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terça-feira, 3 de abril de 2012

Quase Sempre - Edu Lobo

Allen te envía una postal desde Roma

A dos semanas del estreno de 'To Rome with love', ya se puede ver el primer trailer del nuevo filme del director estadounidense.

 

Woody Allen y el actor italiano Roberto Benigni durante el rodaje de 'To Rome with love'. / REUTERS
 
En esta gira europea en que se ha convertido la carrera de Woody Allen (París, Londres, Barcelona, y ahora Roma: de sus últimas ocho películas siete se desarrollan en Europa), le llega el turno al Coliseo, a los guardias urbanos de las mejores comedias italianas, a los romances y a los encuentros furtivos, a los paparazis. Por ahora solo hay un vistazo de dos minutos de postales turísticas: habrá que esperar al largometraje entero, que mezcla inglés e italiano.

http://cultura.elpais.com/cultura/2012/04/03/actualidad/1333483039_715049.html

El cine resucita a Whitney Houston

Se lanza el tráiler de 'Sparkle', la última película de Whitney Houston, que se estrenará de forma póstuma el próximo verano

 

Fotograma de la película 'Sparkle', con Whitney Houston. / TRISTAR
Iba a ser la resurrección de una estrella, pero su muerte, el pasado febrero, truncó el regreso de Whitney Houston al mundo del espectáculo. Sparkle, la última película que filmó la cantante y actriz, se estrena el próximo 17 de agosto, pero su tráiler promocional, lanzado el lunes en la televisión estadounidense, trajo de vuelta a la actualidad a la desaparecida reina del soul pop de finales de los ochenta.
El filme, que muestra a Houston como la esperanzada madre de tres candidatas a estrellas de la canción, iba a ser uno de los pilares fundamentales del regreso triunfal de la cantante, que actuó en la producción tras 16 años sin pisar un set de rodaje. En él, la protagonista de El guardaespaldas interpreta a una excantante venida a menos que ve cómo sus tres hijas se hacen ilusiones con el mundo de la música.
Las primeras imágenes de la película fueron estrenadas el lunes durante la transmisión del popular programa matutino Today de la cadena NBC. “Me inundó la emoción al verlo”, comentó Kathie Lee Gifford, una de las presentadoras del espacio tras la emisión del tráiler. “Me recordó cuánto la amamos en El guardaespaldas y sus otras películas. Hay una vulnerabilidad en su actuación que era… que realmente traspasa las cámaras”.
Con 48 años, Whitney Houston fue encontrada muerta el pasado 11 de febrero dentro de la bañera de un hotel de Beverly Hills (Los Ángeles). La madre de todos los vozarrones modernos se preparaba para una fiesta previa a la entrega de los Grammy al momento de su fallecimiento, que constituyó el final de una larga lucha con el alcohol, las drogas y el fracaso de su eterno deseo de salir adelante.

Não existem ateus na Bahia

 

Um ateu baiano é que nem uma pessoa que crê em Deus: ambos têm diante de si a dura missão de convencer o mundo. O crente é desafiado a provar a vida inteira, inclusive a si, que há um Deus. Já o ateu baiano, nascido numa terra cuja capital, reza (ops) a lenda, possui uma igreja para cada dia do ano – sem contar os inúmeros templos evangélicos e terreiros de candomblé –, carrega a sina de provar que ele próprio existe. Que de fato não crê em nada, mas nada mesmo. Está lançado o desafio. Como um São Tomé do ceticismo, só acredito vendo.

'Não dou a mínima para Deus, mas adoro São Francisco. E Iemanjá é praticamente uma pessoa da família. Vovó costuma dizer: "Gosto muito dela!"'

