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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Diz que fui por aí - Nara Leao


fui!

O Haver - Vinicius de Moraes (participação de Edu Lobo)


Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai!eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo que existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.

Encontros e Despedidas

Sobre Relacionamentos Que Não Vão dar Certo

Mais autonomia às tuas esperanças.

Impossível marcar lugar e hora para as surpresas.

Nunca dá certo.
Receberás aquilo com que já não contas

na festa que não esperas.

(Aníbal Machado)




Ele: casa dos 30, intelectual, charmoso, gente boa. Ela: simpática, trinta, espirituosa, gente boa. Um bar, amigos comuns, uma noite de conversa. Uma balada. Contatos: FB, celular, tudo. Então: mensagens, conversas, cinema, jantar. Um encontro, outro, sexo. Mais conversa, mais comida. Tudo por melhorar, do sexo à comida, mas, ainda assim, tudo gostoso. E aí um: vamos almoçar? querendo soar despretensioso mas já soando decisivo. Ele vai, meio ansioso, a cabeça rodando com: puxa, logo agora que resolvi investir, ela é tão especial, fez eu me mexer em relação ao meu passado. Sim, o moço tem um sofrer na história. E é isso mesmo, ele acertou, ela diz: não é você, sou eu. Pensei e acho que não vai dar certo entre nós. Ela está assim, em um momento mais dela, sabe? Quer uma televisão nova, um sofá novo, ficar mais só. Ele concorda (o que mais pode fazer) e seguem, um pra cada lado que não seja ao lado do outro. Fim, né? Ele me conta. Se lamenta um pouco. Queria que tivesse dado certo.








E aí eu digo as duas coisas sobre as quais quero escrever aqui e que me definem em relacionamentos: 1) não existem pessoas especiais; 2) relacionamentos não vão dar certo. Aí acrescento que acho tão fofinho que ele é romântico e penso que vou perder um querido, mas ele fica e eu explico um pouquinho do meu pensar.



Não existem pessoas especiais, eu disse, mas poderia dizer que todos somos especiais. Cada pessoa tem, sei lá: um sotaque, um meneio, um sinalzinho, um timbre, um jeitinho que a faz especial. Que a faz amável. Que a faz única. Então, ninguém especial. O que é especial é o nosso olhar. Nosso olhar elege, diferencia, nosso olhar confere, ao que é único naquela pessoa, a qualidade de interessante, desejável (claro que a escolha não é, de todo, consciente).



Relacionamentos não vão dar certo. A idéia de que relacionamentos devem dar certo é uma forma contemporânea de dizer: finais felizes. Os finais não são felizes, alguém parte, alguém trai ou, ainda que se viva em risos por sessenta anos, alguém morre. Um final pode trazer alívio, ser triste, angustiante, libertador, indiferente, aterrorizante, mas não feliz. Pra mim, um relacionamento não pode ser pautado no futuro, pelo que ele pode vir a ser. Um relacionamento é o que ele é, o que ele está sendo. Um relacionamento não vai dar certo, ele está dando certo, agora, neste instante, ou não.



A idéia de pessoas especiais, certinhas pra gente, que fazem com que nos movamos, superemos histórias passadas e finalmente tentemos de novo eu acho bem romântica. Meu amigo é um romântico – embora se ache descolado, cínico e sei mais lá o quê que pensam os moços bonitos de fala mansa. Essa idéia, penso, além de romântica, é, também, uma perda de tempo. Ele diz: ela fez eu me mover, eu superar. Eu digo: você perdeu um monte de bonde, amigo. A nossa felicidade não está no outro e sim com um outro. Pra mim essa é uma diferença essencial. O que importa não sou eu, não é ele, é o processo, o que construímos, é nossa capacidade de manter o tal olhar na ativa.



