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domingo, 4 de dezembro de 2011

It's a Long Way - Caetano Veloso


it was a long day... boa noite!!!!

Igualdade - última coluna de Sócrates para CartaCapital

Sócrates

Igualdade

27.11.2011 10:30

Alguns sonham, outros não

“Eu tenho um sonho.” Essa frase praticamente define a ação do grande líder Martin Luther King (o rei da causa negra, eu diria), que passou a vida lutando pela igualdade de direitos entre brancos e negros nos Estados Unidos, em um tempo que privilegiava o homem branco no transporte, nas escolas, na cidadania. Foi assassinado em 1968 exatamente por lutar pelas conquistas que ele ajudou a serem alcançadas. Com destemor e liderança, enfrentou os maiores obstáculos, insurgiu-se contra a guerra e a discriminação. Marcou época em um período de grandes transformações sociais.
O mesmo ano de 1968 ficou marcado pelas manifestações dos estudantes na Sorbonne parisiense, que ergueram barricadas em sua luta por mudanças. “Nós somos judeo-alemães”, era o grito que ecoava; queriam demonstrar que todos somos iguais, sejamos negros, sejamos árabes ou brancos. Esse era o slogan daquela juventude que lutava por liberdade, autonomia e independência. Provocaram muitas mudanças, colocaram de cabeça para baixo qualquer tradição ou vício social. Antes, as mulheres eram tratadas como menores e as opções sexuais como fantoches. Daniel Cohn-Bendit simbolizou aquele movimento. Dani,comotodos os outros, também tinha um sonho.
Ellen Sirleaf, a primeira mulher a ser eleita presidente da Libéria; Leymah Gbowee, também liberiana e que liderou a chamada greve de sexo de suas compatriotas; e Tawakul Karman, ativista iemenita, figura fundamental no país onde praticamente se iniciou a Primavera Árabe, que derrubou boa parte dos antigos regimes de várias nações árabes neste ano, foram agraciadas pelo Nobel da Paz de 2011 por suas lutas pelos direitos das mulheres africanas, pela paz e pela democracia. Essas fortes mulheres também têm um sonho.
Nelson Mandela lutou a vida toda contra o apartheid, termo que explicita a segregação racial então vigente na África do Sul, onde a população negra não possuía os mesmos direitos políticos, sociais e econômicos que a minoria branca. Por isso permaneceu preso durante 26 anos. Nelson é autor de frases definitivas como: “Sonho com o dia em que todas as pessoas se levantarão e compreenderão que foram feitos para viver como irmãos” ou “não há caminho fácil para a liberdade”. Ou ainda “a queda da opressão foi sancionada pela humanidade e é a maior aspiração de cada homem livre” e “uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação”. Mandela até hoje corre atrás dos seus sonhos e aspirações de liberdade, igualdade e fraternidade entre os homens. Um belo exemplo de compromisso com seu povo e com a humanidade.
Entre os brasileiros também encontramos idealistas natos, como Luiz Carlos Prestes, que doou sua vida e até acompanhou a morte da mulher Olga, assassinada em um campo de concentração nazista, por uma causa onde a justiça e a igualdade eram os valores proeminentes. Ou Antonio Conselheiro, líder de Canudos, cuja guerra foi tão bem relatada por Euclides da Cunha em Os Sertões. Com a gente paupérrima e sofrida pela fome, seca e falta de perspectiva econômica e social, ele criou uma comunidade de pura sobrevivência e que foi esmagada pelo Exército brasileiro. Como se perigosos fossem. O único perigo,como sempre, era o do exemplo que poderiam dar a gente com os mesmos problemas. Eles também sonharam.
Inversamente, há poucos dias, o presidente da Fifa veio a público para dizer que não há racismo no futebol e que as agressões que ocorrem dentro de campo poderiam ser resolvidas com um simples aperto de mãos. Uma visão cega e fascista da realidade. Os negros estão expostos na sociedade ocidental desde sempre e isso não desapareceu. A reação foi imediata e o fez recuar, mas um pensamento não desaparece por causa do que provoca. Tentar esconder algo tão incrivelmente absurdo é de uma ingenuidade que um ser de 70 anos não tem o direito de possuir. Pior, utilizar análises simplistas como essa, para encobrir a realidade daquilo que comanda, é pura perversão de caráter.
Nada mais endêmico (junto com a corrupção) entre aqueles que comandam o futebol. Certamente os negros de todo o planeta se sentiram agredidos, menos um: Pelé. Que de preto parece ter somente a cor da pele. Ele não só corroborou com a tese de Blatter como acrescentou outras bobagens nascidas de seu pseudo intelecto. De uma coisa sabemos de há muito: Pelé jamais sonhou com o que quer que seja.

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/alguns-sonham-outros-nao/

É CAMPEÃO!!!!!!!!


 
...e o santo Sócrates já começou a fazer milagre!!!!




Amor ou paixão?

“Eu te amo!”

