A BAHIA ME CHAMA!!!!!
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quinta-feira, 3 de maio de 2012
Paloma Negra - Lila Downs
Lila Downs, es una cantante y compositora mixteca-norteamericana. Canta en diversas lenguas, principalmente en español e inglés, francés y portugués. Su obra reivindica las raíces de los pueblos indígenas, entre ellos el mixteco, zapoteco, maya y náhuatl, además de las músicas regionales de México, en especial de Oaxaca, su tierra natal.
Lila es además antropóloga, graduada en la Universidad de Minnesota.
Participó en la banda sonora de la película Frida cantando el tema Burn it blue, como así también en otras bandas sonoras de películas como Real women have curves y Tortilla Soup. En el film de Carlos Saura, Fados, canta un versión inolvidable de Foi na travessa da palha, en portugués.
Frida Kahlo: a dor da vida, a dor da arte
publicado em artes e ideias por bianca vale |
© Frida Kahlo, "As Duas Fridas" (1939).
Muitos artistas deixaram sua marca no mundo das artes pelo trabalho que fizeram, pelos quadros que pintaram, pela música que tocaram ou pelo poema que escreveram. Mas alguns poucos foram além e, mais do que a marca deixada por sua obra, confundem-se com ela e ficam eternizados pela sua própria imagem. São esses que se tornam ícones. E foi esse o destino da mexicana Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, ou simplesmente Frida Kahlo.
Simples é obviamente o adjetivo que menos combina com Frida. Sua complexidade tem origem na sua própria história: nascida em 1907, filha de um alemão e de uma mexicana, contraiu poliomielite aos seis anos, o que lhe deixou como sequela uma lesão no pé direito que lhe rendeu o apelido “Frida pata de palo” (Frida perna de pau). A partir daí começou a usar calças e saias longas estampadas, que vieram a se tornar uma de suas referências pessoais. Esse foi só o primeiro marco de como a construção do ícone Frida Kahlo partiu de sua própria dor. E era também só o primeiro de uma série de acontecimentos dolorosos de sua vida.
© Frida Kahlo, "Auto-retrato" (1926).
Aos 18 anos, Frida sofre um grave acidente: o bonde em que seguia colide com um trem, deixando-a meses entre a vida e a morte devido ao pára-choque que atravessou seu pélvis. Foi durante a recuperação que começou a pintar, usando o material de seu pai, que tinha a pintura como passatempo. O acidente deixou severas marcas a Frida, que teve que viver a partir de então com fortes dores no corpo e coletes ortopédicos.
© Frida Kahlo, "Coluna Rota" (1944).
Porém, talvez nenhum destes dois acontecimentos tenham sido tão intensos na vida da artista como seu relacionamento com o pintor mexicano Diego Rivera. A própria Frida resume bem a relação em seu diário, "Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o bonde e você. Você sem dúvida foi o pior deles."
A vida do casal foi marcada pela intensidade, tanto na paixão como nas calorosas brigas. Rivera e Kahlo dividiam a militância no partido comunista, o amor pelas artes e uma tendência a relacionamentos extraconjugais. Frida era bissexual, mas Rivera dizia não se importar com seus casos com outras mulheres; apenas os casos com outros homens o incomodavam... Um dos mais famosos, mas já depois da separação, foi com o revolucionário russo Leon Trótski.
© Frida Kahlo e Diego Rivera (Wikicommons, Carl Van Vechten).
Mas talvez nenhum dos relacionamentos extraconjugais de Frida a marcou tanto quanto a descoberta de que Diego tinha um caso com sua irmã Cristina há anos. Rivera teve 6 filhos com Cristina, e Kahlo nunca perdoou a irmã. Após saber desta traição, Frida separa-se de Diego, mas voltam a ficar juntos novamente em 1940, e assim permanecem até 1954, quando Frida é encontrada morta em sua casa devido a uma forte pneumonia. "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida" foi a última frase escrita pela artista em seu diário.
Um ano antes de sua morte, Frida precisou amputar uns dos pés devido à gangrena, “Pés para que os quero, se tenho asas para voar?” escreveu Kahlo em seu diário, em mais uma demonstração de como era capaz de alterar sua própria percepção do sofrimento.
