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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Perguntar não ofende....


 

Não tenho muita certeza do que responderia pra Mafalda, na remota hipótese de virar um desenho e participar da tirinhas do Quino. Pra que é que a gente está no mundo? Eu não sei. Talvez, em um dia sem tpm, mau humor ou distrações de nenhum naipe, eu respondesse de uma forma parecida com a mãe da Mafalda. Talvez eu dissesse: pra ser feliz. É, eu também tenho senso de humor. Estar é um verbo de ligação. Aqui, no caso, ligando díspares como eu e o mundo. Devo confessar que não tenho abnegadas ações ecologicamente corretas. Nem gosto tanto assim de bichos. Quer dizer, bem que eu quero fotografar uma lontra, mas não tenho ímpetos de cuidar de nenhum gatinho abandonado. Nem cachorros. Nem mesmo hamster. Nada. Não saio por aí arrancando árvores nem devastando matas. Diretamente, claro. Mas na verdade sou antropocêntrica. Ou, mais diretamente, graunocêntrica. Estamos aqui pra ser felizes. Eu estou. Sou hedonista. Isso eu sei. Ser é mais fácil, pra mim, do que estar. Então, o mundo. Gosto dele. Tem belas paisagens. É fotogênico. Mas eu gosto mais de gente e de um bocado de coisa que essas gentes fizeram (fazem ) com o mundo. Não, eu não gosto dos lixões, do buraco na camada de ozônio, das montanhas de sacos plásticos. Não gosto de derramamento de petróleo no oceano. Mas, francamente, quem gosta? Eu gosto de lamparinas. Prédios antigos. Igrejas medievais. Gosto das ruas de Ouro Preto. Gosto de tv a cabo. Internet. Dvd. Gosto de cinema, ai como eu gosto. Luz elétrica. Colchão de mola. Leite condensado. Café. Gosto de ventilador fazendo barulho no meu pé de ouvido. Gosto de avião. De violão. De violino. Gosto de ópera. Gente, fala sério, o homem inventou a ópera, eu posso lá condenar essa espécie? Então, pra que estamos aqui...pra ouvir ópera. Beber vinho. Comer mussarela de búfala. Dançar nua. Tomar banho de mar à noite. Deitar a cabeça no colo do amigo. Viajar. Viajar na maionese. Escrever. Comer pipoca. Sentir o cheiro de cebola refogada. Tomar sorvete. Ou gelatto. Chorar no colo da mãe. Tomar banho de chuva. Beber mais vinho, que fez frio. Abraçar um amigo. Transar no carro. Cheirar a cabeça de bebês. Ler Clarice. Ler tirinhas. Assistir qualquer Disney. Dançar. Fazer aniversário. Pois é, Mafalda, haja senso de humor, estou aqui pra ser feliz.

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