Maninha
Alegre ou Triste
TUDO O QUE ACRESCENTA (OU NÃO) ALGO À NOSSA VIDA AO SABOR DA EMOÇÃO DO MOMENTO
“Agora apenas uma paz profunda invade o seu corpo, maduro para todas as emoções da pele, das veias, das articulações. Corpo dono de si próprio, tornado sábio pela inteligência da carne. Inteligência profunda da matéria…do tacto, do olhar, do paladar. Deitada de costas na rocha, Modesta observa como os seus sentidos amadurecidos podem conter sem frágeis medos de infância todo o azul, o vento, a distância. Espantada, descobre o significado da arte que o seu corpo conquistou naquele longo, breve percurso dos seus cinquenta anos. É como uma segunda juventude, com a mais exacta consciência de ser jovem, a consciência de saber como gozar, tocar, olhar.” Goliarda Sapienza, A Arte da Alegria.
De criança paupérrima e abusada sexualmente pelo suposto pai, Modesta transforma-se em adolescente revoltada e imprudente, até que o ódio pela igreja e a percepção da hipocrisia a ensinam a ser astuta, dissimulada e manipuladora. Inteligente e extremamente sensual, Modesta cresce, como pessoa e como mulher, numa Sicília perpassada pelas duas Grandes Guerras do século XX, pela emergência do socialismo e do anarquismo, pela ascensão do fascismo e pelos movimentos feministas e de libertação sexual. Nada disso a impede de trepar socialmente, de dispor do seu corpo como lhe apetece, de se apaixonar sem constrangimentos de sexo, de ler livros proibidos, de viajar, de lutar contra a insignificância humana, de contrariar o curso da vida, de desafiar a morte, de não desanimar perante as desventuras e de se reconhecer em toda a sua plenitude. É esta a arte da alegria. A alegria que se encontra em “cada acto simples, em cada passo, em cada novo encontro… rostos, livros, ocasos e alvoradas, tardes de domingo em praias solarengas…”. A alegria que só é possível quando se sabe viver sem amarras, tendo consciência e aceitando a nossa existência, por mais controversa e difícil que seja. A arte do insaciável amor pela liberdade e pela vida.
De criança paupérrima e abusada sexualmente pelo suposto pai, Modesta transforma-se em adolescente revoltada e imprudente, até que o ódio pela igreja e a percepção da hipocrisia a ensinam a ser astuta, dissimulada e manipuladora. Inteligente e extremamente sensual, Modesta cresce, como pessoa e como mulher, numa Sicília perpassada pelas duas Grandes Guerras do século XX, pela emergência do socialismo e do anarquismo, pela ascensão do fascismo e pelos movimentos feministas e de libertação sexual. Nada disso a impede de trepar socialmente, de dispor do seu corpo como lhe apetece, de se apaixonar sem constrangimentos de sexo, de ler livros proibidos, de viajar, de lutar contra a insignificância humana, de contrariar o curso da vida, de desafiar a morte, de não desanimar perante as desventuras e de se reconhecer em toda a sua plenitude. É esta a arte da alegria. A alegria que se encontra em “cada acto simples, em cada passo, em cada novo encontro… rostos, livros, ocasos e alvoradas, tardes de domingo em praias solarengas…”. A alegria que só é possível quando se sabe viver sem amarras, tendo consciência e aceitando a nossa existência, por mais controversa e difícil que seja. A arte do insaciável amor pela liberdade e pela vida.
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