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sexta-feira, 22 de março de 2013

Carol Belmondo: as sutis formas da melancolia

 publicado em artes e ideias por

                 
Está na Antologia Rabiscos: “Com uma técnica aparentemente simples (que mistura aquarela, nanquim, caneta esferográfica e lápis) Carol Belmondo apresenta personagens que destilam melancolia, tédio, inércia, desamparo.” E pode-se acrescentar: sutileza e placidez.

                                               
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© Carol Belmondo, da série "Fora de Hora" (nanquim), 2011.

Não é a primeira vez que escrevo sobre o trabalho da artista plástica Carol Belmondo, e, creio, não será a última. Uma vez escrevi que a artista busca, no meu entender, aplicar sua sutileza de traços para que em suas obras (quase todas de figuras humanas) transpareçam não fisionomias e contornos bem definidos, mas sobretudo seus temperamentos. E cabe destacar, além do mais, que o temperamento mais frequente e aprofundado por Carol Belmondo em seus trabalhos é a melancolia. Não creio que seja algo fácil explicitar a melancolia por meios de traços e cores, mas é certo que cada tom, cada forma procurada por Belmondo exprime, a princípio, este temperamento. E, mesmo tendo tão pouca idade, é perceptível a coerência estética que lhe surge de obra em obra, e o quanto há de apuro naquilo que a artista acredita ser o seu núcleo temático.
Na obra de Belmondo, aqui exposta em parte, e integralmente encontrada em seu site, vemos a abundância de personagens solitários, pensativos, vivendo seus dramas de forma silenciosa e interna. Às vezes basta um pequeno detalhe em suas ilustrações, um sutil traço para que estes estados solitários da alma brotem naqueles que se confrontam com seus trabalhos.
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© Carol Belmondo, "Resquícios" (aquarela e caneta esferográfica), 2010.

Carol Belmondo é natural de Feira de Santana, Bahia. Estudou Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, onde, aliás, já participou de exposições e mostras coletivas. Teve seu trabalho exposto também em cidades do interior baiano, como Feira de Santana e Serrinha. Teve trabalhos publicados na Antologia Rabiscos, volume organizado por Marcio Junqueira, Marcelo Oliveira e Patricia Martins, que trouxe trabalhos de sete jovens artistas baianos numa publicação que foi contemplada com edital do Fundo Cultural do Estado da Bahia (Funceb).
Carol Belmondo faz parte de uma promissora geração de artistas mulheres da cidade de Feira de Santana, em que se destacam também nomes como Maria Dolores (sobre a qual, aliás, já escrevi: O Cotidiano Colorido de Maria Dolores), Tâmara Lyra, e Patrícia Martins, bem como outros nomes que agora me escapam. Pesquisem, procurem, achem, compartilhem, pois é equivocado dizer, sem conhecer, que na cidade de Feira de Santana, Bahia, só há comércio e fluxo rodoviário. Carol Belmondo prova que não.
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© Carol Belmondo, da série "Elza" (nanquim), 2012.
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© Carol Belmondo, da série "Por trás da Lua", 2012.
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© Carol Belmondo, "Ruínas", (metal e aquarela), 2011.


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2013/03/comeco_de_algo.html#ixzz2OKfyMZpM

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