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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Interlúdio

Uma nova revista de excelência no espaço virtual



Natalie Wood (belíssima) em Clamor do sexo (Splendor in the grass, 1961), de Elia Kazan, filme cultuado pela Revista Interlúdio.

Interlúdio é o título que tomou no Brasil o notável Notorius (1946), de Alfred Hitchcock. A homenagem é mais que justa e oportuna, pois o nome da nova e excelente revista de cinema que foi lançada neste crepúsculo do ano no espaço virtual, com um dossiê de alto nível sobre o mestre Hitch: Revista Interlúdio, do conceituado crítico Sérgio Alpendre. Para lê-la, e é o que recomendo logo, basta acessar o seguinte link: http://www.revistainterludio.com.br/ Há muito o que se ler na publicação referida: o cinema de Jacques Nolot, uma retrospectiva Elia Kazan etc. Alpendre é um exegeta da arte do filme consciente e sabe valorizar o que é bom. Ao contrário de tantos que vestem a camisa de críticos - ou assim se denominam - mas não sabem perceber a beleza de uma panorâmica em John Ford ou os tableauxs movants de Dreyer.
 
 

Amy I love you.




Elas pedalam, ele tira tudo. Hã?


Eu estou rindo até agora com essa ação da marca francesa de água Cotrex. Aparentemente, nada foi combinado – dá para perceber pode-se pensar isso pela reação das pessoas no fim do vídeo. A marca montou um monte de bikes egométricas em frente a um prédio. Os passantes perceberam que pedalar fazia acender luzes que cobriam o prédio, ligava o som, e, conforme as pedaladas aumentavam, um homem dançava na fachada do prédio – no mais sensual strip-tease. A mulherada surtou e não parou um minuto de malhar. Tem aula de spinning melhor que esse? No fim, o moço tira tudo!! Mas a surpresa não é essa…
E não é que o estímulo sexual incentiva o exercício físico? – outros exercícios além do sexo, que fiquei claro!
Ai, ai, cada dia uma notícia melhor sobre sexo… rs
E viva a publicidade inteligente!! (Um leitor me disse que se trata de uma peça comercial, roteirizada e com animação. Combinado ou não, é uma bela sacada!)



http://colunas.epoca.globo.com/sexpedia/

O lutador de taekwondo que cabe na palma da mão




Sem dinheiro para comprar presentes de Natal? Seus problemas acabaram! Aposto que as crianças vão adorar isso aqui.






Dica do amigo José Antonio Lima.

"Lo que me queda por vivir, será en sonrisas". Omara Portuondo

 

Omara Portuondo (Foto:Google)


Omara Portuondo é uma cantora e dançarina cubana que só começou a fazer sucesso e ser reconhecida internacionalmente quando já se aproximava dos seus 70 anos. Isso aconteceu nos anos noventa, ocasião em que foi lançado o documentário Buena Vista Social Club, do diretor alemão Win Wenders. Ela era a única mulher a integrar o grupo. O filme mostra como foi a trajetória de (re) descoberta de músicos cubanos pelo produtor musical Ry Cooder, entre eles, Ibrahim Ferrer, Compay Segundo, Omara Portuondo, Eliades Ochoa, Faustino Oramas e Rubén Gonzáles.

Imagem: Google
É um belíssimo filme que vi pela primeira vez no cinema, depois comprei o dvd e já revi várias vezes. E não me canso de assistir.
No documentário cada um dos músicos e a única mulher - Omara Portuondo - contam a sua história.
O filme mostra como Ry Cooder chega à Havana, em 1996 para reunir esses músicos e gravar o álbum Buena Vista Social Club, cujo título é uma referência a uma antiga casa de shows cubana que havia deixado de existir pelos anos 50.
Além disso, o filme retrata como a vida desses artistas deu uma guinada a partir do sucesso com o disco Buena Vista Social Club, premiado com um Grammy.




Não tenho nenhuma pretensão de fazer uma retrospectiva da vida desta senhora que do alto dos seus 81 continua bela, elegante e brilhante. Apenas registrar a minha admiração.
Li a entrevista que Omara Portuondo deu à revista Marie Claire e fiquei maravilhada de confirmar que não existe idade para ser feliz, realizar sonhos e encontrar novos caminhos.

