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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

‘Treme-treme’

Sexo, digamos, sem complexo…

Não é pre­ciso ler o último Var­gas Llosa* (edi­tado cá, pelo menos) para se che­gar ao conhe­ci­mento dessa espe­cial carac­te­rís­tica que os tró­pi­cos dão ao sexo: a sua gene­rosa urgên­cia vivida no colectivo.

dese­nho de Neves e Sousa

Em pri­meiro lugar, e a razão é boa para este top, basta ter lá estado alguma vez para lhe ter sen­tido o fer­mento. Depois, o empi­rismo mais ele­men­tar dá conta de que o Norte euro­peu sem­pre deman­dou os meri­di­a­nos do Sul em busca daquilo que só com difi­cul­dade encon­trava em casa (com todos os géne­ros no pacote, não se pense que sou machista que não sou).
Na posi­ção de quem já viveu por tais lati­tu­des dou um exem­plo prá­tico, objec­tivo, mate­rial, que pode ser ates­tado (quero acre­di­tar que sim) pelo nosso que­rido líder de pas­sado ango­lano, e que com­prova um pouco mais a ver­dade desta mini-tese.
Em Luanda havia um pré­dio que tinha uma alcu­nha bem curi­osa: era o ‘Treme-treme’. O que cara­te­ri­zava o ‘Treme-treme’ para que todo o luan­dense e muito foras­teiro de retorna-viagem o conhe­ces­sem assim tinha a ver ape­nas com duas par­ti­cu­la­ri­da­des: o grosso dos seus habi­tan­tes eram mulhe­res novas e sózi­nhas (ou nem por isso) e o grosso dos seus visi­tan­tes ou hós­pe­des tem­po­rá­rios deman­dava o local com objec­ti­vos bem vin­ca­dos.
Pois, isso mesmo, não há qual­quer neces­si­dade de mai­o­res expli­ca­ções, tam­bém acho.
E era isso o ‘Treme-treme’…
Por estas e por outras tenho grande difi­cul­dade em ima­gi­nar a ‘curta’ que está aí em baixo feita por outros que não por bra­si­lei­ros — em espe­cial com tanta graça e à von­tade.
É que não é só a tal urgên­cia gene­rosa: há tam­bém um texto e, acima de tudo, uns actores.
Riam-se lá um bocado, seus (meus) tristes!

*(dia­chos, só agora repa­rei que nem falei do livro: é O Sonho do Celta e é um romance bio­grá­fico pesa­de­li­ca­mente bom)


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