1988 - O fim do sofrimento de Henfil
"Eu ficaria aliviado se Henfil partisse hoje."
A afirmação do ator Carlos Moreno foi feita durante um show realizado no teatro paulista Projeto Leste destinado a arrecadar fundos para que Henfil continuasse pagando seu tratamento contra a Aids.
Poucos instantes depois, o sofrimento de Henrique de Souza Filho, chegaria ao fim. Internado há 47 dias no Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, morreu de insuficiência respiratória decorrente da síndrome da imunodeficiência adquirida que ele contraiu em uma transfusão de sangue.
A afirmação do ator Carlos Moreno foi feita durante um show realizado no teatro paulista Projeto Leste destinado a arrecadar fundos para que Henfil continuasse pagando seu tratamento contra a Aids.
Poucos instantes depois, o sofrimento de Henrique de Souza Filho, chegaria ao fim. Internado há 47 dias no Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, morreu de insuficiência respiratória decorrente da síndrome da imunodeficiência adquirida que ele contraiu em uma transfusão de sangue.
Nascido Henrique de Souza Filho em 1944 no norte de Minas Gerais, conheceu a realidade tipicamente sertaneja da região, experiência que enriqueceria a obra do cartunista que se tornaria 18 anos depois: Henfil.
Mineiro visionário
Assim o definiu o amigo, psiquiatra e escritor Hélio Pellegrino. Fez do humor criativo o porta-voz da sua revolta com as injustiças do mundo. Seus desenhos de caráter político, às vezes agressivamente irônicos, outras vezes quase líricos, revelavam seu engajamento na vida pública do país. Oportuno em suas criações, mesmo durante o período mais terrível da repressão, ele sempre achava um jeito de desmascarar, denunciar, ridicularizar, sempre com a arma do riso, aqueles que oprimiam a nação.
Assim o definiu o amigo, psiquiatra e escritor Hélio Pellegrino. Fez do humor criativo o porta-voz da sua revolta com as injustiças do mundo. Seus desenhos de caráter político, às vezes agressivamente irônicos, outras vezes quase líricos, revelavam seu engajamento na vida pública do país. Oportuno em suas criações, mesmo durante o período mais terrível da repressão, ele sempre achava um jeito de desmascarar, denunciar, ridicularizar, sempre com a arma do riso, aqueles que oprimiam a nação.
Os fradinhos, a Graúna, o cangaceiro Zeferino, o bode Francisco Orellana, o Caboco Mamador, seus personagens de algum modo davam alento aos que eram obrigados a calar sua justa indignação, dizendo aquilo o que eles não podiam dizer.
E nem mesmo a permanente ameaça da morte, primeiro o convívio com a hemofilia, depois com a Aids, o impediram de ser impregnado pela fagulha do humor.
O humor foi a libertação de seu destino.
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