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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Tá resolvido...

Resoluções


Andar mais

Sentar menos

Ouvir mais

Falar menos

Deixar rolar mais

Se preocupar menos

Fazer mais

Esperar menos

Renovar mais

Guardar menos

Confiar mais

Desconfiar menos

Euforia mais

Agonia menos


RS 12/28/11

O Desejo




O desejo



Em algum lugar do mundo

Um minuto

Uma hora

Um dia

Uma vida

Haveriam poucas palavras

Uma certa violência

Bocas mordendo

Gemidos incontroláveis

Seria um encontro

Uma conversa de corpos nús

Nenhum pejo, nenhuma restrição

Enroscaríamos as pernas

Molhadas de orvalho

Traduzindo o desejo...

RS 12/23/11

  

Receita de ano novo

Carlos Drummond de Andrade



Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


"Raul - O Início, o Fim e o Meio"

Veja o cartaz do filme sobre Raul Seixas, que estreia em 2012

Com lançamento previsto para março de 2012, "Raul - O Início, o Fim e o Meio" desvenda mistérios de um dos maiores nomes do rock brasileiro. O filme é assinado por Walter Carvalho e Eduardo Mocarzel.

Raul Seixas tem referências no samba e fez um movimento político e roqueiro com abordagens locais. A produção mostra a trajetória do músico por meio de imagens raras de arquivo, encontros com familiares e conversas com artistas, produtores e amigos.
O artista pregou o amor livre, a contracultura e uma sociedade alternativa com sotaque realmente brasileiro.

Divulgação
"Raul - O Início, o Fim e o Meio" - documentário sobre Raul Seixas sob direção de Walter Carvalho e Moscarzel
Cartaz do documentário "Raul - O Início, o Fim e o Meio", que deve estrear em março de 2012

Nota:
Já entrei na fila para o DVD.... regina

Quando O Amor Acontece - João Bosco


Quando o Amor Acontece

João Bosco

Coração
Sem perdão,
Diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria
O amor me pegou,
Me pegou pra valer
Aí que a dor do querer,
Muda o tempo e a maré
Vendaval sobre o mar azul
Tantas vezes chorei,
Quase desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos
Ninguém tira do amor,
Ninguém tira, pois é
Nem doutor nem pajé,
O que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher
O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Ilusão
O meu coração marcado
Tinha um nome tatuado
Que ainda doía,
Pulsava só a solidão
O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Esquece sim
Quem mandou chegar tão perto
Se era certo um outro engano
Coração cigano
Agora eu choro assim

2 ou 3 coisas sobre "Samba Riachão"

28 Dezembro 2011 

Quinta-feira, dia 29 de dezembro, já no ocaso de 2011, a Televisão Educativa da Bahia exibe, às 22 horas e 30 minutos, o premiado documentário Samba Riachão, de Jorge Alfredo, que, há dez anos, ganhou o prêmio principal do Festival de Brasília, ex-aequeo com Lavoura Arcaica. Jorge escreveu um texto sobre o filme que publico abaixo:


por Jorge Alfredo
Não é por acaso que a minha estréia no cinema foi um documentário sobre o samba da Bahia. A MPB e o cinema marcaram demais a minha formação cultural. Sempre tive a impressão de que muito do que aconteceu comigo foi motivado pelas músicas e filmes que insistiam em permanecerem vivos dentro da minha cabeça. No cinema, quando as luzes se apagam eu saio da real e embarco numa viagem, onde o ritmo da montagem e a intencionalidade da fotografia trazem um significado a mais para cada ação, para cada sentimento. Ouvindo música sempre vejo imagens, personagens, é sempre a mesma sensação de sair do corpo e conviver com novas fantasias. E foi assim que imaginei um dia mostrar um pouco das histórias maravilhosas que ouvi contar e outras que cheguei a presenciar. Levar um pouco da MPB para a tela grande é uma coisa que já estava escrita. Influências e misturas. Sincretismo e pluralidade. O passado afirma e o presente confirma; o samba surgiu de misturas e continua sendo o resultado de uma constante miscigenação étnico-cultural que se manifesta numa multiplicidade rítmica estonteante.
Desde menino, já respirava cinema e já havia cometido meus pecados pilotando uma câmara super 8 lá pelos anos 70. O samba, esse gênero “inculto”, sempre esteve no cerne de tudo que aconteceu na música popular brasileira do século XX. Nasceu urbano e moderno junto com o rádio, e se transformou em cultura de massa, influenciando e sendo influenciado. Apesar de João Gilberto praticamente só gravar sambas, não se costuma falar assim: o sambista João Gilberto. (ah, como João ia adorar isso!) Nem Caymmi, nem tão pouco Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Os Novos Baianos, Carlinhos Brown são considerados sambistas. Na Bahia, quando se fala em samba se pensa logo em Batatinha, Panela ou Riachão. O filme Samba Riachão fala disso. As permanentes transformações, o link entre tradição e modernidade, entre tecnologia e folclore. Os encontros musicais, situações únicas produtoras de novos sentidos. O filme surgiu disso aí; de um desejo de não querer simplesmente juntar as peças de um imenso quebra cabeça, mas de jogar um lance de dados sobre a mesa. Falar de samba é falar da formação do Brasil. Ouvir os grandes mestres baianos foi um aprendizado e tanto! Riachão e o samba; não há como dissociar uma coisa da outra. Riachão é um clown. Esse lado performer dele é a sua marca registrada. Ele vive isso por inteiro. O seu canto a capela, do qual muito me utilizo no filme, intercalado por histórias hilárias, cheias de picardia, trejeitos e sabedoria, fazem dele o samba em pessoa. Quer dizer, eu utilizo a trajetória pessoal de Riachão para contar, em paralelo, na voz de gente muito especial, a história do samba da Bahia. Eu quis falar para o mundo, na voz de gente bamba, o ritmo e a alma de um povo de um lugar chamado Brasil. Usei a Bahia como base de tudo, mas não me deixei levar por um sentimento barrista.