Quantas vezes você fez essa declaração? Algumas, com certeza. Porém, em muitas delas você deveria dizer: “eu estou apaixonada(o) por você”, porque amor e paixão não têm o mesmo significado. Existe uma grande diferença entre um sentimento e outro.




O amor é um longo aprendizado, progressivo e duradouro, onde cada um procura dar significado, cor e intensidade à vida do outro e se ajusta como peças de um quebra cabeça, sem arestas, no decorrer dos anos. É como uma dança mágica, cujos passos vão se harmonizando, até encontrarem a coreografia perfeita. O amor é generoso, é cúmplice, é tolerante, nos deixa seguros e confiantes. Quem ama perdoa e aceita os defeitos do outro. O amor vence obstáculos e não teme distâncias.

O amor é como uma brisa suave que só nos faz bem e nasce na alma e no coração.

Já, a paixão é coisa de nervos e pele. É taquicardia e tremor de pernas. É posse e tesão. É furacão e tempestade. É efêmera e imediatista. Não suporta esperas e nem distâncias. É dúvida e nunca certeza. É cheia de conflitos, explosões, picos e vales, amanheceres e poentes, e quase nenhum tempo de paz.
É céu e inferno e, de vez em quando, entre um e outro, o purgatório...
Enfim, o amor caminha sobre terreno sólido e a paixão se equilibra sobre areias movediças.

Se o amor é quase utópico e raro de ser encontrado, a paixão é bem real e está sempre à espreita e pode nos atacar a qualquer hora, enquanto estamos distraídos.

Afinal, você ama ou só está apaixonada(o)? O que prefere para sua vida? A calmaria de um amor verdadeiro ou a adrenalina das paixões avassaladoras e passageiras?

Bom mesmo seria poder se apaixonar, todos os dias, pelo mesmo “amor de sempre”.


tudo que é demais
me assusta me apavora
mas se o medo me come
a paixão me devora
então não tenho escolha
fecho os olhos e me jogo
inteira em seu colo.


se eu chorar me consola?
se eu quebrar você me cola?


(*imagens: telas de Alfred Gockel)


Photobucket

'JAMAIS PERDER A DOÇURA'

"Um idoso na fila do Detran"



“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda, no meio da confusão na porta do Detran da Avenida Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal "senhor". Como ninguém protestasse, o policial abriu caminho para que o velhinho enfim passasse à frente de todo mundo para buscar a sua carteira.

O jornal tem recebido muitas cartas elogiando e outras criticando aquele departamento de tão má reputação. Afinal, melhorou ou não o serviço? Cheguei a pensar em sugerir à editoria de Cidade que mandasse fazer uma daquelas matérias em que o repórter desse o seu testemunho. Simularia tirar uma carteira e assim desfaria as dúvidas.
Agora, ali, no posto da Gávea, esperando a minha vez, eu me sentia fazendo as funções desse repórter, e tudo começava bem. A operação toda não demorou nem meia hora e eu já ia aplaudir o atendimento, quando, ao lado da boa notícia - aprovação no exame de vista - me deram uma má: teria que ir à Avenida Presidente Vargas para pegar a carteira.

Foi assim que acabei assistindo àquela confusão de que falei no início. Aliás, não só assisti como dela participei: o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu.

Até hoje não me refiz do choque, eu que já tinha me acostumado a vários e traumáticos ritos de passagem para a maturidade: dos 40, quando em crise se entra pela primeira vez nos “enta”; dos 50, quando, deprimido, se sente que jamais vai se fazer outros 50 (a gente acha que pode chegar aos 80, mas aos 100?); e dos 60, quando um eufemismo diz que a gente entrou na "terceira idade". Nunca passou pela minha cabeça que houvesse uma outra passagem, um outro marco aos 65 anos. E, muito menos, nunca achei que viesse a ser chamado, tão cedo, de "idoso", ainda mais numa fila do Detran.

Na hora, tive vontade de pedir à tal senhora que falasse mais baixo. Na verdade, tive vontade mesmo foi de lhe dizer: “idoso é o senhor seu pai”. O que mais irritava era a ausência total de hesitação ou dúvida. Como é que ela tinha tanta certeza? Que ousadia! Quem lhe garantia que eu tinha 65 anos, se nem pediu pra ver minha identidade? E o guarda paspalhão, por que não criou um caso, exigindo prova e documentos? Será que era tão evidente assim?

Como além de idoso eu era um recém-operado, acabei aceitando ser colocado pela porta adentro. Mas confesso que furei a fila sonhando com a massa gritando, revoltada: “esse coroa tá furando a fila! Ele não é idoso! Manda ele lá pro fim!”. Mas que nada, nem um pio.

O silêncio de aprovação aumentava o sentimento de que eu era ao mesmo tempo privilegiado e vítima - do tempo. Me lembrei da manhã em que acordei fazendo 60 anos: “Isso é uma sacanagem comigo”, me disse, “eu não mereço”. Há poucos dias, ao revelar minha idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas ninguém lhe dá isso”. Respondi que, em matéria de idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter. De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda jovem. Ali na porta do Detran nem isso, nenhuma alma caridosa para me “dar” um pouco menos.