Destaco aqui um dos trechos da entrevista que me deixou prazerosamente perplexa:

"Bem, eu sei que quando eu nasci, não sabia de nada (risos). Tudo tem de ser assim: crescemos, chegamos à idade adulta, envelhecemos e há de chegar a hora e não há o que fazer. É por isso que devemos dar tempo ao tempo e seguir trabalhando. Quando tenho vontade de dançar, eu danço, quando tenho tempo para nadar, nado, tomo um pouco de sol e faço exercícios também. Isso tudo me dá muita vida. A natureza me dá muitas coisas a troco de nada. Também faço check-ups com frequência, fisioterapia para os meus joelhos e, quando tenho tempo, faço massagens. Tudo para ter as melhores condições para seguir trabalhando. O coração, no entanto, está intacto (risos). O que precisamos é de amor. Com ele, tudo é possível."

E viva Omara!



Leia mais:
http://www.infoescola.com/biografias/omara-portuondo/
El humilde fotero del pánico
Wikipédia
yo nací para la música
 
 
 
 

Os dez mandamentos do bacalhau

Dez passos importantes, do mercado à mesa, para preparar um bacalhau impecável. E mais: dez receitas diferentes e bem portuguesas


Kike Martins da Costa, especial para o iG São Paulo | 08/12/2011




 
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Os dez mandamentos do bacalhauDez passos importantes, do mercado à mesa, para preparar um bacalhau impecável. E mais: dez receitas diferentes e bem portuguesas

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Na dúvida, sirva o bacalhau com batatas cozidas. Elas acompanham bem qualquer receita
Não passarás a noite de Natal sem comer um bom prato de bacalhau; não comprarás bacalhau estragado; não farás a mesma receita de bacalhau do ano passado; e não cobiçarás o bacalhau do próximo porque desta vez o seu estará muito mais gostoso. Essas são resoluções importantes a se tomar neste fim de ano. Para ajudar você nesta tarefa, o iG Comida consultou um dos maiores especialistas na iguaria para elaborar a lista dos “dez mandamentos do bacalhau": o português Vitor Sobral, dos restaurantes Tasca da Esquina, em Lisboa e São Paulo (Al. Itu, 225, Jardins, tel. 11 3262-0033).


Seguindo religiosamente as dicas do chef, você aprenderá a escolher uma boa posta, a dessalgar e reidratar o peixe curado, e outros macetes para deixar seu bacalhau muito mais macio e saboroso.
De brinde, selecionamos algumas receitas que fogem do óbvio e outras clássicas, que agradam sempre. A seguir, os dez preceitos básicos estabelecidos pelo chef, verdadeiro Moisés do rio Tejo.

1. Não comprarás bacalhau gordoO bom bacalhau é aquele que foi pecado na época mais fria do ano, com um corpo robusto, mas sem muita gordura. Além de ele estar com sua carne mais própria para o preparo e o consumo, certamente terá sido bem conservado antes de chegar em terra para ser curado. Isso acontece porque no frio as redes dos pecadores costumam chegar carregadas não só de peixes, mas também de pedras de gelo. Como não dá para identificar a data da pesca, o importante é escolher peças magras, que, provalmente, foram coletadas no inverno.

Bacalhau com gema de ovo e creme de cebola
Bacalhau alla Vicentina

2. Não escolherás o bacalhau erradoNa hora de comprar o bacalhau, procure uma posta que esteja bem seca e tenha um tom quase branco ou amarelo desmaiado, bem clarinho. Se houver sinais de umidade ou manchas de bolor (que podem ser avermelhadas, marrons, amarelo forte ou cinza plúmbeo), é sinal de que a cura não foi feita propriamente e que, depois de salgado, o peixe foi mal conservado. Uma camada de sal fina e como que vitrificada deve recobrir a carne, sempre.
Existem vários tipos de bacalhau. O mais nobre é o Gadus morhua, que tem carne clara, macia e suculenta, ideal para receitas que exijem uma peça inteiriça, como um lombo de bacalhau à lagareiro. De qualidade um pouco inferior é o Ling (Molva molva), com postas altas e bonitas e carne muito branca -- este se separa em lascas macias e úmidas, e é ideal para receitas de forno, panela ou frigideira. O Saithe (Gadus virens ou Pollachius virens), o Zarbo e o Gadus macrocephalus têm carne mais escura e amarelada e se desfazem bem em lascas. Assim, são mais indicados para refogados e preparações rápidas, que pedem o ingrediente em pedaços ou desfiado, como recheios, saladas e bolinhos. Desnecessário dizer que o Gadus morhua é o mais caro e os três últimos (Saithe, Zarbo e Gadus macrocephalus), os mais baratos.