Maria Rita dá o recado...







Elis Regina & Maria Rita - Dueto - Essa Mulher



A filha de Elis

Daniel Aratangy
Play
Daniel Aratangy

Até os 26 anos, ela não queria ser vista nem ouvida. Demorou para sair do casulo. Hoje, aos 33 e três discos de sucesso depois, Maria Rita passou de desconhecida a celebridade nacional. Para a filha de Elis foi necessário entender que o olho do furacão é, sobretudo, um lugar tranquilo


Arquivo pessoal
 Família  reunida:  João ao fundo, a caçula  no colo da mãe, e Pedro, no início de 1979
Família reunida: João ao fundo, a caçula no colo da mãe, e Pedro, no início de 1979


A voz dela não acordou muito bem hoje. Provável efeito do cansaço muscular das cordas, acumulado nos shows consecutivos que fizera nesta semana e na passada. Como Maria Rita não está em período de lançamento de álbum, a maior parte das apresentações é fechada, contratada por empresas. Mas ela inventou sua maneira de estar perto do público. Armou uma temporada de shows às segundas-feiras no pequeno palco do Tom Jazz, em São Paulo, em que canta o que lhe der na telha.

Sua rotina, no entanto, não muda muito quando a voz encolhe. Tem que chegar cedo ao teatro, como sempre. Trancar-se no camarim, vestir o roupão acetinado, calçar os chinelos de dedo e começar o desenho no rosto e nos cabelos. Durante as turnês, não leva camareiro. Precisa, então, botar em prática tudo o que aprendeu nas tardes solitárias da adolescência, quando recortava a revista Capricho, colava as páginas com durex na penteadeira do quarto e replicava em si mesma os efeitos de luz, sombra e cores que as modelos expunham nas fotos.

Maria Rita, 33, passa a maior parte do tempo olhando espelhos. Não é vaidade simples, é bem mais longe do que isso. Parece mais com ansiedade, com procura. Uma sede de entender onde começa e onde termina seu espaço, que diabos tem para oferecer às pessoas que compram seus discos e os ingressos dos shows, quais os limites de alcance da sua voz. Busca essas respostas vendo a própria imagem refletida: quando se penteia, quando lança recados aos quase 200 mil desconhecidos que a seguem no Twitter, quando observa as reações que eles causam, quando responde as mensagens de texto dos mais chegados no teclado do celular, quando refaz o set list do show de logo mais na tela do computador, quando olha um retrato do único filho. Tudo isso também é espelho, ela sabe.

Faz sete anos que viveu a reviravolta. De completa desconhecida a celebridade nacional, uma das maiores vendedoras de discos da geração. Lançado em setembro de 2003, Maria Rita, seu álbum de estreia, bateu a casa do milhão de cópias vendidas. Do anonimato ao olho do furacão.

“Naquele começo [de carreira] o turbilhão se armou ao redor. Nego começou a pirar em meu nome. O sucesso subiu à cabeça alheia, não à minha”
“O furacão tem um olho, mesmo. Que, ao contrário do que as pessoas pensam, é um ponto muito sereno, tranquilo, quase parado. A confusão toda acontece em volta dele. Naquele começo [de carreira], senti exatamente isso. Eu estava trabalhando, focada. Mas o turbilhão se armou ao redor. Nego começou a pirar em meu nome. O sucesso subiu à cabeça alheia, não à minha. A solução, que não era a mais legal, mas foi a única que encontrei, foi reduzir o número de pessoas a minha volta. Hoje, não entra qualquer um na minha casa mesmo. Isso se chama preservação.”

De olhos bem fechados

Tinha completado 26 anos. E, até ali, por quase todos os dias de sua vida, fez a mesmíssima coisa: negar o próprio destino.

