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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

'Pedra Filosofal'


Jorge de Sena




"Da vida... não fales nela,
quando o ritmo pressentes.
Não fales nela que a mentes.
Se os teus olhos se demoram
em coisas que nada são,
se os pensamentos se enfloram
em torno delas e não
em torno de não saber
da vida... Não fales nela.
Quanto saibas de viver
nesse olhar se te congela.
E só a dança é que dança,
quando o ritmo pressentes.
Se, firme, o ritmo avança,
é dócil a vida, e mansa...
Não fales nela, que a mentes.





photo byTayfun Eker

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Leonard Cohen, in memoriam, singer-songwriter, poet, and novelist




"If I knew where the good songs came from, I’d go there more often." Leonard Cohen's warm wisdom on creativity:


"There are always meaningful songs for somebody. People are doing their courting, people are finding their wives, people are making babies, people are washing their dishes, people are getting through the day, with songs that we may find insignificant. But their significance is affirmed by others. There’s always someone affirming the significance of a song by taking a woman into his arms or by getting through the night. That’s what dignifies the song. Songs don’t dignify human activity. Human activity dignifies the song." (Cohen, considering the purpose of music in human life).


https://www.brainpickings.org/2014/07/15/leonard-cohen-paul-zollo-creativity/











"I always used to work hard. But I had no idea what hard work was until something changed in my mind… I don’t really know what it was. Maybe some sense that this whole enterprise is limited, that there was an end in sight… That you were really truly mortal."


What a beautiful testament to the creative spirit and its true motives, to creative contribution coming from a place of purpose rather than a hunger for profit.

REST IN PEACE

Ausência







E antes de dormir deito no colo da tua ausência feito vontade, feito saudade, feito desejo e sussurro uma prece: que um dia possa ser ontem.

E a gente vai deixando de caber na vida da pessoa e a pessoa vai deixando de estar na nossa. Não é falta de bem querer. Não é descaso. Não é, não mesmo, intencional. É o espaço e o tempo lembrando a relatividade de todas as coisas, inclusive o amor.

Cada vez mais. Cada vez menos.



Aquele banho






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Dos momentos que mais preso tem aquele banho em sua presença... seus olhos esquentando a agua... seu desejo ensaboando meu corpo... minha pele virando mel... você e eu num momento único criado apesar da distância... você põe um sorriso na minha boca, sem você saber como, sem eu saber porquê...   

Outono



No outono tudo é maduro. Tudo é cor e cheiro e disposição. No outono o morno das castanhas. As folhas vermelhas. O mundo perde o pudor. As árvores se põem nuas. No outono já não há promessas, a vida em entregas. O outono é luxúria. E aconchego, também. Fumacinha na tigela e ainda azul nos dias. Uma manta colorida. E memória. Outono é, em mim, luz. E terra. Pés descalços e ir ao encontro. Dourado a beira da estrada. Outono é essa vontade de chegar, encolher no abraço e aceitar o bom do agora.