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sexta-feira, 22 de março de 2013

You're The Top by Cole Porter



You're The Top
 by Cole Porter

 At words poetic, I'm so pathetic
That I always have found it best,
Instead of getting 'em off my chest,
To let 'em rest unexpressed,
I hate parading my serenading
As I'll probably miss a bar,
But if this ditty is not so pretty
At least it'll tell you
How great you are.

You're the top!
You're the Coliseum.
You're the top!
You're the Louvre Museum.
You're a melody from a symphony by Strauss
You're a Bendel bonnet,
A Shakespeare's sonnet,
You're Mickey Mouse.
You're the Nile,
You're the Tower of Pisa,
You're the smile on the Mona Lisa
I'm a worthless check, a total wreck, a flop,
But if, baby, I'm the bottom you're the top!

Your words poetic are not pathetic.
On the other hand, babe, you shine,
And I can feel after every line
A thrill divine
Down my spine.
Now gifted humans like Vincent Youmans
Might think that your song is bad,
But I got a notion
I'll second the motion
And this is what I'm going to add;

You're the top!
You're Mahatma Gandhi.
You're the top!
You're Napoleon Brandy.
You're the purple light
Of a summer night in Spain,
You're the National Gallery
You're Garbo's salary,
You're cellophane.
You're sublime,
You're turkey dinner,
You're the time, the time of a Derby winner
I'm a toy balloon that’s fated soon to pop
But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

You're the top!
You're an arrow collar
You're the top!
You're a Coolidge dollar,
You're the nimble tread
Of the feet of Fred Astaire,
You're an O'Neill drama,

You're Whistler's mama!

You're camembert.

You're a rose,
You're Inferno's Dante,

You're the nose
On the great Durante.
I'm just in a way,
As the French would say, "de trop".
But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

You're the top!
You're a dance in Bali.
You're the top!
You're a hot tamale.
You're an angel, you,
Simply too, too, too diveen,
You're a Boticcelli,
You're Keats,
You're Shelly!

You're Ovaltine!
You're a boom,
You're the dam at Boulder,
You're the moon,
Over Mae West's shoulder,
I'm the nominee of the G.O.P.

Or GOP!

But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

You're the top!
You're a Waldorf salad.
You're the top!
You're a Berlin ballad.
You're the boats that glide
On the sleepy Zuider Zee,
You're an old Dutch master,

You're Lady Astor,
You're broccoli!
You're romance,
You're the steppes of Russia,
You're the pants, on a Roxy usher,
I'm a broken doll, a fol-de-rol, a blop,

But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

Carol Belmondo: as sutis formas da melancolia

 publicado em artes e ideias por

                 
Está na Antologia Rabiscos: “Com uma técnica aparentemente simples (que mistura aquarela, nanquim, caneta esferográfica e lápis) Carol Belmondo apresenta personagens que destilam melancolia, tédio, inércia, desamparo.” E pode-se acrescentar: sutileza e placidez.

                                               
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© Carol Belmondo, da série "Fora de Hora" (nanquim), 2011.

Não é a primeira vez que escrevo sobre o trabalho da artista plástica Carol Belmondo, e, creio, não será a última. Uma vez escrevi que a artista busca, no meu entender, aplicar sua sutileza de traços para que em suas obras (quase todas de figuras humanas) transpareçam não fisionomias e contornos bem definidos, mas sobretudo seus temperamentos. E cabe destacar, além do mais, que o temperamento mais frequente e aprofundado por Carol Belmondo em seus trabalhos é a melancolia. Não creio que seja algo fácil explicitar a melancolia por meios de traços e cores, mas é certo que cada tom, cada forma procurada por Belmondo exprime, a princípio, este temperamento. E, mesmo tendo tão pouca idade, é perceptível a coerência estética que lhe surge de obra em obra, e o quanto há de apuro naquilo que a artista acredita ser o seu núcleo temático.
Na obra de Belmondo, aqui exposta em parte, e integralmente encontrada em seu site, vemos a abundância de personagens solitários, pensativos, vivendo seus dramas de forma silenciosa e interna. Às vezes basta um pequeno detalhe em suas ilustrações, um sutil traço para que estes estados solitários da alma brotem naqueles que se confrontam com seus trabalhos.
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© Carol Belmondo, "Resquícios" (aquarela e caneta esferográfica), 2010.

