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quinta-feira, 15 de março de 2012

Rosa - Orlando Silva, composição de Pixinguinha.


Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada e formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
O teu coração junto ao meu lanceado pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação que em todo coração sepultas o amor
O riso, a fé e a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus quanto é triste a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de te envolver até meu padecer de todo fenecer

Essas Coisas Que Não Se Diz

 


Eu não sabia você. Não sabia seu olho que me faz bonita. Não sabia esperar letras em azul. Não sabia espreitar árvores que abraçam o céu. Não sabia a melancolia das frases inacabadas. E tudo que eu não sabia era um vazio que eu me acostumei a chamar serenidade. Eu nem percebi quando as coisas foram pedindo você. Não eu, as coisas, digo pra me convencer. Devagar, devagar, eu me digo, eu sei, tem uma dor latente tão imprevista que pode cortar o respirar. Escrevo longos textos que não publico. Construo paisagens, de palavra em palavra, um mosaico de caminhos que, todos eles, me levariam a você. Desfaço, letra a letra, sabendo que não é isso que esperas. Mas é que não sou uma pessoa boa. E isso significa que eu não sei silenciar em elegante compostura. Você já viu aquele filme: Lições para toda a vida? Há uma tocante conversa entre o tio e o sobrinho em que aquele diz a este que um homem deve poder acreditar em coisas que são ou não verdades (...) um homem deve acreditar na honra, na coragem e na justiça e um homem deve acreditar no amor, não porque sejam verdades, mas porque é importante que se acredite nelas. Eu não sou homem, tenho minha própria lista de crenças. Bem no topo, esta: não se deve abrir mão de um desejo, mesmo que este nunca se realize. Apenas o fato de existir já me faz outra pessoa. Mais intensa. Mais viva. Mais nítida. E completo dizendo que se faço drama é porque não sei fazer poesia e que nem um nem outro deviam lhe chegar como uma exigência ou convite, mas como uma tentativa de humanidade. Se me ferir a pele, eu sangro, mas é o sangue quem sempre esteve aqui, não o corte. Viver é muito perigoso, alertou Guimarães Rosa, mas é o que melhor faço, enquanto morro um pouco a cada dia.

Malagueña salerosa

| Manuel S. Fonseca



Mala­gueña

Por culpa do Diogo, meti-me a ler a “Life” do Keith Richards. Emba­lei, ina­lei e o diabo a qua­tro, quando de repente o gajo (não é o Diogo, agora já é o Keith) me diz que foi o avô Gus a dar-lhe as dicas para o ensi­nar a tocar gui­tarra. Tudo numa única lição: tocas a Mala­gueña e és músico, não tocas e vai-te des­pir que a gente já te atende.
Ainda pen­sei que era uma bou­tade, mas bem mais à frente no livro, percebe-se que o Keith sendo mais de se des­pir do que de fran­ce­sis­mos, volta, ves­ti­di­nho e ao pé do ado­rado avô, a servir-se da mesma refe­rên­cia: tudo o que há para se apren­der está na puta desta can­ção. Um puto inglês dos anos 50 apren­deu a tocar gui­tarra com uma can­tiga mexi­cana a suar nos­tal­gia de Málaga por tudo o que é poros. E não foi o Ins­ti­tuto Cer­van­tes nem o raio que o man­dou apren­der assim. Foi o saxó­nico ou lá o que é avô dele: por gos­tar e saber do que gostava.
Isto não vai lá com sub­sí­dios nem com cara feia, isto vai lá com amor e com gajos bons.


Taran­ti­nos e Chin­góns a que saiam coi­sas das vís­ce­ras aju­dam muito.

¿cuál es tu personaje favorito?

¿Cuál es tu personaje preferido de Mafalda?

Por: Winston Manrique Sabogal15/03/2012

Mafaldamundo

Aunque Mafalda es el personaje indiscutible de la tira cómica de Quino, el mundo de esa chica de pensamientos, ideas y preguntas de niña-adulta no sería lo mismo sin sus familiares y amigos. Personajes que le dan la réplica y engrandecen la historieta. Humor, ironía, reflexión, crítica, filosofía, ternura y sensatez que siempre nos convierte en un personaje más una vez vemos y leemos lo que dice. Por eso, hoy, cuando se celeran los 50 años de la concepción de Mafalda (como lo contaba ayer Leila Guerriero en este periódico), la escritora mexicana Elena Poniatowska y el artista argentino Jorge Maronna, de Les Luthiers, eligen su personaje favorito, y han coincidido: Felipe.
Felipe_de_mafalda
Poniatowska dice: "Al igual que Felipe, cada vez que regreso de algún viaje un poco largo pienso que ya no tendré casa, al entrar al zaguán sólo veré un montoncito de cenizas. Así sucedió en el terremoto de 1957 y en el de 1985 en mi ciudad, México. Envidio su copete. También de niña fallé en aritmética y nunca supe cuántos postes tenían que plantarse en un terreno rectangular que medía quince por veinte para que en él no entraran las chivas. Al igual que Felipe, se me salen los dientes y me la vivo enamorada aunque nunca he sabido decírlo. Quino es un sabio y Mafalda es un compendio del 'gai savoir', un plan de vida, una disertación filosófica que abarca los dos mil doce años que hemos vivido".
Y Jorge Maronna explica así su elección: "De todos los personajes de Mafalda mi preferido es Felipe, por ingenuo, fantasioso y bonachón, y porque tiene una angustiosa conciencia de sus propias limitaciones: es inseguro, sugestionable, cobarde, perezoso; todos estos rasgos lo hacen un personaje verosímil y entrañable. Por Mafalda y el resto de su extraordinaria obra, Quino merecería recibir el premio Nobel de humorismo".
Ahora, ellos te pasan la palabra, ¿cuál es tu personaje favorito de Mafalda?:
MafaldaFelipe


http://blogs.elpais.com/papeles-perdidos/2012/03/tu-personaje-favorito-de-mafalda.html