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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
A idade que Deus me deu
É aquela estória, manda quem pode e obedece quem tem juízo. E já que a patroa mandou, aqui vão as minhas reflexões sobre a idade e eu... coisa difícil de organizar. Mas tenho juízo! Eu estava aqui remoendo minhas considerações sobre a idade na minha vida e descobri que ela sempre se refere e aparece em comparação a algo externo a mim, algo que a sociedade traz, algo que esperam de mim, algo que antes foi dito como certo ou errado para determinada idade.
Vejamos. Todo mundo diz que pareço mais nova do que a minha idade realmente deveria aparentar. Ok, parece arrogante o aqui dito, e muitos deveriam se orgulhar dessas gentilezas, mas elas são tão freqüentes que ficaram sem graça. Aí tento entender o motivo das pessoas se assustarem tanto quando descobrem a minha real idade. - sou baixinha. E já descobri que pessoas mais altas parecem mais velhas. Minha irmã que o diga...
- ando de tênis, jeans e camiseta quase 90% do tempo. Logo, visto o uniforme de quem tem idade muito menor do que a minha. Ah, e uso mochila, muito por causa das freqüentes dores nas costas(o que não deixa de ser um sinal da idade)... - Tenho uma cara lavada quase todo o tempo. Significa que não tento esconder rugas, apesar delas estarem ali e eu as encontrar todos os dias no espelho pela manhã.
Assim, a sociedade julga que tenho uma idade entre 20 a 30 anos. Julga, porque está pressuposto que pessoas nessa idade devam se comportar dessa maneira, se vestir dessa maneira e ter essa determinada estatura... Aí o pessoal realmente desmaia quando descobre que tenho um filho de 20 anos. Com 1,90 de altura. Quando vêem a gente junto e descobrem que somos mãe e filho, quase morrem. Por que? Porque ele é um “velho” de 1,90 e eu uma “menininha” de 1,58. Ridículo, mas sinto na pele esse julgamento. O mesmo julgamento que é fundado na regrinha que as pessoas precisam ter uma vida ordenada da seguinte forma: estudar até os 20 e poucos, trabalhar pra caral..., se planejar, guardar dinheiro, casar, e só daí ter filhos. Bem, consigo ver nos olhos de todo mundo essa confusão, quando descobrem o óbvio com as perguntinhas: mas que idade você tinha quando teve ele? Ou de um jeito menos invasivo: mas que idade você tem, então? Aí a pessoa leva alguns segundos fazendo as contas pra vir com o comentário: ah, então você teve ele cedo, né?
O que é cedo? O que é tarde? Quando fiz meus 27 anos comecei a me preparar para os 30. Aí quando cheguei aos 30 não tive crise de idade, nem problema algum. Senti-me no alto do meu poder decisório, da minha liberdade de ir e vir e de ser o que eu bem podia. Tanto que tive coragem de namorar um moço 15 anos mais novo e fod.. a opinião pública. É a tal da idade do “eu posso”.
Agora, chegando perto dos 40, e eu sei que a Denis vai dar uma longa gargalhada frente às minhas dúvidas existenciais, eu não sei ao certo como agir. Novo relacionamento: posso ter mais filhos? Devo? Ou agora está tarde demais? Eu deveria já ter estudado tudo ou ainda tenho tempo? Posso largar tudo e fazer um mochilão pela Europa ou isso só é confiado aos que são “jovens”? Devo me comportar com uma “senhoura” de respeito ou continuo usando tênis?
A única questão que tenho certeza até o momento é a idade da minha morte: 120. Ah, não dá pra prever? Dá sim. Já avisei ao meu cérebro e ao meu corpo. E até lá, já que não cheguei ainda a um terço da minha vida, posso fazer e refazer as listas do que quero realizar e experimentar. E danem-se os padrões sociais para cada idade.
Marcadores: Dna. Bona
Gates reflecting on the passing of Steve Jobs and how to spend his money...
But he didn’t lose the title to Mexico’s telecom titan Carlos Slim; he gave it away. And as a result, the businessman-turned-philanthropist can point to a different kind of scoreboard.
“Well, it’s easiest to measure in the health work,” Gates told me, “where over 5 million lives have been saved.”
In a wide-ranging interview with Yahoo! and ABC News, the former head of Microsoft talked about how Steve Jobs’ death affected him, his fix for American schools and his annual letter, which sets the priorities for one of the most generous charitable efforts in history.
