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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Recordar é Viver 2

Nas ruas de Salvador BA - Carnaval de 1973



Outros Carnavais
Era a aproximação da festa que me excitava mais, a ansiedade da espera, o preparar das fantasias, materiais e imateriais, os ensaios dos blocos, a zona que se formava em torno de mim sem saber pra que lado ir: ficar com os amigos ou partir para a aventura, "descolar" alguém ou algo novo?
Os carnavais da minha juventude, fins da década de 60 e começo dos anos 70s, na Bahia de todos os santos e pecados, foram como o desenrolar de uma fantasia que não podia sequer ser sonhada. Não dava outra, cada ano um novo enredo, personagens que foram entrando e saindo, alguns ficando na minha vida, como nos filmes do Glauber, desbumde!!!
Nossa residência ficava numa rua que ligava a Baixa dos Sapateiros ao Bairro de Nazaré, artéria que fluía diretamente ao centro da cidade por ambos os lados, ao coração da cidade, por assim dizer, ficava enfeitada de banderolas coloridas e era palco dos ensaios e passagens dos blocos, ali moravam muitos artistas e músicos, uma festa!!! Decorada também ficava a Cidade de Salvador da Bahia, e ir ver a decoração antes da festa era parte do ritual, marcava o tema e enchia de cores e luzes, figuras carnavalescas, a Disneylandia dos meus anos de inocência. 
Eu mesma fazia minhas “mortalhas”, como chamávamos os roupões folgados que usávamos, como uma bata comprida, mas que deixava os movimentos do corpo à  vontade. Cada bloco tinha a sua, como os abadas de agora, eu saí em alguns, como o “Vat 69” do nosso amigo Gilson Nogueira, e sempre tinha o “ JACU” do Waltinho Queiroz, sem corda e cheio de amor pra dar...


Mas, o ponto de encontro mesmo era a Praça Castro Alves, nos degraus do edifício de A TARDE ou no Clube de Engenharia na Carlos Gomes, onde universitários, artistas e o povo em geral se misturavam e se permitiam fazer tudo que o coração mandava, foi a época da liberação cultural, social e sexual.
A vida fluía nesses 4 ou 5 dias de muito suor, cerveja, musicas, beijos, abraços, euforia, e uma ocasional chuva, que sempre caia na quarta feira de manhã, quando os trios se encontravam na praça Castro Alves para a despedida e saudação do próximo Carnaval...

regina soares 02/15/2012

2 comentários:

  1. estou ouvindo a música do Broco do Jacu, quanta alegria,recordar ´´e só alegria e se alegria é viver, vivamos ,mais quinhentos anos até novo descobrimento.ramos_hed@terra.com.br

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    1. Que bom recordar o Broco do Jacu!!!!!Tudo era azul turquesa....ABS!!!

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