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domingo, 22 de abril de 2012
Juca Chaves - Menestrel Maldito
"SOU SIM, E DAÍ?" (Juca Chaves)
Eu sou baixinho, feio e narigudo
Dizem que eu sirvo só pra dar recado
Mas na verdade eu sirvo para tudo
Até chifrudo eu sou sem ser casado (rararararará)
Eu tenho chifres mas não tenho queixas
Se bem que a testa fique bem maior
Até que é bom quando a mulher nos deixa
A gente sempre arruma outra melhor
Essa é a vida que eu sempre quis
Eu sou um cornudo, mas eu sou feliz
Essa é a vida que eu sempre quis
Eu sou um cornudo, mas eu sou feliz (rararararará)
(falado): "É, podem rir, mas quando a mulher quer trair, trai mesmo. Vocês podem trancar ela dentro do armário que elas te traem com um cabide!" (rararararararará) "Sábio é o ditado de Pernambuco que diz 'água de morro abaixo, fogo de morro acima e mulher quando quer dar ninguém segura' (rarararararararará)
Mas infeliz é aquele que acredita
Que nunca foi traído por mulher
Seja ela feia, seja ela bonita
Mulher nos trai quando ela bem quiser
Mas quem é macho e nunca foi enganado
Não trocará de esposa ou de patroa
Porque com uma só terá sempre passado
Acreditando que ela ainda é boa
Essa é a vida que eu sempre quis
Eu sou um cornudo, mas eu sou feliz (nesse momento, Juca pega o violão e o microfone e tenta convencer a platéia a cantar a música - volta falando a frase: "eu quero colaboração em massa!")
Infelizmente existem as Amélias
Que sendo sérias pela vida afora
Ficam com a gente até ficarem velhas
Quando já é tarde pra mandar-se embora
Poré não tarda o dia da verdade
Que escapará e um grito em nossa boca
A frase amarga desta realidade:
"Tira os teus seios do prato de sopa!"
Essa é a vida que eu sempre quis
Eu sou um cornudo mas eu sou feliz!
Estas são todas contadas pelo Juca Chaves...
"O Brasil é um país paradoxal onde o estudante pinta a cara e o índio
estuda..."
"Deus gosta de pobre, por isto que fez tantos"
"Aqui, morre um ladrão e nascem dois..."
"Sempre quis dormir com duas mulheres, mas acho que nao vamos caber no
berço, não é
amor?" Sobre sua filhinha recem-nascida...
--
Conversa vai, conversa vem, eu perguntei a ela:
_ Por um milhão de dólares, você faria amor comigo?
_ É, por um milhão de dólares é razoável...
_ E por vinte dólares?
_ Tá pensando que eu sou o quê, alguma prostituta?
_ O que você já é nós já decidimos na pergunta anterior, agora é uma
questão de
preço...
Tive dois colegas, um otimista e outro pessimista. Era um Natal e o pai
deu pra eles
dois presentes. Pro pessimista ele deu
uma bicicleta, uma bicicleta linda, colorida, azul, vermelha, amarela. E
pro otimista
ele deu uma lata de esterco de cavalo.
Quando o pessimista acordou de manhã, viu aquela bicicletinha disse:
_ Ih! Que droga! Não era nada disso! Eu queria ganhar uma bola de
futebol, fui ganhar
logo uma bicicleta! E agora, o que vai
ser de mim! A minha namorada vai cair da bicicleta... Que desgraça! Que
desgraça! Que
desgraça!
Quando viu o irmãozinho otimista com a lata na mão, ele disse:
_ E você, o quê ganhou? Quê ganhou? Quê ganhou?
_ Eu ganhei um cavalo! Você viu ele por aí? Viu ele por aí?
Quando eu trouxe Ana Maria pra casa, no sábado, depois do cineminha, ela
tinha uns 14
anos, talvez 15, o pai de Ana Maria
comentou o problema e disse:
_ Olha querida esse tal de Jurandyr, poetinha carioca, não é o namorado
ideal pra nossa
filha não. Imagina que ontem à noite,
ele trouxe a menina pra casa e fez xixi no muro do jardim!
_ Oh Irineu, mas você também fazia xixi no muro de casa, lembra-se a
vinte anos atrás,
todo rapaz apaixonado fazia xixi no
muro da casa da namorada, você também fazia!
_ Ainda por cima ele escreveu o nome da nossa filha no muro fazendo
xixi: Ana Maria,
Ana Maria, Ana Maria!
