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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fantasia (Chico Buarque) - MPB4





Música: "FANTASIA", de autoria de Chico Buarque de Hollanda, com arranjo de Magro e execução do MPB4.
Show Bons Tempos, de 1980, do MPB4, época do lançamento do disco com o mesmo nome. Numa versão menor do que o produzido para Teatro. Na época comemoravam os 15 anos de formação do quarteto que tinha como integrantes Ruy Alexandre Faria, Aquiles Rique Reis, Milton Lima dos Santos Filho (Miltinho) e Antônio José Waghabi Filho (Magro). Pra comemorar esses 15 anos de carreira, o MPB4 contou um pouco da sua trajetória que está intimamente ligada a história política do país, já que o grupo nasceu junto com a revolução de 64 quando os militares tomaram o poder. No teatro o espetáculo era complementado por textos de Millôr Fernandes que explicava os diferentes momentos políticos e sociais que o quarteto vivenciou ao longo desses 15 anos. O repertório do show é bastante eclético, vai do samba a valsa sempre com uma interpretação personalíssima do MPB4. O MPB4 foi o primeiro grupo a gravar Aldir Blanc, em um compacto em 68 que serviu para retomada da carreira do grupo.
Rui, Aquiles e Miltinho já tocavam juntos em 62, só em 64 o tecladista e arranjador Magro se juntou ao Trio e começaram a fazer show nos centros populares de cultura da UNE no Rio de Janeiro. O Jornalista Sérgio Porto foi quem batizou o quarteto de MPB4. Eles começaram bem a carreira profissional, já gravando um compacto na época. Em 65 ele vieram para São Paulo e ao lado do Quarteto em Cy fizeram o circuito da noite. A mudança de cidade proporcionou um encontro memorável com Chico Buarque e sua Roda Vida que os colocou no palco do Teatro Record e bem na era dos festivais, eles dizem que esta foi a primeira vez que estiveram próximos a um público diversificado e próximos então da chamada classe média. Então o MPB4 surgiu para a mídia ao lado de grandes compositores.

Informação do YouTube  Arquivo: Raíssa Amaral - Piracicaba / SP - Brasil

MARAVILHOSAMENTE ETERNOS








A transa de Caetano Veloso

Cantor baiano completa 70 anos e vê disco quarentão alcançar o devido reconhecimento



“Só voltem se forem autorizados”. Os militares foram bastante claros quando despacharam Caetano Veloso e Gilberto Gil para o exílio forçado. Quase sete meses antes, no dia 27 de dezembro de 1968, os dois haviam sido presos sem qualquer alegação plausível. Passaram por celas de diversos quartéis no Rio de Janeiro por dois meses. A licença para voltar a Salvador veio numa irônica quarta-feira de cinzas, como se houvesse algum motivo para Carnaval. Lá seriam mantidos mais 120 dias em regime de prisão domiciliar. O carimbo definitivo de persona non grata viria com o endurecimento promovido pelo Ato Institucional n° 5 (AI-5). Duas apresentações em 20 e 21 de julho de 1969 na capital baiana (o célebre Barra 69) e o tropicalismo tomava um forte golpe abaixo da linha da cintura.
O desterro causou em Caetano Veloso tanta agonia quanto vontade de valorizar aquilo que viveu na infância, que leu, ouviu e grudou na sua pele. Desenraizado, mergulhou de cabeça em um estado cinzento como a aparência de Londres na maioria do tempo. “Transa”, disco cantado em sua maior parte em inglês, consegue ser regional na mesma medida que o axé “A Luz de Tieta”, canção que faz parte da trilha sonora de um filme para lá de duvidoso de mesmo nome já nos anos 90. Aliás, o período londrino (foram dois anos e meio, entre 1969 e 1972) é mais uma reafirmação de baianidade que qualquer outra coisa.
Gravado em quatro sessões com clima que transparece espontaneidade, Caetano foi auxiliado por Tutty Moreno (bateria), Áureo de Souza (bateria), Moacir Albuquerque (baixo) e Jards Macalé (guitarra). O inglês Ralph Mace, tecladista em “The Man Who Sould the World” (1970), um dos maiores clássicos de David Bowie, assinou a produção.
“Triste Bahia”, poema de Gregório de Mattos musicado por Caetano, se estica por quase dez minutos até chegar ao ápice, com um ritmo de afoxé e capoeira acelerado, quase transpirando. “It’s a Long Way” começa lenta, contando a experiência de despertar ao som de “uma velha canção dos Beatles” para deslanchar novamente num belo samba de roda com citações de “Sôdade, Meu Bem, Sôdade”, de Zé do Norte, “Água com Areia”, de Jair Amorim e Jacobina, “Consolação”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, e “Lagoa do Abaeté”, de Dorival Caymmi. Isso sem deixar de lado a declaração de liberdade – coisa tão em falta por aqui na época – de “You Don’t Know Me”. “Transa” é isso. Minimalista no emprego dos instrumentos (nada de teclados, arranjos de cordas nem demais aparatos tão em voga na época) e intrincado no conteúdo.

