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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

SAMBA E SALSA

Carreira meteórica leva samba de Diogo Nogueira a Havana
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A HAVANA

Tudo aconteceu muito rápido na vida de Diogo Nogueira. É isso o que ele está explicando ao senhor cubano do trompete enquanto aguardam os ensaios recomeçarem, no palco do enorme teatro Karl Marx, em Havana.
Veja fotos da gravação do DVD
"Quando eu vi, estava fazendo um show para 2.000 pessoas e gravando um DVD ao vivo", diz ele, referindo-se ao início de sua carreira profissional, há quatro anos.
O senhor, integrante do Los Van Van, uma das bandas mais famosas de Cuba, com quem Diogo cantaria na noite seguinte, ri, simpático.

Lester Péres Jímenez/Divulgação
Diogo Nogueira em show em Havana, com imagem do pai projetada ao fundo do palco
Diogo Nogueira em show em Havana, com imagem do pai projetada ao fundo do palco
Não faz ideia de como aquele rapaz de olhos verdes e braços tatuados chegou ali, no principal palco da ilha, cercado de câmeras que acompanham cada passo seu para um documentário.
Nisso, aliás, o trompetista não está sozinho. "Muita gente acha que eu caí de paraquedas na música. 'Ah, é porque ele é filho do João Nogueira'", diz Diogo à Folha. "Acham que eu sou uma invenção da gravadora."
Essas suspeitas certamente derivam de um preconceito-padrão (todo filho de famoso que segue a carreira do pai ouve essa acusação) mas também da velocidade com que as coisas aconteceram.
Desde 2007, foram três CDs, dois DVDs, um programa televisivo ("Samba na Gamboa", na TV Brasil, cuja nova temporada começa na terça), seis canções em trilhas de novela e 33 participações em projetos especiais.
Nesse período, acumulou três discos de ouro, dois DVDs de platina e prêmios do Multishow (como revelação) e da MTV (melhor artista de MPB), além de um Grammy Latino (melhor álbum de samba).
Cantou com a nata do samba e da MPB, e hoje colhe elogios. "Além da herança maravilhosa do João no DNA, Diogo tem a facilidade de se adaptar a outros gêneros, mas com uma inconfundível maneira de cantar", diz o cantor e compositor Ivan Lins.
SAMBA E SALSA
Em Cuba, Diogo esteve como convidado do governo brasileiro para cantar para empresários que participaram da Feira Internacional de Havana -uma estratégia de promoção cultural do país.
Aproveitou a viagem, no início deste mês, para registrar em vídeo seus passeios pela ilha: visitou uma escola de música e cantou com os alunos. Também participou de uma típica rumba cubana.
No show, realizado no imponente e decadente Karl Marx (onde Chico Buarque, Djavan e Simone cantaram em 1978, três anos antes de Diogo nascer), fez um roteiro novo, para lançar em CD em 2012, com o documentário.
Misturou sucessos de seu pai (como "Mineira"), de sua própria carreira ("Tô Fazendo a Minha Parte"), velhos hits românticos ("Deixa eu te Amar", "Verdade Chinesa") e clássicos da MPB.
No melhor momento da noite, recebeu Los Van Van para cantar "El Cuarto de Tula", sucesso do Buena Vista Social Club. E reencontrou o senhor do trompete.
"Quando eu vi, tava cantando salsa em Cuba, com Los Van Van", diria à Folha no dia seguinte.

O jornalista MARCO AURÉLIO CANÔNICO viajou a convite da produção do cantor



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