3. Não tratarás todas as partes da mesma formaNa hipótese remota de você comprar um peixe inteiro, corte-o em pedaços separando os “filés” em que a carne tem mais ou menos a mesma espessura. Repare que, próximo à espinha dorsal, os lombos são mais altos, e à medida que vai chegando à barriga, eles vão ficando mais finos. Cada um desses pedaços receberão um tratamento diferente, por isso devem ser separados.


Foto: Divulgação Ampliar
Bacalhau à Braz: receita clássica, feita com lascas, que agrada sempre
4. Não dessalgarás as lascas
A carne das extremidades (os pedaços mais próximos da barriga e mais distantes da espinha dorsal) não é própria para ser consumida em postas. Depois de separada em lascas, não se preocupe em dessalgá-la. Basta lavá-la em água farta três ou quatro vezes antes de começar a cozinhar, seja lá qual for a receita. É ideal para o preparo de bolinhos, recheios e saladas.
Veja também: As bolsas mais desejadas para o Natal

5. Não dessalgarás fora da geladeiraPara dessalgar e reidratar os pedaços de lombo de bacalhau, coloque-os em uma bacia relativamente funda e cubra-os com água a uma temperatura de mais ou menos 5ºC (fria). O ideal é tentar manter a temperatura constante durante todo o processo, para não interromper a dissolução do sal. Em Portugal, que é um país mais frio, as pessoas podem fazer isso em temperatura ambiente, mas aqui no Brasil o mais correto é utilizar a geladeira.
Cubra o bacalhau inteiramente, isso vai evitar a ação de bactérias e o aparecimento de odores desagradáveis. Troque a água uma vez a cada 6 ou 8 horas, por outra com a mesma temperatura. As postas mais altas (de 3 a 4 dedos) devem ficar de molho por três dias, três e meio; as mais finas (de 1 a 2 dedos), por apenas dois. Não é errado dessalgar o bacalhau no leite, mas o melhor é usar água mesmo. Se não for devidamente hidratado, sua carne pode ter a textura prejudicada, ficando dura e borrachuda. E nesse quesito a água pura é melhor do que o leite. Para saber se a carne já está suficientemente dessalgada, o mais indicado é arrancar uma lasquinha e provar. Se achar esquisito morder o peixe “cru”, dê uma rápida ferventada nesse pedaço antes de testar o seu sabor.

Bacalhau gratinado com migas
Bacalhau gratinado com broa portuguesa



Foto: Divulgação Ampliar
Bacalahu espiritual: difícil é sobrar para o enterro de ossos do dia seguinte
6. Não prepararás pratos sem sabor

Na hora de cozinhar (ou assar ou grelhar...), as espinhas e pele do peixe devem ser mantidas. Quando retiramos as espinhas, boa parte da gelatina do peixe, fundamental no sabor, vai embora. Já a pele funciona como uma proteção ao calor excessivo. Durante o cozimento, para que o ingrediente não resseque, é importante a presença de algum tipo de gordura. Ela atua como condutor de calor e catalisador de sabores. É por isso que tantas receitas cobrem o peixe de azeite de oliva. Outra dica é enrolar o pedaço de lombo de bacalhau em uma tira de bacon ou toucinho de porco -- a gordura suína derrete e penetra no peixe, deixando-o mais macio e saboroso.

Se ficar com preguiça de cozinhar:
encomende sua ceia ou comemore no restaurante
7. Não farás mais de uma cocçãoO bacalhau pode parecer um bicho durão, mas é sensível, delicado. E não resiste a mais de uma cocção. Assim, se for servido grelhado, deve ser apenas grelhado; se frito, que seja frito e pronto. Se ele for cozido e depois frito, por exemplo, ficará borrachudo; se cozido e depois levado ao forno, uma palha. E não exagere nas temperaturas: nunca deixe ferver a água de cozimento e, no forno, o calor não pode ultrapassar os 150ºC.
Crocantes de bacalhau
Bacalhau a Bráz

8. Não servirás bacalhau sem salSe, ao final do preparo, você perceber que a carne do bacalhau foi exageradamente dessalgada, salpique floquinhos de flor de sal sobre a posta. Esta é a melhor maneira de corrigir a mancada. Não prepare molhos fortes, isso só vai encobrir e esconder ainda mais o enfraquecido sabor do peixe.