_ Ah, mas é normal, todo rapaz apaixonado faz xixi no muro e vai
escrevendo o nome da
garota enquanto faz xixi. Isso é uma
praxe acadêmica!
_ Isso é uma praxe acadêmica! É uma praxe acadêmica! Mas a caligrafia
era da nossa
filha!!
A mulher ideal é aquela que tivesse a sua bundinha à frente e um seio só
às costas. Pra
vocês pode parecer ridículo, agora pra
dançar é excepcional!
O siciliano é um povo tão ciumento, mas tão ciumento, que um bom
siciliano antes de se
casar, pinta o membro de verde... Se
a mulherzinha na primeira noite disser: Verde!!? Ele já não casa!
Era uma grupinho de escoteiros que passeava pelo jardim zoológico
enquanto o guia fazia
demonstração dos animais:
_ Atenção meninos aqui está o leão, aqui está o tigre, aqui está o
rinoceronte, aqui
está um economista social, aqui está uma
jaguatirica, aqui está a hiena. A hiena, notem, é um animal que
apresenta duas
particularidades; é um animal que ri muito. E
sendo um animal que ri muito, ela tem relações com sua fêmea uma vez só
por ano e é um
animal que se alimenta de fezes de
outros animais.
_ Uma perguntinha, um animal que tem relação com sua fêmea uma vez só
por ano e come
merda, ri de quê?
Esta foi lá em São Paulo na rua Augusta. Eu ouvi uma conversa de duas
modelinhos
profissionais muito bonitinhas, destas que
aparecem em capa de revista, uma dizia para outra:
_ O quê você tem feito querida?
_ Ah eu arrumei um namorado... Um rapaz muito bom sabe! Ele me dá sempre
rosas com
aqueles cartões... "Uma rosa para
outra rosa"... Menino inteligentíssimo, ele me dá bombons caros, jóias
caras... Me deu
um Piaget, um Cartier, um Ivan Clive...
E eu não tenho nada, absolutamente nada com ele, somos apenas amigos,
nada mais que
isso, só bons amigos...
Tem um senhor também que sai comigo já a algum tempo... Ele é mais que
um pai para mim!
Ele é um tio, ah eu chamo de
titio... Titio é tão bom... Titio me deu um Volkswagen, me deu um
apartamento, montou
uma boutique, ajuda meus pais, ajuda
mamãe, me ajuda nos estudos... E eu não tenho nada com ele, nada de sexo
somos apenas
bons amigos...
Tem também um garoto da sociedade, nós namoramos e ele é tão bom... Me
leva nos lugares
mais caros! Restaurantes caros,
hiii ele é maravilhoso e não há nada entre eu e ele, absolutamente nada,
somos apenas
amigos... E você querida o que tem
feito?
_ Ah eu também sou puta...
Um amigo meu, italiano lá de São Paulo, era louco para ver o jogo do
Palmeiras, mas a
mulher não deixava... Então ele dizia:
_ Má que que eu fatzo Juca?
_ Ué? Bate nela!
_ E resorve?
_ Se não resolvesse, Nelson Rodrigues que é o filósofo da porrada
morreria de fome!
Ele ficou entusiasmado, foi para casa e disse:
_ Carmela vô ao futibor!
Ela disse:
_ No!
_ Ma como no? Io vo!
_ No!
_ Vo!
_ No!
_ Ah no???
Nervoso, ele pôs a mulher no colo pela primeira vez, de bruços,
levantou-lhe a saia,
abaixou-lhe a calcinha, fez o gesto que ia
bater...
_ Ma que futibor que nada!!!
--
Toquinho - Trip FM da Eldorado
Sexta-feira, 20 de abril de 2012, 19:30
ToquinhoDivulgação
Toquinho fala sobre dinheiro, fama, Vinícius e de suas conquistas amorosas
Ouça programa abaixo
Da Redação
O cantor, compositor e músico Toquinho é o
convidado de hoje do Trip FM da Eldorado. Parceiro de alguns
dos mais notáveis representantes da música popular brasileira como Chico
Buarque, Jorge Ben, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, no ano passado depois de
oito anos sem músicas inéditas, lançou o álbum Quem Viver
Verá.Ouça programa:
Ouvir Playlist
Além dos discos que encantaram platéias adultas em todo o mundo, ele também tem um importante trabalho com o público infantil, onde se destacam os álbuns Arca de Noé 1 e 2 e o Canção de Todas as Crianças, obra baseada na Declaração Universal do Direito das Crianças, aprovada pela ONU em 1959.
