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sábado, 7 de abril de 2012

FLOR DA PELE

A pele é o maior órgão do nosso corpo.


Determina sua forma e limites, e é através dela que entramos em contato com o meio ambiente externo. De acordo com a reflexologia, reflete os órgãos internos, projetando distúrbios existentes e cada estímulo é transmitido, por sua vez, para dentro do corpo. Além de mostrar nossos estados externos e internos, a pele também manifesta nossas reações emocionais: ficamos vermelhos de vergonha, pálidos de susto, suados de medo, arrepiados de emoção. Segundo Robert Tisserand, o estado da pele costuma refletir o estado do corpo, que por sua vez reflete o estado da mente. Nosso rosto é o reflexo mais claro de nossas emoções.
As funções mais importantes da pele são separação, proteção, contato, expressão, sexualidade, respiração, eliminação e regulação de temperatura. No que diz respeito à eliminação, os produtos residuais de uma série de processos do corpo são transportados pelo suor e expelidos através dos poros. (A pele expele.) Além de expelir, a pele retém outras substâncias com segurança e também promove a absorção, razão pela qual é descrita como semi-permeável. Para que uma substância atravesse a pele é determinante o tamanho de suas moléculas.
Os óleos essenciais possuem uma estrutura molecular relativamente pequena e simples, por isso conseguem penetrar a pele. Além disso, dissolvem-se facilmente em substâncias gordurosas, como a encontrada na pele (que produz sua própria camada protetora de cera oleosa, conhecida como sebo), o que facilita ainda mais sua absorção. Logo abaixo da pele, as partículas dos óleos essenciais passam para o fluido que banha cada uma das células do corpo e dali podem atravessar as finas paredes capilares, entrando na circulação geral para percorrer todo o organismo. (Por isto a pureza e qualidade do óleo essencial é de suma importância.)
Desta forma, a pele constitui-se no principal acesso da Aromaterapia.
Uma das formas mais completas de se beneficiar com o uso dos óleos essenciais e ampliar seus efeitos é através da massagem, que potencializa a ação dos odores porque ativa a circulação do sangue promovendo maior absorção através da pele e atuando diretamente nos pontos do corpo mais comprometidos, trazendo relaxamento e bem-estar geral. As massagens podem ser feitas com a utilização de vários veículos (creme, loção, óleos vegetais), desde que sejam bases neutras. Deve-se ter muita cautela na utilização de óleos cítricos (fotossensibilizantes) pois após a absorção são devolvidos à superfície da pele através da transpiração.





Carlinhos Vergueiro dá o recado...








Jogamos nosso bolero
Na ronda dos oceanos
A vida vem como em ondas
Dizia nosso poeta
Nossa canção incompleta
Pode esperar vinte anos
O amor faz ondas redondas
Até quebrar como eu quero

Como o meu jeito de amar se ajeitava com você

Louco, eu não imaginava uma noite sem você
Como é sincero poder
Querer os pulsos cortar
Como é bolero chegar
E perder a coragem
Foi tão bonito você me emprestar a vida assim
Ver que eu não tinha saída e seguir por onde eu vim
Como eu adoro você
Quando você me sorri
Quando sabemos que aqui
Termina nossa viagem



(Música menos conhecida de Chico Buarque em parceria com Carlinhos Vergueiro: Nosso Bolero)

Bororó e as cores do Brasil

Por Túlio Villaça


A Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles, inaugurou uma espécie de blog de análise musical, só que, como deve ser numa rádio, sonorizado. A ideia deles é a cada vez um autor fazer um pequeno ensaio sobre uma canção, um autor, um tema da música brasileira. Então, Tubo de Ensaio abre neste programa, com Paulo da Costa e Silva falando de duas canções fundamentais de um autor fundamental:

Da Cor do pecado, de Bororó, com Ney Matogrosso


Curare, de Bororó, com Rosa Passos


Da cor do pecado e Curare, ambas sucessos estrondosos da década de 1930, apresentam uma novidade transgressora no seu modo de retratar a mulher. Em cada uma das duas canções, a miscigenação da sociedade brasileira vem retratada de forma elogiosa, ao contrário de paliativos como O teu cabelo não nega, cujo viés racista hoje se torna patente à escuta. A mulher negra e a índia, são retratadas em toda a sua sensualidade, sem caricaturas carnavalescas e sem a idealização romântica – e às vezes empolada, como Paulo ressalta – das valsas, mas em melodias sinuosas e sensuais como elas (caso de Da cor do pecado), ou coloquiais, próximas da fala e da vida cotidiana (caso de Curare).
Minha vontade era transcrever o artigo aqui, mas isso seria empobrecê-lo, ao retirar os exemplos musicais que vão acompanhando a narração. Limito-me a deixar uma água na boca:

Sobre os versos iniciais da Da cor do pecado:
Numa só tacada, a primeira, a satisfação de pelo menos quatro dos cinco sentidos: visão, com a palavra moreno; olfato, com cheiroso; paladar e tato, com gostoso.
Sobre Curare:
Não se trata da típica mulher fatal, arrebatadora, não. O curare é veneno suave, que nos mata não por espasmos e contrações, mas por relaxamento. Morte esparramada, preguiçosa. Tudo na canção aponta para esse torpor.
E mais não digo, recomendando a escuta integral dos 18 minutos do programa e aguardando os próximos. E comemorando a lembrança de um autor que celebrou uma mulher real e desejável fora de um baile, fosse de salões sofisticados ou de carnaval, e através dela um Brasil que se desenhava e ainda está longe de se completar, mas que arrisca um projeto particular e original, que sabe desejar e sabe o que quer, diferente dessa gente que finge querer.

