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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sambabook do João Nogueira

 
 

"Espelho" no Sambabook João Nogueira - Diogo Nogueira


Como remendar os estragos do amor

14/02/13 - 13:27 POR xicosa



“Vou lhe dizer agora / O que outro não lhe diz /Se errar uma vez /Dou castigo para não se acostumar /Se errar outra vez /Mando embora /Pra saber me respeitar” (Genival Santos, clássico da dor-de-cotovelo).

Corações aflitos recorrem à comiseração do cronista, digo, de Miss Corações Solitários, nas cinzas das horas pós-carnavalescas.
Muitas separações e desatinos.
Quem acha que errou e foi culpado(a) pela ruptura, suplica por um remendo na besteira cometida. Quem ficou a mascar o jiló do abandono, resmunga, roga pragas e pretende entender o que se passa –principalmente- na cabeça dos homens.
É o caso de uma linda senhorita de Sorocaba. Depois de uma temporada de corte, sedução e promessas, ela, moça difícil porque incrível, cede. Mal começa o usufruto amoroso, o desalmado toma o chá de sumiço, sem pelo menos um cruel “a gente se vê” etc.
Óbvio que voltará –a moça é incrível, repito- com o rabinho e macheza entre as pernas, com uma daquelas ficções baratas dignas do mago Paulo Coelho.
Agora um episódio com protagonista de saias: um amigo viajou mil léguas submarinas para ver a moça, a moça não resistiu a uma safadeza com a ex, sim, a ex, e o deixou a ouvir os bumbos de um maracatu retardado, voltando para casa cansado com seus estandartes no ar.
Tem também a folga do baiano estudioso que mora no estrangeiro. A moça, soteropolitana que habita SP o aguardou o ano inteiro. Subindo pelas paredes, como se diz. Um amor antigo. Ela queria um amorzinho de praia, no sossego, ou uma folia colados, talvez dentro do mesmo abadá, se possível. O sujeito, macho arretado, bate o pé e reivindica o direito de brincar sozinho em um bloco –está muito tempo longe da Bahia e “precisa dar uns beijos de boca” na rua.
O jovem de São João del-Rei conta que não gosta de mentira. Daí confessou à sua bela mineira de BH que ficou com outra. A gazela partiu para nunca mais. Ele quer saber se tem jeito de convencê-la, uma vez que se amam.
E assim um fardo de missivas. Ah, ia esquecendo do amigo que foi flagrado, na cama mesmo, com outra. Morto de arrependido, ama mesmo a sua mina, deseja remendar a xícara amorosa no pós-cinzas.
Como Miss Corações Solitários é a favor do amor, aconselharia, no pacote, o perdão irrestrito. Sabe muito bem, porém, que não existe mertiolate imediatista para a ferida do orgulho. É ciente mais ainda que o período carnavalesco amplia e incentiva a safadeza inata.
Não cai, porém, a nossa estimada e conselheira Miss cigana, no conto grotesco do “lavou, tá novo”. Creio que cada um vem ao mundo com uma cota de perdão para gastar no amor e nas amizades. Uma vingançazinha também é de lei nestes casos, ela recomenda. Não necessariamente a receita lupicínica do “só vingança, vingança, vingança aos deuses clamar”.
Estaí: é uma vingançazinha para limpar o sangue do pecado da ira. Um bom começo. E vamos conversando caso a caso. Fica uma questão:
-Chifre de Carnaval conta ou a testa é ungida com a cinza da quarta?

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/

 

Amar, Mario Quintana



Amar, Mario Quintana

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.


Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
... e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.