Em seus quadros, essa capacidade de transformar dor em belas imagens fica clara. É o caso de Columna Rota, de 1944, em que Frida se retrata com a coluna mutilada e o corpo coberto de pregos: a sua dor torna-se tão visível que é possível ao admirador senti-la. Em A árvore da esperança, de 1946, Kahlo pinta novamente sua dor, agora acrescida da esperança de um dia ver-se livre do sofrimento que as sequelas causaram, e para isso pinta duas Fridas: a que convalesce no leito e a que segura um colete agora já inútil. Frida pintou-se como duas em outro quadro, As duas Fridas, de 1939. Mostra-se aqui como uma mulher dividida pela dor lacerante do corpo e da instabilidade de seus relacionamentos, e que ao mesmo tempo é intensa, apaixonada e repleta de esperança. Em seu diário ela ainda acrescenta ''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''
© Frida Kahlo, "Árvore da Esperança" (1946).
Mais de 50 anos após sua morte, Frida Kahlo ainda continua sendo influência para muitos artistas. A personalidade forte que é possível ser notada no modo como se vestia, nas telas que pintava, na intensidade com que vivia e na forma como se comprometia com a cultura de seu país tornaram-na modelo de originalidade.
A casa em que viveu tornou-se um museu em sua homenagem, a Casa Azul. Sua vida foi retratada em dois filmes: em 1983, em Frida, natureza viva de Paul Leduc, e em 2002 em Frida, de Julie Taymor, onde foi interpretada por Salma Hayek.
Frida Kahlo teve na dor sua matéria; sua vida foi um turbilhão de sentimentos que a artista conseguiu canalizar em um só: paixão. Suas obras irradiam calor e vivacidade, mas não é só pelo seu trabalho que ela ainda encanta. Frida teve uma vida que faria muitas mulheres se vestirem de luto, mas ela preferiu vestir-se de flores.
© "Frida" de Julie Taymor (2002).
Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/03/frida_kahlo_a_dor_da_vida_a_dor_da_arte.html#ixzz1tonOR7Jz
“Reza” - Rita Lee
Houve nove anos de hiato entre o álbum inédito anterior de Rita Lee e o novo, que está chegando às lojas agora. Demorou, mas os semideuses e os hiperplebeus tropicalistas estão em festa: Balacobaco (2003) era inspirado, e este Reza é mais ainda. A desobrigação e a ruína da indústria fonográfica fazem bem à beça à mais importante compositora popular brasileira.
Permanece o truque-isca de Balacobaco: uma melodia chatinha para grudar nos ouvidos da multidão, via trilha de novela. Em Balacobaco era “Amor e Sexo”, que musicava uma crônica do reacionário de plantão da Globo, Arnaldo Jabor. Desta vez é “Reza”, de Rita e Roberto de Carvalho, em cartaz na atual Avenida Brasil global. Reza (o disco) é bem mais inspirador que “Reza” (a balada pop-rock), assim como Balacobaco era bem mais consistente que apenas “Amor e Sexo”.
A própria letra de “Reza” flagra Rita em um de seus muitos instantes brilhantes. Pertence à categoria das canções de ódio de anos recentes, nos quais vêm se esmerando ela, Caetano Veloso e Maria Bethânia. “Deus me perdoe por querer/ que Deus me livre e guarde de você”, dispara a ídola em diálogo direto com um fã imaganário que não sabemos quem é (mas podemos ser, e somos, você e eu). Se em 2000 Caetano se movia contra a fé em linguagem cifrada, em “Zera a Reza”, Rita é mais direta: chama um treco de reza e se põe a xingar muito no CD (“Deus me defenda da sua macumba”, “Deus me imunize do seu veneno”), qual Bethânia em sua recente “Carta de Amor”.
Rita já explorara o veio da canção-xingo em duas das poucas canções inéditas incluídas num disco de sucessos ao vivo de 2009. “Se Manca” soltava bombinhas em religiosos (“nem vem falar de Jesus, você é pecador”), ambientalistas (“não me vem com papo ecológico, você é poluidor”), ricaços, intelectuais e outros chatos de plantão (“se manca, neném/ gente mala a gente trata com desdém”). No delicioso rockão “Tão”, arremetia contra uma figura que ela jamais há de admitir, mas tem tudo a ver com Sandy Leah: “Tão boazinha/ tão certinha/ tão discreta/ tão correta/ tão modesta/ tão honesta/ tão decente/ tão boa gente/ tão cordata/ tão sensata/ tão, tão, tão, tão…/chata, chata!”. Dinamite pop pura, à altura da Rita mutante, da Rita tutti-frutti ou da Rita roberta-de-carvalha.