No programa ele falou sobre suas parcerias na música, a infância em São Paulo, o "mundo etílico" em que viviam alguns mestres MPB e a grande amizade com Vinícius de Moraes. Sobre sua relação com o dinheiro: "Eu não penso em lucro quando eu componho uma música, quando estou gravando, mixando e escolhendo a capa. Depois disso eu só penso em dinheiro".
"Você não tem que dar valor para o sucesso. Nem para o fracasso. Quando eu não faço um bom show, eu durmo do mesmo jeito quando eu sou aplaudido de pé". Sobre a Bossa Nova: "Era a música nova, os jovens se reuniam para tocar Bossa Nova. Era a linguagem do jovem. E eu tocava violão, quer dizer, sempre ficava com a menina mais bonita da festa".
http://www.territorioeldorado.limao.com.br/player/player6.htm
Metrônomo
Autor: Arrigo Barnabé
13/04/2012
Outro dia, ao entrar em um taxi para ir ao aeroporto de Congonhas, me deparei com algo inacreditável: no painel do carro, um metrônomo antigo, de madeira escura, com sua estrutura piramidal inconfundível, avultava sisudo, entre miniaturas de carros e estatuetas. Como poderia tal objeto estar assim a mostra, tão evidenciado, dentro de um táxi?
Que coisa mais inédita, que insólito para um músico, se encontrar assim, de supetão, dentro de um táxi a caminho do aeroporto, um taxi, que tinha um metrônomo dos antigos dias, grudado em seu painel, entre uma N. Sra. Aparecida e um São Cristovão!!
O taxista tinha uma assemblage ali em seu carro, fazendo-me pensar em Arthur Bispo do Rosário e Man Ray. Lembrei até de alguns fusquinhas/táxi dos anos 70/80, com seus miniventiladores, terços, santos, enfim, todos aqueles adereços, verdadeiras manifestações de arte popular perdidas no anonimato da grande cidade. O assento do motorista estava coberto com um coxinilho colorido, totalmente anacrônico.
O taxista, senhor ligeiramente calvo, tinha um jeito tímido, sabem como é? Aquele jeito de quem parece sempre sentir como invasão de intimidade, um desconhecido entrando em seu veículo? Mesmo que ele dependa disso, mesmo que seja esse o seu ganha pão.
Ao meu bom dia, ele respondeu de forma resignada, dando um grunhido simpático. Percebi que me avaliava, com aquele olhar de quem, por força do trabalho, é habituado a prestar atenção em trinta coisas ao mesmo tempo.
Não resisti, e achando que havia interpretado corretamente o grunhido, ao classificá-lo como simpático, arrisquei um comentário sobre o metrônomo:
- Sabe que eu nunca vi isso, um metrônomo num táxi?
- Ah! E o senhor conhece, sabe o que é um metrônomo...
- Sim, claro, eu estudei música. Mas como é que ele veio parar aqui?
E aos poucos ele foi se abrindo para mim e falou sobre o objeto:
Achei a história incrível e quis saber de que cidade ele vinha. O taxista respondeu: “Olha, eu sou ali do norte do Paraná, não sei se o senhor conhece, Rolândia...”
Aí eu disse que era de Londrina, e ficou aquele bate papo de conterrâneos, pois Rolândia é quase subúrbio de Londrina. Então ele colocou o metrônomo pra funcionar, e eu fiquei olhando, hipnotizado, para aquele artefato, estranhíssimo em um taxi. Esqueci de minha preocupação com o trânsito, com o trabalho, com o arranjo, com a gravação no Rio…
Olhando para fora, vi que o tempo já se acabrunhava, num cinza sórdido. Que contraste com nossos corações, iluminados pelo calor desse objeto de afeto, cujo monótono ruído parecia embalar os dois velhos, a caminho do aeroporto.
Paul McCartney utiliza o metrônomo como base rítmica em "Blackbird", é curioso como a gente quase não percebe isso.
Ennio Morricone também faz uso de um metrônomo (com o som distorcido) em "Farewell to Cheyenne", na trilha sonora de "Era uma vez no oeste".