Carol Belmondo é natural de Feira de Santana, Bahia. Estudou Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, onde, aliás, já participou de exposições e mostras coletivas. Teve seu trabalho exposto também em cidades do interior baiano, como Feira de Santana e Serrinha. Teve trabalhos publicados na Antologia Rabiscos, volume organizado por Marcio Junqueira, Marcelo Oliveira e Patricia Martins, que trouxe trabalhos de sete jovens artistas baianos numa publicação que foi contemplada com edital do Fundo Cultural do Estado da Bahia (Funceb).
Carol Belmondo faz parte de uma promissora geração de artistas mulheres da cidade de Feira de Santana, em que se destacam também nomes como Maria Dolores (sobre a qual, aliás, já escrevi: O Cotidiano Colorido de Maria Dolores), Tâmara Lyra, e Patrícia Martins, bem como outros nomes que agora me escapam. Pesquisem, procurem, achem, compartilhem, pois é equivocado dizer, sem conhecer, que na cidade de Feira de Santana, Bahia, só há comércio e fluxo rodoviário. Carol Belmondo prova que não.
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© Carol Belmondo, da série "Elza" (nanquim), 2012.
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© Carol Belmondo, da série "Por trás da Lua", 2012.
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© Carol Belmondo, "Ruínas", (metal e aquarela), 2011.


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2013/03/comeco_de_algo.html#ixzz2OKfyMZpM

Para que serve a Arte Contemporânea?

Arte Contemporanea Industria Banalidade Povo Democracia Andy Warhol

O título contém já uma falácia. A arte não tem de obrigatoriamente de servir para nada. Ou tem? Partamos do princípio que sim, que tem de ter alguma utilidade, mesmo que seja do universo mais íntimo e pessoal e nunca chegue a ser vista por mais do que meia dúzia ou, no limite, uma pessoa apenas. Este é um post muito pessoal, com uma opinião muito pessoal.

Noutro dia, em conversa ao almoço, ouvi sobre a arte contemporânea uma frase que não ouvia há muito tempo: “até eu fazia aquilo”. Apercebi-me, após três livros escritos com muito suor que é no verbo fazer que está a diferença. A arte não está nos museus e nas galerias, nas livrarias e nas salas de cinema e de concerto, não está nas paredes e nunca, nunca está acabada. A arte é um verbo, como o amor (já lá diziam os Massive Attack), é uma acção, é uma palavra de “fazer” e não de “estar”. Por isso é que nem toda a gente é artista.

Pode ser-se artista por ter talento indizível, por se querer ganhar dinheiro, por se trabalhar sem dormir, por se ser psicologicamente instável, por intuição ou racionalidade puras, por raiva, por amor, por tristeza ou imensa alegria, mas nunca se pode ser artista parado. Um artista é alguém que faz. É alguém que age sobre um motivo, seja ela a beleza ou o nojo, a morte ou uma lata de sopa de tomate. E ao fazer, mesmo que nunca fosse essa a sua intenção, interroga. A si próprio, aos que o rodeiam ou ao passado, a toda a sociedade ou apenas a uma restrita plateia.

É claro que nem toda a arte nasce igual, porque por muito que quiséssemos, nem todos colocamos as mesmas perguntas da mesma maneira, com a mesma acuidade; uns serão recordados para sempre, outros cairão no esquecimento, alguns poderão ser redescobertos passados duzentos anos, a maior parte será apenas mais uma pincelada no espírito do tempo.

Todo este preâmbulo para ter uma opinião. A arte contemporânea está em grande parte mercantilizada e industrializada. No princípio do século passado, Duchamp demonstrou que bastava mudar o urinol de sítio e posição para ele nos interrogar como, digamos, um quadro. Não é por grandes obras serem produzidas por génios desplicentes que acabam a ganhar fortunas que devemos, numa espécie de snobeira invertida, desprezá-los. Apenas os critérios mudaram e a arte deixou de ser, dominantemente, a arte do “belo”.

Hoje, a arte, como grande parte da actividade humana, é a procura de limites, interiores e exteriores, visuais e materiais, de tempo e espaço, usando como plasticina todas as tecnologias ao dispor do artista, do clássico escopro ou pincel a robots no limite da consciência, a instalações vídeo, camas com lençóis sujos ou... quadrados pretos sobre fundo preto.

publicado em artes e ideias por

Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2007/11/para_que_serve.html#ixzz2OKd6NtgD