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domingo, 1 de janeiro de 2012

ainda me emociono...........

 

MARTHA MEDEIROS - Chegadas e partidas



Quem se queixa de que não há mais afeto no mundo precisa dar uma espiada no programa Chegadas e Partidas, que vai ao ar às quartas (hoje!), pelo canal GNT. Mais que merecido o prêmio que levou de Melhor Programa de Televisão em 2011, dado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

A apresentadora Astrid Fontenelle grava o programa dentro de um aeroporto, onde colhe depoimentos de pessoas que estão esperando alguém ou se despedindo de alguém. As histórias são simples e comoventes, provando que nossos dramas e alegrias particulares ainda são o que há de mais rico e raro por aí (sem falar que a trilha sonora é de primeira).

Na quarta passada, Astrid mostrou duas irmãs se despedindo de uma senhora de 80 anos que estava embarcando para Rondônia, sua terra natal. As duas irmãs conheciam essa senhora havia apenas três meses, quando se ofereceram em uma instituição de idosos para cuidar dela por um dia, como voluntárias.

Porém, se apegaram à senhora e a levaram para casa até que ficasse curada. A hóspede tinha um aneurisma e sofrera um AVC, apenas isso. Essas garotas são filhas de um motorista de ônibus, que também estava no aeroporto para acompanhar pessoalmente o retorno da senhora ao lar. Seria o primeiro voo de ambos – passagem paga através de uma cotização de vizinhos.

Esse pai e suas duas filhas se mobilizaram por uma senhora que não conheciam e choraram sua partida como se fosse alguém com quem tivessem convivido desde a infância. Como disse Astrid, tem gente que não cuida de uma mãe ou de um irmão doente, e no entanto essa família humilde assumiu a responsabilidade de cuidar de uma estranha, dando-lhe remédios e algo ainda mais terapêutico: amor.

Credo, escrever essa palavra – amor – me fez sentir um Tiranossauro rex. Constranger-se em falar de amor é um mau sintoma.

Chegadas e partidas. Um filho que nasce, um filho que morre. Uma paixão que brota na quinta-feira, uma paixão que termina no domingo. Desconhecidos que viram amigos de uma hora para outra, e amigos que somem no mundo sem dar mais notícias. Nossa vida é uma espécie de rodoviária – ou aeroporto, hoje dá no mesmo.

Todos esperando alguém que virá matar a saudade, que irá preencher um vazio, ou então se despedindo de alguém que buscará a felicidade em outro lugar, que irá trabalhar longe de casa. Pouco temos nos comovido no dia a dia, atucanados em ganhar tempo e em cumprir metas, então nosso afeto só tem transbordado, pra valer, no momento crucial de uma separação ou de um reencontro.

Um ano está partindo, outro ano está chegando. Eu, dentro da minha “rodoviária”, fico com os olhos marejados tanto pelo que deixo para trás quanto pelo que aguardo. Ou virei um merengue, ou estou ficando velha. Que seja. A boa notícia é que ainda me emociono.
 
http://sergyovitro.blogspot.com/2011/12/martha-medeiros-chegadas-e-partidas.html

"A soma e o resto"

A Soma e o Resto: um Olhar aos 80 Anos Sobre a ...

 

Caetano Veloso - Ano bom



Expor meu entusiasmo pelo livro do ex-presidente pode fazer parecer aqui que faço contrapeso político em favor dos tucanos. Longe de mim


Faz tempo que não esperamos uma entrada de ano com tão poucos bons prognósticos. 2011 foi um ano rápido e cheio de turbulência. Foi o ano em que o mundo viu que a crise de 2008 é a crise que nunca terminou.

Foi também o ano das viradas no mundo árabe e de suas enigmáticas promessas. Jovens na Espanha, nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Chile, na Grécia, espelhando as movimentações dos países islâmicos, saíram às ruas e se disseram indignados, saquearam lojas, exigiram responsabilidade estatal pela educação, propuseram ocupar o centro financeiro do Império, revoltaram-se contra o desmanche do Estado de bem-estar social.