Uma história simboliza bem o período anterior à virada. Estava em Miami, na casa de amigos da família. César Camargo Mariano, seu pai, pegou o violão e pediu: “Canta isso aqui, seu tom é o mesmo da sua mãe, vai dar certinho”. A timidez era tanta que causava dores no corpo. Ela pensou em fugir, mas acabou ficando. Fechou os olhos, como faz até hoje quando se mostra, e soltou a voz. Quando abriu de volta, viu uma sala inteira aos prantos. Amigos e desconhecidos. Reagiu com um grito: “Ela morreu! Ela não volta mais!”. Entendeu como um insulto todas aquelas lágrimas. Não era com ela que as pessoas estavam se emocionando – era com a lembrança de sua mãe. Correu para o quarto e trancou a porta atrás de si. Por longos anos.
Arquivo pessoal
Em show do terceiro álbum, Samba Meu, em 2008
Em show do terceiro álbum, Samba Meu, em 2008
s linhas de fronteira entre sua arte e a de Elis Regina, que morreu quando ela tinha apenas 4 anos, continuam em movimento, mas o correr do tempo tem tratado de separar o que é de uma, o que é de outra e o que é das duas. E tornou o tema mais confortável para ela, a ponto de já poder ser tratado hoje com humor – o que parecia inimaginável em passado nem tão distante assim. Enquanto escolhe no iPod as músicas que quer ouvir no camarim, faz a observação: “Prefiro homens cantando. Tenho medo de ouvir as cantoras, ficar influenciada por elas e acabar imitando sem querer. Já me basta ser a imitadora oficial da Elis Regina”. Não ri, mas parece saber que a ironia da frase revela, além de amadurecimento, uma relação mais pacífica com os olhos do mundo, que nem sempre foram gentis com essas semelhanças.

Começou a fazer terapia há seis anos, logo depois que o filho, Antonio, nasceu. Tinha algumas coisas que ela precisava entender. “Ser mãe sem ter tido mãe é bem complicado. E, naquele momento da carreira, eu tinha que lidar com questões de filha pra mãe que eu nunca tinha resolvido, nunca tinha olhado. Senti que era uma hora bem fundamental. Logo depois do nascimento do Antonio, o pai dele saiu de casa. Também tive isso pra tratar. Porque tem o arquétipo do pai, o arquétipo da mãe, o arquétipo da família. Como boa virginiana, sempre me analisei demais. E chega uma hora que isso começa a virar uma piração. É bom ter alguém do lado de fora pra ajudar a dar o devido tamanho às situações, às dificuldades.”

Barriga de fora

Em dias como hoje, em que a voz pode não responder completamente aos seus comandos, ela recorta o repertório do show de acordo com o esforço físico que cada canção exige. As mais dramáticas devem ser evitadas. Mas a loucura desse ofício é que, mesmo em dias assim, a adrenalina que o palco despeja no corpo do artista não vai embora depois que o espetáculo termina. Fica ali por horas, estimulando. Tira o sono. Difícil é acordar no outro dia às seis e 15 da manhã, como de costume, a tempo de levar o menino à escola.

“Como boa virginiana, sempre me analisei demais. Chega uma hora que começa a virar uma piração. É bom ter alguém do lado de fora pra ajudar”

Os dois moram no Rio desde 2007, ano em que ela lançou o terceiro álbum, Samba Meu. Aconteceu ali uma metamorfose. A menina ensimesmada dos dois primeiros trabalhos explodiu. Pela via da música, explorou o canal da sexualidade. Emagreceu, diminuiu significativamente o comprimento do vestido, botou a barriga de fora. No início desse processo, tinha aulas regulares com um personal trainer dentro de casa, já que “em academia a pessoa acaba virando um hamster enjaulado”. Caneleira de 12 quilos, esteira. Depois, dispensou tudo isso em nome de uma nova ordem: fechar a janela, ligar o som e sair dançando pela casa. Além disso, recorre à drenagem linfática, para desintoxicar. “Depois de velha comecei a inchar muito com avião, a drenagem ajuda com isso. Faço limpeza de pele, hidrato o cabelo. É tudo meu isso aqui. Não tem nada de mentira aqui não.” E controla a alimentação, sobretudo antes das apresentações. Hoje, no camarim, comeu apenas uma pera – que já chegou a suas mãos descascada e cortada em cubinhos – e uma salada árabe.
Arquivo pessoal
Em coletiva  de lançamento do primeiro  CD, em 2003
Em coletiva de lançamento do primeiro CD, em 2003
“Até os 18, 19, eu achava que beleza era uma coisa superficial. Meu negócio era ser intelectual, Páginas Amarelas da revista Veja, ler o máximo possível. Mas, no fundo, eu sofria com isso. Via editorial de moda nas revistas e tudo o que eu mais queria era usar uma daquelas roupas. É preciso de tempo pra poder entender como as coisas funcionam. Quando a gente é menina e as amigas perguntam qual é seu tipo de homem preferido, a resposta é: ‘Ah, ele tem que ser moreno’. Mais velha, vira: ‘Ah, tem que ser trabalhador’. Hoje, é: ‘O cara tem que me aceitar’. Porque já estou com 33 anos e não vou mudar.
É isso e pronto. Não vai dar? Então tchau, meu filho. Não venha atrasar minha vida.”