A idéia de que um relacionamento deva ter uma perspectiva ideal de futuro, é – penso - romântica, achei a moça da história também bem romântica, embora se ache descolada, cínica e sei lá mais o quê que pensam as moças bonitas de fala segura. Ela, como ele, tem a idéia de que deve estar “pronta” para quando O relacionamento chegar. Que há um momento certo para o querer bem que não é um momento qualquer, tipo quando se precisa fazer as unhas ou se quer comprar um sofá. E a vida sendo, pondero, justamente, o miúdo.






Cultura


Bienal do Livro da Bahia chega à sua 10a edição

Entre os dias 28 de outubro e 6 de novembro acontece no Centro de Convenções da Bahia a 10ª edição da Bienal do Livro Bahia. Neste ano, a Bienal fará parte das comemorações pelo centenário de Jorge Amado e promoverá debates e homenagens à obra do escritor baiano.
Ele será tema da mesa “Jorge Amado e o mundo”, que abre a programação do Café Literário, além de muitas atrações e novidades para aproximar mais ainda o público do universo dos livros. Ingressos: R$8 e R$4. Mais informações: www.bienaldolivrobahia. com.br.
O “Livro Encenado” é a grande novidade da programação cultural. Com curadoria da escritora e diretora teatral Adelice Souza, o espaço promoverá leituras dramáticas de obras de importantes escritores brasileiros, com a participação de personalidades do cinema, teatro e televisão como Harildo Deda, Emanuelle Araújo, Marcos Machado, Luís Miranda e Yumara Rodrigues.
“Nossa intenção é unir o que já temos de consagrado, o que é sucesso, com novidades”, conta a gerente geral da Bienal, Tatiana Zaccaro. Segundo Adelice, a prioridade será para obras de escritores baianos como Castro Alves, Gregório de Mattos e Jorge Amado.
Na “Ciranda dos Livros”, área de atividades voltadas às crianças, a literatura infantil será explorada por meio de oficinas, contadores de histórias, teatro, música e fantoches. Com a curadoria de José Inácio Vieira de Melo, serão mais de 50 sessões de contação de histórias com o grupo de teatro “A Outra Cia de Teatro”.
Já a “Praça de Cordel e Poesia” valorizará o folclore brasileiro através de manifestações artísticas, oficinas e debates sobre estes dois formatos de produção literária.

Café Literário

Grandes nomes da literatura contemporânea brasileira já garantiram sua presença no Café Literário da 10ª Bienal do Livro da Bahia: Ana Paula Maia, Márcio Souza, Kátia Borges, Ronaldo Correia de Brito, Cristóvão Tezza, Armando Avena, Mariana Ianelli, Nelson Motta, Fabrício Carpinejar, Luis Eduardo Matta, Cleise Mendes, Ordep Serra, Nelson Pretto, entre outros.
Um dos espaços mais tradicionais, o Café Literário é um descontraído bate-papo entre autores, mediadores e público.

Praça de Cordel e Poesia

Ponto de encontro de poetas, repentistas e cordelistas, a Praça de Cordel e Poesia acontecerá com todo o ímpeto e encanto que são característicos da linguagem poética. Nesta edição, contempla, mais uma vez, as diversas faces da poesia baiana contemporânea, além de apresentar ao público alguns poetas de outros estados e até de outro país. Ao todo serão 83 artistas ao longo das dez noites de Bienal.
A cada noite, a partir das 18h, acontecerão três sessões de poesia, cada uma com dois ou três artistas e com duração de 50 minutos. Poetas consagrados, como Ruy Espinheira Filho e Luís Antonio Cajazeira Ramos, e jovens estreantes, como Vanny Araújo e Darlon Silva, estarão na Praça de Cordel e Poesia recitando seus versos.
Representando a cultura popular, estarão presentes grandes cordelistas, como Antônio Barreto, Jotacê Freitas e Franklin Maxado. A ligação da poesia com a música também será explorada através das cantoras Flávia Wenceslau e Lane Quinto, além de outros intérpretes e compositores. A Praça de Cordel e Poesia tem como curador o poeta, jornalista e produtor cultural José Inácio Vieira de Melo.

