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sábado, 2 de março de 2013

Something - The Beatles

 


Something    

Beatles


Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
You're asking me, will my love grow?
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know
Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how



 
 

Dois pra lá, dois pra cá


A vida em soluços.

É que eu não tenho histórias pra contar. Só essa vida e eu, passageira.
 
Há noites em que tudo parece mais simples do que é e eu só queria mesmo teu pé enroscado no meu.
 
Melhor momento do dia: tomar banho, água quente escorrendo no corpo. Pior momento: antes e depois, nua no vento frio.
 
Porque eu também tenho medo. Só não descobri ainda de quê.
 
"Se não fosse esse nosso imenso e difícil amor. Não fosse esse abismo entre nós, eu te convidaria a dançar o meu último bolero".
  
Eu quero um samba feito só pra mim.
 
Às vezes a alegria não basta.
 
Spring is coming.
 
A coragem de dizer a verdade. A elegância e a delicadeza de não fazê-lo.
 
Algum dia ouvirei Rizzo sem chorar?




A monocultura do que se rotula por “música baiana”

Na Bahia, em se compondo, nem tudo toca


Ou por que a “música baiana” se tornou a praga da música da Bahia.

Do site Wikipédia: “Monocultura é a produção ou cultura agrícola de apenas um único tipo de produto agrícola (…). Está associada aos latifúndios. A substituição da cobertura vegetal original, geralmente com várias espécies de plantas, por uma única cultura, é uma prática danosa ao solo. (…) Quando se derruba uma grande área de cerrado e planta-se, por exemplo, soja, (…) animais têm dificuldade para se alimentar, não encontram abrigos e dificilmente conseguem se reproduzir. Aqueles que sobrevivem procuram outros locais, invadindo áreas urbanas, tornando-se então presas fáceis. Por outro lado, alguns insetos encontram na plantação de soja alimento constante e poucos predadores, desta maneira se reproduzem intensamente, tornando-se pragas. Outro efeito é o esgotamento do solo: na maioria das colheitas retira-se a planta toda, interrompendo desta maneira o processo natural de reciclagem dos nutrientes. O solo torna-se empobrecido, diminui a produtividade, tornando-se necessária, então, a aplicação de adubos”.
Qualquer semelhança com o mercado das artes e do entretenimento não terá sido mera coincidência. A lógica exploratória aplicada nas lavouras é a mesma vigente na grande indústria cultural e suas filiais: a maximização dos lucros, em detrimento da variedade da produção e da sustentabilidade do sistema. Não há terrenos improdutivos nem consumidores desprezados para o grande arado da cultura de massa: a regra é fornecer a matéria-prima e seus derivados em larga escala.

Abre a rodinha_Arte de Cadu Oliveira

Tomando o mercado da música como exemplo, a analogia ganha sentido. Na Bahia, a monocultura do que se rotula por “música baiana” (termo restritivo que se refere, via de regra, à axé music e ao pagode) serviu – e serve! – para desenvolver economicamente a indústria cultural baiana e todas as suas ramificações (gravadoras, produtoras de eventos, agências de publicidade e comunicação, emissoras de TV e rádio, artistas, empresários da música etc.) e, ao mesmo tempo, relegar tantos outros segmentos do campo da música à dura subsistência. Não cabe agora a discussão sobre mérito ou qualidade, mas sim como se dão as estratégias através das quais o pagode e a axé music (produtos made in Bahia) sobrepujam outros gêneros musicais que também reivindicam o status de “música baiana”.
Nas discussões sobre a onipresença da axé music e do pagode baiano nos meios de comunicação de massa e no calendário artístico da Bahia (e do Brasil, até), sobram posições acaloradas e, a bem da verdade, preconceituosas. De todos os lados. Há os que defendem que, finalmente, a Bahia conseguiu criar para si e exportar para o restante do país e para o mundo gêneros musicais genuínos e fiéis a um determinado repertório cultural baiano. Neste caso, estereótipos não faltam sobre uma sonoridade, um público-alvo e um gosto “baianos”. Qualquer crítica a este fenômeno é tachada de discriminatória, elitista, sulista e até racista. Para estes, o povo, soberano, decide o que consome, e a oferta atende a essa demanda.
Por outro lado, há aqueles que questionam essa suposta genuinidade, uma vez que, cada vez mais, as novas produções em axé e pagode se distanciam de gêneros musicais – aí sim, defendem – “verdadeiramente baianos”, como o samba-reggae, o ijexá e o próprio samba, e incorporam elementos variados, sobretudo da genérica e variada música pop. Há, ainda, os que argumentam que a onipotência da “música de carnaval” se deve mais à oferta ostensiva e invasiva desse repertório do que, propriamente, a um consumo consciente baseado na possibilidade de livre escolha. As posições em contrário são, geralmente, classificadas como alienadas ou alienantes. Em resumo, segundo este raciocínio, no mercado da música o povo consome o que está em maior visibilidade nas prateleiras, quase sempre de qualidade duvidosa.
Uma das artimanhas para a sedução de grandes audiências é o forjamento de um gosto coletivo. Para além daqueles elementos simbólicos intrínsecos ao produto cultural que possam evocar públicos com ele identificados, há estratégias utilizadas principalmente no marketing e na comunicação de massa que visam à formação e manutenção de um público que consome, para além da obra, os discursos em torno dela. É o eterno dilema do ovo e da galinha: a hegemonia da axé music e do pagode baiano se deve à adesão de grossas fatias de consumidores ou, ao revés, esta adesão é um fenômeno obtido através do maciço (e massivo) investimento do business cultural? A resposta mais adequada – e mais complexa – talvez seja que esses dois vetores se afetam mutuamente e são ainda influenciados por outros.

Enlarguecer_Arte de Cadu Oliveira

Não se trata de justificar um patrulhamento acerca do que as pessoas ouvem, mas sim de resgatar o direito que elas têm de terem acesso a toda uma produção musical baiana (feita por e para baianos) que não mais quer ser etiquetada como “alternativa”. O mercado, todos sabemos, não existe para atender a direitos, mas para suprir necessidades que, quase sempre, ele próprio cria. O mercado só entende o recado quando expresso em cifras nos balancetes. A incumbência de tratar a cultura como uma esfera social, e não apenas como um campo de exploração econômica, é – e tem de ser! – do Estado, através de políticas públicas que preservem e fomentem a diversidade cultural. E o Estado só entende o recado quando a sociedade civil se manifesta e se posiciona, política e eleitoralmente.
O consumo de todo e qualquer tipo de música é garantido hoje, dizem, graças principalmente ao acesso cada vez mais amplo à internet. De fato, é na rede – ela mesma parcialmente franqueada pela indústria cultural – que muitos segmentos da música encontram seu espaço de divulgação, comunicação com o público e comercialização de produtos. É na rede, curiosamente, que vemos que os nichos de mercado, diferentes e espalhados, se somados, não são lá assim tão minoritários (talvez, ao contrário) frente aos públicos cativos das tradicionais mídias de massa, como a TV, o rádio e os impressos. O mercado, não nos enganemos, já está de olho nesses nichos também.

Cadu Oliveira é jornalista, graduado pela FACOM/UFBA. Nas horas vagas, atua e roteiriza. É editor deste blog.
Cadu Oliveira é jornalista, graduado pela FACOM/UFBA. Nas horas vagas, atua e roteiriza. É editor deste blog. 
 
* Através do meu amigo e colaborador Marco Lino.
 

 
 

Caetano Veloso canta "Remelexo"



 
Para Gabee, minha menina linda!!!!!
 
 

DESENHO DE GIZ - JOAO BOSCO -


Feliz fim de semana!!!!!