Está solteira e, sempre que necessário, repete o clássico mantra do “antes só do que mal acompanhada”. Quer ter outros filhos, mais quatro. Se não for possível fazê-los da maneira tradicional, pensa em recorrer a outros métodos disponíveis no mercado – da adoção ao banco de esperma. Bom é ter uma família grande.

Espelho meu

O show vai começar em 20 minutos. É hora de entrar no vestido, calçar o salto. A voz já não parece cansada depois dos exercícios de aquecimento. Está bonita e elástica como sempre foi. Tudo certo com a maquiagem?

O tempo passou depressa e já é o produtor batendo na porta. Maria Rita está à beira de se encontrar de novo com seu espelho predileto: retinas vidradas de centenas de desconhecidos que a esperam crispados, ansiosos pelo momento em que ela vai entrar em cena, abrir a boca e deixar a voz fazer o resto. A saudade que sentem agora pertence, enfim, exclusivamente a ela. Ou pertencerá, muito em breve.
http://revistatpm.uol.com.br/revista/103/perfil/maria-de-verdade.html

Top 5 drinques de verão

Fizemos uma lista com as receitas das bebidas mais refrescantes deste verão
Texto por Marcela Paes

No meio de todas as listinhas de tendências da estação, não poderíamos esquecer um dos aspectos mais divertidos e refrescantes do calor: os drinques de verão. Além da clássica cerveja e da caipirinha de limão - rainha dos destilados - existe uma infinidade de bebidas coloridas e gostosas por aí.
Se o programa for sair para beber, nós indicamos os lugares para encontrá-los. Já se a intenção é fazer uma festa em casa, a seleção vem com as receitas para todas as bebidas. Fazem parte da nossa lista bebidinhas com nomes pomposos, como Pineapple Express e Limonata Rosa.
Agora é só não exagerar na dose e curtir os bons drinks. ;)
Limonata Rosa
45 ml de gim
25 ml de suco de limão siciliano
10 ml de xarope de gengibre
10 ml de grenadine
Prosecco
Em uma coqueteleira com gelo em cubo, bater vigorosamente o gim, o suco de limão siciliano, o xarope de gengibre e o grenadine. Passe a mistura para um copo longo com gelo em cubo e complete com prosecco. Misture bem com uma colher de bar.
Vai lá: Bottega Botta Gallo - Rua Jesuíno Arruda, 520 – Itaim Bibi - (11) 3078-2858
Divulgação
Limonata-Rosa-4
Limonata Rosa

Pisco Suri
50 ml de pisco
40 ml de agua de coco
1/2limão cortados em cubos
8 uvas verdes
8 pimentas biquinho
açúcar a gosto
Macerar em um copo a uva, pimenta, limão e o açucar e depois completar com a água de coco e o pisco.
Vai lá: Suri Ceviche Bar - Rua Matheus Grou, 488 - Pinheiros - (11) 3034-1763
Divulgação
Pisco Suri
Pisco Suri


Bellini de Frutas Vermelhas
1 morango
1 framboesa
1 amora
30 ml de calda de framboesa ou de amora

Coloque as frutas na taça, despeje a calda e complete com espumante.
Vai lá: Obá restaurante - Rua Dr. Melo Alves, 205 - (11) 3086-4774
Divulgação
bellini
bellini

Pineaplle Express
50 ml de vodka,
25 ml de licor de pêssego Marie Brizard
purê de abacaxi:
5 cubos de abacaxi
20 ml de suco de limão Siciliano
10 ml de xarope de açúcar

Modo de preparo: Macere o purê de abacaxi em uma coqueteleira, em seguida acrescente os outros ingredientes e bata vigorosamente com cubos de gelo. Faça coage fina em taça Martini previamente resfriada.
Guarnição: 1 folha da coroa do abacaxi e zest de limão Siciliano.
Vai lá: Bar SubAstor - Rua Delfina, 163 – Vila Madalena – (11) 3815-1364
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Pineapple express
Pineapple express

Canarinho
60 ml Vodka
30 ml de licor de melão Midori
3 fatias de limão
2 fatias de lima da pérsia
2 fatias de tangerina
3 rodelas de carambola
1 colher de açúcar
1/2 pá de gelo

Bater os ingredientes na coqueteleira
Vai lá: Kia Ora - Rua Dr. Eduardo Souza Aranha, 377 – Itaim Bibi– (11) 3846-8300
Divulgação
Canarinho
Canarinho