Subi e a mocinha da mesa de informações apontou para os balcões 15 e 16, onde havia um cartaz avisando: “Gestantes, deficientes físicos e pessoas idosas”. Hesitei um pouco e ela, já impaciente, perguntou: “o senhor não tem mais de 65 anos, não é idoso?”

- Não, sou gestante - tive vontade de responder, mas percebi que não carregava nenhum sinal aparente de que tinha amamentado ou estava prestes a amamentar alguém. Saí remungando: “não tenho mais, tenho só 65 anos”.

O ridículo, a partir de uma certa idade, é como você fica avaro em matéria de tempo: briga por causa de um mês, de um dia. “Você nasceu no dia 14, eu sou do dia 15”, já ouvi essa discussão. Enquanto espero ser chamado, vou tentando me lembrar quem me faz companhia nesse triste transe. Aí, se não me falha a memória - e essa é a segunda coisa que mais falha nessa idade - me lembro que Fernando Henrique, Maluf e Chico Anysio estariam sentados ali comigo.

Por associação de idéias, ou de idades, vou recordando também que só no jornalismo, entre companheiros de geração, há um respeitável time dos que não entram mais em fila do Detran, ou estão quase não entrando: Ziraldo, Dines, Gullar, Francis, Evandro Carlos, Milton Coelho, Janio de Freitas (Lemos, Barreto, Armando e Figueiró já andam de graça em ônibus há um bom tempo). Sei que devo estar cometendo injustiça com um ou outro - de ano, meses ou dias - e eles vão ficar bravos. Mas não perdem por esperar: é questão de tempo.Ah, sim, onde é que eu estava mesmo? “No Detran”, diz uma voz. Ah, sim. “E o atendimento?” Ah, sim, está mais civilizado, há mais ordem e limpeza. Mas, mesmo sem entrar em fila, passa-se um dia para renovar a carteira. Pelo menos alguma coisa se renova nessa idade."


Morreu Sócrates, um 'doutor' do futebol brasileiro




O ex-jogador de futebol Sócrates, que faleceu na madrugada deste domingo aos 57 anos, vítima de uma infeccção intestinal, sempre se destacou por sua inteligência e liderança, tanto dentro como fora de campo, o que lhe valeu o respeito de seus companheiros e da exigente torcida brasileira.
Sócrates, que assumiu ter uma lesão cirrótica no fígado provocada por sua dependência do álcool, faleceu após ter sido internado novamente na quinta-feira passada em função de uma infecção intestinal.
O 'doutor' era um dos poucos jogadores da história do futebol brasileiro a contar com uma formação universitária, depois de ter se formado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP).
Dono de um jogo ágil e efetivo, Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira imprimiu seu selo pessoal com passes de calcanhar que marcaram sua carreira desde que estreou em 1974 no Botafogo Futebol Club de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Pouco depois, o ex-meia passou para o Corinthians, onde encantou a torcida entre 1978 e 1984 e levantou a copa de três campeonatos paulistas (1979, 1982 e 1983), convertendo-se num dos maiores ídolos da apaixonada torcida alvinegra.
No 'Timão', Sócrates foi um dos fundadores da chamada 'Democracia Corinthiana', um movimento que surgiu na década de 1980 e na qual todas as decisões do clube, como contratações, treinamentos e concentrações, eram tomadas através da votação de todos seu integrantes.
A iniciativa, que surgiu em plena ditadura militar brasileira (1964-1985), incluía inscrições nas camisas do clube de teor político como "eu quero votar para presidente".
Em 1985, com 30 anos, Sócrates foi vendido para o clube italiano da Fiorentina, onde jogou apenas uma temporada.
Um ano mais tarde, voltou ao Brasil para jogar pelo Flamengo, onde conquistou o campeonato carioca.
Nos anos seguintes, também defendeu a camisa do Santos e voltou ao Botafogo de Ribeirão Preto, onde pendurou as chuteiras em 1989, aos 35 anos.
O mítico jogador atuou ao lado de nomes como Zico e Falcão e, inclusive, foi capitão da Seleção brasileira nos Mundiais da Espanha-1982 e México-1986.
Jogador inteligente e dotado de uma incrível técnica em campo, fora dos estádios se caracterizou por ter problemas com álcool, o que admitiu depois de ter recebido alta de sua primeira internação em agosto passado, depois de uma grave hemorragia digestiva.
"Tenho um ponto cirrótico. É uma lesão que não é tão grave, mas está localizada numa região sensível do fígado", declarou em entrevista à rede Globo, admitindo que a lesão foi causada pelo álcool.
"Quem bebe cotidianamente é alcoólico", admitiu.
Os problemas com a bebida no futebol brasileiro já cobraram a vida de outro grande ídolo: Garrincha, que morreu em 1983 por causa de uma cirrose hepática.


Sócrates foi craque da democracia corintiana, da seleção brasileira, da política e da medicina.

