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sábado, 15 de janeiro de 2022

Igreja do Bomfim

 O VERDADEIRO NOME DA IGREJA DO BOMFIM

Quando este blog foi criado, afirmamos que as informações nele contidas seriam fruto de pesquisas em diversas fontes e conhecimento do lugar. Moramos muitos anos na Cidade Baixa, entre infância no Canta Galo e juventude em Itapagipe.

Não fosse a experiência advinda dessa vivência, seria impossível ou pouca produtiva a ação da própria pesquisa. Ou levaríamos anos para realizá-la ou a faríamos de forma pouco convincente.

O fato a seguir é um exemplo do que estamos afirmando acima. Em nossas “andanças” por Itapagipe descobrimos diversas placas indicativas de trânsito com o nome Bomfim com “m”.


Bomfim com "M"

Um evidente erro de gramática. “Antes de F não se põe M”. Mas aí está a placa da Prefeitura. Bem no Largo de Roma. Têm outras por toda Itapagipe, indicando o caminho do Bonfim. Tem uma na Praia do Bugari. Têm mais duas bem próximas da Colina: uma no final da Avenida Dendezeiros do Bonfim e outra no final da Rua da Imperatriz, quase esquina com a Baixa do Bonfim. Todas indicam Bomfim com “m”.


Resultado: malho na Prefeitura. Como se faz uma coisa desta? Inclusive ela própria se contradiz, quando na placa indicativa do nome da Avenida Dendezeiros está lá escrito Bonfim com “n”. Avenida Dendezeiros do Bonfim.


Mas será que está errado mesmo? Será que o nome do Santo é com M e não com N. Foram feitas pesquisas de todos os lados, consulta e surpresa, o verdadeiro nome do Santo é Senhor Bom Jesus do Bomfim. A imagem foi trazida de Portugal pelo militar Teodósio Rodrigues de Farias. Ela é de Setubal naquele País e lá o santo chama-se Bom Jesus do Bomfim de Setubal.


Como surgiu o nome Bomfim lá em Portugal. Diz-se que a imagem foi encontrada próxima a Setubal (sempre a imagem foi “encontrada” e não “feita”). A partir do seu descobrimento procurou-se dar a mesma um “bom fim”. Ficou sendo Senhor Bom Jesus do Bomfim. Pode ser também o bom fim de todas as coisas, o bom fim da vida ou o bom fim da morte. Que tudo tenha um bom fim, este é o nosso desejo, poderíamos dizer para alguém que persegue um objetivo ou tenta a solução de um problema. (REF: CARVALHO FILHO – 1932).


http://salvadorhistoriacidadebaixa.blogspot.com/2009/10/o-verdadeiro-nome-da-igreja-do-bomfim.html?m=1






Para os que Virão




Para os que Virão

Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.

Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.

Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente - 
na primeira e profunda pessoa
do plural.

Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.

É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.

Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.

Thiago de Mello