Mário responde a Clarice sobre o que faz de um homem um artista
POR Joselia Aguiar
Clarice fazia entrevistas com escritores, compositores, artistas plásticos quando trabalhava como jornalista __uma delas, com Erico Verissimo, já citada neste post aqui.
As perguntas são tão complicadas que desconcertariam quaisquer outros, não os seus entrevistados que, especialíssimos, respondem muito diretamente.
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Mário Cravo tinha 46 e era uma “bela cabeça de homem”, como Clarice anota em 1970.
“O que faz de um homem um artista, Mário?” “Ser essencialmente homem, primeiro de tudo. Uma dose acima da média de sensibilidade. A capacidade de controlar e orientar em termos construtivos essa força interior. Querer, como todo homem, transformar o mundo, interferir nele.”
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Mário Cravo, 89, me deixou fazer (“me deixou fazer” é expressão bem apropriada) a foto acima, com iphone e técnica patafísica, durante uma entrevista bastante longa em janeiro, no seu ateliê em Salvador. O tema era os anos 50 e 60 na Bahia para um livro que estou preparando, mas ele falou de vida, morte e arte (bastava uma coisa só e já seria imenso).
Para quem não se lembra, um livraço sobre sua vida e obra, “Exu Iluminado”, saiu meses atrás, vá por aqui para ler a reportagem de Silas Martí, na Folha, já aberta a não assinantes.
http://livrosetc.blogfolha.uol.com.br/2012/06/04/mario-responde-a-clarice-sobre-o-que-faz-de-um-homem-um-artista/
Que beleza, hein?
ResponderExcluirAinda ontem comentei com um amigo sobre o artista e a sensibilidade. Não se concebe um artista insensível. Ele pode ser violeiro, cantador, batuqueiro, escrevinhador, falador etc., porém, entretanto, todavia, para levar a insígnia de artista ele deverá necessariamente ser sensível, ir além das sombras, subir os degraus, sair, ver o sol!
Grande Platão! Grande Cravo!
Aplaudindo, de pé!!!
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