Noel Rosa
Noel de Medeiros Rosa nasceu em 11 de
dezembro de 1910, em Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro. Sua mãe, dona
Marta, teve problemas no parto. O médico precisou usar fórceps e afundou o
maxilar de Noel, que viria a ser um homem magro e fraco porque tinha
dificuldades para mastigar. Ganhou o apelido de “Queixinho” na escola, o que
nunca se tornou um trauma; pelo contrário, acabou se tornando um adulto irônico
e debochado. Além do problema no queixo tinha a voz fanhosa, o que também não o
impediu de cantar e ser o sambista de maior sucesso de sua época no
Rio.
Tocava violão com o Bando de Tangarás,
ao lado de Almirante, João de Barro e outros. No início, em 1929, era músicas
regionais nordestinas. O primeiro samba, Com que roupa?, nasceu ainda
naquele ano. Transformou-se no grande sucesso do carnaval de 1931. Com isso,
Noel teve que fazer sua primeira grande escolha: a Medicina (era aluno do
primeiro ano) ou o Samba. Escolheu o Samba, claro!
Em suas músicas falava de seu bairro,
seus amores, seus desafetos, suas piadas. A sábia escolha do ex-futuro médico
garantiu à música brasileira momentos primorosos: Pierrô apaixonado,
Pastorinhas, O orvalho vem caindo, Feitio de oração,
Não tem tradução, Pra que mentir, Conversa de botequim, Gago
Apaixonado, São coisas nossa, Mulher indigesta, Mentiras de
mulher, Feitiço da vila, Dama de Cabaré, Palpite
infeliz, Último desejo, Fita amarelaI e muitas outras
canções.
Em 1933, casou com a sergipana
Lindaura, mas continuou com sua vida noturna e, como era de se esperar, a vida
íntima do casal acabou em seus sambas. Tuberculoso, Noel tentou se curar no
clima frio e seco de Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas voltou ao Rio, em
1935, quando entre a saúde e a boemia do samba, escolheu mais uma vez esta
última opção. Morreu aos 26 anos, em maio de 1937, deixando mais de 100 músicas
nas quais “exalta a vadiagem e seus amores, fazendo da pobreza poesia e de Vila
Isabel um reduto do samba”.
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sexta-feira, 4 de maio de 2012
Noel, O Poeta da Vila
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