Língua
A
linguagem é esse lance poderoso. Nos forma ao mesmo tempo em que a utilizamos.
Ou ainda, me utiliza ao mesmo tempo em que a (de)formo. Falar, escrever, usar a
língua é bem mais do que comunicar, é tornar-me. O conteúdo, claro, mas também a
forma. Sei que ando falando muito sobre isso. Mas é que era um ponto pacífico
pra mim e, de repente, se tornou tão evidente que não é tão pacífico assim entre
e para todas as pessoas e, como sou em relações, tornou-se um turbilhão.
Tomou-me no turbilhão.
Dizem
que conversando é que a gente se entende. Eu não tenho essa certeza. Acho que é
próprio da linguagem criar abismos. Falamos e nos afastamos. As palavras não
esclarecem, criam um mundo de possibilidades onde nossos medos e desejos
transitam com habilidade. Porque o sentido que há em cada palavra, na forma como
montamos as frases, as escolhas que fazemos do que dizer e como dizer, isso tudo
é incomunicável. Inexplicável. E lindo.
Por
outro lado, devo fazer uma ode às hastags. Tem sido muito mais divertido
escrever nas redes sociais depois que me liberei não só para usá-las como para
desvirtuá-las loucamente (pra saber o que é hastag clique aqui
ou aqui).
Uma hastag é usada, normalmente, pra incluir. Parei pra pensar e não é assim que
faço, geralmente nem sei quais as tags que estão sendo usadas, crio-as como
condensação de um sentimento. Como uma imagem que ilustra. Uma forma mais
simples e subjetiva de exprimir. Gosto.
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