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quarta-feira, 4 de abril de 2012

as crenças da Bahia


Gilberto Gil celebra 70 anos


Gilberto Gil ensaia pra "Concertos de Cordas e Maquina de Ritmo", que será apresentado no Theatro Municipal com orquestra
Foto: Mônica Imbuzeiro / Agência O GLOBO

Gilberto Gil ensaia pra "Concertos de Cordas e Maquina de Ritmo", que será apresentado no Theatro Municipal com orquestraMônica Imbuzeiro / Agência O GLOBO

RIO - A principal comemoração dos 70 anos de Gilberto Gil será com um show em que ele se apresenta sentado, toca violão acústico, é acompanhado por quatro músicos com instrumentos também desplugados e até por orquestra — como acontecerá em 28 de maio, no Teatro Municipal, quando "Concerto de cordas e máquina de ritmo", com participação da Orquestra Petrobras Sinfônica, será gravado por Andrucha Waddington para lançamento em DVD no fim do ano pela Biscoito Fino.
Em suma, é um Gil diferente do que nos acostumamos a ver, seja no palco com sua guitarra e sua agitação corporal e vocal, seja pregando em atos e entrevistas a incorporação à cultura das novas tecnologias, a inevitabilidade do mundo digital. A nova postura não é decorrência da idade, pois o cantor garante que essa fase cool é provisória. Em breve, haverá mais máquina e menos concerto.
— Na metade do segundo semestre, vou desdobrar esse trabalho para poder usar nele mais máquina, fazer algo mais pancadão — diz ele, no intervalo de um ensaio, em seu estúdio, na Gávea. — Eu gosto dessa suavidade também, e o meu timbre atual, de voz mais velha, até pede isso, mas vai chegar o momento em que vou sentir falta e vou querer funkear.
No ano passado, Gil tinha feito apresentações no Brasil e no exterior com o filho Bem Gil (violão) e com Jaques Morelenbaum (violoncelo). Juntaram-se ao grupo agora Nicolas Krassik (violino) e Gustavo de Dalva (percussão). É uma "formação improvável, exigente, difícil", segundo Gil, que a chama de "camerata pop", mesmo reconhecendo que não há muito de nitidamente pop nela:
— É difícil você admitir que está escutando alguma coisa que possa classificar como pop se não há baixo e bateria. E bateria é a máquina de ritmo. Caetano se queixava no passado: "A gente é obrigada a tocar com bateria, essa máquina." Hoje ele está apaziguado, até porque os MPCs chegaram e compactaram tudo numa caixinha. São milhões de possibilidades que você tem.
E Gil não costuma, desde o tropicalismo, desperdiçar essas possibilidades. Ficou muito impressionado com o show de Gal Costa, dirigido por Caetano, no qual Domenico Lancellotti usa o MPC não só para programar sons, mas o toca na hora, como se fosse um outro instrumento da banda — "subordinado à pulsação geral, e não o contrário", segundo Gil.
— Quem mantém uma certa curiosidade e se livra de um certo preconceito em relação às máquinas vai acabar experimentando, vai ter que trabalhar com elas — acredita.
Distância de Bethânia e Nana
A certeza de Gil provoca uma pergunta sobre sua amiga Maria Bethânia e sua ex-mulher Nana Caymmi, grandes cantoras que continuam distantes de efeitos eletrônicos.
— É o que eu disse: quem tem uma certa curiosidade e nenhum preconceito vai experimentar. Quem prefere não mexer nisso fica imune, não se contamina — afirma. — Eu gosto. Às vezes vejo Beyoncé, as coisas que ela faz, tudo programável, é tão interessante... E mesmo Stevie (Wonder), que tem seu computadorzinho. Para um tropicalista, então, é tentador. Eu, Gal e Caetano ficamos segurando esse outro lado até hoje.
As três músicas de "Concerto de cordas e máquina de ritmo" que não são de Gil passaram por adaptações para o projeto.
— "Saudade da Bahia", menos, porque já há samba de roda em Caymmi, já é Nordeste. Mas "Outra vez" (de Tom Jobim), que é bem bossa nova, ficou com uma levada de coco. Elas formam um par no show, com o samba geral correndo no meio das duas — diz ele, que também canta "Juazeiro", de Luiz Gonzaga. — Ficou mais ácida, acid rock, menos baião.
Da sua obra ele selecionou canções recentes como "La reinaissance africaine", "Não tenho medo da morte" e, claro, "Máquina de ritmo". E antigas como "Oriente", "Expresso 2222", "Eu vim da Bahia" e duas que ganharam novas orquestrações (de Morelenbaum) mais de 40 anos depois das clássicas de Rogério Duprat: "Domingo no parque" e "Panis et circensis". Na turnê europeia de junho e julho, Gil contará com orquestra no Barbican Theatre, em Londres, e em Montreux, na Suíça.
Já há uma inédita garantida, "Eu descobri", feita a pedido de Sérgio Dias para a formação atual dos Mutantes, e promessa de outras.
— Tenho expectativa de concluir, pelo menos, mais duas, talvez a tempo de entrar no DVD — conta.
Fumando um cigarro por dia e fazendo uma hora diária de exercícios "ióguicos, calistênicos", não de musculação, Gil diz lidar sem maiores tensões com os 70 anos que completa em 26 de junho:
— Nunca exercitei muito a acuidade da memória, porque adotei cedo a meditação, o abandono da mente ao seu próprio fluxo. Então, não me assustam muito os Alzheimers. De certa forma, é um pouco isso que venho fazendo com a minha condição psíquica, no sentido de abandonar as visões totalizantes do mundo, deixar que a mente vá por onde quer ir. E na sexualidade vai atenuando mesmo. Não vou ficar agora preocupado com potência sexual. É o que eu chamo de conformidade conforme a idade. Venho me preparando para viver assim.
Esta reportagem foi antecipada no vespertino para tablet "O Globo a Mais"