Reza tem várias variáveis de canções-xingos. Em “As Loucas”, ela segue outra de suas bandeiras de sempre, a feminista, e investe contra a hipocrisia macha-machista-misógina: “Eles amam as loucas/ mas casam com outras” (com as chatas de “Tão”, provavelmente). Em “Paradise Brasil”, pressiona de leve a veia política (também reacionária) que a atormenta, num beliscão sutil ao país natal, visto por ela, para variar, como paraíso tropical-tropicalista habitados por carmens mirandas, bananas e tucanos (esses a letra não cita).
Mas a melhor verve da Rita 2012, e aqui ela vence de lavada os manos Caetano e Bethânia, é a da canção de autoxingo. Dona Lee é mestre em se autoavacalhar, daquele jeito que faria Eduardo Dussek, daquele modo inteligentíssimo que critica você e eu parecendo que está esculhambando apenas a si. “Divagando”, “Vidinha” e “Tô um Lixo” são as obras-primas de Reza nessa vertente.
“Divagando/ devagar/ quase parando/ de pensar”, glosa o mote-mantra da primeira. “Faço terapia/ malho todo dia/ pratico ioga/ não uso mais droga/ tomo ansiolítico/ em estado crítico/ na crise de pânico/ propofol orgânico”, reforça a segunda, entregando as agruras de estar às portas da “melhor idade” (dona Rita tem 64). E o refrão explode: “Vidinha besta/ vidinha furreca/ vidinha chinfrim/ ô vidinha de merda”. Se a vida dela, que é pop star, é assim, imagina a nossa.
“Tô um Lixo” é outro primor de autoavacalhação: “Parei de fumar/ parei de beber/ parei de jogar/ parei de ser aquele ser cafajeste/ aquela peste/ nem banho tomo mais/ trabalho tanto faz/ a cabeça tá um jazz/ eu vivo pelos cantos feito bicho/ eu tô um lixo”. Trata-se de reclamol azedo tipicamente paulista (até nessa linha Rita é a nossa maior compositora em atividade via São Paulo — inclua mulheres e homens). O queixume, no entanto, é atenuado pela agridoçura da melodia, vibrante e tipicamente bubble gum.
Uma quarta faixa expõe, de modo camuflado, o instinto autodepreciativo de Rita Lee. “Bamboogiewoogie” faz espelho com “Paradise Brasil” no papel de manifesto sempre-tropicalista, que Rita, como Caetano, nunca esquece de sublinhar. Eletrônico como quase tudo no disco, o arranjo faz lembrar um baião pós-tropicalista, um afago da paulistana profissional no pernambucanismo centenário de Luiz Gonzaga — bem mais antenado com 2012 que a dance-house de “Paradise Brasil”.
De novo, Rita repete chavões da “tropicania” tropicalista, inaugurando neologismos trôpegos como “tupinikingkong”, “babalorixamego”, “bamboogiewoogie” — o universal & o local, o Brasil & o mundo, o som universal, todas aquelas mumunhas antropofágico-modernistas-tropicalistas. Só que há ali um refrãozinho, o mais confessional do CD, na mais inspirada de suas faixas: “Eu I love you, mas você não love me eu”.
A compositora costuma reclamar que paulistanos e corintianos não gostam dela — que, por sinal, é paulistana e corintiana, logo… Dois versos antes do refrão, já entregou de bandeja a relação com o Rio de Janeiro: “Copacabana me engana que eu gosto”. Pensemos em “eu I love you, mas você não love me eu” como queixa direcionada não a uma pessoa, mas a uma cidade (São Paulo?), um estado (Rio?), um país (Brasil). “Voy a me matar, atirar-me da ponte, se não me quieras”, dramatiza em portunhol ao final, com voz de pândega em chantagem emocional bem paulista embutida na eterna rixa autofágica da tropicália com o Brasil.
Mesmo considerando que Rita sempre foi muito mais leve na brasilfobia que seus herdeiros da geração pop-roqueira dos anos 1980, a tensão perene resiste: afinal, quem não gosta de quem nessa joça?
Se há resposta para isso em Reza, está em “Bamboogiewoogie”, em “Paradise Brasil” e nas faixas que são a especialidade de Rita & Roberto, as gomas de mascar transnacionais com letras feitas de trocadilhos aparentemente bobos: “Gororoba”, “Bagdá”, “Tutti Fuditti”.
