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terça-feira, 27 de março de 2012

Guantanamera

Extraido do artigo

as muitas vidas da camponesa de Guantánamo

Por Túlio Villaça


"E para onde vai Cuba? Seu futuro é incerto, a despeito das declarações oficiais. O país desenvolveu sua nacionalidade aos trancos e barrancos ao longo do século XX, e Guantanamera foi refletindo este desenvolvimento no seu próprio, passando de canto de lavradores a hino político, sem deixar de ser, no fundo, o que sempre foi, mesmo antes de receber a poesia de José Martí: uma canção que fala da mulher, da pátria, da natureza e dos filhos a quem se deixará esta terra. Ao cantar o refrão guajira guantanamera, canta-se o amor à mulher camponesa, ao estilo musical dos antepassados (e por extensão à riquíssima cultura cubana), ao território cubano expropriado pelo estrangeiro, à toda a ilha e seu povo, seu sofrimento e suas histórias. Guantanamera é a soma de todos estes sentidos que lhe foram acrescentados pelo tempo, e é maior do que a soma deles. Porque cada uma desta épocas históricas, colonial, ditatorial, socialista, revolucionária, passou ou passará, e Cuba permaneceu e permanecerá. E certamente Guantanamera a acompanhará."

com Compay Segundo

com Zé Rodrix, numa belíssima versão vocal. (Zé adorava rítmos caribenhos, e alguns anos depois compôs outra guajira, mais bem humorada, que nomeou seu álbum de 1978: Soy Latino Americano)

E para finalizar, recomendo este artigo, do antropólogo George Zarur: A Narrativa Épica e a Identidade Nacional Cubana.

http://tuliovillaca.wordpress.com/

Um comentário:

  1. Obrigado pelas citações, Regina. Fora a satisfaçao de escrever em sim, é uma satisfação ver que alguém mais ficou satisfeito... Abraços.

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