Visitação Escolar

A Visitação Escolar é também um dos programas mais importantes da X Bienal do Livro Bahia. O projeto conta com a participação de estudantes da capital e do interior do estado.
Com o objetivo de incentivar desde cedo o hábito da leitura, a Visitação Escolar convida alunos de 7 a 14 anos da rede pública e particular do ensino fundamental a conhecer gratuitamente a principal festa literária do estado.
As visitas acontecem nos 28 e 31 de outubro; 1º, 3 e 4 de novembro, em horários especialmente reservados. Além de contar com uma grade de atividades desenvolvidas especialmente para aproximar, de forma lúdica, o pequeno visitante do universo dos livros e narrativas.
Publicada: 27/10/2011 02:24| Atualizada: 27/10/2011 01:16
http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=96881

 

Do Muito e do Pouco (Oswaldo Montenegro / Zé Ramalho)

“I Know My Best Angles” - Scarlett Johansson

Scarlett Johansson on Those Nude Photos She Sent to Ryan Reynolds: “I Know My Best Angles”

Scarlett Johansson does not seem the least bit ashamed when discussing her recent nude-photo scandal with Vanity Fair contributing editor Peter Biskind. “I know my best angles,” she says with her trademark insouciance. “They were sent to my husband,” now ex Ryan Reynolds. “There’s nothing wrong with that. It’s not like I was shooting a porno.” She adds saucily, “Although there’s nothing wrong with that either.”
Johansson, who has been active in campaigning for various Democratic political leaders, including Barack Obama, tells Biskind that nearly one term later “we’re all guilty of being idealistic, I and everyone who voted for him.” But in response to being asked if she would work for him again, she says, “It would be irresponsible not to.” She also discusses her friendship with Woody Allen, spawned by their shared tendency toward hypochondria and, subsequently, shared Purell. “He shakes a lot of hands,” Johansson explains. “I’ll squirt some in my hand and then squirt in his.” She also has a bizarre penchant for diagnosing him. “The only reason why Woody and I are still friends is because I’ve diagnosed all kinds of his skin tags, lesions, ailments. I’ve prescribed things for Woody that he’s then asked his doctor to prescribe for him.”

Despite their compatibility, after working with Johansson on several films, Allen decided they should take a break: “I have every intention of working with her again, but I just didn’t think it was a great idea for either one of us to work together too intensely, picture after picture. I didn’t want her to be burdened by, ‘Oh, she’s in all the Woody Allen pictures, it’s so predictable,’ and she’s my new muse, and all that silliness.” Johansson does not share his opinion: “I don’t think anything’s played out. I’m waiting for him to write my Citizen Kane.
Johansson says that her role in a revival of Arthur Miller’s A View from the Bridge in 2009 opposite Liev Schreiber “completely took me over in every way. I’d spent four months bleeding all over the stage, completely exposed. I felt I was forever changed by that experience. It was unbelievable holding that Tony.” Her emotional and physical exhaustion after the end of the run was compounded by her subsequent divorce from Reynolds. “I didn’t really know what to do with myself. It was such a strange time. There was nothing that was interesting to me. I had a very public separation. It was difficult. I felt very uncomfortable.”

Related: For behind-the-scenes footage of Scarlett’s last Vanity Fair cover shoot, click here.

A capa da Vanity Fair de dezembro, com Scarlett Johansson

RIO - Parece que Scarlett Johansson já superou a polêmica sobre suas fotos nua, hackeadas de seu celular. "Eu sei quais são meus melhores ângulos", disse ela em entrevista à revista "Vanity Fair".

"São fotos antigas, de três anos atrás. Eu as mandei para meu ex-marido (o também ator Ryan Reynolds) quando ainda éramos casados. Não acho que haja nada de errado com isso, eu não estava fazendo um filme pornô. Embora também não haja nada de errado com isso" completou, discutindo o assunto abertamente pela primeira vez.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/11/01/scarlett-johansson-brinca-sobre-fotos-nua-eu-sei-quais-sao-meus-melhores-angulos-925716737.asp#ixzz1cZhXQS1x
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