Artes brasileiras voltam a abordar a ditadura militar
No momento em que é criada a Comissão da Verdade, país retoma o assunto
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RIO - Foram três décadas até que o Brasil criasse sua Comissão da Verdade. Mas o grupo, que foi instaurado oficialmente há 15 dias para investigar as violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar, de longe não representou a única demora em se tratando da ditadura brasileira. Diferentemente dos vizinhos Argentina e Chile, que também sofreram com abusos de governos militares, as artes nacionais pouco se debruçaram nos anos seguintes sobre casos e histórias relacionadas ao período. As razões, de acordo com quem viveu a época, envolviam o medo de repressões mesmo após o fim do regime, as tradições alegóricas da estética brasileira e também as características da própria ditadura no país. Mas esse panorama vem mudando.
— Houve muita coisa escrita, muitos registros de memória num primeiro momento de pós-anistia, mas depois houve uma certa rejeição ao período. Era como se fosse um pouco feio falar daquilo, como se fosse algo a se esquecer, como se fosse brega. Senti que não era moderno falar sobre ditadura — afirma Lúcia Murat, cujo primeiro filme sobre o tema, “Que bom te ver viva”, foi lançado em 1989. — E também havia muito medo. Eu achava que iriam jogar uma bomba na minha casa quando o “Que bom te ver viva” chegou aos cinemas. Hoje, o que mais me gratifica é ver que há um grupo de jovens desenvolvendo ações de denúncia. Eles é que foram às ruas se manifestar a favor da Comissão da Verdade.
O primeiro filme brasileiro de repercussão a abordar o período foi “Pra frente Brasil”, de Roberto Farias. Sua trama emparelhava a torcida brasileira durante a Copa do Mundo de 1970 com a tortura brasileira durante o regime militar. Seu lançamento estava programado para 1982, ano de outra Copa do Mundo e também de eleições diretas para os governos estaduais. O sinal de alerta, então, foi aceso entre os militares, e o filme foi imediatamente proibido. A situação ficou ainda mais delicada porque Roberto Farias havia sido, até 1979, o diretor-geral da Embrafilme, o órgão governamental de apoio à distribuição e à produção de filmes. No lugar dele, assumiu o cargo o diplomata Celso Amorim, que tinha no currículo alguns trabalhos no cinema e hoje é ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff. Com Amorim na Embrafilme e já num processo de abertura política consolidado, “Pra frente Brasil” recebeu verba pública para sua produção. Amorim, por isso, acabou destituído do cargo; Farias teve que devolver o dinheiro investido no filme; e “Pra frente Brasil” só pôde ser exibido depois da Copa e das eleições.
— Foi um ano tenso. As pessoas me diziam para ter cuidado, para não falar ao telefone — lembra Farias. — Depois, houve quem me criticasse, dizendo que eu não havia ido suficientemente fundo na história do “Pra frente Brasil”, que eu tinha limpado a cara dos militares. Mas outro filme mesmo só foi feito quase dez anos depois. As pessoas não tiveram coragem para se atrever. Um ano antes da censura a “Pra frente Brasil”, o escritor e crítico literário Silviano Santiago também sentiu o significado de se abordar, naquele momento, a ditadura por meio de um trabalho artístico. Em 1981, ele publicou o livro “Em liberdade” (hoje em catálogo da editora Rocco), certamente um dos mais importantes romances da década a tratar do governo militar.
Mas a abordagem era indireta. As páginas de “Em liberdade” eram preenchidas com um diário ficcional de Graciliano Ramos durante o regime ditatorial de Getúlio Vargas, na década de 1930. Pela alegoria, Silviano perdeu o emprego na universidade em que trabalhava.
— No Chile e na Argentina, a ditadura foi mais violenta, e por isso as reações artísticas foram mais fortes. Houve, no caso deles, um gosto por explorar imagens jornalísticas, que de certa forma nos incomodavam no Brasil — avalia Silviano. — A questão é que minha geração tinha um estética nitidamente artística. Fomos formados por Drummond, João Cabral e a poesia concreta. Tínhamos uma incapacidade de tratar o real pela frente.
O próprio tropicalismo era altamente alegórico. Um tratamento mais direto daquela realidade acabou ficando para décadas seguintes. Nos anos 2000, uma série de filmes foi feita acerca de temas relacionados à ditadura, principalmente documentários. Os assuntos passavam por um empresário dinamarquês que incentivava a tortura (“Cidadão Boilesen”, de Chaim Litewski), pela visão de um menino cujos pais precisam fugir da repressão (“O ano em que meus pais saíram de férias”, de Cao Hambuger), pela reunião de ex-guerrilheiros que querem se vingar de seu torturador (“Ação entre amigos”, de Beto Brant), pela conspiração entre governos militares sul-americanos (“Condor”, de Roberto Mader), por um militante que se esconde num apartamento (“Cabra-cega”, de Toni Venturi) ou pela misteriosa morte de um ex-exilado (“Diário de uma busca”, de Flávia Castro).
— Na Argentina, eles tiveram coragem de botar o dedo na ferida antes. Aqui, bem no nosso estilo malemolente, a gente foi postergando o momento de encarar isso para valer. Nossa anistia foi pela metade, tudo foi um tanto pela metade — afirma Isa Ferraz, diretora do documentário “Marighella”, que estreia em agosto, e ela própria sobrinha de Carlos Marighella, guerrilheiro assassinado em 1969 que serviu de inspiração a seu filme. — Em 1986 escrevi um primeiro roteiro sobre ele, mas não consegui captar um tostão para fazer o documentário. Era tudo muito fresco, havia medo por todos os lados. O tema ainda era tabu.
Essa sensação de tabu, como a própria polêmica em torno da criação da Comissão da Verdade demonstra, propagou-se pelos anos. Em 2000, o jornalista Flávio Tavares publicou “Memórias do esquecimento” (editora Globo), um livro-reportagem sobre o período do regime militar. Mas, antes, ouviu recusas de duas grandes editoras, uma do Rio e outra de São Paulo, por pretextos variados. O texto era baseado nas recordações de Tavares: ele foi preso e esteve entre os libertados no sequestro do embaixador americano Charles Elbrick (tema do documentário “Hércules 56”, de Silvio Da-Rin, e também do livro “O que é isso companheiro?”, de Fernando Gabeira, cuja trama chegou aos cinemas pela direção de Bruno Barreto).
— Mesmo depois da abertura política, a sociedade brasileira ficou impregnada de muito medo. A arte tinha liberdade, mas não estava mais acostumada a exercer essa liberdade. Havia uma vigilância indireta ao pensamento — diz Tavares, que lançou este ano o livro “1961 — O golpe derrotado” (editora L&PM). — Não havia como se acabar com o terror de uma hora para outra, por decreto. É um processo, ainda mais numa sociedade em que estamos acostumados a varrer o lixo para debaixo do tapete. Para esse exorcismo, se olharmos o passado sem preconceito, a Comissão da Verdade será fundamental.
Tavares também acompanhou de perto o processo de redemocratização na Argentina, onde viveu por 21 anos, primeiro como exilado e depois como correspondente. Lá, lembra ele, os julgamentos das juntas militares depois das eleições de 1983 prepararam a sociedade para “se libertar de seus fantasmas”.
Poucos depois, em 1985, o diretor Luis Puenzo já lançava “A história oficial”, longa-metragem sobre a adoção de uma criança filha de presos políticos da ditadura. A trama, que havia sido inspirada exatamente em depoimentos dados durante os julgamentos dos militares, acabou premiada com o Oscar em Língua Estrangeira.
— Na Argentina, as artes brotaram de forma fantástica, mais livre e aberta. Nos anos 1980, foram lançados diversos livros-reportagens sobre a história recente da Argentina. Isso só foi acontecer no Brasil agora, há poucos anos. Também no cinema, a Argentina se fortaleceu com histórias sobre a ditadura e hoje é reconhecida como o país que faz alguns dos melhores filmes do mundo — explica Tavares.
No Chile, as manifestações artísticas tiveram um comportamento semelhante ao ocorrido na Argentina. Os documentários de Patricio Guzmán, como “A batalha do Chile” e “O caso Pinochet”, aqueciam a História. Enquanto filmes de ficção, como “Machuca”, de Andrés Wood, e “Os náufragos”, de Miguel Littín, propunham abordagens criativas acerca do tema. Hoje, o grande expoente das artes chilenos a lidar com a ditadura é Pablo Larraín, diretor de “Tony Manero”, “Post mortem” e “No”. Este último, com Gael García Bernal no elenco, foi uma sensação na edição deste ano da Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes. Sua trama se apoia no plebiscito de 1988, cujo resultado foi o fim do governo do general Augusto Pinochet. Um de seus produtores foi o brasileiro Daniel Dreifuss.
— O “No” é um filme sobre o Chile, mas consigo ver ali a realidade de qualquer país que luta pela liberdade civil — afirma Daniel, que é filho do falecido cientista político René Dreifuss, autor de “1964: A conquista do Estado”, livro lançado em 1981 que é considerado uma das principais obras de História a abordar o golpe militar brasileiro. — Houve uma agressividade maior na ditadura chilena que levou a filmes como esses. O Pablo cresceu com tanques nas ruas, com campos de prisioneiros espalhados pelo país, com pessoas sendo jogadas de aviões. Esse nível de brutalidade fez com que eles voltassem para si mesmos. No Brasil, não houve isso. E, depois, tenho a impressão que a juventude ficou mais preocupada em resultados de bilheterias do que encarar a realidade. Não me parece que houve uma vontade de se olhar para trás.
A sensação de Dreifuss é compartilhada por muitos, mas há também um sentimento forte de mudança no ar. A Comissão da Verdade tem feito com que muitos se mobilizem para relembrar a ditadura brasileira. Inclusive nas artes.
— Quando você não tem movimentos sociais e organizações de mídia para investigar o passado histórico do país, você fica sem força para levar essa discussão à sociedade, mesmo por meio das artes. Agora, com os novos tempos, esperamos um caminho diferente — afirma Izaías Almada.
— Houve muita coisa escrita, muitos registros de memória num primeiro momento de pós-anistia, mas depois houve uma certa rejeição ao período. Era como se fosse um pouco feio falar daquilo, como se fosse algo a se esquecer, como se fosse brega. Senti que não era moderno falar sobre ditadura — afirma Lúcia Murat, cujo primeiro filme sobre o tema, “Que bom te ver viva”, foi lançado em 1989. — E também havia muito medo. Eu achava que iriam jogar uma bomba na minha casa quando o “Que bom te ver viva” chegou aos cinemas. Hoje, o que mais me gratifica é ver que há um grupo de jovens desenvolvendo ações de denúncia. Eles é que foram às ruas se manifestar a favor da Comissão da Verdade.
O primeiro filme brasileiro de repercussão a abordar o período foi “Pra frente Brasil”, de Roberto Farias. Sua trama emparelhava a torcida brasileira durante a Copa do Mundo de 1970 com a tortura brasileira durante o regime militar. Seu lançamento estava programado para 1982, ano de outra Copa do Mundo e também de eleições diretas para os governos estaduais. O sinal de alerta, então, foi aceso entre os militares, e o filme foi imediatamente proibido. A situação ficou ainda mais delicada porque Roberto Farias havia sido, até 1979, o diretor-geral da Embrafilme, o órgão governamental de apoio à distribuição e à produção de filmes. No lugar dele, assumiu o cargo o diplomata Celso Amorim, que tinha no currículo alguns trabalhos no cinema e hoje é ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff. Com Amorim na Embrafilme e já num processo de abertura política consolidado, “Pra frente Brasil” recebeu verba pública para sua produção. Amorim, por isso, acabou destituído do cargo; Farias teve que devolver o dinheiro investido no filme; e “Pra frente Brasil” só pôde ser exibido depois da Copa e das eleições.
— Foi um ano tenso. As pessoas me diziam para ter cuidado, para não falar ao telefone — lembra Farias. — Depois, houve quem me criticasse, dizendo que eu não havia ido suficientemente fundo na história do “Pra frente Brasil”, que eu tinha limpado a cara dos militares. Mas outro filme mesmo só foi feito quase dez anos depois. As pessoas não tiveram coragem para se atrever. Um ano antes da censura a “Pra frente Brasil”, o escritor e crítico literário Silviano Santiago também sentiu o significado de se abordar, naquele momento, a ditadura por meio de um trabalho artístico. Em 1981, ele publicou o livro “Em liberdade” (hoje em catálogo da editora Rocco), certamente um dos mais importantes romances da década a tratar do governo militar.
Mas a abordagem era indireta. As páginas de “Em liberdade” eram preenchidas com um diário ficcional de Graciliano Ramos durante o regime ditatorial de Getúlio Vargas, na década de 1930. Pela alegoria, Silviano perdeu o emprego na universidade em que trabalhava.
— No Chile e na Argentina, a ditadura foi mais violenta, e por isso as reações artísticas foram mais fortes. Houve, no caso deles, um gosto por explorar imagens jornalísticas, que de certa forma nos incomodavam no Brasil — avalia Silviano. — A questão é que minha geração tinha um estética nitidamente artística. Fomos formados por Drummond, João Cabral e a poesia concreta. Tínhamos uma incapacidade de tratar o real pela frente.
O próprio tropicalismo era altamente alegórico. Um tratamento mais direto daquela realidade acabou ficando para décadas seguintes. Nos anos 2000, uma série de filmes foi feita acerca de temas relacionados à ditadura, principalmente documentários. Os assuntos passavam por um empresário dinamarquês que incentivava a tortura (“Cidadão Boilesen”, de Chaim Litewski), pela visão de um menino cujos pais precisam fugir da repressão (“O ano em que meus pais saíram de férias”, de Cao Hambuger), pela reunião de ex-guerrilheiros que querem se vingar de seu torturador (“Ação entre amigos”, de Beto Brant), pela conspiração entre governos militares sul-americanos (“Condor”, de Roberto Mader), por um militante que se esconde num apartamento (“Cabra-cega”, de Toni Venturi) ou pela misteriosa morte de um ex-exilado (“Diário de uma busca”, de Flávia Castro).
— Na Argentina, eles tiveram coragem de botar o dedo na ferida antes. Aqui, bem no nosso estilo malemolente, a gente foi postergando o momento de encarar isso para valer. Nossa anistia foi pela metade, tudo foi um tanto pela metade — afirma Isa Ferraz, diretora do documentário “Marighella”, que estreia em agosto, e ela própria sobrinha de Carlos Marighella, guerrilheiro assassinado em 1969 que serviu de inspiração a seu filme. — Em 1986 escrevi um primeiro roteiro sobre ele, mas não consegui captar um tostão para fazer o documentário. Era tudo muito fresco, havia medo por todos os lados. O tema ainda era tabu.
Essa sensação de tabu, como a própria polêmica em torno da criação da Comissão da Verdade demonstra, propagou-se pelos anos. Em 2000, o jornalista Flávio Tavares publicou “Memórias do esquecimento” (editora Globo), um livro-reportagem sobre o período do regime militar. Mas, antes, ouviu recusas de duas grandes editoras, uma do Rio e outra de São Paulo, por pretextos variados. O texto era baseado nas recordações de Tavares: ele foi preso e esteve entre os libertados no sequestro do embaixador americano Charles Elbrick (tema do documentário “Hércules 56”, de Silvio Da-Rin, e também do livro “O que é isso companheiro?”, de Fernando Gabeira, cuja trama chegou aos cinemas pela direção de Bruno Barreto).
— Mesmo depois da abertura política, a sociedade brasileira ficou impregnada de muito medo. A arte tinha liberdade, mas não estava mais acostumada a exercer essa liberdade. Havia uma vigilância indireta ao pensamento — diz Tavares, que lançou este ano o livro “1961 — O golpe derrotado” (editora L&PM). — Não havia como se acabar com o terror de uma hora para outra, por decreto. É um processo, ainda mais numa sociedade em que estamos acostumados a varrer o lixo para debaixo do tapete. Para esse exorcismo, se olharmos o passado sem preconceito, a Comissão da Verdade será fundamental.
Tavares também acompanhou de perto o processo de redemocratização na Argentina, onde viveu por 21 anos, primeiro como exilado e depois como correspondente. Lá, lembra ele, os julgamentos das juntas militares depois das eleições de 1983 prepararam a sociedade para “se libertar de seus fantasmas”.
Poucos depois, em 1985, o diretor Luis Puenzo já lançava “A história oficial”, longa-metragem sobre a adoção de uma criança filha de presos políticos da ditadura. A trama, que havia sido inspirada exatamente em depoimentos dados durante os julgamentos dos militares, acabou premiada com o Oscar em Língua Estrangeira.
— Na Argentina, as artes brotaram de forma fantástica, mais livre e aberta. Nos anos 1980, foram lançados diversos livros-reportagens sobre a história recente da Argentina. Isso só foi acontecer no Brasil agora, há poucos anos. Também no cinema, a Argentina se fortaleceu com histórias sobre a ditadura e hoje é reconhecida como o país que faz alguns dos melhores filmes do mundo — explica Tavares.
No Chile, as manifestações artísticas tiveram um comportamento semelhante ao ocorrido na Argentina. Os documentários de Patricio Guzmán, como “A batalha do Chile” e “O caso Pinochet”, aqueciam a História. Enquanto filmes de ficção, como “Machuca”, de Andrés Wood, e “Os náufragos”, de Miguel Littín, propunham abordagens criativas acerca do tema. Hoje, o grande expoente das artes chilenos a lidar com a ditadura é Pablo Larraín, diretor de “Tony Manero”, “Post mortem” e “No”. Este último, com Gael García Bernal no elenco, foi uma sensação na edição deste ano da Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes. Sua trama se apoia no plebiscito de 1988, cujo resultado foi o fim do governo do general Augusto Pinochet. Um de seus produtores foi o brasileiro Daniel Dreifuss.
— O “No” é um filme sobre o Chile, mas consigo ver ali a realidade de qualquer país que luta pela liberdade civil — afirma Daniel, que é filho do falecido cientista político René Dreifuss, autor de “1964: A conquista do Estado”, livro lançado em 1981 que é considerado uma das principais obras de História a abordar o golpe militar brasileiro. — Houve uma agressividade maior na ditadura chilena que levou a filmes como esses. O Pablo cresceu com tanques nas ruas, com campos de prisioneiros espalhados pelo país, com pessoas sendo jogadas de aviões. Esse nível de brutalidade fez com que eles voltassem para si mesmos. No Brasil, não houve isso. E, depois, tenho a impressão que a juventude ficou mais preocupada em resultados de bilheterias do que encarar a realidade. Não me parece que houve uma vontade de se olhar para trás.
A sensação de Dreifuss é compartilhada por muitos, mas há também um sentimento forte de mudança no ar. A Comissão da Verdade tem feito com que muitos se mobilizem para relembrar a ditadura brasileira. Inclusive nas artes.
— Quando você não tem movimentos sociais e organizações de mídia para investigar o passado histórico do país, você fica sem força para levar essa discussão à sociedade, mesmo por meio das artes. Agora, com os novos tempos, esperamos um caminho diferente — afirma Izaías Almada.
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Muita gente boa não queria olhar para trás, Regina, mas tinha tb gente que queria...
ResponderExcluirAqui, http://youtu.be/gv52HCLzg-A, a banda baiana (mesmo com sotaque paulistano) Camisa de Vênus fala do período ditatorial e de alguns males por ele causados à classe média brasileira.
Simca Chambord é sim uma alegoria, mas tb um direto no estômago dos milicos e seus apologistas.
Abs,
Marco
Foram "tempos russos" aqueles da minha juventude, caro amigo... levamos muita porrada e gás na cara.... talvez não soubéssemos aonde íamos, mas, com certeza, não queríamos aquilo que nos forçavam a ter...
ResponderExcluirAcho que devemos olhar pra trás pra não repetir, ou deixar repetir, os mesmos erros...mas, quem pode garantir?????
Vamos pra frente que tem muita gente empurrando a fila...
Se cuide!!!
regina