Até o mais célebre ateu baiano, o comunista Jorge Amado, cujo centenário se comemora este ano, tinha sua queda pelos orixás. Todo mundo lá sabe disso: era o ateu que “simpatizava” com o candomblé. Estive no velório do escritor, em 2001. Havia uma cruz atrás do caixão. E uma senhora da Irmandade da Boa Morte, confraria afro-católica do recôncavo, que entoava cânticos, me disse: “Sabemos que ele era ateu, mas também que era do culto afro”. Não é por acaso que o título do famoso romance de sua mulher, Zélia, é “Anarquistas, Graças a Deus”. O casal Amado pertencia a um tipo bastante comum na Bahia: o “ateu-de-todos-os-santos”.
Jorge Amado chegou a exercer o posto de Obá de Xangô no Ilê Axé Opô Afonjá, o respeitadíssimo terreiro de mãe Stella de Oxóssi, no bairro do Cabula. Ser Obá, um cargo honorífico, significa ser amigo e protetor do terreiro. Ainda moço, o escritor tinha recebido do pai-de-santo Procópio seu primeiro título no candomblé, Ogã, o “guardião das chaves da casa”. Bem a propósito, uma das frases mais belas sobre a fé que conheço, de Caetano Veloso, dizem que foi inspirada em Jorge Amado: “Quem é ateu e viu milagres como eu/ Sabe que os deuses sem Deus/ Não cessam de brotar,/ Nem cansam de esperar”. Ateus baianos enxergam milagres…
Quando era adolescente, em Salvador, cismei de ser atéia, embora só tenha parado de rezar o “Santo Anjo” antes de dormir já perto dos 30. Vocês não imaginam o tanto de gozação que sofri da família: “Ih, ela agora inventou de não acreditar em Deus”, e dá-lhe risadaria. Logo eu, que era a primeira a entrar na fila dos netos que iam tomar banho de folha no sofá da sala de estar dos avós… Meu pai ainda hoje fala assim: “Sei que você não acredita em nada, mas… Aliás, como uma pessoa consegue viver sem fé nenhuma?”
Na faculdade, um professor contou a história de um amigo superateu baiano que na hora da morte se agarrou num crucifixo e começou a gritar: “Meu Deus, não me deixa morrer, eu acredito! Eu acredito!” Nestes momentos, meu ateísmo sofria sérios abalos, assim como minha fé na existência de ateus baianos. Com o tempo, fui me tornando cada vez menos atéia e a simpatizar cada vez mais com os santos, católicos e do candomblé. Como Jorge Amado, sou sincrética pacas. Não dou a mínima para Deus, mas adoro São Francisco. E Iemanjá é praticamente uma pessoa da família. Vovó costuma dizer: “Gosto muito dela!”
Me arrisco a dizer que existe uma fé ou talvez uma dúvida nata no baiano. No máximo, há baianos agnósticos. Na Bahia, mesmo o ateu que se diz ferrenho tem seu quarto dos santos no fundo da casa, carrega consigo uma medalhinha ou um patuá, toma banho de pipoca no dia de São Lázaro, “só de farra”, ou diz para a avó “a bença, vó” – “só por costume”. Como diria outro baiano, Gilberto Gil, “mesmo a quem não tem fé/ a fé costuma acompanhar/ pelo sim, pelo não…”. De onde virá isso, de nossa África ancestral? Não saberia dizer. Mistério.
Um livro que me impressionou e influenciou profundamente na vida foi uma pequena grande obra de Miguel de Unamuno, São Manuel Bueno, Mártir. É a história de um padre que esconde um segredo: não possui fé. E o martírio que se coloca é fingir aos fiéis, transmitir a eles a existência de Deus sem acreditar nela. O ateu baiano é uma espécie de São Manuel Bueno, Mártir da não-religiosidade. Todos os dias, o ateu nascido na Bahia professa sua não-fé em coisa alguma, mas dentro dele uma fagulha de crença no imaterial, no sobrenatural, no que não está ao alcance dos olhos – chame a isso sorte, acaso ou destino –, insiste em permanecer acesa.

P.S.: Como boa baiana, Semana Santa para mim é sinônimo de caruru, vatapá, moqueca, fritada de bacalhau. Tudo comida de santo! Boa Páscoa a todos.

Cynara Menezes
http://www.cartacapital.com.br/cultura/nao-existem-ateus-na-bahia/

Saudade



"A saudade diminuiu ou fomos nós que envelhecemos?"
- Millôr Fernandes

foto: Rodney Smith

“Two Brazils”

Deu no New York Times: Dois Brasis - Morte de Ciclista confronta riqueza e periferia

Escrito por Daniela Novais 02/04/2012

Crédito : Tuca Vieira

O jornal New York Times publicou reportagem neste sábado (31) pegando como gancho o acidente envolvendo Thor Batista, “filho do homem mais rico do Brasil”, que atropelou e matou Wanderson Pereira dos Santos, ajudante de caminhão que andava de bicicleta na mesma rodovia, o NYT discute a discrepância entre as classes sociais no que chama de “Two Brazils” (Dois Brasis).
A reportagem conta do acidente em que o carro de Thor, que voltava de um jantar em uma churrascaria no Rio, ao volante do carro Mercedes-Benz SLR McLaren avaliado em U$ 1,3 Milhão bate na bicicleta de Wanderson, que vivia em um barraco à beira da estrada e trabalhava descarregando caminhões e, como era aniversário da esposa, ele tinha ido comprar farinha para que a mulher fizesse um bolo em comemoração.

Dois Brasis - Para o NYT, o acidente confronta os dois Brasis: o da pequena elite e o dos milhões em uma existência à margem dessa abundância. Perto do local do acidente, vivem cerca de 100 famílias em barracos na encosta perto da rodovia. O jornal entrevistou um morador da redondeza que assinalou já ter perdido a conta das pessoas atropeladas lá, mas que este caso em si havia despertado a atenção, por envolver o filho de Eike Batista, um magnata da mineração, com uma fortuna avaliada em 30.000.000.000 dólares e que costuma estacionar a McLaren na sala de estar de sua mansão.
É bem verdade que as mortes na estrada são tão comuns, que raramente recebem destaque nacional como esta teve. O Brasil registrou mais de 40,600 mortes no trânsito em 2010. Na rodovia onde Wanderson foi morto, pelo menos 391 pessoas foram atropeladas nos últimos cinco anos. O que diferencia este acidente dos demais é o debate sobre a influência da riqueza num caso como este.