http://tuliovillaca.wordpress.com/

Cinema - As noites de Cabíria

04 Abril 2012


Cabíria (interpretação chapliniana de Giulietta Massina) é uma pobre prostituta romana, que, ingênua em relação a seus semelhantes, vê-se vítima de um homem pelo qual está envolvida sentimentalmente, mas que a atira, depois de roubar-lhe o dinheiro, ao rio. Em seguida, na sua peregrinação para alcançar a felicidade, ainda que o ambiente no qual se encontra inserida seja sórdido, é enganada novamente por um célebre ator cinematográfico (Amadeo Nazzari). E, finalmente, mais uma grande decepção, quando pensa que encontra a felicidade. O namorado, que Cabíria idealiza como companheiro, após roubá-la, a abandona brutalmente. Mas, humilhada, ainda encontra forças para sorrir, quando de volta à avenida noturna, fica a apreciar jovens montados em bicicletas a percorrer as ruas de Roma. Momento sublime e de indescritível beleza.


Nesta história patética, Fellini descreve sua prostituta com a nobreza quixotesca do ser que sobrevive em meio dos egoísmos sociais, a radicalizar, por outro lado, a exemplaridade do personagem, não-realista senão inventado dentro de uma história real. O autor, desde A estrada da vida, vinha sendo acusado, a receber severas críticas de seus pares, de ter se afastado dos postulados neo-realistas. Fellini respondeu que seus filmes procuravam o "neo-realismo interior" esgotada já a fase áurea do movimento. Sua ideologia, por assim dizer, se encontra imersa no mistério, a predestinação e a Graça, e encontra, aqui, em As noites de Cabíria, campo para a exposição de um personagem-símbolo, embora não tão distante da Gelsomina-Carlitos (de A estrada da vida), que agora atinge o nível de uma Cabíria-Carlitos. Há, no filme, o registro da vida das prostitutas, a histeria religiosa, mas, por outro lado, um vislumbre das zonas irracionais de um catolicismo que não deixa, porém, de ser inconformista em muitos de seus aspectos.
Na filmografia de Federico Fellini, iniciada em Mulheres e luzes (Luci del varietà, 1950), pode-se distinguir três fases: a primeira, que se caracteriza por um cinema de imagens surpreendentes, mas dentro de um esquema narrativo tradicional que tem na sua força poética a transcendência do academicismo. Ou, por outras palavras: o elo sintático (a linguagem) ainda se encontra a serviço do elo semântico (o conteúdo).
Significativos dessa fase, além de As noites de Cabíria (Le notti di Cabiria), Abismo de um sonho (Lo sceicco bianco, 1952), Os boas-vidas (I vitelloni, 1953), A estrada da vida (La strada, 1954), e A trapaça (Il bidone, 1955).
A segunda fase tem início em A doce vida (La dolce vita, 1960), magistral afresco moralista e premonitório sobre a decadência da civilização ocidental ainda quase em meados do seu decurso. Aqui já não há uma continuidade dramática nos moldes tradicionais, pois não existe uma união de seqüências pelas formas habituais, uma linha condutora e sua unidade se opera somente no fundo. É o elo sintático que se mantém rigorosamente unido ao elo semântico num processo que se assemelha ao mosaico. A doce vida inaugura não somente uma outra fase na carreira de seu autor, mas, também, e principalmente, um corte longetudinal na história da arte do filme, que ficaria mais radical em Oito e meio (Otto e mezzo, 1963). Neste, a geografia da ação se encontra esfacelada e o que a comanda é o tempo psicológico.
Mestre absoluto, a partir daí o grande "regista" começa a estilizar o seu próprio estilo. Mas ainda consegue romper o conceito da obra-prima (que sempre é uma para cada artista, a sua melhor, a sua obra mestra), com outros filmes que podem ser considerados obras-primas, a exemplo de "Fellini-Amarcord" e "Fellini-Casanova".
Há em La notti di Cabiria um desejo de transposição metafórica da noite para o dia, a prostituta a tentar abandonar o noturno trágico da prostituição pela claridade do cotidiano tranqüilo e familiar.
Neste ponto, dá-se, aqui, a palavra a Walter da Silveira (Fronteiras do cinema, 44/45): "Esse jogo antitético da noite para o dia, com maior valorização dramática e plástica da primeira, não poderia deixar de provir de quem, ao menos por paradoxo, inclui entre as raras peças literárias que o influenciaram o tratado da magia de Eliphas Levi ou, entre as criaturas que desejaria encontrar, Cagliostro e São Francisco de Assis. Ou seja: de quem admira e aspira o sentimento mágico da vida."
É Walter ainda quem fala: "Tal sentimento aparece no tema e na forma de "As noites de Cabíria": o amor ao próximo que distinguia o "poverello" de Assis; o encantamento, que assinalava Cagliostro. Na substância, Fellini gostaria que todos os homens iguais, mesmo que todos os seres fossem irmãos, em vez de cruéis e falsários. Na sintaxe, Fellini estimaria que todas as idéias, mesmo que todas as emoções, se revelassem sem os artifícios da construção técnica, com a simplicidade misteriosa do despojamento das origens"
Se vivo, Fellini estaria a fazer 92 anos, pois nasceu em 20 de janeiro de 1920
 

Para Lennon e McCartney - Milton Nascimento


Para Lennon e McCartney
Milton Nascimento
Composição: Marcio Borges / Fernando Brant / Lô Borges


Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Por que você não verá meu lado ocidental?
Não precisa medo não
Não precisa da timidez
Todo dia é dia de viver
Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais
Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês

"Hallelujah"


"Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade." - Mario Quintana