940) dos Velloso, de Capinan, de Tom Zé e Rogério Duarte, mas capaz das criações extraordinárias de Fernando Péres, Florisvaldo Mattos e Joca. Dela, Glauber Rocha é o farol no Brasil e no mundo. Em lugares culturalmente remotos do Brasil, como Marrocos, nos anos 1990, o Povo apreciava jogadores de futebol e os intelectuais curtiam Glauber.
Quando Ivana Bentes lançou as Cartas ao Mundo com a correspondência de Glauber, coladas à biografia Esse Vulcão, de João Carlos Teixeira Gomes, Joca advertiu que o pensamento de Glauber se insere na linha dos explicadores do Brasil, de Euclides da Cunha, Gilberto Freyre. Que Glauber pensava o cinema como guerrilha cultural, capaz de criar um território e uma rede de trocas culturais, novos mitos, novas formas de resistência e criação estética, onde ficasse visível nossa diferença e originalidade como civilização. Que era hora de olhar menos para o Glauber folclórico, delirante, e enxergar sua originalidade, lucidez e a consistência do seu pensamento, o que só pode ser feito por uma Bahia menos idiotizada que essa.
Se vocês me perguntarem se outra biografia sobre Glauber Rocha é oportuna, eu digo que sim, porque sua vida, riquíssima, o mais atraente cineasta brasileiro de todos os tempos, ainda hoje, é desconhecida do Brasil, e escrita por Nelson Motta, homem pop, pode popularizá-la, o que as obras de Joca e Bentes não podem. Quando eu pesquisei o Teatro na Bahia, na Biblioteca dos Barris, nos anos 1980, Motta também estava lá, desconfio que pesquisando Glauber, ambos lutando contra os maus gestores e as baratas, como de hábito, para proteger a memória do Brasil. Mas uma biografia pop, ou qualquer outra coisa que se faça sobre o pensador-cineasta Glauber Rocha, precisa ser avalizada pela Geração Mapa, à qual eu, minha geração, do AI-5 (anos 1950), a Bahia e o Brasil devem respeito e deferência.
Aninha Franco é autora teatral e pesquisadora baiana. O texto sobre a Geração Mapa foi publicada originalmente na revista MUITO, encarte da edição dominical de A Tarde.
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