E o compositor húngaro Gyorgy Ligeti, que sempre revelou uma fascinação pelos "autômatos", escreveu uma peça para 100 metrônomos (será que ele estava aludindo ao múltiplo de Man Ray ao escolher o nº 100?), com o título de "Poema sinfônico para 100 metrônomos". É uma peça extremamente interessante, transcendendo o meramente musical, ao aproveitar aspectos expressivos do objeto em si, ultrapassando as fronteiras entre musica e artes plásticas, numa instalação "mecânica". Vale a pena ver, principalmente se você cultiva a paciência como uma virtude fundamental do ser humano..
E o Cisne Branco, na voz emocionante de Dalva de Oliveira. A música originalmente se chamava dobrado "Sargento Calhau", do talentosíssimo autor de dobrados Antonio Manoel do Espirito Santo (1º sargento do exército). Posteriormente, recebeu letra Benedito Xavier de Macedo (2º tenente da marinha) e passou a se chamar "Cisne Branco".
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-musicais/geral/metronomo
13/04/2012
Outro dia, ao entrar em um taxi para ir ao aeroporto de Congonhas, me deparei com algo inacreditável: no painel do carro, um metrônomo antigo, de madeira escura, com sua estrutura piramidal inconfundível, avultava sisudo, entre miniaturas de carros e estatuetas. Como poderia tal objeto estar assim a mostra, tão evidenciado, dentro de um táxi?
Que coisa mais inédita, que insólito para um músico, se encontrar assim, de supetão, dentro de um táxi a caminho do aeroporto, um taxi, que tinha um metrônomo dos antigos dias, grudado em seu painel, entre uma N. Sra. Aparecida e um São Cristovão!!
O taxista tinha uma assemblage ali em seu carro, fazendo-me pensar em Arthur Bispo do Rosário e Man Ray. Lembrei até de alguns fusquinhas/táxi dos anos 70/80, com seus miniventiladores, terços, santos, enfim, todos aqueles adereços, verdadeiras manifestações de arte popular perdidas no anonimato da grande cidade. O assento do motorista estava coberto com um coxinilho colorido, totalmente anacrônico.
O taxista, senhor ligeiramente calvo, tinha um jeito tímido, sabem como é? Aquele jeito de quem parece sempre sentir como invasão de intimidade, um desconhecido entrando em seu veículo? Mesmo que ele dependa disso, mesmo que seja esse o seu ganha pão.
Ao meu bom dia, ele respondeu de forma resignada, dando um grunhido simpático. Percebi que me avaliava, com aquele olhar de quem, por força do trabalho, é habituado a prestar atenção em trinta coisas ao mesmo tempo.
Não resisti, e achando que havia interpretado corretamente o grunhido, ao classificá-lo como simpático, arrisquei um comentário sobre o metrônomo:
- Sabe que eu nunca vi isso, um metrônomo num táxi?
- Ah! E o senhor conhece, sabe o que é um metrônomo...
- Sim, claro, eu estudei música. Mas como é que ele veio parar aqui?
E aos poucos ele foi se abrindo para mim e falou sobre o objeto:
No meu tempo, no curso primário tinha aula de
música, o canto orfeonico, aquele do Villa Lobos, sabe? Na época, o professor de
música era o professor Valdeci. Ele comprou um metrônomo pra ajudar nas aulas. O
senhor sabe como são as crianças né, sempre interessadas numa traquitana, ainda
mais com esse negócio de dar corda.
Bom, os alunos viviam pedindo pra dar corda e
disparar o metrônomo. Mas só os melhores tinham esse privilégio.
E uma vez, depois que eu cantei de cor o "Cisne
Branco", o hino da marinha, cantei sem errar nada, fui escolhido para dar corda
e disparar o metrônomo. Nesse dia, comecei a cobiçar o bichinho.
Bom, muitos anos atrás voltei pra minha cidade,
e um dia encontrei o professor Valdeci na rua.
Falei que tinha sido seu aluno, mas ele só
lembrou de mim quando mencionei o metrônomo. Aí ele lembrou até de meu nome,
Otto. Perguntei se ele ainda tinha o metrônomo. Meu neto pegou ele pra brincar e
quebrou o mecanismo, agora está abandonado em algum lugar lá em casa, ele me
disse… Então eu falei que não devia de ser difícil de consertar, que não havia
de ser difícil arrumar aquele bichinho, tão simples mecanismo de corda,
ai,ai,ai...
E falei tanto que ele deve ter percebido minha
cobiça, e no final de contas acabou me dando o metrônomo, de presente.
Daí eu arrumei direitinho o mecanismo,caprichei
mesmo. Limpei bem, passei óleo de peroba, pra fica bem lustroso, e coloquei
aqui, na minha coleção!