RIO - Conhecido pela elegância em campo, sempre de cabeça erguida, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira foi dos raros jogadores de futebol a manter a postura altiva também fora dos gramados. Artífice da Democracia Corintiana no início dos anos 1980, um dos expoentes do futebol-arte da seleção de 1982, Sócrates diferenciou-se dos demais antes mesmo de iniciar a carreira.
Revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto, ele só dedicou-se integralmente à carreira de jogador depois de se formar em medicina. A opção definitiva pelo futebol aconteceu somente em 1978, já aos 24 anos. Naquele mesmo ano, foi vendido para o Corinthians, onde chegou na temporada seguinte à da famosa quebra do jejum de 23 anos com o título paulista em 1977.
E foi então que começou a marcar seu nome no cenário nacional. Citado sempre como exemplo de jogador de estilo clássico, Sócrates imortalizou o toque de calcanhar como sua marca registrada. Com a saída do lendário Vicente Matheus da presidência do Corinthians, Sócrates, ao lado de outros jogadores como o lateral Wladimir, liderou um movimento revolucionário no futebol brasileiro. Na Democracia Corintiana, tudo no departamento de futebol era decidido no voto, por jogadores e membros da comissão técnica e da diretoria: contratações, dispensas, concentração, premiações, etc..
- O grande gancho daquilo lá, que é algo que devia ser mais valorizado, é você colocar no mesmo patamar de decisão coletiva pessoas de classes sociais distintas. Auxiliar de roupeiro ter o mesmo peso do dirigentes. Isso não existe. Isso foi o mais belo, o mais bonito e o mais rico. Todo o resto foi decorrente disso - analisou Sócrates em uma de suas últimas entrevistas, em julho, ao portal "Uol".
O brilhantismo de seu futebol o levou às Copas de 1982 e 1986. Vendido à Fiorentina, da Itália, em 1984, ele voltaria ao futebol brasileiro no ano seguinte para defender o Flamengo, onde sofreu com muitas contusões. Sócrates jogaria ainda no Santos antes de voltar ao seu Botafogo de Ribeirão Preto para encerrar a carreira em 1989.
- Nenhum jogador abandona o futebol, é o futebol que abandona o jogador - diria sobre sua aposentadoria, ocorrida no ano em que seu irmão, Raí, despontava como grande ídolo do São Paulo.
Após breve passagem como técnico da Cabofriense, voltou a exercer a medicina em Ribeirão Preto, onde manteve trincheira como observador do futebol e da política nacionais.
Ativista político desde os tempos de jogador profissional, quando participou da campanha pelas eleições diretas para presidente da República, Sócrates continuou defendendo seus ideais após a aposentadoria dos campos. Esquerdista, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), preocupado com a formação dos jogadores como pessoas, e não apenas atletas, foi sempre crítico dos principais cartolas do nosso futebol, inclusive do seu Corinthians, da CBF e dos sindicatos de jogadores profissionais.
Desde sempre um dos raros jogadores de futebol a assumir publicamente posições políticas, e participarem do debate, Sócrates defendia a postura.
- Uma coisa só ocorre no esporte, particularmente no futebol: é que o artista tem mais peso político do que seu empregador. Se ele tem peso político e econômico, não tem reação que o derrube. Não importa a reação que venha das esferas superiores, porque elas não são superiores. Ele tem a base popular. Que dirigente vai ter mais peso que o artista?
Além da medicina, o Doutor - também era conhecido como Magrão - atuava como comentarista de futebol no programa "Cartão Verde", exibido pela TV Cultura e como colunista político na revista semanal "Carta Capital".
Sócrates tinha 57 anos e foi internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pela terceira vez este ano na última quinta-feira. Ele havia comido um estrogonofe estragado durante a semana e, devido a seu estado de saúde debilitado - as outras duas internações foram para tratar hemorragias digestivas, causadas pelo consumo excessivo de álcool - o quadro evoluiu para uma infecção generalizada. Sócrates morreu em consequência de um choque séptico, termo usado para descrever o comprometimento agudo do sistema circulatório, por causa de uma infecção. Ele deixa seis filhos, o mais novo, de três anos, batizado de Fidel em homenagem ao líder cubano Fidel Castro.




Doutor Sócrates, Corinthians e Brasileiro


O ex-jogador Sócrates, 57 anos, morreu na madrugada deste domingo, em São Paulo, no Hospital Israelita Albert Einstein, em consequência a um choque séptico (infecção generalizada provocada por bactéria). Nas duas internações anteriores, ele enfrentou hemorragias digestivas decorrentes do consumo prolongado de bebidas alcoólicas. "O meu fígado tem alguns problemas, mas ele funciona bem. Boa parte dele funciona bem. Só que ele chegou num ponto de absoluta incompatibilidade com o álcool", declarou o ídolo, em entrevista a Juca Kfouri, em agosto.
"Quero mudar meu país, quero mudar meu povo, sempre. Eu acho que a vida é a coisa mais importante que nós temos. Por que eu vou jogar fora?", completou Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ainda no hospital.
Mais do que um ídolo do futebol, Sócrates era um Doutor Cidadania. No Corinthians, ele disputou 297 jogos, marcou 172 gols e venceu três Campeonatos Paulistas. Nos gramados da política, notabilizou-se com a mesma desenvoltura de craque. Foi um dos líderes da Democracia Corintiana, um sistema que estendia as decisões internas ao elenco de jogadores, no início dos anos 80. Paralelamente, subiu nos palanques das Diretas-Já, em defesa da redemocratização do Brasil.
"Há uma epidemia de jogadores mudos", diagnosticou Sócrates, em recente entrevista a Terra Magazine. Num esporte marcado por tantos silêncios, era quase uma estrela solitária, a persistir na luta pela democratização do futebol.