Lucidez

 

Condenado à Lucidez

Lucidez às vezes parece tão impossível quanto impossível é se livrar dela depois de alcançá-la. Muitas vezes em minha vida avaliei que de que pouco vale possuí-la. Principalmente se não podemos gritar o desespero de enxergar porque ninguém parece capaz de nos escutar. Assistir o sofrimento do outro, à dor mais acerba e não conseguir nem palavras para dizer por sentir que elas serão jogadas ao vento é, às vezes, pior que sofrer. Um amor sem uso; um tiro no muro, como diria o poeta. O que se esvai de nós é a alma cansada da anestesiante angústia de todos os dias. Ver e nada poder fazer. Saber e não poder se mover. Sinceramente, às vezes isso aqui é pior que prisão. Lá, pelo menos havia uma justificativa: estava preso e nada podia fazer. Não estou preso, mas não tenho dinheiro, prestígio, conhecimento político ou qualquer coisa do gênero. Continuo a nada poder fazer. O que consigo não me satisfaz: há muita dor para todos os lados. Dá desespero porque tudo se passa rápido demais. Quando começo a entender, já foi. Aprendi tão pouco e tudo é tão denso, tão farto de ensinamentos...

Preciso de uma voz que me aqueça o coração...
**
Luiz Mendes
01/01/2011.

Perdidos

 

Medo de Sofrer = Individualismo

Gostamos das coisas fáceis e não pretendemos nos magoar. O problema é que por conta disso, nos perdemos no que nominamos de auto-suficiência e que (desculpem-me o atrevimento) chamo de individualismo. Já não precisamos de ninguém. Não temos tempo para ninguém, além de nossos interesses. Vivemos mergulhados no medo desesperado de sofrer. Gastamos o que há de mais precioso, que são as horas de nossa vida, tentando nos assegurar que ninguém penetre ao nosso esconderijo individual.
Que pena, não é mesmo? Triste fim. E era para a gente fazer sempre mais, amar mais, acreditar mais, servir mais, ir além, ultrapassar, vencer desafios... Tanto que morrer por isso seria uma morte honrosa e desejável.
**
Luiz Mendes
22/12/2011.


Dois neurônios

Miguel Nicolelis e Contardo Calligaris oferecem visões distintas sobre o futuro do homem

Gabriel Rinaldi
Miguel Nicolelis, Ricardo Guimarães e Contardo Calligaris
Miguel Nicolelis, Ricardo Guimarães e Contardo Calligaris

Em um debate que abriu as comemorações de 5 anos de Prêmio Transformadores e 25 anos de Trip, o neurocientista Miguel Nicolelis e o psicanalista Contardo Calligaris ofereceram visões distintas e complementares sobre o futuro do homem


