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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Bahia de Todos os Santos - JORGE AMADO



BAHIA DE TODOS OS SANTOS
O povo é doce, acolhedor e ruidoso, mas também dotado de certa timidez, fruto da mistura de portugueses e negros. Nesta cidade onde se conversa muito, sopra uma aragem marítima constante e o tempo ainda não adquiriu a velocidade dos grandes centros urbanos. A topografia é privilegiada: situada entre o mar e o morro, divide-se em Cidade Alta e Cidade Baixa e se abre para o mar.
Jorge Amado compõe aqui um guia das ruas e dos mistérios de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, a cidade da Bahia, “negra por excelência”, fundada em 1549. O autor descreve os bairros proletários e os nobres, as feiras e os mercados, as inúmeras ladeiras e ruas da cidade, e apresenta as praias locais, como Itapuã, Amaralina, Pituba e o Farol da Barra.
Além de traçar a cartografia do lugar, faz uma crônica dos costumes da população baiana: discorre sobre as igrejas, as macumbas e os terreiros, as comidas típicas, a lavagem da igreja de Nosso Senhor do Bonfim, as homenagens a Iemanjá e a são João, entre outras festas populares. O autor investiga o caráter do baiano, valorizando a mestiçagem do povo e as contradições de seu espírito libertário e conservador.
Apesar do esforço histórico e interpretativo para compreender Salvador, Jorge Amado chama a atenção para o mistério que recobre a cidade. De onde ele vem, ninguém sabe. Dos batuques do candomblé? Dos saveiros do cais? Das igrejas? Do mercado? Da Baixa dos Sapateiros? O escritor recomenda que não se tente decifrar os segredos da cidade, pois seus mistérios envolvem por completo o corpo, a alma e o coração dos baianos.

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