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5502403-EI6598,00-Doutor+Socrates+Corinthians+e+Brasileiro.html


RIP Socrates. Brazilian legend

Brazil football legend Socrates dies at 57


Socrates celebrates in 1982
Socrates scores stunners at World Cup 1982

Former Brazil captain Socrates has died at the age of 57.
He had been in a critical condition with an intestinal infection since being admitted to intensive care on Friday at a hospital in Sao Paulo.
Socrates, who was widely regarded as one of the greatest ever midfielders, was moved onto a life support machine on Saturday.

SOCRATES FACTFILE

  • Born on 19 February 1954 in Belem do Para, Brazil
  • Rated as one of the greatest midfielders of all-time
  • At 6ft 4in tall he was known for his physical strength, as well as two-footed vision and skill
  • Played for Botafogo and Corinthians in Brazil before a one-season spell at Fiorentina
  • Saw out his career with Flamengo and Santos before retiring in 1989 aged 35
  • In 2004 aged 50, Socrates made an appearance as sub for Garforth Town in the Northern Counties League after a one-off deal to become player-coach
He played in two World Cups, won 60 caps for his country between 1979 and 1986 and scored 22 goals.
The former Corinthians player, whose full name was Socrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira, was taken to the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo with food poisoning on Friday, according to his wife.
A hospital statement said on Saturday that the former footballer was "in a critical condition due to a septic shock of intestinal origin".
It added he was breathing with a ventilator and using a dialysis machine.
Socrates was taken to hospital twice in August and September this year with bleeding in his digestive tract.
After these incidents he admitted he had problems with alcohol, especially so during his playing career. He is also well known for his smoking habit.

In a recent television interview, Socrates said he had considered alcohol his "companion" but believed its regular use did not affect his performance on the field.
"Alcohol did not affect my career, in part because I never had the physical build to play this game," he said.
"Soccer became my profession only when I was already 24. I was too thin and when I was young I did not have the opportunity to prepare myself physically for the sport."

IN ASSOCIATION WITH
http://news.bbc.co.uk/sport2/hi/football/16017071.stm



Muere Sócrates, el demócrata del fútbol

JORDI QUIXANO - Madrid - 03/12/2011

El excentrocampista brasileño fallece a los 57 años a causa de un choque séptico de origen intestinal, causado por una bacteria.- Influyó a su país con su ideología y maravilló al mundo con su juego en los Mundiales del 82 y 86.