Uma troca de ideias entre o neurocientista Miguel Nicolelis e o psicanalista Contardo Calligaris marcou a abertura das comemorações dos 25 anos da revista Trip e dos cinco anos do Prêmio Trip Transformadores. A partir do tema “Evolução: como estaremos em 25 anos”, os dois conversaram por cerca de duas horas no último dia 24 de outubro, em São Paulo, na presença de mais de 200 convidados – que também puderam participar do batepapo, fazendo perguntas e comentários. A ideia era debater o futuro próximo do homem a partir de duas visões distintas, com duas mentes reconhecidamente brilhantes em seus respectivos campos.
Um dos homenageados do Trip Transformadores deste ano, Miguel Nicolelis está à frente, seja na Universidade de Duke (EUA) ou no Instituto de Neurociências de Natal (RN), de algumas das pesquisas mais avançadas do mundo relacionadas à nossa capacidade cerebral – incluindo interfaces entre homem e máquina que poderão reabilitar pacientes com paralisias. Já o psicanalista e escritor italiano Contardo Calligaris, colunista da Folha de S.Paulo, firmou-se como referência nacional na espinhosa tarefa de interpretar as emoções e as relações humanas.
A fluência da interação entre os dois foi estimulada pelo mediador Ricardo Guimarães, presidente da Thymus Branding, colunista da Trip e uma das vozes mais significativas que orbitam no universo desta revista há mais de uma década. Como você verá a seguir na edição dos principais momentos da conversa, rolou uma química entre o neurocientista e o psicólogo, entre o homem do cérebro e o da consciência.
Gabriel Rinaldi
TRIP205_Contardo_NicoV1-12
Miguel Nicolelis
O cérebro funciona em rede
[Nicolelis] Mesmo pilares da nossa organização política e social estão sendo questionados. E aí vem uma provocação: estão sendo questionados na direção de modelos organizacionais que lembram como o cérebro da gente funciona. Por exemplo, esse movimento sem hierarquia de ocupar Wall Street, lá não tem um líder que comanda o comportamento. Você tem um processamento distribuído, em que a representação dos indivíduos não se dá mais por intermediários, é quase representação direta.
Isso lembra muito o modo como funciona um circuito neural, em que não há um neurônio chefe, que determina o comportamento dos outros. Tudo é uma propriedade emergente, tudo emerge de um grupo. A grande maioria dos fenômenos naturais, inclusive os que emergem do nosso cérebro, é propriedade emergente, que surge da interação, é imprevisível. Depende de interações não lineares de muitos elementos.
É isso que está acontecendo mundo afora. Quando você vai a Madri e pergunta aos jovens por que eles estão na praça e quem é o líder deles, eles respondem: “Não temos líder, aliás nem sabemos bem por que estamos aqui, mas não queremos o que está aí, só não sabemos o que pôr no lugar”. Esse questionamento está acontecendo em todo o mundo e é algo imprevisível, não sabemos o que vai emergir disso.
Cultura imediatista
[Calligaris] “Não acho que vivamos numa época imediatista. Não acho os jovens especialmente imediatistas. Faz parte daquelas críticas frequentes ao mundo atual. No que diz respeito ao hedonismo, hoje somos uma civilização muito oposta aos prazeres, longe do que eram culturas hedonistas. Com o imediatismo ocorre algo parecido. Parece necessário lembrar aos pais que a gente vive no presente, e lembrar inclusive a nós mesmos. Estamos inseridos numa tradição cristã na qual a vida é uma prova. A recompensa virá se você merecer, mas só no fim dos tempos.
Somos uma cultura constantemente preocupada com quais serão as consequências futuras dos nossos atos. Então eu não identifico o imediatismo como um problema, pelo menos nos jovens que eu vejo. Mesmo os jovens que fumam, bebem, se drogam, acho eles extremamente prudentes, e acho ótimo que seja assim.
“Muitos pais se esquecem de que os adolescentes estão vivendo agora, não podemos considerá-los só como promessas de um futuro”
O que dizer aos jovens?
[Calligaris] “Fui por muito tempo terapeuta de adolescentes, então lidei muito com adolescentes e pais de adolescentes, mais ou menos desesperados. Nós adultos não paramos de pensar na adolescência como um longo tempo de formação, de pensar no futuro etc. Isso é ótimo, mas chegou um ponto em que muitos pais se esquecem de que os adolescentes estão vivendo agora, não podemos considerá-los só como promessas de um futuro.
É pesado, mas pergunto aos pais de adolescentes obcecados com isso de preparar os filhos para o futuro: “Deus não queira, mas, se o seu filho morresse hoje, você poderia dizer que fez o necessário para que a vida dele até aqui tenha valido a pena, independentemente da promessa com a qual você o sobrecarregava?” Essa questão deve estar conosco o tempo inteiro.
[Nicolelis] “O que eu diria para eles é muito simples: “Seja feliz, acredite no seu taco, namore muito. E seja palmeirense”, porque a vida não pode ser só prazeres, né? A dor também nos conduz. [risos]
Homem X Computador
Gabriel Rinaldi
TRIP205_Contardo_NicoV1-1
Contardo Calligaris
[Nicolelis] O amor, a paixão, para nós cientistas é um fenômeno não computável. Ou seja, não existe forma de você reduzir minha paixão por uma pessoa num algoritmo de computador e graduar a valência, intensidade ou mesmo descrever computacionalmente o que isso é. Estamos à procura de explicações biológicas de como o cérebro funciona, mas temos uma barreira que até agora ninguém conseguiu nem teoricamente cruzar. A maior gama de fenômenos humanos, as emoções, são fenômenos não computáveis. O que é ótimo, porque alguma coisa tem que ser segredo, não?
