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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
Tem muita “religião” no meu samba?!
Apesar de ter tido uma formação religiosa de berço cristã, Católica, frequentado colégio católico até o ensino médio, de mãe devota e pai ateu, eu me separei da religião, como instituição, há muito tempo e cada vez mais!!!
Totalmente a favor do Estado laico, a manutenção de um equilíbrio entre liberdade de crença e imparcialidade do Estado em relação à religião. Um Estado que respeita a diversidade de crença existente dentro da população sem permitir a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais.
Assim sendo, cresci com a mente aberta para diferentes manifestações religiosas, mais pelo aspecto cultural e social que “divino” ou litúrgico e me apaixonei pelos cultos afros/brasileiros que se tornaram o retrato lúdico e espiritual da Bahia onde cresci...
Acho tudo lindo nessa manifestação de uma fé ligada às raizes da terra, culto dirigido a forças da natureza personificadas na forma ancestrais divinizados: Orixás...
Tudo isso para dizer o que senti ontem assistindo o desfile das escolas de samba especias do Rio de Janeiro que vieram carregadas de sentimentos religiosos e suas interpretações deles.
Sei que o momento que vive o Brasil é de total desrespeito ao laicismo e de abusos de todas as normas que regulam um Estado de direito, provocando, da comunidade, um grito de BASTA à descriminação e ao racismo a que está submetida grande parte da população, e daí essa explosão e vontade de explicar ou reinterpretar crenças religiosas, adequando o dogma aos conflitos que realmente vivem!!!
Na Escola de Samba da Mangueira, com o enredo A Verdade Vos Fará Livre, o carnavalesco Leandro Vieira imagina como seria se Jesus Cristo retornasse nos dias de hoje, vindo do morro da Mangueira. No samba-enredo, os compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo lembram a origem humilde de Jesus e protestam contra o extermínio de pessoas nas comunidades...
Assim começa o texto de apresentação do samba-enredo da Mangueira em 2020, escrito por Leandro Vieira, que dá aos jurados e ao público uma ideia do que esperar do desfile da agremiação:
“Nasceu pobre e sua pele nunca foi tão branca quanto sugere sua imagem mais popular. Sem posses e mais retinto do que lhe foi apresentado, andou ao lado daqueles que a sociedade virou as costas oferecendo-lhes sua face mais amorosa e desprovida de intolerância.”
(Entenda a letra do samba-enredo de 2020 da Mangueira
Por Renata Arruda)
https://www.google.com/…/amp.l…/blog/samba-enredo-mangueira/
Acredito em todas as formas de manifestação artística para interpretar um momento histórico!!!
Viva a MANGUEIRA , VIRADOURO, GRANDE RIO, que trouxeram sua religião para o meu samba!!!
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