VÍDEOS: Un mago del balón

El estadio de Pacaembú a reventar, 37.000 gargantas alborotadas, voces perdidas entre el ruido, aficionados expectantes antes de la final del torneo paulista de 1983, entre el Corinthians y el São Paulo. De repente, un futbolista, estilizado, pelo rizoso, barbado, salta al campo solo, con el brazo alzado y una camiseta con mensaje. "Ganar o perder, pero siempre con democracia", se leía. Más gritos, más fuertes. Era Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieria de Oliveira (Belém, Brasil; 1954), el jugador de O Timao, todo un ídolo por su elegancia en el juego, por su filosofía de vida fuera de él, por un manual político valiente, rebelde. Era El Doctor. Querido por muchos porque siempre siguió a rajatabla su ideal, "el de ayudar a los demás", ha fallecido en el centro hospitalario de su país en el que permanecía ingresado a causa de un choque séptico de origen intestinal, provocado por una bacteria. Ha sido la consecuencia, en cualquier caso, de los excesos de muchos años con la bebida, algo que también defendió, aunque en los últimos años se recetara, con su ironía habitual, cerveza sin alcohol.
Para Sócrates el balón fue un adorno de los libros en su infancia, azuzado por su padre -admirador de los filósofos griegos- para que ejerciera una "profesión digna". Siempre le atrajo la medicina, pero su talento no estaba en las manos, sino en los pies, minúsculos (calzaba un 37; algo extraño en alguien de 1,93 metros) y un tanto deformados porque tenía un hueso desencajado en el talón, lo que le permitía tirar, por ejemplo, penaltis de tacón con una fuerza extraordinaria. Así que cuando se dio cuenta, con 23 años, era jugador del Corinthians y médico. "Sócrates Souza, pediatra", ponía en el cartel de bienvenida de su casa. Con los shorts azules y la camiseta ajustada, como en la época, Sócrates deslumbró al mundo en España 1982 con la afamada selección de Brasil -también fue el capitán en México en 1986-, que desplegó uno de los juegos más bellos y menos premiados. "Mala suerte y peor para el fútbol", convino el jugador a pie de campo, nada más ser eliminado por Italia (3-2) en la segunda fase, lo que se conoce como La tragedia de Sarrià. "No hay que jugar para ganar, sino para que no te olviden", insistió hace poco. Su selección lo consiguió, con ese fútbol alegre, un tanto despreocupado, de mucho toque, con Junior, Serginho, Zico, Eder, Falcao, Cerezo... En medio de cada ataque estaba Sócrates, siempre con la cabeza alta y los brazos caídos, enganche que danzaba hacia la derecha, que bien valía para distribuir el cuero que para lanzar paredes, que para soltar algún centro y llegar desde la segunda línea al remate.
No le fue bien al 8 salir de su país, al contrario que a su hermano pequeño Raí, que deslumbró en Francia (PSG) después de aupar al São Paulo de Telé Santana en la final de la Intercontinental contra el dream team de Cruyff en el 92. El Doctor no fue feliz siquiera cuando el Fiorentina desembolsó tres millones por él y puso a su disposición 18 billetes a Brasil por curso, dos coches y una mansión. A Sócrates le pudo la saudade y regresó a casa, al Flamengo, y luego al Santos. "El fútbol se agota pronto, por lo que le dedico mi tiempo. Ya vendrá mi otra pasión, lo que me gusta por encima de todas las cosas". Se refería a la medicina. Tampoco le fue demasiado bien, quizá porque sus ideas curativas eran demasiado transgresoras. Inquieto, sin embargo, probó como pintor, pero sin clientela ni críticas positivas se centró también en la música, donde compuso dos discos que se mantienen inéditos. "No se me daba muy bien", reconocía no hace tanto. Lo suyo era el fútbol. Por eso, en una última aventura, a los 50, bien cascado, fue durante un mes al Gartforth Town, club norteño de Inglaterra. Tiempos pasados; tiempos peores. Quizá porque, paradójicamente, ya no tenía el micro que le dio el fútbol, porque rechazó meterse en la política, por más que el expresidente Lula y otros se lo pidieran.
"Los futbolistas somos artistas y, por tanto, somos los únicos que tenemos más poder que sus jefes", argumentaba el centrocampista. De eso se dio cuenta en 1982, cuando junto a Wladimir y Casagrande, entre otros, además de Adilson Monteiro, el entonces director deportivo del Corinthians, ya cansados de la opresión de la dictadura militar de Figueiredo, decidieron crear un curioso sistema de democracia en el O Timao.
"Para mí", reflexionaba Sócrates; "lo ideal sería un socialismo perfecto, donde todos los hombres tengan los mismos derechos y los mismo deberes. Una concepción del mundo sin poder". Por eso defendió a ultranza lo que se conoció como la democracia corinthiana, forma de gobierno bajo el lema de "Libertad con responsabilidad", donde el club actuaba como una comunidad de personas en la que todos sus miembros, desde los suplentes o utileros hasta los más altos directivos, tomaban en conjunto todas las decisiones que los afectaban, y en la que todos los votos contaban por igual. La mayoría, el consenso, mandaba. Así, se establecieron los horarios de los entrenamientos, las comidas, las alineaciones, fichajes, despidos... todo. Incluso se aprobó la libertad de acción del futbolista a deshoras fuera de la cancha, nada mejor para Sócrates, que siempre defendió su derecho a fumar un cigarrillo tras otro, a beber. "El vaso de cerveza es mi mejor psicólogo", decía con esa voz susurrante, entremezclada con gallos. Entre otras cosas porque nunca le hizo falta correr demasiado; le alcanzaba con su cerebro, con sus pies.
Por más que lo defendiera, sin embargo, este admirador de Marx nunca fue uno más en el vestuario del Corinthians, club que se convirtió en la imagen de la revolución brasileña en contra de la dictadura, que ya estaba al final de su mandato. No era raro ver imágenes del equipo, ante sus 80.000 fieles seguidores, con pancartas antes de los partidos como "Democracia", "Quiero votar a mi presidente" y "Derechos ya". Ese el otro éxito del Corinthians, que se laureó con los campeonatos del 82 y, ya en Pacaembú, en 1983, el día de la final paulista ante 37.000 gargantas alborotadas, voces perdidas entre el ruido... Sócrates marcó el único gol, el del triunfo.