With a pledge to give away 95 percent of Gates’ personal wealth, the Gates Foundation claims to have granted more than $26 billion since 1994. While some of that money is devoted to improving U.S. education, roughly 75 percent goes to the poorest countries in the world, and Gates scoffs at the idea that the money would be better spent at home.
“Well, the question is, are human lives of equal value?” Gates said. ”For the mother whose child dies in Africa, is that somehow less important, less painful? If we can save that life — for very little [money], is that appropriate to do? And, in fact, we know that if we do save those lives, it can reduce the population growth. It can let them be on a path to graduate from receiving aid.”
After the Gates Foundation’s vaccination efforts in India, that nation reported only one case of polio last year. And while the foundation promises to fight on against preventable diseases, the top focus of this year’s letter is agriculture and Gates’ belief that without technology, farmers could never feed the world’s exploding population.
He calls for further research into the creation of flood-and-drought-resistant crops through genetic engineering.
“It is hard to overstate how valuable it is to have all the incredible tools that are used for human disease to study plants,” he writes. But the idea of genetically modified organisms, or GMOs, is loaded with controversy. Environmental groups worry that the practice could upset the food chain, leading to the spread of disease, “superweeds” and mutant insects.
To the dismay of GMO opponents, public records reveal that the Gates Foundation recently spent $27 million to buy 500,000 shares of Monsanto, the agribusiness giant with labs devoted to improving on nature to boost crop yields. And while Gates avoids the words “genetically modified” in his letter, he defends the idea when pressed.
“Over time, yes, countries will need to look at specific GMO products like they look at drugs today, where they don’t approve them all. They look hard at the safety and the testing. And they make sure that the benefits far outweigh any of the downsides.”
Aside from the environmental concerns, England’s Prince Charles was among those who blamed a rash of farmer suicides in India on the higher cost of GMO seeds. But Gates insisted that his foundation’s partners are not out to exploit developing nations.
“There’s absolutely no payments, no royalties of any kind. It’s just like in medicines. … We go to the big companies who don’t expect to make profits from the poorest billion and say: ‘Will you help us?’ And so they donate it.”
Back in America, Gates is renewing his push toward “peer-reviewed” teaching as the key to reforming education. Since the best — and worst — teachers often operate in a bubble, he suggests training an elite group to roam from class to class to share what works and what doesn’t.
“You take at least 2 percent of the teachers, train them very well and have them do structured visitations,” he said. “And they tell the teacher, ‘OK, you were good at this, but you didn’t engage these kids very well. You didn’t create discussion here. You didn’t explain why a kid would wanna know this thing,’ and help those teachers improve.”
And Gates also reflected on the passing of Steve Jobs. Weeks before the Apple founder died, Gates paid an unannounced visit to the home of his sometime friend and longtime rival.
“He and I always enjoyed talking. He would throw some things out, you know, some stimulating things. We’d talk about the other companies that have come along. We talked about our families and how lucky we’d both been in terms of the women we married. It was great relaxed conversation.
How did Jobs’ death affect him? ”Well, it’s very strange to have somebody who’s so vibrant and made such a huge difference and been … kind of a constant presence, to have him die,” Gates said. “It makes you feel like, ‘Wow, we’re getting old.’ I hope I still have quite a bit of time for the focus I have now, which is the philanthropic work. And there’s drugs we’re investing in now that won’t be out for 15 years — malaria eradication, I need a couple of decades here to fulfill that opportunity. But, you know, it reminds you that you gotta pick important stuff, because you only have a limited time.”
The Bill and Melinda Gates Foundation supported, in part, last year’s ABC NEWS initiative BE THE CHANGE: SAVE A LIFE , which focused on health care in some of the poorest areas of the world.
SHOWS: Good Morning America Nightline World News
painel da cultura brasileira
Música e celebração
Na primeira vez que vi A música segundo Tom Jobim, o documentário de Dora Jobim (neta do homem) e Nelson Pereira dos Santos, embarquei de tal maneira no fluxo encantatório da música que não consegui prestar atenção à estrutura narrativa do filme, sua organização interna, suas estratégias de edição.
Foi preciso ver uma segunda vez, em DVD, parando de quando em quando para fazer anotações. Tudo isso para chegar a uma conclusão que já estava contida no letreiro final do filme, uma frase do próprio Tom Jobim: “A linguagem musical basta”. Ao que parece, foi esse o princípio que norteou os diretores desse documentário sem locução, sem entrevistas, sem textos explicativos.
