A depiladora brasileira Reny Ryan, de 58 anos, que veio ao Brasil divulgar seu livro Confissões de uma depiladora brasileira nos Estados Unidos, acha que não há uma profissão mais íntima do que a de depiladora. “Peço para minhas clientes tirarem a roupa e abrirem as pernas”, diz Reny. “É a partir daí que começa o meu trabalho”, afirma.
Reny tem uma história de vida emocionante. Há pouco mais de 30 anos deixou o marido, de quem dizia apanhar, em Paranaguá (PR), e se mudou para o Rio de Janeiro com o filho pequeno. Da cidade maravilhosa foi para os EUA, onde viveu ilegalmente, se casou e criou mais três filhos, até se tornar uma das depiladoras mais conhecidas do país. Antes disso, porém, como boa parte dos imigrantes brasileiros, fez bico como jardineira, babá e lavou prato.
Sua técnica de depilação cavada é conhecida como Brazilian Bikini Waxer, ou bigode de Hitler, como se costuma chamar por aqui. As histórias hilárias que ouvia na clínica eram tantas que Reny passou a anotá-las em um caderninho, para em 2008 transformá-las em livro nos EUA. E agora traduzi-las para o português.
“Acredita que as americanas vêm depilar e não querem abrir as pernas, nem tirar a calcinha? É uma cultura bem mais conservadora que a nossa”, diz Reny. “Para vencer o preconceito é preciso dedicação e muito respeito”, afirma.
Nos últimos anos, sua clínica passou a receber um público mais velho, na casa dos 60 anos. “São casais que se depilam e saem felizes para mais uma lua-de-mel”, diz. “Uma senhora disse que depois que começou a se depilar, o marido começou a persegui-la de um jeito que ela aparentemente gostou bastante”.
Reny suspeita que os homens passaram a se depilar com mais frequência por duas razões principais: “a primeira é a higiene, a segunda é para o pênis parecer maior”, diz. “Afinal, sem aquela cabeleira, até um pintinho se transforma em uma bengala”, afirma. A depiladora brasileira diz que seu trabalho já mudou a vida de muita gente. “Muitos homens e mulheres se olham no espelho e passam a se gostar mais”, afirma. “E isso é bom para elas próprias e seus parceiros”, diz.
http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2011/11/21/a-profissao-mais-intima-do-mundo/
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