Achei a história incrível e quis saber de que cidade ele vinha. O taxista respondeu: “Olha, eu sou ali do norte do Paraná, não sei se o senhor conhece, Rolândia...”
Aí eu disse que era de Londrina, e ficou aquele bate papo de conterrâneos, pois Rolândia é quase subúrbio de Londrina. Então ele colocou o metrônomo pra funcionar, e eu fiquei olhando, hipnotizado, para aquele artefato, estranhíssimo em um taxi. Esqueci de minha preocupação com o trânsito, com o trabalho, com o arranjo, com a gravação no Rio…
Olhando para fora, vi que o tempo já se acabrunhava, num cinza sórdido. Que contraste com nossos corações, iluminados pelo calor desse objeto de afeto, cujo monótono ruído parecia embalar os dois velhos, a caminho do aeroporto.
---
Paul McCartney utiliza o metrônomo como base rítmica em "Blackbird", é curioso como a gente quase não percebe isso.
Ennio Morricone também faz uso de um metrônomo (com o som distorcido) em "Farewell to Cheyenne", na trilha sonora de "Era uma vez no oeste".
E o compositor húngaro Gyorgy Ligeti, que sempre revelou uma fascinação pelos "autômatos", escreveu uma peça para 100 metrônomos (será que ele estava aludindo ao múltiplo de Man Ray ao escolher o nº 100?), com o título de "Poema sinfônico para 100 metrônomos". É uma peça extremamente interessante, transcendendo o meramente musical, ao aproveitar aspectos expressivos do objeto em si, ultrapassando as fronteiras entre musica e artes plásticas, numa instalação "mecânica". Vale a pena ver, principalmente se você cultiva a paciência como uma virtude fundamental do ser humano..
E o Cisne Branco, na voz emocionante de Dalva de Oliveira. A música originalmente se chamava dobrado "Sargento Calhau", do talentosíssimo autor de dobrados Antonio Manoel do Espirito Santo (1º sargento do exército). Posteriormente, recebeu letra Benedito Xavier de Macedo (2º tenente da marinha) e passou a se chamar "Cisne Branco".
Crédito da ilustração: Objeto indestrutivel, de
Man Ray
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-musicais/geral/metronomo
"Xô dor, sai desse corpo que não te pertence"
Fotos Marlene Bergamo/Folhapress | |
Zizi Possi e seu poodle, Rubinho, passeiam em São Paulo |
ME ALIVIA A DOR
Depois de três cirurgias e quatro meses internada, Zizi Possi diz que foi 'dormir' com 48 anos e, após o tratamento, acordou 'de repente com 56'
A cantora Zizi Possi, 56, está tomando pelo menos dez comprimidos por dia: cinco em jejum, três depois do café da manhã, dois de um antidepressivo para "desmarcar a memória da dor". E outro, à base de morfina, quando necessário.
http://sergyovitro.blogspot.com.br/2012/04/monica-bergamo_22.html
Viva São Jorge! Saravá Ogum!
Martinho da Vila
Rio - Esta segunda é um dia sagrado para os católicos, candomblecistas e umbandistas. Muitos dos religiosos que vão assistir a missa em Igreja do Santo Guerreiro vão também a terreiros espíritas, no mesmo dia.
A oração de São Jorge, embora seja da igreja católica, tem forte conotação espírita como se pode ouvir, no Youtube, na gravação feita pelo Pedro Bial e na versão criada por Marquinhos PQD e Claudemir, com adaptação de uns versos escritos pelo Jorge Benjor, na voz do Zeca Pagodinho: “Eu sou descendente Zulu. Sou um soldado de Ogum, um devoto dessa imensa legião de Jorges. Eu, sincretizado na fé, sou carregado de axé e protegido por um cavaleiro nobre. Sim, vou na igreja festejar meu protetor e agradecer por eu ser mais um vencedor nas lutas, nas batalhas. Sim, vou no terreiro pra bater o meu tambor. Bato cabeça, firmo ponto, sim, senhor. Eu canto pra Ogum, um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais. Ele vem de Aruanda, ele vence demanda de gente que faz. Cavaleiro do céu, escudeiro fiel, mensageiro da paz. Ele nunca balança, ele pega na lança, ele mata o dragão. É quem dá confiança pra uma criança virar um leão. É um mar de esperança que traz a bonança pro meu coração. Deus adiante, paz e guia. Recomendo-me a Deus e a Virgem Maria, minha mãe. Com os 12 apóstolos meus irmãos andarei neste dia e nesta noite, com meu corpo cercado, vigiado e protegido pelas armas de Jorge. São Jorge sentou praça na cavalaria e estou feliz porque também sou da sua companhia. Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge para que meus inimigos tendo pés não me alcancem; tendo mãos não me peguem nem me toquem; tendo olhos não me enxerguem e nem pensamento eles possam ter para me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão. Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar. Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar, pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge da Capadócia e com a falange do Espírito Santo. São Jorge!”.
