Pesquisar este blog

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Show de Joyce Moreno em homenagem a Sidney Miller


Feito pra Acabar - Marcelo Jeneci



Feito Pra Acabar

Marcelo Jeneci

Quem me diz
Da estrada que não cabe onde termina
Da luz que cega quando te ilumina
Da pergunta que emudece o coração
Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tantas vidas
Vezes tudo que não cabe no querer
Vai saber
Se olhando bem no rosto do impossível
O véu, o vento o alvo invisível
Se desvenda o que nos une ainda assim
A gente é feito pra acabar
Ah Aah
A gente é feito pra dizer
Que sim
A gente é feito pra caber
No mar
E isso nunca vai ter fim
Uh Uhhh

Um grande projeto

 

Mensagem de náufrago

O Projeto 365 Canções cumpriu sua missão: ouviu e leu uma canção diferente a cada novo dia durante os 365 dias de 2010.
Agradeço aos companheiros de viagem que, com leituras e estímulos, ajudaram a atravessar as ondas sonoras das nossas neo(neon)sereias. Não foi fácil, mas conseguimos.
Quem sabe isso tudo não vira um livro impresso.
Não quero, nem consigo, ancorar e dar um ponto final nesta viagem cancional, neste trabalho tão quixotesco quanto prazeroso. Parto agora para outros mares: ouvir e ler a Canção Popular Brasileira na virada da década.
Sem exorcizar o passado, ao contrário, iluminando-o e sendo iluminado por ele, quero mapear a "geração 00" e o que se anuncia na "geração 10". Continuo antenado nas ondas do rádio, mas com políticas e rotinas diferentes: abandono a tarefa de comentar a primeira canção ouvida no dia e abro espaço para as sugestões dos leitores dos 5 cantos do Brasil; as publicações seguirão meu ritmo de possibilidades e não mais, necessariamente, diárias; e, deste modo, as canções não serão mais enumeradas, pois não há mais meta numérica a ser alcançada.
No mais, tudo continuará a ser feito pelo sabor do gesto de ouvir e ler canção.
Convido-os a conhecer o Lendo Canções.
Façamos!

31 dezembro 2010

365. Copo d'água

"A gente é feito pra acabar (...) pra caber no mar e isso nunca vai ter fim". Os versos da canção que dá nome ao disco Feito pra acabar (2010), de Marcelo Jeneci, traduzem um desejo que atravessa todas as canções: roçar a vida com os diferentes e diversos cíclicos extratos sonoros que ela oferece, sem pseudos experimentalismos que tentam negar o fim das coisas.
Com mirada aguda na canção popular AM e FM, Marcelo montou um disco que consagra o canto simples, brejeiro, mulato, mas por isso mesmo mestiço, malandro e antenado com os recursos modernos. Dito de outro modo, Jeneci não tenta, nem quer, "reinventar a roda". Seu gesto cancional é o de iluminar momentos e movimentos da canção: ilumina-los para que o ouvinte os recebam de forma direta e simples. Com melodias passíveis de ser assobiadas por qualquer um, Jeneci busca o sim do som. E seu prazer em fazer canção é contagiante.
Eis a sofisticação do trabalho de Marcelo Jeneci: restituir-nos (aos ouvintes de canção popular) o prazer de assobiar uma melodia. Algo que tornou-se raro por longo tempo. Aliado a isso, os sujeitos de suas canções agem muito próximos de nós: brincam com nossas experiências cotidianas. É assim, por exemplo, com o sujeito de "Copo d'água", de Marcelo Jeneci, Arnaldo Antunes, Pedro Baby e Chico Salem.
Em "Copo d'água", temos um sujeito às voltas com os desejos e os ciúmes das relações amorosas na era das "ferramentas de sociabilidade". Nas "novas" relações é cada vez mais comum cobrar (ou ser cobrado) o porque de manter-se com o status de "solteiro" no orkut; perguntar (ou ser perguntado) sobre aquela pessoa que manda recado via twitter; o porque de ter sido marcado na foto de alguém no facebook; ou por não saber o que dizer quando se "flagra" (ou se é flagrado com) pedidos de atenção no msn e o "eu eu eu (...) ãh ãh ãh" do instante denuncia.
A canção "Copo d'água" tematiza a insegurança em tempos de amores líquidos, mas recusa a fragilidade dos laços humanos (detectada e analisada por um sujeito que vive experimenta tal situação). Para o sujeito da canção, além de estar conectado ao(s) outro(s) é preciso ter vínculo. E ele aponta os vínculos já estabelecidos e importantes para configurar a relação cantada.
O sujeito da canção se argumenta elencando os objetos (elementos-de-si) que só o outro pode manipular: "o meu cabelo, jeito, cheiro, dedo, pele no seu orkut, e-mail, skype, net, messenger", diz.
Ele joga com as categorias quente (cheiro do corpo) e frio (tela do micro), mostrando ao outro onde está o desejo e em qual direção ambos devem investir a energia erótico-amorosa. Afinal, "quando um não quer os dois não fazem tempestade em copo d'água".
"Você é a pessoa que eu quero pra mim", diz o sujeito ao ritmo de uma melodia pop: liberto (sobreposto às dificuldades de amar o próximo) das neuras e certo da "sua roupa, bolsa, escova, lenço, maquiagem na minha cama, quarto, sala, até na minha tatuagem".
O sujeito sugere que no peito dos internautas também bate um coração: os perfis e as máscaras "sociais" espalhados em orkuts, twitters, facebooks tem algo de orgânico: espelham o desejo do indivíduo por trás de tudo. E o desejo dele é ela: feitos para acabar juntos.