Ou talvez tenham sido muitos adultos e velhos agindo como jovens. Como o que costumávamos chamar de "jovens" em 1967. As redes sociais da internet se traduziram em atos físicos, multidões de corpo e vozes, suor, spray de pimenta na mucosa dos narizes. Há algo de maio Francês e de Berkeley em tudo isso. Li alguém dizendo que essas coisas a gente sabe onde vão dar, já que vimos no que deu barulho dos anos 1960. Mas, sabemos mesmo?

Sou otimista. Por determinação. Por teimosia. Por loucura mística. Por bom senso. Não acho que os trancos sessentistas deram apenas em yuppies que geraram as bolhas ponto com que, por sua vez, geraram a bolha imobiliária americana que contaminou a economia mundial, expondo o desvario que é a criação de modos complicados de fazer dinheiro virar mais dinheiro. O mundo vem melhorando e piorando aceleradamente há séculos. A única virada importante seria equacionar o programa de luxo para todos com o equilíbrio da Terra.

Alto nível
O Quinto Império de Vieira deveria tomar a si essa tarefa. 2012 chega com sons de fim de mundo e a gente sabe que situações quase desesperadores podem ser grandes oportunidades. O livrinho de Fernando Henrique ("A soma e o resto", suas reflexões sobre vida aos 80 anos) pode parecer uma irrelevância na estante do aeroporto, mas é uma conversa de alto nível de alto nível de elaboração nem de estilo).

Como reflexões de um ex-presidente, suas palavras dignificam o país. São o pensamento espontâneo de um líder político que agiu a partir de uma visão abrangente e tem consciência de que o fez. Dizem que 2011 foi o ano do livro "A privataria tucana". Ainda faltam algumas páginas para que eu termine de ler a "Soma" de FH - e li apenas umas 60 páginas do livro de Amaury. Expor meu entusiasmo pelo livro do ex-presidente pode parecer aqui que faço contrapeso político em favor dos tucanos. Longe de mim.

Personagens épicos

"A privataria tucana" tem estilo jornalístico vibrante. Não sei se vai me convencer de que o estatismo de Geisel era melhor do que os passos dados em direção ao liberalismo, de Collor a Lula. Mas me dizem que o livro desmascara figurões do PSDB de modo irrespondível. Será? Pode ser que, para minha surpresa, se revelem fatos desabonadores da hombridade de Fernando Henrique. Eu não gostei nunca das manobras para a sua reeleição (não votei nele para se reeleger).

Mas saber o que sei sobre o mensalão não me impediu de dizer que Lula é um grande personagem épico. Fernando Henrique também o é - e o mais interessante é que ele entende tudo sobre a grandeza histórica de Lula. Com a modéstia que sua educação exige (e que controla sua famosa - e perceptível - vaidade), FH não exalta sua própria passagem pela presidência, embora a defenda e qualifique. Mas ele tem consciência de seu peso histórico. E mente alerta para a imediata atualidade.

Isso não é pouco para o ex-presidente de um país que, segundo trechos de uma outra conversa sua (aquela com João Moreira Salles na "Piauí"), nunca terá jeito ou deixará de ser a pobreza que é. É curioso que esse país insalvável (ao qual estivemos sempre acostumados) tivesse chegado, naquela entrevista, ao discurso do mesmo homem que agora mostra saber tão bem sobre nossas possibilidades e entender com tanta clareza o que seria a contribuição do Brasil à formação de um novo equilíbrio mundial. Não é o desenvolvimento do trabalho do sociólogo: aqui (como desde sua entrada para valer na política) é a reflexão apressada sobre os fatos concretos que se sobrepõem às argumentações teóricas: uma espécie de "esqueçam o que escrevi" finalmente dito, mas em outro tom.