Quando se fala em sincretismo, as cabeças viajam de regresso ao tempo da escravidão no Brasil. Diz a história que os escravos impedidos de praticar suas crenças, nos dias santos cantavam como se estivessem festejando o santo do dia dos senhores. Assim, no dia de São Jerônimo, cantava-se para Xangô, no de São Lázaro para Obaluaê... Iemanjá é Nossa Senhora da Conceição e a mãe da mãe de Jesus, Sant’Ana, é venerada como Nanã Buruku, a mais antiga das divindades das águas. Há pequenas diferenças regionais no sincretismo. Como tudo começou não se sabe, mas eu creio que, com a venda de escravos para outras fazendas, a tática foi passada de boca a boca, como até hoje são passados os segredos das religiões africanas. Mas, como explicar o sincretismo quase igual numa cidade do Sul ou do Centro-Oeste com outras do Norte ou do Nordeste do nosso Brasil tão grande? E a enorme semelhança do nosso candomblé com o cubano? É um mistério.
E-mail: palavradesambista@martinhodavila.com.br
A oração de São Jorge, embora seja da igreja católica, tem forte conotação espírita como se pode ouvir, no Youtube, na gravação feita pelo Pedro Bial e na versão criada por Marquinhos PQD e Claudemir, com adaptação de uns versos escritos pelo Jorge Benjor, na voz do Zeca Pagodinho: “Eu sou descendente Zulu. Sou um soldado de Ogum, um devoto dessa imensa legião de Jorges. Eu, sincretizado na fé, sou carregado de axé e protegido por um cavaleiro nobre. Sim, vou na igreja festejar meu protetor e agradecer por eu ser mais um vencedor nas lutas, nas batalhas. Sim, vou no terreiro pra bater o meu tambor. Bato cabeça, firmo ponto, sim, senhor. Eu canto pra Ogum, um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais. Ele vem de Aruanda, ele vence demanda de gente que faz. Cavaleiro do céu, escudeiro fiel, mensageiro da paz. Ele nunca balança, ele pega na lança, ele mata o dragão. É quem dá confiança pra uma criança virar um leão. É um mar de esperança que traz a bonança pro meu coração. Deus adiante, paz e guia. Recomendo-me a Deus e a Virgem Maria, minha mãe. Com os 12 apóstolos meus irmãos andarei neste dia e nesta noite, com meu corpo cercado, vigiado e protegido pelas armas de Jorge. São Jorge sentou praça na cavalaria e estou feliz porque também sou da sua companhia. Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge para que meus inimigos tendo pés não me alcancem; tendo mãos não me peguem nem me toquem; tendo olhos não me enxerguem e nem pensamento eles possam ter para me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão. Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar. Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar, pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge da Capadócia e com a falange do Espírito Santo. São Jorge!”.
Quando se fala em sincretismo, as cabeças viajam de regresso ao tempo da escravidão no Brasil. Diz a história que os escravos impedidos de praticar suas crenças, nos dias santos cantavam como se estivessem festejando o santo do dia dos senhores. Assim, no dia de São Jerônimo, cantava-se para Xangô, no de São Lázaro para Obaluaê... Iemanjá é Nossa Senhora da Conceição e a mãe da mãe de Jesus, Sant’Ana, é venerada como Nanã Buruku, a mais antiga das divindades das águas. Há pequenas diferenças regionais no sincretismo. Como tudo começou não se sabe, mas eu creio que, com a venda de escravos para outras fazendas, a tática foi passada de boca a boca, como até hoje são passados os segredos das religiões africanas. Mas, como explicar o sincretismo quase igual numa cidade do Sul ou do Centro-Oeste com outras do Norte ou do Nordeste do nosso Brasil tão grande? E a enorme semelhança do nosso candomblé com o cubano? É um mistério.
E-mail: palavradesambista@martinhodavila.com.br
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