Nas duas últimas décadas foi ganhando o status de “o melhor disco de Caetano” por boa parte da crítica. O público parece concordar, tanto que neste ano de comemoração o abaixo-assinado “Queremos ‘Transa’ do Caetano ao vivo” está disponível no Facebook. Até aqui, nenhum sinal do artista indica que isso vá acontecer. O músico Rômulo Fróes foi o único corajoso a tocar a obra na íntegra para o projeto Radiola Urbana 72, que relembra as pedras fundamentais da música lançadas naquele ano.
Em recente entrevista, Caetano disse ter gostado do clima sem medo e da grama verde de Londres, mas que estava “muito triste por dentro”. Tese mais que comprovada em “Transa”, o atestado de recomeço, de insistência e de não ceder às pressões. É a tentativa de dar um rumo na vida quando a saudade de casa é o maior problema que se pode encontrar pelo caminho. Há 40 anos, a solução de Caetano para bater de frente com tudo isso foi atestar: “I’m alive. Muito vivo, vivo, vivo, vivo”. Assim mesmo, meio em inglês, meio em português. Mas com um puta sotaque soteropolitano. Para ninguém ter dúvida de que ele voltaria para casa.

You Don’t Know Me

It’s a Long Way

 

“Barulho de trem” - Milton Nascimento (Bituca)

Ano de celebrações para Milton Nascimento

Um dos maiores talentos da música nacional, o mais mineiro dos cariocas celebra 70 anos de idade e 50 de carreira

A história de Milton Nascimento faz crer que o destino é um mesmo agente da história – e que cumpre seu papel com maestria. Filho de mãe solteira, a paupérrima empregada doméstica Maria Nascimento, foi entregue para adoção com poucos meses de vida. O bebê foi adotado por uma professora de música e um dono de rádio. Dois anos depois, a família mudou-se para a pacata Três Pontas, em Minas Gerais. Com a semente plantada em solo propício, gravou lá, em 1962, sua primeira canção: “Barulho de trem”.
O tal – e cinquentenário – trem chega hoje a São Paulo, sob a alcunha de “50 Anos de Voz nas Estradas”, nome da turnê comemorativa do cantor. O show já passou por Belo Horizonte e Brasília – ainda visita Salvador, Três Pontas, Porto Alegre e Rio de Janeiro (veja mais informações aqui). As apresentações estão sendo gravadas e têm lançamento previsto, em CD e DVD, para o final do ano.
O motivo oficial da comemoração são os 50 anos de carreira, mas Milton tem mais motivos para celebrar em 2012. Neste ano, o cantor também comemora 70 anos de idade (no dia 26/10). Milton também pode festejar os 45 anos de sua segunda colocação no Festival Internacional da Canção de 1967 – o cantor apresentou “Travessia”, parceria sua com o compositor Fernando Brant, que o tornou conhecido no Brasil. Para completar, o disco “Clube da Esquina” – a maior contribuição de Milton (e dos demais envolvidos) para a música e obra-prima do cantor – foi gravado há exatos 40 anos.
As datas açodam outras celebrações. Está prevista para a próxima semana a estreia do musical “Milton Nascimento – Nada Será como Antes”, concebido e dirigido por Charles Möeller e Claudio Botelho (responsáveis pela montagem de “Beatles num Céu de Diamantes”). Além disso, a Abril Coleções está lançando a Coleção Milton Nascimento, que reúne 20 volumes com os melhores discos ¬ da carreira do cantor, acompanhados de um livro com fotos, informações exclusivas, letras e ficha técnica. O primeiro título está disponível nas bancas e traz o primeiro álbum do cantor: “Milton Nascimento”, de 1967.



Por quem Merece Amor - MPB4 - (Sílvio Rodrigues - versão: Miltinho)


Recebendo a notícia da passagem do nosso querido Magro, Antônio José Waghabi Filho.
 MPB4 desfalcado e nós sem uma voz e presença inesquecível!!! Vá em PAZ!!!!

O recordaremos, sempre!!!



Meus amigos,
Depois de longa luta pela vida, Antonio José Waghabi Filho, o Magro do MPB4, nos deixou.Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele foi a minha música.
Fraternalmente,Aquiles
Meus amigos,
Depois de longa luta pela vida, Antonio José Waghabi Filho, o Magro do MPB4, nos deixou.
Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele foi a minha música.
Fraternalmente,
Aquiles