Dizem que não prosperaremos num tempo em que a Europa derrete e os EUA ficam em ponto-morto. O professor Agostinho da Silva dizia que o fracasso do Brasil era-lhe benéfico: não teremos êxito nos quesitos em que que os poderes grosseiros o têm. Com que moral pode falar de si mesmo nesses termos o brasileiro, se a tortura exercida por carrascos da ditadura persiste nas prisões comuns e nas escaramuças das vielas? Agostinho era português. Sou brasileiro e suponho que ele também acharia mais certo que os torturadores fossem punidos. Os de sempre. Sempre. E que criássemos um mundo sem lugar para torturadores. mais que isso: sem a possibilidade de formação da psicologia de um torturador.

Possibilidades
A Nova Psicanálise de MD Magno, em sua "clínica geral", apontaria para uma reviravolta dessa magnitude? Sim. Mas isso toma uns dois séculos. Tudo bem. Podemos ter paciência. Mas há desejos excitados por possibilidades tangíveis. Há a chance de esboçarmos algo da realidade que sonhamos. Não queremos ser hegemônicos. Queremos ensinar. Aprender. O brasileiro hoje lê mais. Milagres? Sim. Se não no Natal, no Ano Novo.
 
http://sergyovitro.blogspot.com/
 

Edu Lobo dá o recado...





BOM DIA... BOM ANO...


Primavera Árabe

De presentes e ausências

"Ver o sorriso de filhos e sobrinhos é boa maneira de encerrar o ano, como o fecho de capítulo de um livro que ainda não terminou, e mesmo que não chegue a redimir o capítulo ruim. Perdi minha mãe e, apesar das falas pseudo consoladoras do tipo “É a vida” (não, é a morte mesmo) e “Tudo vai ficar bem” (defina “bem”), a dor ganha intervalos, mas a ausência fica. Tive também uma decepção pessoal, que abalou minha confiança, me tirou alguns quilos, me fez ver de novo como nossos melhores esforços podem ser os mais injustiçados, como a ingenuidade é amiga da vaidade, como a efusão brasileira pode ocultar inveja ou egoísmo. Também não fico feliz ao pensar que para tantas pessoas uma experiência insubstituível como ter filhos pode ser vista como algo que “atrapalha” ou, pior, que justifica manter relacionamentos frios ou frustrantes, em vez de renová-los. Mas terminei meu capítulo com páginas encorajadoras, confiante não apenas em ter superado a fase crítica, mas também em não ter deixado o desencantamento tomar conta. Aí está, se me permitem o toque natalino: não deixar o desencanto tomar conta é o melhor presente."

Daniel Piza
25.dezembro.2011 07:45:18

De presentes e ausências

http://blogs.estadao.com.br/daniel-piza/

DESCANSE EM PAZ

Perseverança e resiliência



 
“ (…) Encontre espaço dentro da sua tristeza para invocar a alegria. (…)
 
Parte significativa da vida é sorte. Mas a outra parte, tudo o que cabe na forma como tratamos as más cartas que nos calham, é jogo.

Jogue para ganhar, o adversário é o seu pior eu, ganhe-lhe, seja melhor.
 
Não somos responsáveis por mais nada, porém somos responsáveis por todos os nossos actos.
(…)
 
O amor que nos têm não é o que nos define, mas o que temos, o que damos. (…).
 
Discipline o humor, não pelos pensamentos, mas pelas acções. Quando der por si, terá outro comportamento - o que é o comportamento senão o conjunto das nossas acções? O que são as acções senão o conjunto das decisões? E as decisões, não são as conclusões do instinto e do pensamento? - e será outra pessoa mantendo a pessoa que é. Mais feliz.

Persevere. (…) não sabe o plano que Deus tem para si até ser tudo o que pode ser. (…)”
 
 

apesar de tudo.....

 
 
apesar de tudo o que será inevitável, desejo que saibamos suportar as dificuldades e as agruras e não percamos nem a esperança, nem o sorriso.

que tudo o que realmente importa se mantenha ou acrescente e que não se perca o sentido do belo, do bom e, sobretudo, do maravilhoso.

que nenhum amigo se esqueça e nenhum amor desapareça.

que impere a solidariedade e o respeito.

que vença a verdade e a justiça.

que se distribua pão e perdão.

e que dentro de um ano estejamos sadios e venturosos a renovar estes votos!
 

Feel Like Making Love - Roberta Flack