Um computador pode reproduzir uma minoria dos fenômenos naturais e mesmo dos processos industriais. Tem esse movimento da singularidade, que virou religião nos Estados Unidos, que diz que, em algumas décadas, seremos superados pelas máquinas. Mas ninguém diz como essa máquina pintaria o teto da Capela Sistina ou comporia uma sinfonia como Mozart ou faria um gol como Ademir da Guia.
Os caras que vendem isso estão vendendo uma ideologia de que o ser humano é substituível. Muita gente desmerecendo o que temos de mais precioso, a natureza humana, que é não computável, não reproduzível e única. Cada um de nós tem uma existência única no universo. Então, em vez de valorizar o que temos de mais precioso, estamos sucumbindo à propaganda de que somos substituíveis.”
Amor nos tempos modernos
[Calligaris] “Os últimos 20 anos produziram mudanças comportamentais extraordinárias. A internet mudou o comportamento amoroso sexual das pessoas de uma maneira absolutamente impressionante. Para alguém que começou a clinicar nos anos 70, é impressionante o progresso. Naquela época, se alguém tinha uma fantasia sexual minimamente torta, achavam que era um monstro, a única pessoa no mundo daquele jeito. Hoje a mesma pessoa com uma fantasia sexual muito mais complexa e torta sabe que mundo afora há grupos de centenas de pessoas que sentem como ele, e ele pode se comunicar etc. Provavelmente há muitos mais pedófilos que conseguem se conter graças à possibilidade de se expressar online do que havia antes. Isso sem contar a possibilidade do encontro que a internet produziu. O número de pessoas de 60 ou 70 anos que conseguem encontrar um parceiro ou parceira é incrível, não existia antes dos anos 2000.”
O sentido da vida
[Calligaris] “A ideia de que vida seja um valor absoluto é um conceito, uma ideologia completamente recente, higienista, provavelmente do século 19. Só hoje que você pergunta para as pessoas o que é mais importante e elas respondem ‘saúde’. Um homem do século 17 diria ‘honra’. Se perguntasse a ele se morreria pela honra, a resposta seria afirmativa. Considerar que viver vale a pena a qualquer preço é uma ideia moderna, contemporânea, nem sei quanto tempo ela vai durar.”
[Nicolelis] “Tem duas coisas universais na nossa espécie: a música e a necessidade de ter uma história de como tudo começou. Os pigmeus acreditam que veio uma corda do céu e foram descendo pigmeus pela corda. Essa é a história da criação para eles. Cada um acredita numa mitologia. A música é o segundo fator que é inerente, aparentemente, a qualquer grupo de humanos, mesmo tendo vivido isolado em ilhas. Eu gosto de fantasiar que essas duas coisas de alguma forma estão relacionadas, que existe correlação na necessidade de contar uma história e de expressar suas emoções, sua vida, em tons musicais.”
“Mandamos as correntes dos neurônios para um alto-falante e surgiu uma sinfonia que ninguém jamais ouviu”
Sinfonia do cérebro
[Nicolelis] “A música teve um sentido muito importante na minha carreira. A primeira grande descoberta de que eu participei, a primeira vez que a gente registrou a atividade de cem células cerebrais ao mesmo tempo, não dava pra ver, não tinha computador para isso, mas a gente ouviu. Mandamos as correntes elétricas dos neurônios de um macaco para um alto-falante e ligamos. De repente surgiu uma sinfonia que ninguém jamais tinha ouvido. Foi o momento mais singular da minha carreira científica virar aquele botão e ouvir um cérebro, que estava na minha frente, acordado, olhando pra mim e tocando. Esse cérebro era de uma primata, minha grande Aurora, com quem eu passei mais tempo do que com meus três filhos.
Ela ia mover a mão, olhando para um objeto, mas a sinfonia do cérebro de ela me disse para onde ela ia mover a mão e a que velocidade, antes de ela começar o movimento, olhando pra mim. Ouvi o cérebro dela antes de ela realizar o movimento. Naquele milissegundo eu sabia para onde ela ia mover a mão. Foi o grande insight da minha carreira. E todo mundo em volta também viu e percebeu. E, apesar de ser um som que nenhum de nós conhecia, todo mundo sabia o que significava.”
O caos da evolução
Gabriel Rinaldi
Miguel Nicolelis
Miguel Nicolelis
[Nicolelis] “Imagine a vida da nossa espécie ou de qualquer um de nós como uma fita cassete. Se você rebobinasse essa fita até o começo da evolução da nossa espécie e soltasse a fita de novo, certamente nada do que aconteceu ia acontecer de novo. A chance de o processo evolutivo produzir a mesma sequência de eventos que nos traria nesta noite aqui é zero. Cada um de nós é uma epopeia, um romance único, um épico que jamais se repetirá.”
Libertação do cérebro
[Nicolelis] “Estamos testemunhando o começo da libertação do nosso cérebro dos limites físicos do nosso corpo. Nossa ação mental certamente não vai ser limitada pelo limite físico. O limite do nosso senso de ser não vai ser mais a última camada de epitélio. Num laboratório de experimentação de neurociência, eu posso te dar a sensação de que você está caminhando num ambiente em outro corpo, real ou virtual. E você em 5 min vai ter a sensação de que aquele corpo é o seu, não o seu real. Essa é uma ilusão visual-tátil que foi descoberta recentemente, uma ilusão que pode ser simulada muito facilmente e que demonstra quão frágil, dinâmica e fluida é essa associação com nosso corpo, apesar de termos tanta segurança de assumir que esse corpo é o nosso eu.”