“Gororoba” cobiça a cultura pop norte-americana (é uma canção-”merchan” perversa, um tributo cafajeste à Coca-Cola), mas comunica-se diretamente com o “seu garçom, faça o favor de me trazer depressa uma boa média que não seja requentada” de “Conversa de Botequim” (1935), do carioquíssimo Noel Rosa. Muito já se disse que o pop de Rita & Roberto era um modo excêntrico de fazer marchinha carnavalesca, samba ou coisa parecida, e é por aí mesmo que a barca corre.
“Bagdá” brinca com termos sonoros derivados da cultura árabe. E joga um “vatapá” entre tabules, esfirras, quibes e húmus. O próprio Caetano parece gostar da semelhança física com Bin Laden — citado explicitamente em “Bagdá”, entre (Salvador d’)Ali Babá e Saddam Hussein. Quem ousaria citar simpaticamente tais vilões mundiais numa letra pop? Rita Lee ousaria — ela, que em 1976, em “Arrombou a Festa”, foi a única a furar um cerco de concreto armado e citar nominalmente o então já proscrito Wilson Simonal.
Em “Tutti Fuditti”, por fim, a brincadeira é com termos italianos (e nem à distância passa por citar seu grupo setentista-feminista, o Tutti Frutti, como se pode a princípio deduzir). “Siamo tutti fuditti/ maledetto mondo cane/ voglio a mangiare dinamite, dinamite, dinamite”, ela pipoca, em versos que, pensando bem, são autoesculhambativos (“maledetto mondo cane”, “alegro ma non treppo”) e chantagistas emocionais paulistanos profissionais (“voglio mangiare dinamite”).
O arranjo de “Tutti Fuditti” lembra de perto a Rita Pavone de “Datemi un Martello” (1964) e, por intermédio dela, o iê-iê-iê praticado nos anos 1960 a partir de São Paulo, Celly Campello, Os Incríveis, Wanderléa e que tais. Ainda que seja por vieses estadunidenses, árabes, italianos ou punk-roqueiros, Rita Lee é paulistanidade pura, entre gostosos e amorosos e sofisticados tratamentos musicais.
Deixa de manha, dona irRita, a gente também te ama – que discaço, o seu novo.
(Texto publicado originalmente no blog Ultrapop do Yahoo! Brasil.)
Devolvam os desenhos de Laerte
Ladrões levam acervo de 12 anos de trabalho do cartunista Laerte
Bandidos entraram na casa do ilustrador no Rio Pequeno
DE SÃO PAULO
Um acervo com 12 anos de trabalho do cartunista da Folha Laerte Coutinho foi furtado da casa dele na madrugada de anteontem.
Os desenhos feitos pelo artista desde 2000 estavam em dois computadores e em um disco rígido externo.
"Começo o trabalho sempre no papel. Mas depois coloco cor e faço a finalização no computador", diz Laerte, que trabalha em casa.
"Tenho cópias de alguns destes desenhos em CD. Mas muitos deles estão ilegíveis", afirma o cartunista, que disse estar "aflito" para recuperar sua produção.
"Mesmo que consiga algo nos arquivos de jornais e de outras publicações, as imagens das tiras vão estar em baixa resolução."
O furto ocorreu às 5h da manhã do feriado de 1º de Maio, de acordo com os vizinhos. Laerte mora em uma casa no bairro do Rio Pequeno (zona oeste de São Paulo). O local é bastante próximo à Cidade Universitária da USP.
De acordo com as informações passadas à polícia, toda a casa do artista foi vasculhada. Os criminosos reviraram também os arquivos físicos de documentos que estavam na casa de Laerte.
"Eles levaram também um aparelho de DVD. Não havia muitos eletroeletrônicos de valor. Até os dois botijões de gás sumiram."
Laerte voltava de uma viagem a Minas Gerais, no feriado, quando percebeu algo estranho antes mesmo de entrar na casa.
"Cheguei por volta das 15h. As minhas gatas estavam na rua, logo percebi que havia algo de errado."
PRIMEIRA VEZ
A invasão ocorreu pela porta da cozinha.
"Moro aqui desde 2003. Na minha casa é a primeira vez. Mas já houve casos semelhantes na vizinhança."
As delegacias do Jaguaré e do Butantã, próximas à casa do cartunista, registraram 21 roubos a residências entre 1º de janeiro e 10 de março.
Folha de S.Paulo
03/05/2012
Srs. ladrões, por obséquio, devolvam o acervo q levaram do cartunista Laerte!
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