Escolha um presente comestível: a noite vai ficar ainda mais gostosa
9. Não servirás pratos sem molho com arrozEvite servir bacalhau grelhado ou sem muito molho com arroz soltinho. As postas de bacalhau, na maioria das receitas, são um tanto secas, portanto devem ser guarnecidas por batatas cozidas (que têm umidade) ou legumes no vapor. Grãos e farofas só com pratos mais caldosos ou ensopados.

Pataniscas de bacalhau
Bacalhau Espiritual

10. Não tomarás vinhos encorpadosPara acompanhar um prato de bacalhau, a melhor pedida é um bom vinho verde, de preferência aveludado, untuoso e aromático, para se equiparar à potência do peixe. Se você preferir harmonizar com um branco comum, escolha uma variedade que não tenha envelhecido em barricas de madeira, pois seus sabores e aromas, em geral, brigam com o bacalhau. Prefira tipos jovens e de boa acidez. Se você não abre mão dos tintos, evite os muito encorpados e tente escolher uma bebida frutada, com taninos redondos e equilibrados. Por fim, os espumantes também são uma excelente opção de harmonização, principalmente os secos e com notas de amêndoas torradas.



ensaio de 10 linhas

28.11.11 -

.: Uma coisa que aquele professor fazia e eu adorava, era os ensaios de 10 linhas. Nem mais, nem menos. Havia sempre um ponto de start. Ele dava uma palavra. Translúcido, por exemplo. Ou então ele lia um poema, um conto, mostrava algum vídeo. E depois lia os melhores ensaios na sala. No começo, as pessoas se ocupavam em definir a palavra que ele dava. E passavam 10 linhas definindo. Ou descrevendo, quando era um objeto. Depois a maioria começou a redigir breves opiniões. E ele sempre dizia que estava ruim e não era isso que ele queria. Era um inferno, e obrigava a gente a pensar a forma, manipular a linguagem para não sair reproduzindo o óbvio, o imediato, o mínimo. Ao longo do curso, os alunos iam aprimorando a forma e tendiam ao poético, ao novo, ao singular. Das melhores lições que eu já tive.

.: Uma vez, ele leu esse texto como disparador:
Ela disse que a venda negra nos olhos até o tornava atraente, misterioso. Ele estava completamente bêbado e falou que as pessoas precisam se conhecer até o fundo. Arrancando o olho de vidro, jogou-o dentro da laranjada dela. Disse que se ela bebesse com o olho dentro do copo, ele ficaria apaixonado para sempre. Ela bebeu.
Romeu e Julieta in Minificções, de Sérgio Sant’Anna
E a Fli escreveu isso:
Escura, sombria, queda de Massada, carne suja e fria. Vida, outra, ida, passada. Água pobre, escorre, se esfrega devagar e corre, lamenta e morre. Conhaque? Primeiro, a que desafiou todas as minhas certezas. Horas? Olha a lua. Olha como a lua está inexplicável hoje. Como era aquela palavra tão bonita? Era… Inefável. Inefável está a lua hoje. Agora, tu, minha dúvida. A venda? É um hábito, coloco pra todo mundo. Mas nunca me disseram que fazia diferença. Achas mesmo? Já te pedi tantas e tantas vezes que partisses desta casa instável que não se cansa de pulsar por uma vida à toa, mas és insistente, sempre insistente, como no dia em que nos conhecemos. Não era verde, era azul. E aqui comigo, sempre a dúvida. Viva-me, então. Podes? Beba-me, e fica tudo certo. Está tudo cer……………………………………………………………………
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.: Sou encantada por esse texto dela desde sempre, em tão delicada combinação com o do Sant’Anna. Nem sei se aqui no blog dão as 10 linhas, mas na folha de fichário em que ela escreveu, dava.