autor: Candido das Neves
Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir
Rir é quase iludir
É querer forçar o próprio coração a gargalhar
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor
É mais sublime a lágrima
Que exprime as nossas emoções
Amenizando a alma cheia de ilusões
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz
Não há ninguem feliz
Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar
Rosas de cristal
Do pranto emocional
Mas se ela voltar
Fulgente diadema então lhe ofertarei
O pranto que chorei
Sim, quem nunca chorou
Certo nunca amou
Talves nem alma tenha para sentir
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer
Chorar é a mága em pérolas diluir
mas quem quiser amar
Certo há de chorar
Há de sentir morrer o coração
Porque o amor sendo belo e falaz
como os ais
se desfaz em ilusão.