DE COMO O JORNALISTA-SITIANTE COMETEU GRAVE INFRAÇÃO CONTRA O MEIO AMBIENTE
Na manhã do domingo ensolarado este Sítio Maravalha recebeu a visita de três soldados da Polícia Florestal. Muito educados, explicaram que o Departamento havia recebido denúncia de que tínhamos derrubado alguns eucaliptos “ilegalmente” e comprovaram o crime. Disse-lhes ignorar a lei que me proibia cortar árvores que eu mesmo plantei há mais de 30 anos e que estavam com as pontas secas e ameaçavam cair.
É lógico que um jornalista com 51 anos de profissão, e ainda em atividade, não pode ignorar a lei que protege o meio ambiente, principalmente quando vive no meio do mato. Concordo. Todavia, se tenho mais de meio século de trabalho, é certo que também amargo 71 anos de idade, e, se li a respeito e vi as reportagens do Globo Rural, o assunto sumiu da memória como somem as lontras quando secam os rios.
Argumentei que nenhum outro sitiante desta região do Alto Paraíba havia cuidado tão bem da paisagem original; toda a vegetação nativa que encontramos neste terreno em 1975 tem sido preservada desde então e ainda pedimos à CESP que aqui plantasse árvores da Mata Atlântica. Da janela do escritório, contemplo uma delas, a mais alta e vigorosa: a paineira de tronco espinhento e belas flores.
Agora me digam: alguém com tal preocupação pode ser acusado de crime ambiental por cortar eucaliptos ameaçados de cair durante os vendavais tão comuns na região?
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