Discrepâncias – Para começo de conversa, os investigadores disseram que Thor dirigia não mais rápido do que 100 quilômetros por hora, estando dentro do limite de velocidade da via que é de 110 Km. Logo em seguida, saiu a versão de que Wanderson estava bêbado e foi atingido no meio da pista, contradizendo os testemunhos de quem estava no local e afirmou que o rapaz pedalava pelo acostamento e foi atingido quando Thor tentava ultrapassar um ônibus. Pelo acostamento.
Outro questionamento é o fato de Thor ainda ter licença para dirigir, acumulando mais de 51 pontos em sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), quando a lei vigente prevê a suspensão da licença com menos da metade: 20 pontos. Entre as sanções aplicadas ao jovem, diversas violações do excesso de velocidade.

O que dizem os Batista - Postagens de Eike e Thor dão uma versão diferente e outros adjetivos que o Câmara em Pauta prefere se abster. “O ciclista descuidado poderia ter causado três mortes”, postou Eike no Twitter no dia seguinte ao enterro de Wanderson. Já Thor, também pelo microblog afirmou que Wanderson trafegava na faixa da esquerda e ele estava dentro dos limites de velocidade e se gabou de suas habilidades como motorista e dos recursos de seus carros. “Eu dirijo carros com transmissão automática com um pé no acelerador e outro no freio, o que torna uma reação muito mais rápido possível”, postou.
A investigação continua e Thor contará com alguns dos melhores advogados em sua defesa, que já sustentam que o pobre menino rico é inocente e pedem uma autópsia, para mostrar que Wanderson tinha consumido álcool antes do acidente. A família de Wanderson não comenta o caso. Os Batista empenharam sua palavra de que iria ajudá-los com "toda a assistência necessária".

Para ler a matéria do New York Times, clique aqui (texto em inglês).



O cabelo-Joãozinho e os mistérios do planeta

Os mistérios do cabelo-Joãozinho. Mais
indecifráveis que os mistérios do Planeta, como diriam os Novos Baianos.

Acabei de ver aqui na avenida Paulista a melhor combinação do universo entre um rosto e um cabelo ao melhor estilo “Joãozinho”.
Até agora estou estátua. Que linda!
Ainda apertei a vagabunda câmera da janela do táxi, mas a moça submergiu na estação Consolação do metrô rumo ao Paraíso. Ela merecia tal destino.
Apertei só por desculpa. Preferia narrar mesmo sem a imbecilidade do retrato.
LINDA!
Pescocinho. Parecia uma galinha d´água mergulhando no açude do Penedo, no Sítio das Cobras, Santana do Cariri, por exemplo.
Jamais flagraria tanta beleza a olho nu.
Era a perfeição entre os derradeiros fios da nuca e o never more de Edgar A. Poe.
Juro, era melhor que a atriz Jean Seberg (na foto ai acima), aquela linda moça do filme “Acossado”, clássico de 1959 dirigido por Jean-Luc Godard.
Muito mais linda, misteriosa e “nouvelle vague” a anônima que me escapou de vista agora no metrô. Amanhã rastreio a deusa nas imediações.
Não tema, minha senhorita, só por apreciação estética mesmo. Sou um colecionador diário de tais alumbramentos e comoções.
O que mais interessa a flâneur de verdade?
(…)
Quantos mistérios num cabelo tipo “Joãozinho”.
Aquele corte que sempre intrigou a nós homens pelo que guarda de dúbio, anfíbio e, em muitos casos, andrógino.
Em alguns rostos, cai perfeito, ressaltando o que tem de mais belo nos traços, lente de aumento no brilho dos olhos… Era o caso da moça que acaba de tatuzar-se diante das minhas lentas retinas de velho tarado.
Deixa quieto.
Mas não é para qualquer rosto tal corte ousado, todo cuidado é pouco nessa hora.
É mais para as mulheres de gestos pequenos e delicados do que para as mulheres mais atrevidas e selvagens –estas estariam mais para tranças, adeixas e mil segredos debaixo dos caracóis dos seus desleixos.
O “Joãozinho” ou “nambu”, como se diz em algumas regiões do país, é corte para aquela hora de reviradas na vida, ritual de passagem, transição amorosa, mudanças bruscas e malfazejos tantos.
E como é prático uma mulher com cabelos curtíssimos.
Ao acordar, por exemplo, ao lado de um novo possível namorado, não viverás o drama comum às fêmeas de cabelos longos, que já despertam, quando ainda não possuem a completa intimidade, em sobressaltos, preocupadas com o desalinho feito pelas supostas penas de gansos dos afogados travesseiros.

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2012/04/03/o-cabelo-tipo-joaozinho-e-os-misterios-do-planeta/