***

Copo d'água(Marcelo Jeneci / Arnaldo Antunes / Pedro Baby / Chico Salem)

Eu, eu, eu
Eu não disse nada
Por que essa cara?
Você quer atenção

Ãh, ãh, ãh
Ãh, até parece
Que não me conhece
Como a palma da sua mão

O meu cabelo, jeito, cheiro, dedo, pele
No seu orkut, e-mail, skype, net, messenger

Quando um não quer os dois não fazem
Tempestade em copo d’água

Sem, sem, sem
Sem nenhuma mágoa
É só uma palavra…

Sim, sim, sim
Vamos ficar numa boa
Você é a pessoa
Que eu quero pra mim

A sua roupa, bolsa, escova, lenço, maquiagem
Na minha cama, quarto, sala, até na minha tatuagem

Quando um não quer os dois não fazem
Tempestade em copo d’água
 
 
 
 

MEU PRIMEIRO AMOR - BETHANIA E CAETANO -

 
 
Igual uma borboleta
Vagando triste por sobre a flor
Seu nome, sempre em meus lábios
Irei chamando por onde for

"Homens Nus"

30/01/2013 - 08h49

Museu de Viena vai aceitar visitantes sem roupa em exposição sobre nus

Uma visita fora do comum. http://folha.com/no1222731 Museu de Viena vai aceitar visitantes sem roupa em exposição sobre nus.
(Foto: REUTERS)
(Foto: REUTERS)
 
O Museu Leopold de Viena anunciou na última terça-feira (29) que prepara um dia especial para os que desejem visitar bem à vontade sua exposição "Homens Nus", sobre a história da representação do corpo masculino na arte.
No próximo dia 18 de fevereiro, a partir das 18h, o museu abrirá suas portas para quem deseje visitar a exposição sem roupa, após ter recebido várias solicitações a esse respeito por parte de associações nudistas.
A exposição "Homens Nus" foi motivo de polêmica e até autocensura em outubro por conta de um cartaz promocional com um nu frontal de três homens que divulgava a exposição.
A foto foi motivo de tantas ligações de protesto, tanto de mulheres como de homens, que o museu decidiu cobrir os genitais com uma chamativa faixa vermelha em muitas das cópias distribuídas pela cidade.
A exposição, aberta até o dia 4 de março, reúne mais de 300 quadros, fotos e esculturas.
Em 2005, o mesmo museu ofereceu a entrada gratuita às pessoas que visitassem nuas a exposição "A Verdade Nua: Klimt, Schiele, Kokoschka e outros escândalos".
Esse dia se tornou em um sucesso e centenas de pessoas visitaram a exposição com roupas de baixo ou completamente nuas.
 
Com agências de notícias