"Si la gente no tiene el poder de decir las cosas, entonces yo las digo por ellos"

Algunas de las frases del brasileño:
- "La gente me dio el poder como un futbolista popular"
-"Si la gente no tiene el poder de decir las cosas, entonces yo las digo por ellos. Si yo estuviera del otro lado, no del lado de la gente, no habría nadie que escuchara mis opiniones".
-"Lo mejor que el fútbol me dio fue la oportunidad de conocer a los seres humanos. Conocí a personas que sufrieron muchísimo y también conocí el otro lado de la sociedad, los que lo tienen todo. Pude ver las dos caras de la sociedad en la que vivimos".
- "Cuando le puse a uno de mis hijos Fidel, mi madre me dijo: 'Es un nombre un poco fuerte para un niño'. Y le respondí: 'Madre, mira lo que me hiciste a mí"
- "No se trata sólo del juego en sí. Antes que nada, el fútbol es una batalla psicológica, el aspecto humano tiene un papel significativo".
- "¿Por qué causas más conmovedoras no mueven tanto como el fútbol: como los niños en la calle, los tsunamis, la miseria extrema en el corazón de África y en algunas otras esquinas, el genocidio y muchas otras?"
- "Muchas veces pienso si podremos algún día dirigir este entusiasmo que gastamos en el fútbol hacia algo positivo para la humanidad, pues a fin de cuentas el fútbol y la tierra tienen algo en común: ambos son una bola. Y atrás de una bola vemos niños y adultos, blancos y negros, altos y bajos, flacos o gordos. Con la misma filosofía, todos a fantasear sobre su propia vida".
- "Regalo mis goles a un país mejor".
- "Ganar o perder, pero siempre con democracia".

http://www.elpais.com/articulo/deportes/Muere/Socrates/democrata/futbol/elpepudep/20111203elpepudep_22/Tes

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira = Magrão






Texto de XICO SÁ em mémória de SÓCRATES, O CRAQUE

TE AMO PRA SEMPRE, DOUTOR.
TU FICAVAS PUTO QUANDO EU CHORAVA UM POUQUNHO NAS NOSSAS COMOÇÕES DIVIDIDAS.
TU FICAVAS PUTO MAS TAMBÉM LACRIMEJAVAS UM TANTIM.
CHORO, MEU FILÓSOFO, CHORO UM SÃO FRANCISCO INTEIRO POR TI, MAS COMO NÃO CELEBRAR NOSSOS TANTOS CHORINHOS NA MADRUGA DA EXISTÊNCIA.
COMO NÃO MORRER UM POUCO CONTIGO, MAS TAMBÉM COMO NÃO ESTAR MAIS AINDA VIVO POR ISSO.
COMO TU DIZIAS, DEPOIS DAS INTERNAÇÕES:
- TE ASSUSTA NÃO, XICÃO, A GENTE VEIO DE LONGE E TÁ É NO LUCRO! AQUI NA TERRA NUM TEM BONITEZA QUE DÊ JEITO… E OLHE QUE SOMOS LINDOS!
DESCANSE EM PAZ MEU AMIGO DO PEITO E DE TANTOS CHORADOS RIBEIRÕES.
SE TIVER UMA FOLGUINHA, MEU IRMÃO, DESÇA PRA GENTE APRONTAR DE NOVO JUNTOS.
A GENTE SE ENCONTRA, MEU VELHO, PRA CANTAR DE NOVO, EM PORTUNHOL, CLARO, A LONGA ESTRADA DA VIDA DE MILIONÁRIO E ZÉ RICO!
BEIJO MAGRONES!
INTÉ AMADO FI DE RAPARIGA, COMO SEMPRE TE CHAMAVA.
VOU VIVENDO E NÃO POSSO PARAR, NA CERTEZA DE SER CAMPEÃO, ALCANÇANDO O PRIMEIRO LUGAR.
VAI, DOUTOR, DÁ AQUELE CALCANHARZINHO-MIGUÉ SÓ PRA DEIXAR DEUS COM AS BARBAS MAIS BRANCAS AINDA!
SALVE O TEU SANTOS DE MENINO, SALVE O TEU BOTAFOGO DE RAPAZ, SALVE O TEU CORINTHIANS ETERNO!



O BRASIL HOJE É PURA EMOÇÃO!!!

Eu sinto um aperto no coração, algo esquisito, sufocante, quando sinto que alguma coisa ruim está para acontecer, especialmente quando é anúncio de morte. Senti isso com a passagem dos meus pais e um irmão querido, ontem senti de-novo!!!!
regina


Rainha dos raios

IANSÃ

Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.

Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.

Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.

Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.

Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.

Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.

Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.

Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.

Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.

Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.

É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.

Mitologia

Embora tenha sido esposa de Xangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários reis. Foi paixão de Ogum, de Oxaguiam, de Exu, Conviveu e seduziu Oxossi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaê. Sobre este assunto, a história conta que Iansã percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.

Em Ire, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganho deste o direito de usá-la. No auge da paixão Ogum , Iansã partiu, indo para Oxogbô, terra de Oxaguian. Conviveu e aprendeu o uso do escudo para se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguian o direito de usá-lo. Quando Oxaguian estava tomado pe paixão por Oyá, ela partiu.

Pelas estradas deparou-se com Exu. Com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher, Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã. Todavia, com Oxossi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exu. Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxossi e Oxum e com ele aprendeu a pescar.

Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação). Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã tratou de insinuar-se:

- Como vai o Senhor das Chagas?