Download de memória humana
[Nicolelis] “A natureza é muito pródiga em achar soluções ótimas para problemas. Mas ela tem um raro momento de desperdício. Quando cada um de nós expira, vai com a gente a narrativa desse épico único que foi nossa vida. Não há como, nem escrevendo uma autobiografia, deixar um relato fidedigno do que foi essa experiência única, emoções únicas, a vivência única. Essas percepções não são relatadas no fim da nossa vida.
Um dos meus grandes sonhos de futuro, mas num distante futuro, é que, ao término das nossas vidas, pudéssemos deixar como legado um registro eletroencefalográfico da nossa experiência, para que gerações futuras ou espécies que sigam a nossa pudessem colocar isso no iPod deles e entender precisamente o que foi a experiência humana, ouvindo a experiência de uma vida ou de muitas vidas humanas relatadas sem os filtros de linguagem, os filtros naturais que cada um de nós impõe para contar os aspectos da sua vida. Seria um enorme legado para o universo da nossa espécie. É capaz de acontecer, é tecnologicamente possível de conceber que daqui a alguns milhares de anos isso seja possível.”
O que é a felicidade
[Calligaris] “Eu não me interesso pela felicidade. Fiz essa opção muito tempo atrás. Se eu quisesse ser feliz, teria tomado as providências necessárias e estaria injetando heroína duas vezes ao dia, de manhã e à noite. Minha vida se encurtaria, mas isso não teria grande importância para mim. Eu seria propriamente feliz. Por ter trabalhado com heroinômanos que usam heroína injetável, garanto que eles são felizes. Digo isso de maneira um pouco irônica porque a indústria farmacêutica se apoderou desse conceito. Está vendendo falsas pílulas da felicidade, enquanto a única que funciona é a heroína, que ela não vende. Ainda [risos].
O que me interessa sim, muito, é ter uma vida interessante. Uma vida interessante inclui viver plenamente um monte de momentos infelizes. Nos anos 90 eu estava nos Estados Unidos, atendia lá. Foi quando saiu o primeiro grande livro sobre o Prozac. E você recebia pedidos bizarros! Tipo: ‘Meu pai foi diagnosticado com câncer. Ele tem dois anos para viver. Não estaria na hora de eu começar a tomar Prozac? Porque eu não quero ter esse negócio de luto quando ele morrer’.
“Se ser feliz é renunciar à variedade das experiências altas e baixas, então não quero ser feliz”
Eu acho que não. Quando o pai da gente morre, a gente tem que sofrer, isso significa viver plenamente e de maneira interessante. Eu não quero renunciar a essa experiência, até porque só vou tê-la uma vez. Se ser feliz é renunciar à variedade das experiências altas e baixas, que incluem sofrimentos, quando se perde um ente querido, alguém me deixa ou meu filho está doente, então não quero ser feliz.
A incapacidade dos adultos de tolerarem que um menino de 5, 6 ou 7 anos possa ser triste é um negócio assombroso e que produziu e produz um uso abusivo de medicação psiquiátrica contra a criança. Pensar “meu filho tem que ser feliz e portanto quando está triste eu o levo ao psiquiatra e forço o psiquiatra a lhe dar um remédio para o qual nem estava previsto o uso pediátrico, nem foi usado e experimentado para o uso pediátrico, sem ter ideia dos efeitos que vai ter”, eu acho isso um horror.”
[Nicolelis] “A felicidade pra mim é criar uma razão pela qual você quer acordar de manhã, sair da cama, enfrentar todo o rol de absurdos que temos que enfrentar para sobreviver, para continuar fazendo o que a gente faz.
Gabriel Rinaldi
Contardo Calligaris
Contardo Calligaris
A primeira missão do nosso sistema educacional deveria ser libertar a felicidade interior de nossas crianças. Possibilitar que essas crianças se sintam capacitadas e livres pra exercer sua imaginação, seu poder criativo e seu poder transformador da sociedade, ou seja, ‘eu sim posso mudar o mundo’. Isso devia ser a primeira pauta, meta, de qualquer sistema educacional. Não fazer prova, vestibular, avaliar, medir quantas vezes eu consigo reproduzir os bytes que meu professor colocou para mim, e na prova eu vomito tudo que ele falou de volta como sendo verdade.

A felicidade é a libertação do intelecto individual e coletivo em buscar a crença de que nessa passagem curta por esse mundo nós somos sim capazes de tomar o destino das nossas vidas nas nossas mãos e transformar o mundo. Para mim é essa definição de felicidade.”
O futuro será melhor
[Calligaris] “O mundo de hoje é muito melhor do que o mundo de 25 anos atrás. De muitos pontos de vista, quase todos. Então, talvez a gente possa contar com o fato de que o mundo daqui a 25 anos será melhor do que o mundo de hoje.”
[Nicolelis] “Apesar de todos os nossos preconceitos, vícios e pequenos desvios tropicais, acredito que o mundo vai ser melhor. E um mundo melhor curiosamente tem uma grande chance de emergir daqui [do Brasil], um lugar que, há 25 anos, a gente não acreditava que ia ser a grande esperança da humanidade. Eu literalmente acredito que abaixo do equador existe muita coisa que vai mudar o mundo nos próximos 25 anos.”

Agradecimento: Coelho da Fonseca