Mas há inteligência e sensibilidade nessa colagem aparentemente “natural” de sons e imagens. Às vezes organizam-se em sequência várias interpretações de uma mesma canção, por cantores e músicos de diferentes países. Um exemplo: Tom cantando “Desafinado” ao violão, no Steve Allen Show, em 1964, é seguido por Ella Fitzgerald interpretando a mesma música em 1963, e por fim por Sammy Davis Jr., que leva ao extremo o scating vocal esboçado por Ella, reduzindo o canto a sílabas onomatopaicas.
Momentos epifânicos
Ou então “Garota de Ipanema”, o tema mais repetido no documentário, tocado e cantado em diversos idiomas até desembocar no antológico dueto entre Tom e Frank Sinatra em 1967, um dos momentos epifânicos do filme. (Há outros: Elis e Tom gravando “Águas de março”; Chico Buarque e Tom Jobim ouvindo as vaias a “Sabiá”, cantada por Cynara e Cybele no Festival Internacional da Canção de 1968; e sobretudo a sequência final, de que se falará mais abaixo.)
Mas essa ideia das várias versões de uma música não se converte jamais numa camisa de força, pois outros métodos de associação regem tanto a sucessão dos números musicais como a justaposição entre som e imagem enquanto dura cada um desses números (geralmente apresentados na íntegra).
Um exemplo: quando Agostinho dos Santos canta “A felicidade”, cuja letra fala do carnaval em contraste com as agruras do cotidiano, vemos imagens de bondes e trens superlotados no Rio dos anos 50. Outro: ao som da “Sinfonia de Brasília”, imagens fixas mostram Tom e Vinicius, Tom e Oscar Niemeyer, a capital em construção, a orquestra ensaiando, um rascunho da partitura etc.
Se nos casos citados a associação da música com seu referencial externo é direta, quase óbvia, há conexões mais sutis, como a bela passagem em que Nara Leão canta “Dindi” (com Menescal ao violão) entre discretas inserções de fotos de Tom Jobim andando de bote, pescando, caminhando na praia com o violão. De algum modo, isso tudo se harmoniza à perfeição.
Há, a meu ver, um elo um tanto frouxo nessa corrente. Já perto do final, a enfiada de canções (quase um pot-pourri) interpretadas pela Banda Nova, com Tom ao piano e suas backing vocals, em arranjos mais standard, soa redundante.
Mas isso é compensado amplamente por um último rasgo de gênio dos realizadores: a sequência do desfile da Mangueira em que Tom Jobim foi homenageado. Em vez do som festivo da escola de samba, o que ouvimos, salvo engano, é a grandiosa e melancólica “Saudade do Brasil”, uma composição sinfônica que atesta a dívida do compositor com seu mestre soberano Villa-Lobos.
O grande ausente
Em meio à plêiade de cantores e músicos excepcionais (de Erroll Garner a Milton Nascimento, de Dizzy Gillespie a Henri Salvador, de Sinatra a Judy Garland), o espectador esperto sentirá falta de um, talvez aquele que mais e melhor cantou Jobim: João Gilberto.
A explicação para essa ausência gritante, segundo consta, é que está sendo realizado um documentário sobre o cantor, e os produtores têm exclusividade sobre as imagens de suas performances. Mesmo assim, custava ceder umazinha para o filme de Dora Jobim e Nelson Pereira?
De todo modo, quase como numa brincadeira de “onde está Wally”, é possível ver João Gilberto na tela, logo no início do longa, acompanhando Elizeth Cardoso discretamente ao violão, numa cena do filme Pista de grama (1958), de Haroldo Costa. Só para registrar, aqui vai um breve fragmento, um pouco fora de sincronia:
Cabe uma última informação. A música segundo Tom Jobim é apenas metade de um díptico dedicado por Nelson Pereira dos Santos ao compositor. A outra metade, que trata da vida de Jobim, também está pronta, mas – absurdamente – ainda não encontrou distribuidor interessado.
E assim, como quem não quer nada, Nelson Pereira, que já documentou Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, além de ter adaptado Graciliano Ramos, Jorge Amado, Nelson Rodrigues e Guimarães Rosa, vai construindo seu gigantesco painel da cultura brasileira do século XX.
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