No que Obaluaê respondeu:

- O que Oyá quer em meu reino?

- Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos!

(Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxossi, Oxaguian e Ogum).

Durante horas Iansã dançou, sem emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzir Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim, dirigiu-se ao homem da palha;

- Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a espada; com Oxaguian, o escudo; com Oxossi aprendi a caçar; com logun-edé a pescar; com Exu aprendi os mistérios do fogo. Falta-me apenas aprender algo contigo.

- Você quer aprender mesmo, Oyá? Então, ensinar-lhe como tratar dos mortos!

De inicio Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los.

Partiu, então Oyá, para o reino de Xangô. Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso... aprendeu a amar verdadeiramente e com um paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.

O fogo é o elemento básico de Iansã. O fogo das paixões, o fogo a alegria, o fogo que queima. Iansã é o Orixá do fogo...

E aquele que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, é digna de pena e mais digna, ainda, do perdão de Iansã.

Dados

Dia: quarta feira

Data: 4 de Dezembro

Metal: Cobre

Cor: Marrom

Partes do corpo: fígado e o sangue.

Comida: acarajé, abará.

Arquétipo: É de pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias, pessoas que podem ser fieis, de uma lealdade absoluta em certas circunstancias, mas que em moutros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar pelas manifestações da mais extrema cólera. Pessoas, enfim, cujos temperamentos sensual e voluptuosos podem levá-las a aventuras amorosas extra conjugais, múltiplas e freqüente, sem reservas de decência, mas que não as impedem de continuarem muito ciumentas com seus parceiros por elas mesma enganados.

Símbolos: espada de cobre e o eru (rabo de boi ou de búfalo)

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Santa Bárbara - Yansan ou Oyá

04 DE DEZEMBRO DIA DE SANTA BÁRBARA.

Oração de Santa Bárbara

Santa Bárbara bendita
que no céu 'stais escrita
C'um raminho d'água benta
librai-nos desta tormenta
Santa Bárbara e S. Jirónimo
se bestiu e calçou
ò caminho se deitou
Jesus Cristo encontrou:
-"Barba, onde bais?"
Senhor, bou ò céu.
bou espalhar as traboadas
qu'andam por lá armadas.
" Espalha-as bem espalhadinhas,
onde num haja pão nem binho,
nem bafinho de menino
nem asa de passarinho"

Santa Bárbara sofreu o martírio provavelmente no Egito ou na Antioquia, por volta dos anos 235 ou 313. Sua vida foi escrita em diversos idiomas: grego, siríaco, armênio e latim. Conforme a lenda, Santa Bárbara era uma jovem belíssima. Dióscoro, seu pai, era um pagão ciumento. A todo custo desejava resguardar a filha dos pretendentes que a queriam em casamento.
Por isso encerrou-a numa torre. Na torre havia duas janelas, mas Santa Bárbara mandou contruir uma terceira, em honra à Santíssima Trindade. Um dia, entretanto, Dióscoro viajou. Santa Bárbara se fez então batizar, atraindo a ira do próprio pai. Fugindo de seu perseguidor, os rochedos abriam-se para que ela passasse.

Descoberta e denunciada por um pastor, foi capturada pelo pai e levada perante o tribunal. Santa Bárbara foi condenada a ser exibida nua por todo o país. Deus, porém, se compadeceu de sua sorte, vestindo-a miraculosamente com um suntuoso manto. Padeceu toda sorte de suplícios: foi queimada com grandes tochas e teve os seios cortados. Foi executada pelo próprio pai, que lhe cortou a cabeça com uma espada. Logo após sua morte, um raio fulmonou seu assassino.

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Iansã é um orixá feminino muito conhecido no Brasil, sendo um dos mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oyá. É o Orixá do arrebatamento, da paixão; de temperamento forte, dominador e sensual.

Oyá, foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria em 1450a.C. Sobrinha-neta do rei Elempe e neta de Torossi(mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oyó. Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, nunca se deixou abater por guerras, problemas e disputas. Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade natal, disposta a enfrentá-lo.

Filha de Oxalá (orixá associado à criação do mundo e da espécie humana) e Iemanjá (deusa das águas salgadas), é considerada a rainha dos ventos e das tempestades, deusa dos relâmpagos; Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos. O dia consagrado a Yansan, Iansã ou Inhansã é a quarta-feira, sua cor é o vermelho, marrom escuro ou rosa.

Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara. Comemorado no dia 04 de dezembro, a santa é a padroeira dos mineiros, artilheiros, pirotécnicos, bombeiros, etc; protetora contra a morte trágica e os perigos de explosões, raios e tempestades.


É por isso que Santa Bárbara é invocada, nas tempestades, contra o raio. O seu culto espalhou-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, inclusive no Brasil.

* Sincretismo da Santa Bárbara: Yansan ou Oyá
* Devoção da Santa Bárbara: Protetora contra raios e tempestades. Santa Bárbara é também venerada pelos militares.
* Data Comemorativa: 4 de Dezembro


 Hepa hey