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/gilberto-gil-celebra-70-anos-em-concerto-com-camerata-pop-orquestra-4485422#ixzz1r7LiwpHM

Willie Nelson





viva!


"Sorria, brinque, chore, beije, morra de amor, sinta, sonhe, grite e, acima de tudo, viva. O fim nem sempre é o final. A vida nem sempre é real. O passado nem sempre passou. O presente nem sempre ficou e o hoje nem sempre é agora. Tudo o que vai, volta. E se voltar é porque é feito de amor."

Peixe amoquecado para estes dias "santos"

  • Depois de mergulharmos durante dias em um mar de chocolate, recuperamos a seriedade, vestimos nosso avental mais engomado, sacamos o livro de receitas e fomos para o fogão para nos redimir, executando um autêntico prato de comida. Esta receita é um grande sucesso da nossa cozinha. Multidões acorreram para participar do almoço em que foi testada e até hoje lamentamos não ter cobrado ingresso.

    Peixe amoquecado ou Moqueca de piauíeixe

  • Ingredientes
    - 06 postas de peixe grossas (o peixe deve ter pouca espinha, e isso deve dar pouco menos do que 1 kg)
    - Suco de 01 ou 02 limões (precisa ficar bem molhado)
    - 01 colher de sobremesa de pimenta vermelha (malagueta) picada sem semente, use só a casca
    - Azeite de oliva muito bom
    - 01 colher de chá de açafrão da terra
    - 01 pitada de açúcar
    - 06 colheres de sopa bem cheias de tomate em cubinhos (fresco, ou de lata em cubinhos ou tomate pelado em lata picado)
    - 01 cebolona bem grandona cortada em rodelas (ou 02 cebolas médias)
    - 01 bom pimentão vermelho cortado em rodelas, sem sementes
    - 01 bom pimentão amarelo cortado em rodelas, sem sementes (e pode acrescentar o pimentão verde, se você gostar da cor)
    - 04 tomates maduros e sem semente, cortados em rodelas
    - 03 colheres (sopa) só de talinhos de coentro picados (para garantir o perfume do coentro e evitar o sabor: algumas pessoas não gostam muito do gosto de coentro)
    - Algumas folhinhas de coentro para enfeitar o prato já pronto e reforçar o gosto
    - 01 colher (sopa) de azeite-de-dendê
    - 01 tablete de caldo de legumes em cubos ou em pó
    FACULTATIVO:
    - 01 copo de leite de coco

  • Modo de Fazer
    - Lave bem o peixe, tempere com sal, pimenta e suco de limão e deixe tomando gosto por cerca de 1 hora. Não exagere no sal, porque você vai usar o caldo de legumes.
    - Enquanto isso, em uma tigela, coloque os tomates picados, a cebola em rodelas, os talinhos de coentro bem picadinhos e os pimentões em rodelas e tempere como se estivesse fazendo uma salada (ao adicionar o sal, lembre-se que o caldo de legumes é sempre um pouco salgado).
    - Numa panela em que seja possível colocar as postas de peixe sem amontoá-las (de preferência, lado a lado), refogue o alho em azeite com uma pitada de açúcar e uma colher de chá de açafrão da terra. Quando o alho começar a dourar, acrescente o tomate pelado (o açúcar serve para tirar o sabor ácido do tomate) e dê uma refogada breve, até que a polpa do tomate mude de cor e passe do vermelho para o alaranjado.
    - Arrume o peixe sobre esse molhinho, dê uma sacudida gentil na panela para que o molho espirre e se espalhe.
    - Disponha sobre o peixe a “salada” (tomates e pimentões temperados na tigela) e leve ao fogo baixo com a panela tampada por 5 minutos ou até que a salada e o peixe comecem a soltar um caldinho.
    - Derreta 01 tablete de caldo de legumes diluído em um pouquinho de água morna (umas duas colheres de sopa) e regue o cozido com esse caldinho. Acrescente também o leite de coco (opcional, mas muito bem-vindo).
    - Dê mais uma chacoalhada na panela.
    - Mantenha a panela em fogo baixo, parcialmente tampada, por 20 minutos e de vez em quando mexa com cuidado para não quebrar o peixe (nós aqui costumamos chacoalhar a panela).
    - Junte o azeite-de-dendê espalhando por cima de tudo e dê mais uma sacudida na panela. Prove os temperos e adicione sal, se for preciso.
    - Retire do fogo e sirva com arroz e farofa.

    Música recomendada para executar esta receita: