Eu
gosto desta canção. E gosto ainda mais que você a tenha tocado em minha cama,
sem que eu lembrasse de pedir, sem que você esquecesse de lembrar que eu gosto tanto
desta canção. Felicidade é isso, pergunta a menina inquieta que joga amarelinha
em meu peito. Esse instante que é arte e, por ser assim, é completamente
inútil? Felicidade é isso, esse momento quase tela, quase som, quase letra, uma
perfeição que do outro lado do espelho só poderia ser sussurrada: angústia?
Eu
gosto desta canção, digo, depois, deitada em teu corpo, as mãos brincando de
dedilhar notas antigas e preguiçosas, escorregando na pele que se desfaz e, em
um susto, sabemos: toca-se o coração.
Cá
dentro, eu sei: gosto, de uma forma terna e dolorida, que não cheguemos nunca a
nos amar, mesmo com toda essa fome que temos um pelo outro. Gosto que não
cheguemos nunca a nos amar, tantos futuros se desencontrando.
Gosto
que não cheguemos nunca a nos amar, eu repito, agora em voz alta, e as nossas
mãos se procuram e são mornas e salgadas. Você entende e me conta do seu
primeiro bichinho de estimação: um porquinho da índia que um dia, tão velho,
tão velho, sumiu e você quis acreditar quando a sua mãe abraçou apertado e
disse: ele fugiu.
E
eu também, eu também quis acreditar na fuga do porquinho. E em futuros. Porque
você sempre sabe o jeito certo de encaixar as pernas, a piada, os sonhos.
Porque nunca nos falta vontade, assunto ou fôlego. Porque brincamos nus,
bebemos no mesmo copo e fazemos caretas. Porque podia ser pra sempre, porque é
tão mais fácil ficar, eu quis acreditar e dizer: onde será que ele está agora?
Mas eu sei as mortes todas, respiro como quem se afoga e faço silêncios.
De
novo, o violão. Nunca uma Toada foi tão bonita. Dizem que o belo é feito de
impossíveis.
TOADA (NA DIREÇÃO DO DIA)
(Composição: Zé Renato / Juca Filho / Claudio Nucci)
Vem morena ouvir comigo essa cantiga
Sair por essa vida aventureira
Tanta toada eu trago na viola
Prá ver você mais feliz
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
Na reta da chegada prá descansar
No coração sereno da toada, bem querer
Tanta saudade eu já senti, morena
Mas foi coisa tão bonita
Da vida, nunca vou me arrepender
Morena, ouve comigo essa cantiga
Sair por essa vida aventureira
Tanta toada eu trago na viola
Prá ver você mais feliz
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
Na reta da chegada prá descansar
No coração sereno da toada, bem querer
Tanta saudade eu já senti, morena
Mas foi coisa tão bonita
Da vida, nunca vou me arrepender
Vem morena (6x)
Vem morena ouvir comigo essa cantiga
Sair por essa vida aventureira
Tanta toada eu trago na viola
Prá ver você mais feliz
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
Na reta da chegada prá descansar
No coração sereno da toada, bem querer
(Composição: Zé Renato / Juca Filho / Claudio Nucci)
Vem morena ouvir comigo essa cantiga
Sair por essa vida aventureira
Tanta toada eu trago na viola
Prá ver você mais feliz
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
Na reta da chegada prá descansar
No coração sereno da toada, bem querer
Tanta saudade eu já senti, morena
Mas foi coisa tão bonita
Da vida, nunca vou me arrepender
Morena, ouve comigo essa cantiga
Sair por essa vida aventureira
Tanta toada eu trago na viola
Prá ver você mais feliz
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
Na reta da chegada prá descansar
No coração sereno da toada, bem querer
Tanta saudade eu já senti, morena
Mas foi coisa tão bonita
Da vida, nunca vou me arrepender
Vem morena (6x)
Vem morena ouvir comigo essa cantiga
Sair por essa vida aventureira
Tanta toada eu trago na viola
Prá ver você mais feliz
Escuta o trem de ferro alegre a cantar
Na reta da chegada prá descansar
No coração sereno da toada, bem querer
Puxa vida, Regina, outro dia, a caminho do sertão baiano, ouvi essa música e, mentalmente, prometi oferecer ao teu blog assim que chegasse em casa. Cheguei e esqueci... Mas fica o registro.
ResponderExcluirBela música.
Forte abraço!!
Marco
Felicidade é isso... querido Marco! Te abraço, nas pontinhas dos pés (risos)
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