O maior inimigo de uma sociedade é a corrupção. Ela solapa o bem mais precioso de uma organização social. A confiança. Trabalhamos confiantes que o patrão nos pagará ao fim do mês. A energia elétrica, a água e o esgoto nos são fornecido o mês inteiro para que paguemos a conta na data prevista. O patrão fornece máquinas e meios de produção e espera que o empregado execute o trabalho para o qual será pago. Nós, em tese, elegemos o político confiando que ele vá se dedicar ao bem comum e zelar pela causa social. Cartão de crédito, cheques, promissórias, financiamentos e todas as formas de crediário, são possíveis por conta da confiança na honestidade do cidadão.
Por trás dos registros, contratos, cartórios, leis, Serviços de Proteção ao Crédito, e outras maneiras de assegurar e garantir negócios há uma base de confiança. Uma vontade coletiva de que a família, o bairro, a cidade, o país dê certo e tudo possa se desenvolver e crescer. A fruição da vida é um bem comum a todos que, no geral, procuramos conservar intuitivamente. Corrupção, não podemos esquecer, é crime e capitulado por lei no Código Penal. E o crime é como um câncer; uma célula que adoece e começa a funcionar no sentido contrário às outras. E vai corroendo essa base, esse desenvolvimento e esse bem comum a todos.
As pessoas começam a notar que em nosso país a corrupção esta se expandindo demasiadamente. Começa a comprometer e afetar a base de confiança, a ponto de preocupar especialistas. O tecido social vai se esgarçando e o resultado são esses escândalos criminosos que vemos diariamente. Fica pior ainda porque os flagrantes são escancarados e ninguém vai preso.
Para qualquer direção que se procure sempre se encontrará homens públicos não hesitando em meter a mão na coisa pública. Que, alias esta mais para coisa que pública. E não adianta fazer “faxinas”. A corrupção esta disseminada em todos os poderes, em todos partidos, Estados e municípios. O monstro devorador se alastra por todos os níveis.
E vai ficar assim, vai continuar assim e a confiança restará perdida. O que fazer, o que fazer? Prender todos? Mas os que prendem e os que encarceram também estão manchados... Temo que se for investigar a fundo, nosso país vai sofrer um colapso. Talvez seja por isso que aqueles que podem não fazem nada.
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Luiz Mendes
26/10/2011.
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